A Circulação Extracorpórea (CEC)

A Circulação Extracorpórea (CEC) é um recurso conceitualmente simples, seguro e de fácil manuseio.

Ela é utilizada na cirurgia cardíaca para desviar o sangue não oxigenado do paciente e devolver sangue reoxigenado para a sua circulação. Essa técnica é feita por uma bomba oxigenadora (máquina coração – pulmão).

Esta técnica é realizada por pelo profissional Perfusionista, é o membro da equipe habilitado para operar a máquina de Circulação Extracorpórea e demais acessórios, sendo responsável pela manutenção das funções cardiorrespiratórias do paciente durante o procedimento, além do seu equilíbrio bioquímico, hematológico e hidroeletrolítico.

Este profissional deve reunir qualidades como: agilidade, atenção, compromisso, consciência, ética, precisão, responsabilidade e, principalmente, interdisciplinaridade.

Como é o esquema?

Durante a circulação extracorpórea o sangue venoso é drenado para um reservatório e bombeado através de um oxigenador. O sangue oxigenado retorna para o recipiente através de um tubo conectado à circulação arterial.

O sangue extravasado (durante o procedimento) para o campo cirúrgico é drenado por bombas auxiliares, filtrado e devolvido para o reservatório e circulação do paciente. A temperatura do paciente pode ser controlada pelo sangue que passa em um trocador de calor integrado ao sistema de oxigenação.

As quatro finalidades da bomba oxigenadora são:

– Desviar a circulação do coração e dos pulmões, oferecendo ao cirurgião um campo sem sangue;
– Realizar todas as trocas gasosas para o corpo enquanto o sistema cardiopulmonar do paciente está em repouso;
– Filtrar, reaquecer e resfriar o sangue; e
– Circular o sangue filtrado e oxigenado de volta para o sistema arterial.

A máquina tem de ser ativada (cheia) antes de o procedimento começar. No passado, isso era feito com três a quatro litros de sangue heparinizado, mas hoje em dia geralmente é feito com solução fisiológica cristaloide (por exemplo, lactato de Ringer).

Após a abertura do tórax do paciente o cirurgião introduz duas cânulas de largo calibre no átrio direito e, em seguida, nas veias cavas inferior e superior e cateteres de sucção dentro da cavidade torácica e dentro dos ventrículos.

Antes do início da circulação extracorpórea, o paciente necessita ser anticoagulado para neutralizar a cascata da coagulação pelo contato sanguíneo com tubos e circuitos não endotelizados. Isso é possível por meio da administração intravenosa de heparina, geralmente na dose de 300 a 400 U/kg (3 a 4 ml/kg).

Em seguida, o sangue é bombeado das veias cavas, da cavidade torácica e dos ventrículos para dentro da bomba oxigenadora. Na máquina, o trocador de calor reaquece (ou esfria o sangue, se o cirurgião desejar hipotermia).

Um oxigenador em seguida remove o dióxido de carbono do sangue e adiciona oxigênio. Finalmente o sangue passa por meio de um filtro que remove as bolhas de ar e outros êmbolos antes de retornar esse sangue para o corpo através da aorta.

Procedimento para finalização da circulação extracorpórea:

– Depois de o procedimento intracardíaco ter sido completado, todo o ar deve ser evacuado do ventrículo esquerdo. Uma dose aquecida de solução cardioplégica pode ser dada, depois da qual a pinça de clampeamento é removida;

– Muitas vezes, a desfibrilação é espontânea com a remoção do clampeamento aórtico e entrada de sangue quente dentro da circulação coronária. Se não ocorrer, torna-se necessária a desfibrilação elétrica. Cabos de marca-passo temporário são conectados ao átrio e ao ventrículo;

– É reduzido o fluxo de sangue venoso à bomba. O fluxo arterial também é reduzido para igualar o retorno venoso. Quando o funcionamento cardíaco for suficiente e a pressão sanguínea sistêmica tiver se estabilizado, o retorno venoso é reduzido ainda mais e o paciente é desligado da circulação extracorpórea, pinçando-se todas as vias de acesso e parando a bomba;

– À medida que são removidos os cateteres de canulação, as suturas em bolsas são apertadas e cortadas. Suturas adicionais podem ser necessárias para hemostase;

– Os tubos torácicos devem ser introduzidos dentro do pericárdio (e da cavidade pleural, caso a pleura tenha sido aberta);

– É administrado sulfato de protamina, um antagonista da heparina;

– Usualmente o pericárdio é deixado aberto, de modo que o acúmulo de secreções não produza tamponamento cardíaco.

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