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Meu sonho é fazer Enfermagem, mas tenho pavor de sangue! O que fazer?

hematofobia

Parece estranho, mas não é incomum. Não apenas não gostar de sangue, mas também temer agulhas ou outros procedimentos.

Não é vergonha nenhuma respeitar os próprios limites!

Mas o que fazer?

Você pode aceitar a situação e procurar outra carreira na área da saúde que não te exponha ao seu temor, ou tentar superar o medo.

Algumas opções da área da saúde sem contato com sangue:

  • Psicologia;
  • Estética;
  • Nutrição;
  • Fonoaudiologia;
  • Terapia ocupacional;
  • Fisioterapia;
  • Educação física;

Se sua vontade é tentar superar o medo, você precisa avaliar algumas situações que estão envolvidas. Em primeiro lugar, de onde vem esse medo?

Um dos motivos do pavor pode ser a hematofobia, condição caracterizada pelo medo exagerado ou  irracional de ver sangue. 

Os sintomas da hematofobia podem variar de indivíduo para indivíduo. Algumas pessoas desmaiam ao ver sangue, enquanto outras ficam trêmulas, fracas, enjoadas, tontas, a pressão cai, têm dor de cabeça, calafrios, falta de ar, boca seca e transpiração excessiva. Apenas ver o sangue é suficiente para desencadear estas sensações, muitas pessoas chegam a ter ataques de pânico ou a desmaiar.

Especialistas (psicólogos, psiquiatras) relacionam o desenvolvimento da fobia a algum evento traumático que os hematofóbicos  vivenciaram, ou associação inconsciente do sangue com vulnerabilidades do corpo (lesões e morte). Sabemos que um sangramento indica algo errado e isso alerta nosso corpo.

Há pessoas que desenvolvem também medo de agulhas!

Imagine que essas pessoas podem fugir de procedimentos médicos, exames ou cirurgias por medo de sangue ou agulhas.

Procure um especialista para te ajudar a superar esta fobia!

Buscar ajuda psicológica pode ser fundamental para você vencer esses medos. Encontrar as causas e usar estratégias para lidar com a questão.

É possível ser profissional da saúde e ter alguns medos

De acordo com a médica Sara Cohen (atua na área de poli-trauma/danos cerebrais em Massachutsetts – EUA) SIM. Ela relatou que sofria desde a infância com medo de sangue. Costumava tapar os olhos assistindo filmes com cenas sangrentas. Mesmo assim, quando adolescente antes da faculdade foi voluntariamente assistir procedimentos médicos, porém houve momentos de quase desmaiou. Já na faculdade passava mal nas aulas de anatomia e cirurgia, mas decidida a ser médica e apoiada pelos professores desenvolveu técnicas para lidar com isso e não desistiu.

Ela assistia a vídeos de flebotomia, cirurgia, biopsia e tentava controlar os sintomas que surgiamrespirava fundo, contava até 10. E hoje em dia trabalha como cirurgiã. E em tom de brincadeira lembra que é possível superar, mas caso não aconteça sempre há a especialização em radiologia.  A médica aconselha que se você é estudante da área da saúde e já passou mal ao ver sangue ou durante procedimentos, não sinta-se envergonhado, você não está sozinho.

A enfermeira Gabriela que atua em Saúde da Família em Botucatu/SP – Brasil iniciou na área da saúde com 17 anos em um curso técnico de enfermagem, e relata que não se sentia confortável em alguns procedimentos que envolviam sangue.

Quando ingressou na faculdade de enfermagem, ainda tinha inseguranças, se esquivava de procedimentos que a causavam mal estar, mas pensava nas diversas possibilidades da carreira como enfermeira, na área acadêmica como professora e pesquisadora, na assistência aos pacientes ou gerente de enfermarias e unidades de saúde:

As habilidades são características pessoais e podem ser desenvolvidas, de acordo com a necessidade das pessoas e instituições. Com o tempo, parei de ter vergonha de não saber ou de tentar perita em algumas coisas. Se não sei, procuro aprender. Na dúvida, sempre peço uma ajudinha.” 

Hoje enfrenta na rotina de procedimentos:

  • Sondas vesicais, enterais;
  • curativos de diversas origens (traumático, cirúrgico, venoso, etc.);
  • Coletas de exames variadas (papanicolau, sangue).
  • Injeções e infusões

O paciente também tem medo e precisa da ajuda do profissional de saúde

No caso de Gabriela, ela relata que executa diversos procedimentos, e cada dia supera seus medos, pois precisa lidar com os medos dos pacientes e sua adesão aos tratamentos. Ela deixa que a responsabilidade guie a superação das inseguranças.

Referências para a publicação:

¹Jamjoom AA, Nikkar-Esfahani A, Fitzgerald JE. Operating theatre related syncope in medical students: a cross sectional study. BMC Med Educ. 2009;9:14.

Enfª MsC. Gabriela Dorth

Sara Cohen. Will My Squeamishness Subside During Medical Training? – Medscape – Dec 29, 2009.

 

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Christiane Ribeiro
Técnico de Enfermagem Intensivista (há 14 anos), atuante em UTI Adulto: Geral, Cardiológica, COVID-19. Além de ser profissional de enfermagem, sou ilustradora digital, e nos tempos livres dedico à ilustrações da saúde para estudantes e profissionais, e também sou uma influenciadora digital na enfermagem.
https://enfermagemilustrada.com

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