Porque os carrinhos de emergência ficam lacrados?

Os carrinhos de emergência são lacrados para garantir a integridade e a prontidão dos equipamentos e medicamentos que contêm.

O lacre assegura que o conteúdo do carrinho esteja completo, organizado e não tenha sido utilizado ou comprometido desde a última verificação.

Motivos para ter um lacre em seu carrinho de emergência

  1. Segurança dos Medicamentos: Os carrinhos de emergência contêm medicamentos controlados e outros suprimentos médicos essenciais que precisam ser mantidos seguros e protegidos. O lacre evita o acesso não autorizado e o roubo.
  2. Controle de Inventário: O lacre ajuda a manter o controle do inventário dos suprimentos médicos. Ele garante que todos os suprimentos estejam presentes e contabilizados, e que nenhum item seja removido sem autorização.
  3. Prevenção de Contaminação: Os carrinhos de emergência precisam ser mantidos livres de contaminantes para garantir a segurança do paciente. O lacre impede a entrada de poeira, sujeira e outros contaminantes no carrinho.
  4. Prontidão para Emergências: Os carrinhos de emergência são projetados para serem usados em situações de emergência. O lacre garante que o carrinho esteja pronto para uso imediato, sem atrasos devido à verificação de inventário ou à procura de itens ausentes.
  5. Responsabilidade Legal: Em alguns casos, os hospitais são legalmente responsáveis ​​por manter o acesso seguro aos medicamentos controlados. O lacre ajuda a atender a esses requisitos legais.

O lacre é rompido apenas quando o carrinho é necessário para uma emergência, após o qual ele deve ser reabastecido e relacrado para garantir que esteja sempre pronto para o próximo uso. É uma prática padrão em hospitais e clínicas para manter a qualidade e a eficiência do atendimento de emergência.

Em resumo, os carrinhos de emergência são lacrados para garantir a segurança dos medicamentos, manter o controle do inventário, prevenir a contaminação, agilizar a prontidão para emergências e cumprir as responsabilidades legais.

Referência:

  1. https://uece.br/eventos/enfermaio/anais/trabalhos_completos/472-44406-12042019-202721.pdf

Como abrir um pacote/embalagem estéril?

Uma embalagem ou pacote estéril é um recipiente selado que contém suprimentos médicos ou instrumentos que foram esterilizados para estarem livres de microorganismos.

A própria embalagem também é esterilizada e lacrada de forma a manter a esterilidade do seu conteúdo até ser aberta.

Para que são utilizadas as embalagens estéreis?

As embalagens estéreis são utilizadas para quaisquer procedimentos que exijam um ambiente estéril (por exemplo, cirurgias, curativos, inserções de cateteres). O principal objetivo da utilização de embalagens estéreis é prevenir a contaminação e minimizar o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde.

Tipos comuns de embalagens estéreis

As embalagens estéreis usadas com frequência incluem:

  • Bolsas intravenosas
  • Blisters (por exemplo, suturas, bisturis)
  • Frascos de vidro ou plástico (por exemplo, contendo soro fisiológico, medicamentos)
  • Pacotes peel (instrumentos cirúrgicos)
  • Tubos estéreis (para aplicação de cremes estéreis)
  • Pacotes de bandejas (conjuntos personalizados de instrumentos/suprimentos, [por exemplo, para inserção de cateter])
  • Luvas estéreis

Como deve ser manuseada uma embalagem estéril?

Etapas para evitar contaminação durante o procedimento de abertura:

  • Certifique-se de ter uma superfície limpa e plana para colocar a embalagem (alguns procedimentos podem exigir um campo estéril).
  • Se transferir conteúdo estéril para outro campo estéril, utilize uma pinça estéril ou uma técnica de “derramamento” para líquidos, garantindo que não toca nas superfícies estéreis com objetos não estéreis.
  • Descarte a embalagem em um recipiente apropriado para resíduos após a abertura e uso.

Antes de abrir uma embalagem estéril

  • Verifique a embalagem quanto a umidade ou marcas de sujeira.
  • Verifique se há rasgos ou aberturas.
  • Verifique a data de validade.
  • Verifique se a fita estéril está intacta.

Etapas para abrir uma embalagem estéril

  1. Realize a higiene das mãos.
  2. Segure a embalagem pelas bordas não lacradas (pétalas) com os polegares e separe-a com cuidado.
  3. Segure a embalagem enquanto expõe o item estéril.
  4. O item estéril exposto pode então ser entregue à equipe cirúrgica ou colocado suavemente no campo estéril.

Referência:

  1. Buckner B. Opening sterile surgical packs. J Med Insight. 2024;2024(300.4). doi:10.24296/jomi/300.4.

Tala para imobilização de acesso venoso

O uso de tala em crianças com cateter venoso periférico (CVP) pode ser necessário para evitar que o cateter se mova ou se desconecte, causando complicações como sangramento, infiltração, trombose ou infecção.

O Parecer COREN-SP Nº 022/2020

Ante o acima exposto, entende-se que o uso de dispositivos de imobilização física, tipo tala, para proteger locais de acesso vascular em pacientes pediátricos é prática que oferece riscos e seu uso não deve ser rotineiro, e não deve ser utilizado com recém-nascidos e lactentes jovens.

Cabe ao enfermeiro avaliar os riscos e benefícios do uso de dispositivos de imobilização física do tipo tala na criança, caso haja indicação para sua aplicação, e esta deve ser executada conforme Protocolo Institucional, contendo informações sobre idade da criança, tipos de dispositivos indicados para imobilização, meios de proteção da criança, tempo e uso do dispositivo, avaliação periódica do local imobilizado em busca de sinais de complicação e de queixas de desconforto, obtenção da autorização da família e concordância da criança.

Reforça-se que a execução de toda e qualquer atividade deve estar embasada na Sistematização da Assistência de Enfermagem, por meio do Processo de Enfermagem, conforme Resolução Cofen nº 358/2009, com permanente avaliação do processo de trabalho e o registro adequado dos procedimentos realizados.

Os Cuidados

A tala deve ser aplicada com cuidado, respeitando a anatomia e a circulação do membro, e deve ser trocada periodicamente para avaliar a pele e o estado do cateter. A tala também deve ser confortável e segura para a criança, evitando que ela se sinta angustiada ou restrita.

Algumas dicas para o uso de tala em crianças com CVP são:

  • Escolher o material adequado para a tala, como gesso, plástico ou espuma, de acordo com a disponibilidade, o custo e a preferência da criança.
  • Medir o tamanho da tala de acordo com o comprimento e a largura do membro, deixando uma margem de 1 a 2 cm para evitar compressão excessiva.
  • Proteger a pele do membro com gaze ou algodão, especialmente nas áreas de maior atrito ou pressão, como cotovelos, pulsos, joelhos e tornozelos.
  • Fixar o cateter com fita semi permeável transparente estéril, evitando dobras ou torções que possam obstruir o fluxo sanguíneo ou causar irritação na pele.
  • Colocar a tala sobre o membro, envolvendo-o com atadura ou faixa elástica, sem apertar demais ou deixar folgas. A tala deve cobrir todo o membro, desde a articulação acima até a articulação abaixo do local do cateter.
  • Verificar a circulação do membro, observando se há alterações na cor, na temperatura, no pulso ou na sensibilidade. Se houver sinais de comprometimento vascular, como palidez, cianose, frieza ou dormência, a tala deve ser afrouxada ou removida imediatamente.
  • Orientar a criança e os familiares sobre os cuidados com a tala, como evitar molhar, sujar ou danificar o material, manter o membro elevado e imóvel, e comunicar qualquer desconforto ou alteração no membro ou no cateter.
  • Registrar o procedimento de aplicação da tala, anotando o tipo de material usado, o tamanho da tala, o local do cateter e as condições do membro antes e depois da imobilização.
  • Revisar a tala a cada 24 horas ou conforme a necessidade, verificando o estado da pele, do cateter e da circulação do membro. Se houver necessidade de trocar a tala, repetir os passos anteriores com cuidado e higiene.

Referências:

  1. Parecer COREN-SP
  2. EBSERH

Transferência: Do leito para cadeira de rodas (Vice Versa)

O cuidado com o paciente durante a transferência do leito para a cadeira de rodas é crucial para garantir a segurança e o conforto do paciente.

Passo a Passo detalhado

Comunicação e Consentimento:

Antes da realização de qualquer procedimento de transferência, deve-se orientar a pessoa a ser transferida sobre todo o procedimento, fazendo com que a pessoa se torne conhecedora de cada movimento que será realizado.

Transferência realizada por uma pessoa

  • Transferência da cadeira de rodas para cama ou vice versa;

Procedimento:

  • O primeiro passo é organizar o entorno, ou seja, o paciente e a cadeira. O paciente deve estar sentado e a cadeira de rodas a 45 graus da cama. O profissional que irá realizar transferências deve estar na frente do paciente e ao lado da cadeira de rodas.
    • Uma dica importante: se o cliente tem um lado do corpo comprometido, vamos deixar o lado são virado para a cadeira.
    • O paciente deve estar sentado na beira da cama, com os pés bem apoiados no chão e o tronco inclinado para frente.
    • O profissional deve se posicionar à frente do paciente, pedir que ele coloque as mãos sobre os ombros do profissional (se um braço estiver comprometido, só será apoiado o braço são). As mãos do profissional podem estar sobre os ombros do cliente, sobre as escápulas ou ainda segurando a calça/short.
  • O segundo passo é orientar o paciente o que será feito e como ele deve participar. O profissional combinará com o paciente que ao contar três (1, 2, 3…) ele será elevado em direção à cadeira de rodas e deve participar o máximo que conseguir.
    • Em seguida, o profissional faz a contagem, inclinando mais o corpo do cliente à medida que conta e, quando o paciente levantar, continua a dar a orientação ao paciente, pedindo para ele girar o corpo em direção à cadeira.
  • O terceiro passo consiste em sentá-lo e perceber se está bem posicionado no assento, com o tronco sobre o encosto, para que os pés possam ser colocados sobre os apoios e o braço da cadeira abaixado.
    • Lembre-se de que o correto posicionamento do paciente não apenas influencia o conforto, mas também afeta sua resposta clínica e recuperação. Portanto, execute a transferência com cuidado e atenção aos detalhes .

Transferência realizada por duas pessoas

  • Da cama para a cadeira ou vice versa;
  • Da cadeira para a maca ou vice versa;

Profissional nº1: Fica atrás do paciente, com uma de suas pernas ao lado da cadeira de rodas e a outra posicionada já em cima do local que o paciente irá ser transferido (quando possível). Ele abraça o paciente pelo tórax, segurando pelos braços.

O profissional precisa apoiar a parte inferior do tórax com seus antebraços, prevenindo a elevação da coluna e o alongamento do paciente durante o levantamento.

Profissional nº2: fica em pé de frente à lateral da cama. Ele eleva os MMII do paciente, com um dos braços sob as coxas e o outro sob as pernas ou ambas as pernas.

Procedimento:

A pessoa nº1 ou nº2 que estará realizando a transferência agirá como comandante da transferência (geralmente a pessoa que fica no tronco é quem comanda), ele irá explicar a pessoa transferida todo o procedimento além de dar os comandos para a segunda pessoa que estará auxiliando na transferência.

O comandante contará até três e em sincronia com a segunda pessoa irá levantar o paciente e coloca-lo no local destinado.

Referências:

  1. Artmed
  2. Portalenf

Evolução de Enfermagem: Método DAR

A evolução de enfermagem é uma etapa fundamental do processo de enfermagem, que consiste em avaliar as respostas do paciente às intervenções realizadas e verificar se os resultados esperados foram alcançados.

Para isso, o enfermeiro deve utilizar um método de registro que seja claro, objetivo e padronizado, facilitando a comunicação entre os profissionais e a continuidade da assistência.

Método DAR

Um dos métodos mais utilizados para a evolução de enfermagem é o método DAR, que significa Dados, Ações e Resultados.

Esse método foi proposto por Horta em 1979, baseado na teoria das necessidades humanas básicas de Maslow.

O método DAR permite ao enfermeiro registrar os dados coletados na avaliação do paciente, as ações realizadas para atender às suas necessidades e os resultados obtidos com essas ações.

O método DAR apresenta algumas vantagens, como:

  • Facilita a organização e a sistematização das informações;
  • Permite a identificação dos problemas de enfermagem e a avaliação dos cuidados prestados;
  • Favorece a análise crítica e a tomada de decisão do enfermeiro;
  • Contribui para a qualidade e a segurança da assistência de enfermagem.

Para aplicar o método DAR, o enfermeiro deve seguir os seguintes passos:

  1. Registrar os dados coletados na avaliação do paciente, utilizando termos técnicos e científicos, sem emitir opiniões ou julgamentos. Os dados devem ser relevantes, precisos e atualizados, e podem incluir sinais vitais, exames laboratoriais, queixas, comportamentos, entre outros.
  2. Registrar as ações realizadas pelo enfermeiro ou pela equipe de enfermagem para atender às necessidades do paciente, de acordo com a prescrição de enfermagem. As ações devem ser descritas de forma clara, concisa e completa, indicando a data, a hora, a frequência, a dose, a via, o material utilizado, a técnica empregada, as orientações fornecidas, entre outros aspectos.
  3. Registrar os resultados obtidos com as ações realizadas, verificando se houve melhora, piora ou manutenção do estado do paciente. Os resultados devem ser comparados com os objetivos estabelecidos na prescrição de enfermagem, e devem ser mensuráveis, observáveis e verificáveis. Caso os resultados não sejam satisfatórios, o enfermeiro deve revisar o plano de cuidados e propor novas intervenções.

Um exemplo de evolução de enfermagem pelo método DAR é:

D: Paciente com dor abdominal intensa, referindo náuseas e vômitos. Apresenta distensão abdominal, ruídos hidroaéreos diminuídos e ausência de eliminação de fezes e gases há 3 dias. Temperatura: 37,8°C; Pressão arterial: 150×90 mmHg; Frequência cardíaca: 110 bpm; Frequência respiratória: 24 irpm; Saturação de oxigênio: 95%. Hemograma: leucócitos: 12.000/mm³; hemoglobina: 13 g/dL; hematócrito: 40%. Radiografia abdominal: alças intestinais dilatadas e com níveis hidroaéreos.

A: Administrado analgésico (dipirona 1g) e antiemético (metoclopramida 10 mg) por via endovenosa, conforme prescrição médica. Realizado cateterismo vesical de demora, com saída de 300 mL de urina amarelo-clara. Colocado sonda nasogástrica nº 14, com drenagem de 500 mL de líquido bilioso. Orientado sobre os procedimentos realizados e a importância de permanecer em jejum. Monitorado os sinais vitais e o balanço hídrico.

R: Paciente refere alívio da dor abdoaminal após a administração do analgésico. Não apresenta mais náuseas e vômitos. Mantém distensão abdominal, ruídos hidroaéreos diminuídos e ausência de eliminação de fezes e gases. Temperatura: 37,2°C; Pressão arterial: 140×80 mmHg; Frequência cardíaca: 90 bpm; Frequência respiratória: 20 irpm; Saturação de oxigênio: 97%. Hemograma: leucócitos: 10.000/mm³; hemoglobina: 13 g/dL; hematócrito: 40%. Radiografia abdominal: alças intestinais dilatadas e com níveis hidroaéreos.

Referências:

  1. COFEN
  2. Sumários.org

Degermação Cirúrgica

A degermação cirúrgica é um procedimento que visa reduzir o risco de infecções nos sítios cirúrgicos, removendo a flora bacteriana e outros resíduos da pele.

Para isso, utiliza-se uma solução antisséptica degermante, como a clorexidina a 2%, e uma escovação mecânica das mãos e dos antebraços.

A degermação cirúrgica é uma medida importante de prevenção e controle de infecções hospitalares.

Executor

A atividade pode ser realizada pelo enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar de enfermagem, médicos, residentes, todos aqueles que forem participar do procedimento.

Materiais Necessários

  • Água corrente;
  • Clorexidina degermante a 2%;
  • Escova descartável (esponja) ou a escova descartável já impregnada com a clorexidina degermante a 2%;
  • Compressas cirúrgicas.

Passo a Passo

  • Retirar os adornos (anéis, pulseiras, relógios, etc.);
  • Abrir a torneira e molhar as mãos, antebraços e cotovelos;
  • Molhar as mãos e antebraços até os cotovelos, manter as mãos em altura superior aos cotovelos, a água deve fluir da área menos contaminada para a mais contaminada;
  • Friccionar a esponja da escova, contendo solução degermante antisséptica para uso individual por 5 (cinco) minutos para a primeira cirurgia do dia e por 3 (três) minutos para as cirurgias subsequentes, se realizadas dentro de 1 (uma) hora após a primeira escovação;
  • Escovar as mãos e antebraços, iniciando pela ponta dos dedos (cerda), seguindo com a esponja para os espaços interdigitais, face palmar, face dorsal das mãos, face anterior e posterior do antebraço e cotovelo, mantendo as mãos sempre em nível acima dos cotovelos;
  • Enxaguar as mãos e antebraços em água corrente, no sentindo das mãos para os cotovelos, retirando todo o resíduo do produto;
  • Fechar a torneira com o cotovelo;
  • Secar as mãos com compressas estéreis, realizando movimentos compressivos, iniciando pelas mãos e seguindo pelos antebraços e cotovelos, atentando para utilizar as diferentes dobras de compressas para regiões distintas;

Recomendações

  • Realizar a degermação no pré-operatório antes de qualquer procedimento cirúrgico;
  • Realizar a degermação antes da realização de procedimentos invasivos (inserção de cateter venoso central, punções, drenagens de cavidades, pequenas suturas, instalação de diálise, entre outros);
  • Manter as unhas naturais, limpas e curtas;
  • As cerdas da escova são utilizadas somente para limpeza das unhas. A parte macia da esponja é utilizada para todo restante do procedimento;
  • A escoriação das mãos por escovas de cerdas duras ou por reação alérgica a antissépticos pode facilitar o crescimento de bactérias gram negativas.

Ações em caso de não conformidade

  • Refazer o procedimento se contaminar as mãos.

Referências:

  1. ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Segurança do Paciente em Serviços de Saúde: Higienização das Mãos. 2009.
  2. BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 42 de 26 de outubro de 2010. Dispõe sobre a obrigatoriedade de disponibilização de preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde do País, e dá outras providências. Disponível em: http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/rdc42-de-25-de-outubro-de-2010. 
  3. RITZMAN, L; KRAJEWSKI, L. J.. Administração da produção e operações. São Paulo: Prentice Hall, 2004. 

Tricotomia: Novas Recomendações da OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou em 2016 novas recomendações para prevenir e combater infecções no ambiente cirúrgico. Essas diretrizes foram elaboradas por especialistas com base nas evidências científicas mais recentes e abordam os cuidados de saúde relacionados a infecções em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos.

A Importância da Prevenção de Infecções Cirúrgicas

Atualmente, em países de baixa e média renda, 11% dos pacientes que passam por cirurgias são infectados durante o procedimento.

No entanto, a magnitude das Infecções de Sítio Cirúrgico (ISC) ainda é desconhecida em muitos lugares devido à falta de um sistema nacional de notificação.

A subnotificação ocorre quando não há vigilância das infecções após a alta hospitalar dos pacientes. Por exemplo, a identificação das ISC pós-alta pode ser em torno de 74% do total das ISC.

Recomendação sobre Tricotomia

Uma das recomendações importantes diz respeito à tricotomia, ou seja, a remoção dos pelos da área cirúrgica. De acordo com a OMS, em pacientes submetidos a qualquer procedimento cirúrgico:

  • Cabelos/pelos não devem ser removidos ou, se absolutamente necessário, devem ser removidos apenas com máquinas de cortar.
  • A depilação é fortemente desencorajada, seja no pré-operatório ou na sala de cirurgia.

Essa recomendação visa reduzir o risco de infecção no sítio cirúrgico. A tricotomia realizada com aparelhos elétricos é menos lesiva à pele e tem taxas de ISC inferiores em comparação com a lâmina de barbear. Portanto, é importante seguir essas orientações para garantir a segurança do paciente durante procedimentos cirúrgicos.

Conclusão

As diretrizes da OMS para cirurgia segura são fundamentais para melhorar os resultados cirúrgicos e reduzir as infecções. A tricotomia adequada é uma parte essencial dessas medidas preventivas, contribuindo para a segurança e bem-estar dos pacientes.

Referências:

  1. Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
  2. APCD
  3. 3M
  4. EBSERH

Sedestação: O que é?

A Sedestação beira leito é uma técnica de reabilitação que consiste em colocar o paciente sentado na beira da cama, com os pés apoiados no chão ou em um banquinho. Essa posição ajuda a melhorar a circulação sanguínea, a respiração, a postura e o equilíbrio.

Além disso, estimula a independência e a autoestima do paciente, que pode realizar atividades simples como escovar os dentes, pentear o cabelo ou se alimentar e também ajuda a melhorar a circulação sanguínea, a respiração, a postura e o equilíbrio, além de prevenir complicações como úlceras de pressão, trombose e pneumonia.

Indicação

A sedestação beira leito pode ser realizada com pacientes acamados por longos períodos, que apresentam fraqueza muscular, dificuldade de movimentação ou risco de quedas.

O tempo e a frequência da sedestação dependem da condição clínica e da tolerância de cada paciente, mas geralmente varia entre 10 e 30 minutos, uma ou duas vezes ao dia.

A sedestação beira leito deve ser feita com o acompanhamento de um profissional de fisioterapia, que orienta o paciente sobre a forma correta de se sentar, respirar e relaxar, além de monitorar os sinais vitais e possíveis desconfortos.

Dispositivos para o auxílio

As estratégias atuais para sedestação à beira do leito em UTI incluem, comumente, a utilização de mais do que um profissional para garantir a segurança da mobilização, além de uma equipe preparada para o auxílio no momento dos exercícios durante a sedestação.

A utilização de dispositivos como cadeira confeccionada de tubos de PVC para ser colocada beira leito para auxiliar o paciente a se acomodar confortavelmente.

E o uso de poltronas em alguns casos onde o paciente consegue ajudar no momento da mobilização.

O desenvolvimento de dispositivos que permitam a mobilização precoce na beira do leito em UTI e que proporcione segurança aos profissionais e ao paciente, poderá aumentar a adesão da equipe multiprofissional a esse tratamento e reduzir o risco de eventos adversos associados à mobilização, contribuindo para a redução do tempo de internação e beneficiando a saúde do paciente na prevenção e no tratamento dos efeitos deletérios da imobilidade no leito, dentre eles a fraqueza muscular adquirida em UTI.

Referências:

  1. Dispositivo Para Posicionamento Seguro Em Sedestação a Beira Leito De Pacientes Adultos Internados Em Unidade De Terapia Intensiva Para Mobilidade Precoce. 2019.
  2. https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-nordeste/hulw-ufpb/acesso-a-informacao/gestao-documental/pop-procedimento-operacional-padrao/2019-1/urft-unidade-de-reabilitacao-de-fisioterapia-1/pop-urft-075-sedestacao-no-leito.pdf/@@download/file
  3. https://lume.ufrgs.br/handle/10183/202542
  4. da Rocha, F. O., da Costa, K. D. P., de Sousa, L. P., Lins, A., & de Souza, D. P. (2023). O impacto da sedestação beira leito no desmame ventilatório em pacientes em uso de ventilação mecânica invasiva. Brazilian Journal of Development, 9(9), 27316–27327. https://doi.org/10.34117/bjdv9n9-115

Prevenção de descaroçamento de frascos (Anti-Coring)

A perfuração do frasco pode ocorrer quando uma agulha é usada para perfurar a rolha de borracha do frasco ampola.

O evento adverso pode ocorrer quando uma agulha é usada para perfurar a rolha de borracha do frasco ampola, e acaba depositando dentro do medicamento um pedaço da rolha, e muitas vezes não é perceptível.

Por que isso representa um problema para o paciente?

O problema ocorre quando partes da rolha de borracha entram no conteúdo do frasco. Esses pequenos pedaços podem ser depositados dentro do frasco durante a preparação do medicamento e podem ser potencialmente injetados no paciente.

Se ocorrer descaroçamento, às vezes os pedaços podem ser tão pequenos que você não conseguirá vê-los com os olhos.

No entanto, para ajudar a diminuir a ocorrência de perfuração, a seguinte técnica pode ser executada:

Técnica de prevenção de descaroçamento de frascos (Anti-Coring)

  1. Lave as mãos e reúna os materiais: seringa com agulha acoplada, álcool em swab ou em algodão/gaze, frasco ampola para injetáveis.
  2. Retire a tampa da parte superior do frasco para injetáveis.
  3. Esfregue a rolha de borracha do frasco com álcool durante 30 segundos antes da penetração.
  4. Instile ar na seringa, se necessário. Mais informações sobre esta etapa, consulte a revisão sobre como retirar medicamentos de um frasco .
  5. Observe o desenho do alvo da rolha. Você está mirando na parte central da rolha de borracha com a agulha.
  6. Segure o corpo da seringa em um ângulo de 45 graus com o bisel da agulha posicionado para cima, no centro do alvo (o bisel é a abertura da ponta da agulha).
  7. Aplique pressão na ponta da agulha e, quando a agulha começar a penetrar, empurre o tampão para baixo enquanto gira simultaneamente a agulha em um ângulo de 90 graus em um movimento suave.
  8. Por último, injete o ar da seringa no espaço de ar do frasco, se necessário.

Referências:

  1. Medication Preparation Questions | Injection Safety | CDC. Cdc.gov. (2021) https://www.cdc.gov/injectionsafety/providers/provider_faqs_med-prep.html.Roth, J. (2007).
  2. How to Enter a Medication Vial Without Coring. Anesthesia & Analgesia, 104(6), 1615. https://doi.org/10.1213/01.ane.0000260552.76585.53

Dispositivos de Reposicionamento: Não recomendados pela NPUAP

A National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) é uma organização norte-americana dedicada à prevenção e tratamento de lesões por pressão.

Suas diretrizes são amplamente reconhecidas internacionalmente. No entanto, existem dispositivos de reposicionamento que a NPUAP não recomenda para prevenir essas lesões.

Dispositivos de Reposicionamento que não são recomendados

  • Almofadas de Pele de Carneiro Sintético: Evite o uso dessas almofadas. Elas podem criar áreas de elevada pressão, prejudicando os tecidos da pele.
  • Luvas Cheias de Água: O uso de luvas cheias de água também não é recomendado. Esses dispositivos podem exercer pressão excessiva em áreas específicas, aumentando o risco de lesões por pressão.
  • Bolsas de Fluido Intravenoso: Evite o uso dessas bolsas para reposicionamento. Elas não proporcionam uma distribuição uniforme da pressão e podem causar danos à pele.
  • Dispositivos de Argola ou “Donut”: Anéis ou dispositivos em forma de donut não são recomendados. As bordas desses dispositivos criam áreas de elevada pressão, que podem danificar os tecidos da pele.

Além disso, é importante lembrar que pacientes internados em UTIs, especialmente aqueles com dificuldade de reposicionamento, estão em risco aumentado de desenvolver lesões por pressão. O papel dos profissionais de enfermagem é crucial na prevenção e no tratamento dessas lesões, considerando as condições específicas de cada paciente.

A disseminação dessas informações é fundamental para garantir práticas seguras e eficazes na assistência aos pacientes. Mantenha-se atualizado e siga as orientações das diretrizes para promover a saúde da pele e prevenir lesões por pressão.