Atresia Esofágica

A Atresia de Esôfago ou Atresia Esofágica (AE),  é uma anomalia da formação e separação do intestino anterior e primitivo em traqueia e esôfago, que ocorre na quarta ou quinta semana de desenvolvimento embriológico.

Há uma interrupção da luz esofagiana, podendo haver ou não comunicação entre este e a traqueia.

É a causa mais frequente de cirurgia torácica no recém nascido, com uma incidência de 1:3.000 nascidos e discreta predominância no sexo masculino e em brancos.

Os Principais Tipos de AE

Os principais tipos de atresia são:

  • AE isolada (AE sem fístulas),
  • AE com FTE proximal,
  • AE com FTE distal,
  • AE com FTE distal e proximal e
  • FTE isolada.

Como é diagnosticado?

Por dois métodos:

  • Pré-natal: Ultrassonografia;
  • Pós-natal: SNG e radiografia,

A ultrassonografia pré-natal de rotina pode sugerir atresia de esôfago. Pode haver polidrâmnio, mas não fornece o diagnóstico porque também pode estar em muitas outras doenças. A bolha gástrica do feto pode estar ausente, porém em < 50% dos casos. Menos frequentemente aparece uma bolsa dilatada na parte superior do esôfago, quase sempre no feto com polidrâmnio e sem a bolha gástrica.

Após o parto, uma sonda nasogástrica (SNG) é inserida se ultrassonografia ou achados clínicos pré-natal sugerirem atresia esofágica; o diagnóstico é sugerido pela incapacidade de inserir a sonda no estômago. Um cateter radiopaco determina a localização da atresia à radiografia. Em casos atípicos, pequena quantidade de contraste hidrossolúvel pode ser necessária para definir a anatomia sob fluoroscopia. O material contrastado deve ser rapidamente aspirado de volta porque sua penetração nos pulmões pode causar pneumonite química. Este procedimento deve ser realizado apenas por radiologista treinado no centro onde a cirurgia neonatal será feita.

As Associações com o AE

A associação de malformações a AE são comuns, ocorrendo em 50 a 70% dos casos.

As mais comuns são: cardíacas, gastrintestinais, genitourinárias e esquelética.

Também deve ser investigado anomalias cromossômicas e a Síndrome VACTER (Vertebral, Anorretal, Cardíaca, Traqueoesofágica, Renal), que é um conjunto de malformações associadas e acometem 10% das crianças com AE.

Os Sintomas

Os sintomas variam de acordo com a topografia acometida.

Há falha na tentativa de sondagem gástrica, impossibilidade de deglutição, ocorrendo salivação abundante e aerada.

Quando a AE estiver associada à fístula traqueal, haverá distensão gasosa abdominal, e quando não houver esta associação, haverá abdome escavado.

O Tratamento

Por meios cirúrgicos:

O procedimento pré-operatório tem por objetivo dar à criança ótimas condições para a cirurgia e prevenir pneumonia aspirativa, o que tornaria a correção cirúrgica mais perigosa.

A alimentação oral é suspensa. A sucção contínua com uma SNG na bolsa esofágica superior impede a aspiração da saliva deglutida.

O lactente deve adotar a posição em pronação com a cabeça elevada 30 a 40° e voltado para a direita, para facilitar o esvaziamento gástrico e minimizar os riscos de aspiração do ácido gástrico através da fístula.

Se houver necessidade de adiar a cirurgia em decorrência de prematuridade extrema, pneumonia aspirativa ou outra malformação congênita, uma sonda de gastrostomia é inserida para eliminar a compressão do estômago. A sucção através da gastrostomia reduz o risco de refluxo do conteúdo gástrico para a árvore traqueobrônquica, através da fístula.

Quando as condições do lactente se estabilizarem, poderão ser realizados reparação cirúrgica extrapleural da atresia e fechamento da fístula traqueoesofágica.

Ocasionalmente, poderá ser necessária a interposição de um segmento do colo entre os segmentos do esôfago.

As Complicações

As complicações agudas mais comuns são vazamentos no local da anastomose e na formação da estenose. Após cirurgia bem-sucedida, dificuldades alimentares são frequentes em razão da deficiente motilidade do segmento esofágico distal (até 85% dos casos) e que predispõe o lactente a RGE.

Essa baixa motilidade predispõe o recém-nascido ao refluxo gastroesofágico. Se o tratamento conservador para o refluxo falhar, pode ser necessária fundoplicadura de Nissen.

Os Cuidados de Enfermagem

Dentre os cuidados de enfermagem desenvolvidos no pré-operatório ao neonato destacam-se:

  • Elevar o decúbito;
  • Mantê-lo em jejum;
  • Realizar lavagem e aspiração contínua das secreções do coto esofágico superior com uma sonda;
  • Administrar antibióticos profiláticos;
  • Manter acesso venoso para suporte calórico;
  • Monitorar o neonato e avaliar o quadro respiratório;
  • Controlar balanço hídrico;
  • Procurar tranquilizar a criança e orientar os pais a participarem dos cuidados,
  • Mantendo-os informados sobre o progresso do seu filho.

Os cuidados de enfermagem no pós-operatório são os mesmos descritos no pré-operatório acrescentando:

  • O controle dos sinais vitais;
  • Aspiração das vias aéreas superiores e da cânula endotraqueal, verificando a sua fixação;
  • Cuidados com a gastrectomia, mantendo a sonda aberta e anotar o volume e características das secreções;
  • Administrar analgésicos CPM;
  • Suspensão do jejum atentar para a alimentação pela gastrectomia e/ou por via oral quando esta for instituída;
  • Não remover, nem ajustar a sonda gástrica;
  • Manter cuidado também com a esofagectomia se for o caso.
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