Alopécia Androgênica

Também conhecida como calvície padrão, a alopecia androgenética é a queda de cabelos progressiva, padronizada e determinada geneticamente que ocorre no couro cabeludo de homens e mulheres. Os androgênios e a genética participam da patogênese.

O termo alopecia androgenética é mais apropriado para se referir à queda de cabelos com padrão masculino, já que a maioria das mulheres dificilmente compartilha a via androgenética.

Um termo mais adequado para as mulheres seria a queda de cabelos de padrão feminino. O termo queda de cabelo padronizada será usado para se referir à queda de cabelo de ambos os sexos.

Os homens apresentam-se com afinamento do cabelo nas áreas temporais que avança para a área da coroa (vértice) conforme a alopécia evolui. As mulheres geralmente têm um afinamento mais difuso na área da coroa e um padrão diferente do tipo masculino.

O diagnóstico é clínico e baseia-se em reconhecer o padrão da queda de cabelo.

Os possíveis tratamentos são a finasterida oral e/ou solução ou espuma tópica de minoxidil para os homens e solução ou espuma tópica de minoxidil para mulheres.

Para as mulheres com alopecia de padrão feminino e hiperandrogenismo concomitante (<40% dos casos), devem-se considerar outras terapias de supressão de androgênios.

Fatores de Diagnóstico

  • história familiar de alopécia;
  • regressão gradual da linha capilar frontal, central e da coroa (vértice);
  • afinamento difuso da parte central do couro cabeludo com preservação da linha capilar frontotemporal;
  • etnia branca;
  • idade avançada;
  • síndrome do ovário policístico nas mulheres;
  • distúrbios de resistência insulínica;
  • câncer de próstata.

Sinais do início de calvície

Mudança perceptível na linha do cabelo

O sinal mais óbvio do início de calvície é a rarefação dos fios, ou seja, a pele do couro cabeludo começa a ficar visível.

À medida que a perda de cabelo vai se acentuando, além de finos, os fios se tornam menos numerosos e as entradas podem aumentar.

Se você está preocupado com a perda de cabelo, uma boa forma de verificar é comparar seu cabelo atual ao de fotos de alguns anos atrás, para verificar se os fios estão ficando ralos e a pele do couro cabeludo, mais aparente.

Afinamento do cabelo

Nem todo mundo vai perceber o início da calvície pala recuo da linha do cabelo. Algumas pessoas experimentam o chamado afinamento difuso. O afinamento difuso é um tipo de queda de cabelo progressiva, mais evidente no topo da cabeça.

Homens e mulheres costumam apresentar padrões diferentes para essa queda. Nos homens, é comum iniciar na chamada região do vertex (topo da cabeça) e ir avançando até a parte frontal. Já nas mulheres, essa perda atinge principalmente a chamada “região da coroa da cabeça” ou a parte central da cabeça, não costumando chegar até a frente.

Também neste caso, uma boa maneira de avaliar se esse processo está começando ou evoluindo é fazer registros fotográficos e ir comparando ao longo do tempo.

Alguns Cuidados

Mude seus hábitos

Embora a alopecia androgenética seja causada principalmente por características herdadas geneticamente, outros fatores também podem acelerar a queda do cabelo. Isso inclui tabagismo, estresse, deficiência de nutrientes, inflamações, alguns medicamentos, entre outros fatores.

Então, se você identificou os sinais do início da calvície, fique atento a esses possíveis hábitos ou condições de saúde. Às vezes, pequenas mudanças de comportamento ou o tratamento de fatores secundários pode desacelerar a queda de cabelo e contribuir para com o tratamento.

Conheça algumas ações importantes:

  • Evitar produtos agressivos que possam quebrar ou danificar seu cabelo, como alisadores, tinturas de cabelo e secadores com alta temperatura;
  • Evitar o uso de chapéus e toucas muito justas;
  • Escovar e pentear os cabelos de forma delicada;
  • Manter uma dieta saudável, com alimentos ricos em fibras, ferro, vitaminas do complexo B e gorduras saudáveis;
  • Não dormir com os cabelos molhados.

Referências:

  1. Starace M, Orlando G, Alessandrini A, et al. Female androgenetic alopecia: an update on diagnosis and management. Am J Clin Dermatol. 2020 Feb;21(1):69-84.
  2. Kanti V, Messenger A, Dobos G, et al. Evidence-based (S3) guideline for the treatment of androgenetic alopecia in women and in men – short version. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2018 Jan;32(1):11-22.
  3. Olsen EA, Messenger AG, Shapiro J, et al. Evaluation and treatment of male and female pattern hair loss. J Am Acad Dermatol. 2005 Feb;52(2):301-11.
  4. Olsen EA, Whiting D, Bergfeld W, et al. A multicenter, randomized, placebo-controlled, double-blind clinical trial of a novel formulation of 5% minoxidil topical foam versus placebo in the treatment of androgenetic alopecia in men. J Am Acad Dermatol. 2007 Nov;57(5):767-74.
  5. Kaufman KD, Olsen EA, Whiting D, et al. Finasteride in the treatment of men with androgenetic alopecia. Finasteride Male Pattern Hair Loss Study Group. J Am Acad Dermatol. 1998 Oct;39(4 Pt 1):578-89.
  6. Lucky AW, Piacquadio DJ, Ditre CM, et al. A randomized, placebo-controlled trial of 5% and 2% topical minoxidil solutions in the treatment of female pattern hair loss. J Am Acad Dermatol. 2004 Apr;50(4):541-53.

Penfigoide Bolhoso (PB)

O penfigoide bolhoso é uma doença bolhosa autoimune crônica e adquirida, caracterizada por autoanticorpos contra antígenos hemidesmossomais, resultando na formação de uma vesícula subepidérmica.

Geralmente, o penfigoide bolhoso ocorre em idosos e tem uma aparência clínica distinta. Existem diversas variações clínicas, sendo que uma delas ocorre na infância.

Na fase prodrômica e não bolhosa, um prurido de intensidade variável pode ser acompanhado por lesões eczematosas ou urticariformes durante semanas ou meses.

Na etapa bolhosa, vesículas ou bolhas características e tensas se desenvolvem na pele aparentemente normal ou eritematosa da erupção eczematosa ou urticariforme preexistente. Se as vesículas estourarem, as áreas com erosão e crostas cicatrizam lentamente, deixando uma hiperpigmentação pós-inflamatória.

As lesões geralmente são simétricas e favorecem os aspectos flexurais dos membros, a parte inferior do tronco e o abdome.

Fatores de Risco

  • idade entre 60 e 90 anos
  • alelo de classe II do complexo principal de histocompatibilidade (CPH)
  • sexo masculino

Principais sintomas

O principal sintoma indicativo de penfigoide bolhoso é o aparecimento de bolhas vermelhas na pele que podem surgir no corpo todo, sendo mais frequentes de surgirem nas dobras, como virilha, cotovelos e joelhos, e podem conter líquido ou sangue em seu interior. No entanto, há também casos relatados de penfigoide bolhoso que acometeu a região abdominal, os pés e as regiões oral e genital, porém essas situações são mais raras.

Além disso, essas bolhas podem surgir e desaparecer sem motivo aparente, serem acompanhadas de coceira e quando romperem podem ser bastante dolorosas, no entanto não deixam cicatrizes.

É importante que o dermatologista ou clínico geral seja consultado assim que surgirem as primeiras bolhas, pois assim é possível que seja feita uma avaliação e seja indicada a realização de alguns exames que permitam concluir o diagnóstico. Normalmente o médico solicita a realização da retirada de um pedaço da bolha para que possa ser feita observação em microscópio e exames laboratoriais como imunofluorescência direta e biopsia da pele, por exemplo.

Causas de penfigoide bolhoso

O penfigoide bolhoso é uma doença autoimune, ou seja, o próprio organismo produz anticorpos que atuam contra a própria pele, resultando no aparecimento das bolhas, no entanto ainda não é muito bem esclarecido o mecanismo pelo qual há a formação das bolhas.

Alguns estudos sugerem que pode ser desencadeada pela exposição à radiação ultravioleta, radioterapia ou após o uso de determinados remédios, como furosemida, espironolactona e metformina, por exemplo. No entanto são ainda necessários mais estudos que confirmem essa relação.

Além disso, o penfigoide bolhoso foi também associado com doenças neurológicas, como demência, doença de Parkinson, esclerose múltipla e epilepsia.

Como é feito o tratamento

O tratamento para penfigoide bolhoso deve ser feito de acordo com a orientação do dermatologista ou clínico geral e tem como objetivo aliviar os sintomas, evitar a evolução da doença e promover a qualidade de vida. Assim, na maioria dos casos é indicado o uso de medicamentos anti-inflamatórios como corticoides e imunossupressores.

O tempo de duração da doença depende do estado do paciente, podendo levar semanas, meses ou anos. Apesar de não ser uma doença de fácil resolução, o penfigoide bolhoso tem cura, podendo ser alcançada com a os remédios indicados pelo médico dermatologista.

Cuidados de Enfermagem

Indivíduos com pênfigo, independente de sua classificação, tendem a precisar de cuidados mais complexos, não só em ordem física, mas também emocionais e sociais. É de competência do enfermeiro proporcionar conforto e prevenção de agravos através dos conhecimentos adquiridos a partir das necessidades do seu cliente.

Os cuidados de enfermagem devem ser realizados correta e criteriosamente para que o período de remissão da doença seja o menor possível.

De acordo com Brandão et al. (2013), há indicação do uso de lençóis de plástico estéreis para evitar aderências e assim facilitar a movimentação do cliente no leito, além da recomendação do uso de curativos oclusivos que devem ser hidratados para prevenir perda de eletrólitos e formação de crostas e evitar infecções e úlceras por pressão.

O banho deve ser em água morna e, conforme a tolerância do paciente. Recomenda-se o uso de óleo como outra estratégia para evitar aderência a roupas ou lençóis. Em relação ao ambiente, este deve sempre estar limpo e, dependendo da gravidade da patologia o paciente deverá permanecer em isolamento.

A verificação dos sinais vitais e o acompanhamento da evolução das lesões e sinais flogísticos são importantes, assim como, as informações sobre possíveis efeitos colaterais das medicações prescritas devem ser repassadas aos pacientes.

Dessa maneira, o cuidado deve ser holístico e sempre incentivar o paciente ao autocuidado.

Referências:

  1. Zanella, Roberta Richter et al. Penfigoide bolhoso no adulto mais jovem: relato de três casos. Anais Brasileiros de Dermatologia [online]. 2011, v. 86, n. 2 [Acessado 9 Junho 2022] , pp. 355-358. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0365-05962011000200023&gt;. Epub 16 Maio 2011. ISSN 1806-4841. https://doi.org/10.1590/S0365-05962011000200023.

Doenças da Unha

As unhas são anexos dos dedos e tem a principal função de proteger a região de traumas e choques. Elas também têm como função a defesa e acabam dando mais precisão e firmeza na pegada.

Além de suas funções fisiológicas, as unhas servem também como importância ornamental e seu aspecto pode revelar doenças sistêmicas que atacam o corpo.

Elas têm muitas funções e muitas vezes passam esquecidas, se não fosse por aquela manicure do fim de semana, além disso elas também estão suscetíveis a ataques e doenças específicas que geralmente são muito incômodas.

As doenças das unhas

Paroníquia

A paroníquia é a inflamação da pele em torno da unha. Ela pode se iniciar com a perda da cutícula, através de traumatismos, ataques químicos (por produtos de limpeza, por exemplo) ou por remoção voluntária com alicate.

A perda de cutícula ocasiona a entrada de agentes agressores, causando inflamação, pus e dor. Pode provocar ainda a alteração da unha.

Para prevenir a condição, deve-se evitar o fator desencadeante da infecção e manter a integridade das cutículas, evitando a remoção excessiva.

É necessário sempre tratamento, realizado com medicamentos adequados a cada caso, para que não ocasione perda da unha e problemas maiores. Algumas causas:

  • Fungo;
  • Contatos químicos

Microníquia

Unhas muito pequenas, esse sintoma pode ser tanto patológico hereditário ou adquirido. Algumas causas:

  • Anormalidades genéticas;
  • Roer unhas;
  • Infecções;
  • Doenças vasculares;
  • Epilepsia

Acropaquia

É o espessamento das falanges terminais dos dedos das mãos e dos pés. Algumas causas:

  • Doenças cardíaca;
  • Fígado;
  • Malformações de artérias pulmonares;
  • Linfoma pulmonar;
  • Câncer de pulmão;
  • Tuberculose

Onicólise

É a separação da lâmina ungueal do leito ungueal na ponta do dedo. Algumas causas:

  • Colocação incorreta da presilha;
  • Psoríase;
  • Eczema;
  • Medicamentos como tetraciclina;
  • Doenças autoimunes

Anoníquia

É a ausência da lâmina ungueal. Algumas causas:

  • Exposição a substâncias que químicas capazes de danificar a matriz ungueal da unha;
  • Anormalidades do osso subjacente;
  • Má formações congênitas;
  • Traumatismos severos nas unhas

Referências:

  1. www.dermato.med.br/publicaçoes/artigos
  2. www.mdsaude.com/ Doençasinfectocontagiosas

Rash Cutâneo ou Exantema: Entenda o que é!

O exantema, conhecido também como rash cutâneo, é caracterizado pela presença de manchas vermelhas na pele que podem ser de vários tipos, dependendo do tamanho e formato das lesões. Muitas vezes, além da mudança de coloração da pele, podem ainda surgir sintomas como coceira, inchaço na pele, dor no local das manchas e febre.

Geralmente, o exantema surge devido a uma alergia, uso de medicamentos, infecções virais, bacterianas ou fúngicas, doenças autoimunes, estresse ou picadas de inseto.

O tratamento para aliviar o exantema depende das causas do surgimento das manchas vermelhas, mas na maior parte das vezes, deve-se procurar um clínico geral ou dermatologista que pode recomendar medicamentos ou pomadas para reduzir a coceira e a inflamação da pele.

Sintomas e tipos de exantema

O exantema pode ser de vários tipos e é classificados de acordo com tamanho e localização no corpo, como:

  • Súbito: também conhecido por roséola, é muito comum em bebês, e se apresenta como manchas pequenas avermelhadas espalhadas por todo corpo, sendo uma infecção causada pelo herpes vírus humano 6 (HHV-6);
  • Maculopapular: se manifesta como manchas de coloração rósea salientes sobre a pele, surge normalmente no tórax e abdome e acontece em várias doenças causadas por vírus como sarampo, rubéola e dengue;
  • Morbiliforme: caracteriza-se por pápulas vermelhas na pele com tamanho entre 3 a 10 mm, que se iniciam nos braços e pernas, podendo atingir todo o corpo e são típicas em doenças como mononucleose, dengue e hepatite;
  • Urticariforme: também chamada de urticária, surge como manchas vermelhas isoladas, de vários tamanhos, que provocam coceira intensa e é muito comum em reações alérgicas a alimentos ou medicamentos;
  • Papulovesicular: se apresenta como pápulas com conteúdo líquido, chamadas vesículas, que causam coceira, podem aparecer em qualquer parte do corpo e é comum em doenças tipo herpes ou varicela, mais conhecida como catapora;
  • Petequial: surge como pequenos pontos avermelhados na pele, que geralmente se iniciam na região do tórax, não provocam coceira e são causadas por problemas de coagulação ou plaquetas baixas.

Caso surjam manchas na pele características destes tipos de exantema, é importante consultar um clínico geral ou dermatologista, que vai avaliar outros sintomas. Além disso, também poderá solicitar a realização exames de sangue para recomendação do tratamento mais adequado.

Principais causas e tratamento

O exantema é um sintoma muito frequente em algumas condições de saúde e doenças, sendo que pode estar acompanhada de outros sintomas. Dentre as causas mais comuns do surgimento de manchas vermelhas na pele, estão:

1. Alergia

A alergia é uma reação das células de defesas do corpo, que acontece quando uma pessoa entra em contato com alguma substância irritante e um dos tipos mais comuns é a dermatite de contato.

A dermatite de contato pode ser desencadeada pelo contato da pele com produtos de beleza, produtos químicos como detergentes, borracha e látex ou até mesmo determinados tipos de plantas, que pode levar ao surgimento do rash cutâneo, ardência, coceira e, em alguns casos, espirros e dificuldade para respirar. Conheça outros sintomas de dermatite de contato.

Tratamento: é importante lavar a pele com água e sabão neutro, pois geralmente as manchas vermelhas causadas pela dermatite de contato desaparecem quando a pessoa não fica mais exposta ao produto que provocou alergia. Porém, se as manchas vermelhas aumentarem na pele e se surgir falta de ar, é necessário procurar rapidamente atendimento em um pronto-socorro..

2. Uso de medicamentos

O uso de medicamentos também pode causar alergia, pois em alguns casos, as células de defesa do corpo entendem os medicamentos como algum produto prejudicial. O sintoma mais comum de reações alérgicas aos medicamentos é o exantema do tipo urticária, que pode aparecer no tórax alguns minutos após a ingestão do medicamento ou até 15 dias depois de iniciado o tratamento.

Além da urticária, a alergia a medicamentos pode gerar outros sintomas como coceira na pele, inchaço nos olhos, chiado no peito e falta de ar, que podem ser provocados por medicamentos como a aspirina, dipirona sódica e outros anti-inflamatórios, antibióticos e anticonvulsivantes.

Tratamento: deve-se procurar um médico o mais brevemente possível, pois na maior parte das vezes é necessário suspender o medicamento que causou alergia, e fazer um tratamento que pode incluir o uso de medicamentos antialérgicos e/ou corticoides.

3. Infecções virais

O exantema muitas vezes está associado ao aparecimento de outros sintomas como febre, dor de cabeça, dor no corpo e ínguas no pescoço, sendo que nestes casos pode ser sinal de alguma doença causada por um vírus. As doenças virais que provocam exantema são muito comuns na infância, mas podem atingir pessoas de qualquer idade.

As principais doenças virais são sarampo, rubéola, mononucleose, varicela e são transmitidas por gotículas da saliva, do espirro ou através do contato direto com as lesões na pele. Doenças como dengue e zika também provocam manchas na pele e são causadas por vírus, mas são transmitidas por picadas do mosquito Aedes aegypti. Veja algumas formas naturais de afastar o mosquito Aedes aegypti.

Tratamento: o diagnóstico de algumas destas doenças poderá ser feito por um clínico geral ou pediatra, por isso, quando surgem estes sintomas, é necessário procurar um posto de saúde ou hospital. Antes de realizar exames de sangue para confirmar o diagnóstico, o médico vai avaliar as características do rash cutâneo, há quanto tempo que apareceu, o tamanho das manchas vermelhas e se a pessoa é vacinada ou não.

Como não existem medicamentos específicos para tratamento destas doenças, na maioria da vezes, o tratamento é baseado no uso de medicamentos para baixar a febre, aliviar a dor, repouso e ingestão de líquidos. A maneira ideal de evitar o aparecimento de algumas doenças virais é a vacina, que na maioria das vezes está disponível pelo SUS.

4. Infecções bacterianas

Algumas infecções causadas por bactérias também provocam o surgimento de exantema, por exemplo a celulite infecciosa. A celulite infecciosa atinge geralmente a região da perna e os principais sintomas são vermelhidão, inchaço, dor, sensibilidade ao toque e febre, podendo se espalhar para outras partes do corpo. A escarlatina e a doença de Lyme também são causadas por bactérias dos grupos Streptococcus e Staphylococcus e provocam sintomas como exantema e febre.

Ao surgirem sinais de vermelhidão do corpo e febre, é importante procurar atendimento de um clínico geral, pediatra ou dermatologista para iniciar o tratamento o quanto antes.

Tratamento: o tratamento para a maiorias destas doenças bacterianas consiste no uso de antibióticos orais entre 7 a 15 dias, e mesmo que os sintomas melhorem nos primeiros 3 dias, é preciso tomar os antibióticos durante o todo período que foi indicado pelo médico. Além disso, o médico poderá receitar alguns medicamentos para aliviar a dor e reduzir a febre, como analgésicos e anti-inflamatórios.

5. Infecções fúngicas

As infecções causadas por fungos são bastante comuns e atingem principalmente pessoas com imunidade baixa. A pele é uma das regiões do corpo mais atingidas por infecções deste tipo, assim como áreas úmidas e quentes, como a região entre os dedos dos pés e nos cantos das unhas, que são mais acometidas. Os sintomas mais frequentes das infecções fúngicas são manchas vermelhas no corpo, coceira, descamação e rachaduras na pele, e outros sintomas, como tosse, febre, mal estar, como acontece na micoplasmose, por exemplo.

Tratamento: é recomendado procurar um clínico geral para indicar o tratamento mais adequado de acordo com a região e a gravidade das lesões na pele. Em geral, o tratamento é baseado no uso de cremes e comprimidos para eliminar os fungos. Além disso, é importante tomar medidas que evitam novas infecções por fungos, como manter dieta equilibrada, fazer higiene corporal adequadamente e usar roupas sempre limpas.

6. Lúpus eritematoso

O lúpus eritematoso é um tipo de doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico começa a atacar o corpo da própria pessoa, afetando alguns órgãos, como a pele. Um dos principais sintomas do lúpus é o surgimento de exantema que é visível com manchas vermelhas no rosto em formato de borboleta.

Outros sintomas de lúpus são feridas na boca ou na cabeça, queda de cabelo e dor nas articulações.

Tratamento: é importante procurar um clínico geral ou reumatologista para realizar exames e recomendar o tratamento mais indicado. Geralmente, o tratamento consiste no uso de medicamentos como corticoides, creme para pele e anti-inflamatórios. Além do uso de medicamentos, é necessário manter uma dieta saudável e reduzir o estresse, para que não piore as manchas de pele causadas pelo lúpus. Apesar de ser uma doença que dura o resto da vida, a pessoa vive normalmente e tem qualidade de vida.

7. Estresse

O estresse é um sentimento que provoca alterações emocionais, mas também pode gerar reações físicas em uma pessoa, como rash cutâneo. Em algumas situações, quando a pessoa fica muito nervosa surgem manchas vermelhas na pele, por causa do aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial.

Em outras situações, o estresse pode desencadear reações ou piorar os sintomas de uma doença, pois estar estressado faz com que o corpo libere substâncias que geram inflamação. Por exemplo, em pessoas que tenham psoríase ou rosácea o estresse pode ocasionar piora das lesões na pele.

Tratamento: se o rash cutâneo acontecer por causa de uma situação de estresse específica, as manchas vermelhas geralmente desaparecem dentro de algumas horas, entretanto se houver piora de alguma doença já diagnosticada é importante seguir o tratamento e consultar o médico que faz o acompanhamento. Além disso, para evitar que o estresse volte a piorar as manchas na pele é necessário fazer atividades relaxantes como praticar algum exercício físico, fazer ioga ou meditação.

8. Picadas de insetos

As picadas de insetos como mosquitos, abelhas e marimbondos podem provocar rash cutâneo, devido a uma reação da pele provocada pelo ferrão ou pela ação do ácido fórmico eliminado na picada de formiga. Além de manchas vermelhas na pele, as picadas podem provocar bolhas, inchaço, dor, coceira e ardência e, em pessoas que têm alergia às picadas de inseto, pode ocorrer inflamação e formação de pus no local onde foi picado.

Tratamento: as reações de pele provocadas por picadas de inseto tendem a melhorar sem tratamento, mas para aliviar os sintomas podem ser aplicadas compressas frias. Caso as manchas vermelhas não melhorem ou surja inflamação é necessário procurar atendimento de um clínico geral, que poderá receitar medicamentos anti-inflamatórios ou analgésicos.

Referências:

  1. MEDICAL NEWS TODAY. Insect and spider bites and how to deal with them. Disponível em: <https://www.medicalnewstoday.com/articles/174229.php&gt;. 
  2. HEALTH LINE. Stress rash. Disponível em: <https://www.healthline.com/health/skin-disorders/stress-rash#identification&gt;. 
  3. DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE SANTA CATARINA. Doenças exantemáticas febris. 2019. 
  4. MEDICAL NEWS TODAY. What is causing my rash?. Disponível em: <https://www.medicalnewstoday.com/articles/317999.php&gt;.
  5. IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA. Exantemas. 2017. Disponível em: <https://digitalis-dsp.uc.pt/jspui/handle/10316.2/43118&gt;.
  6. PALACIOS-LOPEZ, Carolina G. et al. Exantemas en pediatría. Acta pediatr. Méx. Vol.36. 5.ed; 412-423, 2015
  7. HEALTH LINE. Rash. Disponível em: <https://www.healthline.com/health/rashes&gt;.

Fricção e Cisalhamento: O que são?

O Cisalhamento é causado pela combinação da gravidade e fricção.

Exerce uma força paralela à pele e resulta da gravidade que empurra o corpo para baixo e da fricção ou resistência entre o paciente e a superfície de suporte.

Quando a cabeceira é elevada, a pele adere-se ao leito da cama, embora o esqueleto empurre o corpo para baixo. Os vasos sanguíneos são esticados ou acotovelados dificultando ou interrompendo o fluxo sanguíneo e causando danos por isquemia. O cisalhamento causa a maior parte do dano observado nas lesões por pressão.

Já a Fricção, se a ação da fricção for isolada, a possibilidade de danos estará restrita à epiderme e derme e ao estrato córneo. Resulta em uma lesão semelhante a uma queimadura leve e ocorre com maior frequência em pacientes agitados. A forma mais grave de dano por fricção ocorre associada ao cisalhamento.

O cisalhamento causa a maior parte do dano observado nas lesões de pressão.

Fatores para causa de LPP

A umidade cutânea (mais comumente oriunda de incontinência urinária ou fecal) pode gerar maceração da pele, expondo ao risco de desenvolvimento de lesão.

Outros fatores relacionados ao desenvolvimento de lesões por pressão incluem desnutrição, idade avançada, condições de saúde que ocasionam baixa perfusão tecidual (hipotensão, tabagismo, hipertermia, anemia) e estados psicossociais, em particular a secreção de cortisol induzida por estresse.

Veja também:

Classificação da Lesão por Pressão conforme NPUAP

Qual é o benefício do uso do Colchão “Caixa de Ovo”?

Coxim ou Coxins: Prevenção de Lesão por Pressão

Escala de Braden

Referências:

  1. EBSERH

Flegmão: O que é isso?

Fleimão ou flegmão, é uma inflamação difusa do tecido celular, sem tendência a um acúmulo circunscrito de pus e com tendência à necrose.

Podemos dizer que todos os abcessos passam inicialmente por um estágio flegmonoso de inchação difusa antes de haver a formação de uma coleção purulenta circunscrita.

Quando, em vez de limitar-se, a supuração, se infiltra progressivamente no tecido celular e se forma em focos de pus, produzindo-se necroses extensas do tecido afetado, dizemos que a inflamação tem um característico flegmonoso.

Compreende-se que entre este tipo difuso e o tipo circunscrito de uma supuração, há todas as possíveis transições.

Para que se produza uma supuração do tipo flegmonoso, é necessário :

  • Que a infecção tenha um caráter particularmente virulento, seja por uma maior virulência do germe, seja por uma diminuição da resistência orgânica. Este caso, que é o mais frequente, dá-se quando os tecidos sofrem, juntamente com a infecção o contato de um tóxico que diminui a sua vitalidade; é o que sucede com os chamados flegmão urinosos. O mesmo se observa como consequência de transtornos profundos do metabolismo (diabetes e enfermidades depauperantes);
  • Que a infecção afete regiões, ricas em cavidades e interstícios, cheios do tecido celular frouxo. E o que sucede com o períneo que tem os vários planos aponefróticos em ampla comunicação.

Referência:

  1. SIQUEIRA, A. de. Supurações. Revista de Medicina, [S. l.], v. 24, n. 80, p. 33-48, 1940. DOI: 10.11606/issn.1679-9836.v24i80p33-48. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/50645. Acesso em: 11 jan. 2021.

Dermografismo

Você alguma vez já “se coçou” com algum pedaço de palito, ou com a tampa de uma caneta, por exemplo?

E a sua pele após alguns minutos começa a surgir uma grande marca da sua coceira, seguida de um inchaço, vermelhidão e até sensação de pele mais quente ao redor?

Isso tem nome, e se chama Dermografismo ou  urticária factícia, o que significa, literalmente, “escrever na pele”.

É um tipo de urticária, caracterizado por exagerada reação da pele quando a mesma é arranhada, mesmo que de forma leve.

A Causa

O dermografismo é causado por células mastócito na superfície da pele, que liberam histaminas sem a presença de antígenos, devido à presença de uma fina membrana à volta das células mastócito. As histaminas libertadas causam o inchaço na pele nas áreas afetadas.

O dermografismo faz parte de um grupo de urticárias denominado de Urticárias Físicas, ou seja, desencadeadas por estímulos físicos, como por exemplo: calor, frio, pressão, colinérgica, etc. e constitui a manifestação mais comum deste grupo.

É mais comum em mulheres e o fator emocional é uma das principais causas. Entretanto, recomenda-se que outros processos e doenças orgânicas devem ser investigadas, da mesma maneira que na urticária.

Em grande parte das vezes o dermografismo costuma ser brando, passando despercebido. Entretanto, em alguns casos pode assumir formas mais intensas e bastante incômodas.

Características

O inchaço normalmente é formado nos 5 minutos seguintes a friccionar a pele e persiste por 15-30 minutos. Um curto período refratário após o desaparecimento do vergão já foi observado. Vergões gigantes podem se desenvolver se ocorrer uma extensão profunda do inchaço.

Também são descritas formas intermediárias e retardadas de dermografismo. Estas se desenvolvem mais lentamente e podem durar de várias horas a dias.

Em pacientes com dermografismo sintomático, a erupção cutânea está associada a coceira, que muitas vezes é mais severa à noite. Os sintomas podem ser agravados pelo calor (banho quente), pressões menores (coçar, fricção de roupas ou esfregar com a toalha), exercício, stress, e emoções.

Tipos e Formas

  • Dermografismo vermelho: Esfregaço repetido induz pequenos inchaços em forma de pontos que são mais proeminentes no tronco do que nos membros. Esta forma é possivelmente associada à dermatite Seborreica;
  • Dermografismo folicular: Ocorrem pápulas urticárias passageiras, discretas, foliculares, em um fundo eritematoso brilhante;
  • Dermografismo colinérgico: Uma grande linha eritematosa guarnecida com inchaços em forma de pontos similares à urticária colinérgica (vergões menores que a urticária clássica e rodeados de grandes áreas de eritema macular). Púrpura foi observada em casos severos. Pode estar associada à urticária colinérgica;
  • Dermografismo retardado: Aproximadamente 3-8 horas após a resposta dermográfica imediata, um inchaço quente, profundo e macio retorna ao mesmo local e persiste por até 48 horas. Esta forma é resistente à terapia convencional e é fortemente relacionada à urticária por pressão;
  • Dermografismo precipitado ao frio: Somente um caso publicado;
  • Dermografismo induzido por exercício: Tanto o suor na pele, quanto a mudança brusca no metabolismo podem desencadear uma crise de dermografismo (Apesar de incomum, exercícios estimulam outros tipos de urticária);
  • Dermografismo familiar: Somente um caso publicado. Provavelmente herdado como um traço dominante autossômico.

Referência:

  1. 9. França AT, Valle SOR. Urticária e Angioedema: diagnóstico e tratamento. 3ª ed. Rio de Janeiro: Revinter; 2014.