Uma Arteriopatia é uma doença onde as artérias são obstruídas impedindo o fluxo de sangue. Trata-se de um problema bastante comum e responsável por grande número de mortes.
Especialmente quando ocorre na aorta, artéria responsável pelo fluxo do sangue do coração para as outras partes do corpo. Porém, com diagnóstico precoce a chance de cura aumenta.
O que Causa uma Arteriopatia?
A oclusão ou obstrução pode acontecer por uma série de motivos:
- Embolia – que é uma doença do coração, sendo uma condição grave que ocorre quando um coágulo de sangue interrompe o fluxo sanguíneo em uma artéria.;
- Trombose – que também é uma doença das artérias, ocorre quando há formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias grandes das pernas e das coxas;
- Traumatismo arterial – como, por exemplo, a perfuração da região por uma bala disparada por arma de fogo;
- Aterosclerose – a progressiva diminuição do calibre arterial leva a uma deficiente irrigação periférica;
- Vasculites – quando a parede arterial sofre um processo inflamatório, seja ela local apenas, ou parte de uma doença inflamatória generalizada. Entre estas vasculites pode-se citar a Tromboangeite obliterante e a Arterite de células gigantes ou de Takayasu;
- Aneurisma – é caracterizado pela dilatação anormal de um vaso sanguíneo causado pelo enfraquecimento das paredes do vaso, por trauma ou por doença vascular;
- Claudicação Vascular – Indica uma oclusão arterial crônica grave (doença arterial periférica), geralmente por aterosclerose. O quadro pode estar relacionado ao uso crônico de cigarro, à hipertensão arterial e processo aterosclerótico.
Quais os sintomas que pode ocasionar?
A dor é o principal sintoma das arteriopatias oclusivas. Normalmente ela começa sem grande intensidade e vai ganhando força com o passar do tempo.
Também há relatos de formigamento, sentimento de frio ou calor intenso, pressão (mesmo que não haja qualquer estímulo), paralisia de membros e palidez nas extremidades do corpo.
A Arteriopatia Funcional
Uma Arteriopatia funcional primária é aquele em que não existe fator orgânico no mecanismo (fisiopatologia) da doença ou tais fatores não podem ser detectados pelos métodos de exame de rotina, e a uma evolução da arteriopatia pode ser aguda ou crônica.
A apresentação clínica aguda caracteriza-se pelo vaso espasmo intenso, demonstrável clinicamente e radiologicamente (arteriografia), ou seja, a síndrome isquêmica aguda.
Nas formas clínicas agudas, o tratamento cirúrgico consiste em bloqueios das cadeias simpáticas e de nervos somáticos, se necessário.
Excepcionalmente, é praticada a cirurgia de ressecção do simpático.
A Classificação das Arteriopatias Funcionais
Agudas
- Espasmo arterial pós-traumático;
- Espasmo arterial após embolizações de pequeno diâmetro;
- Espasmo arterial após trombose venosa maciça.
Crônicas
- Doença de Raynaud;
- Distrofia simpática reflexa;
- Dermografismo;
- Hiperhidrose essencial;
- Livedo reticular;
- Membro fantasma;
- Acrocionose.
Mistas
- Eritromialgias;
- Eritema pérnio;
- Crioglutiminas e crioglobulinas;
- Criofibrinogemia;
- Edema angionecrótico.
Secundárias
- Arterites (inclusive tromboangeíte de Leo Buerger);
- Arterioesclerose;
- Colagenoses.
Como é feito o Diagnóstico?
A Maioria das arteriopatias pode ser diagnosticada através de exames clínicos. O médico pode sentir sua formação apalpando a região. Mas há também várias possibilidades de exames de imagens que facilitam a confirmação do diagnóstico e apresentam também a extensão do problema: ultrassonografia, ressonância magnética e doppler são alguns deles.
Como é tratado?
Nos casos mais leves é possível controlar a situação com a mudança de hábitos alimentares do paciente aliadas ao combate ao sedentarismo.
Nesse caso, o médico tem apenas que acompanhar regularmente o desenvolvimento da obstrução.
Em alguns momentos há a possibilidade do uso de medicamentos. Quando o quadro não apresenta qualquer melhora, a cirurgia se torna a melhor opção.
Se for realizada de forma planejada e antes de uma crise grave, a possibilidade de sucesso é significativamente maior que das operações de emergência.
Os métodos cirúrgicos
Simpatectomia cervico-torácica
Consiste na ressecção do pólo inferior do terceiro gânglio cervical, que normalmente está fusionado com o primeiro gânglio torácico, além do segundo e terceiro gânglios torácicos.
A cirurgia pode ser feita a céu aberto, ou seja, com incisão de cerca de 5 centímetros no bordo superior da clavícula, ou mais freqüentemente, na atualidade, por videotoracoscopia.
Simpatectomia lombar
Consiste na ressecção de gânglios simpáticos lombares em quantidade mínima de 2 a 3 gânglios. As indicações são muito semelhantes às da simpatectomia cervico-torácica, e a cirurgia igualmente pode ser feita por videotoracoscopia ou a céu aberto, por incisão lombar.
Eventualmente, alguns casos de gangrena diabética têm a indicação de simpatectomia lombar, desde que ampliada, com a retirada de mais de 3 gânglios lombares.
Alguns Cuidados de Enfermagem
- Observar e anotar estado de consciência e o nível da dor;
- Cuidado com os dispositivos invasivos;
- Mudança de decúbito a cada duas horas;
- Estimular a deambulação;
- Troca diária do curativo caso o tenha;
- Monitorar as extremidades quantos as áreas de calor, vermelhidão, dor ou edema;
- Manter a hidratação adequada para diminuir a viscosidade do sangue;
- Elevar o membro afetado conforme orientação médica;
- Administrar medicamentos para dor conforme prescrição médica;
- Atentar para utilização diária das profilaxias mecânicas e medicamentosas;
- Ofertar dieta leve e hipo gordurosa e se em caso de diabéticos, dieta especial para D.M, conforme prescrição médica.