Histórias

Quando sua vida muda de um dia para o outro.

Quando você acha que sua vida está fluindo bem, sempre acontece alguma coisa. Tinha passado na minha primeira avaliação, todo feliz, continuei com meu trabalho. Várias admissões,intercorrências,alguns óbitos,várias altas. Uma rotina corrida como qualquer uma. Sempre tive minha escala de trabalho em regime de 12×36. Tinha direito a uma folga por mês, e eu era técnico diurno. Desde quando comecei a trabalhar nesta instituição, nunca tinha coberto outros plantões e nem  ter feito noturno, não pela falta de interesse, é que sempre gostei desse horário, e eu me conheço, não sirvo para trabalhar à noite.

Nunca fui de sair de madrugada para ir em balada ou outro lugar qualquer… Sempre tive minha rotina com horas certas.Vai de mim! Sei que todos não são assim! Mas escolhi essa profissão. Quando você ingressa na área da saúde, esqueça os fins de semanas, feriados, e até festividades. Sua vida gira em torno de plantões e plantões. Quando ainda estava cursando, fui alertado disso e concordei. Então não tem porque achar ruim dessas escolhas!

A vida te dá oportunidades. Me lembro que faltava dois meses para o fim do ano. Fui escalado por emergência para trabalhar em um plantão noturno, por falta de funcionários e era para começar no mês seguinte. “Mas porque você? Tem tanta gente na fila esperando ir para a noite! Você pediu? O que você fez para conseguir ir tão rápido assim para esse horário? Achei que só pessoas mais antigas iriam para noite primeiro.”, escutei. Várias perguntas, afirmações,fofocas de colegas. O que sempre respondi e respondo é “eu não sei!”, não sou eu que faço as escolhas. Na verdade nem me passava à cabeça de cobrir plantão noturno. 

Eu só tinha 1 mês e pouco de experiência em Uti. Estava sob supervisão de um enfermeiro. Na minha cabeça também, rola esse raciocínio: se é novo, vamos ficar em cima.. Mas não foi isso o que aconteceu. Um dos chefes do meu setor fez essa escala. Fui avisado por ele que estaria cobrindo férias de não sei quem e ficaria por um mês, não fui perguntado se queria, se poderia,se nada. Simplesmente assim. Teria que mexer com toda a minha vida lá dentro e aqui fora..se quisesse continuar! 

Como eu amo o que faço e preciso trabalhar, aceitei. Não tinha o que fazer também. Somos filhos de Deus e temos necessidades básicas, o trabalho e a base disso tudo! 

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Christiane Ribeiro
Técnico de Enfermagem Intensivista (há 14 anos), atuante em UTI Adulto: Geral, Cardiológica, COVID-19. Além de ser profissional de enfermagem, sou ilustradora digital, e nos tempos livres dedico à ilustrações da saúde para estudantes e profissionais, e também sou uma influenciadora digital na enfermagem.
https://enfermagemilustrada.com

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