Evolução de Enfermagem: Método DAR

A evolução de enfermagem é uma etapa fundamental do processo de enfermagem, que consiste em avaliar as respostas do paciente às intervenções realizadas e verificar se os resultados esperados foram alcançados.

Para isso, o enfermeiro deve utilizar um método de registro que seja claro, objetivo e padronizado, facilitando a comunicação entre os profissionais e a continuidade da assistência.

Método DAR

Um dos métodos mais utilizados para a evolução de enfermagem é o método DAR, que significa Dados, Ações e Resultados.

Esse método foi proposto por Horta em 1979, baseado na teoria das necessidades humanas básicas de Maslow.

O método DAR permite ao enfermeiro registrar os dados coletados na avaliação do paciente, as ações realizadas para atender às suas necessidades e os resultados obtidos com essas ações.

O método DAR apresenta algumas vantagens, como:

  • Facilita a organização e a sistematização das informações;
  • Permite a identificação dos problemas de enfermagem e a avaliação dos cuidados prestados;
  • Favorece a análise crítica e a tomada de decisão do enfermeiro;
  • Contribui para a qualidade e a segurança da assistência de enfermagem.

Para aplicar o método DAR, o enfermeiro deve seguir os seguintes passos:

  1. Registrar os dados coletados na avaliação do paciente, utilizando termos técnicos e científicos, sem emitir opiniões ou julgamentos. Os dados devem ser relevantes, precisos e atualizados, e podem incluir sinais vitais, exames laboratoriais, queixas, comportamentos, entre outros.
  2. Registrar as ações realizadas pelo enfermeiro ou pela equipe de enfermagem para atender às necessidades do paciente, de acordo com a prescrição de enfermagem. As ações devem ser descritas de forma clara, concisa e completa, indicando a data, a hora, a frequência, a dose, a via, o material utilizado, a técnica empregada, as orientações fornecidas, entre outros aspectos.
  3. Registrar os resultados obtidos com as ações realizadas, verificando se houve melhora, piora ou manutenção do estado do paciente. Os resultados devem ser comparados com os objetivos estabelecidos na prescrição de enfermagem, e devem ser mensuráveis, observáveis e verificáveis. Caso os resultados não sejam satisfatórios, o enfermeiro deve revisar o plano de cuidados e propor novas intervenções.

Um exemplo de evolução de enfermagem pelo método DAR é:

D: Paciente com dor abdominal intensa, referindo náuseas e vômitos. Apresenta distensão abdominal, ruídos hidroaéreos diminuídos e ausência de eliminação de fezes e gases há 3 dias. Temperatura: 37,8°C; Pressão arterial: 150×90 mmHg; Frequência cardíaca: 110 bpm; Frequência respiratória: 24 irpm; Saturação de oxigênio: 95%. Hemograma: leucócitos: 12.000/mm³; hemoglobina: 13 g/dL; hematócrito: 40%. Radiografia abdominal: alças intestinais dilatadas e com níveis hidroaéreos.

A: Administrado analgésico (dipirona 1g) e antiemético (metoclopramida 10 mg) por via endovenosa, conforme prescrição médica. Realizado cateterismo vesical de demora, com saída de 300 mL de urina amarelo-clara. Colocado sonda nasogástrica nº 14, com drenagem de 500 mL de líquido bilioso. Orientado sobre os procedimentos realizados e a importância de permanecer em jejum. Monitorado os sinais vitais e o balanço hídrico.

R: Paciente refere alívio da dor abdoaminal após a administração do analgésico. Não apresenta mais náuseas e vômitos. Mantém distensão abdominal, ruídos hidroaéreos diminuídos e ausência de eliminação de fezes e gases. Temperatura: 37,2°C; Pressão arterial: 140×80 mmHg; Frequência cardíaca: 90 bpm; Frequência respiratória: 20 irpm; Saturação de oxigênio: 97%. Hemograma: leucócitos: 10.000/mm³; hemoglobina: 13 g/dL; hematócrito: 40%. Radiografia abdominal: alças intestinais dilatadas e com níveis hidroaéreos.

Referências:

  1. COFEN
  2. Sumários.org

Sinais Vitais: Quando verificar?

Sinais vitais são medidas essenciais para avaliar o estado de saúde de uma pessoa. Eles incluem aferições como temperatura, frequência cardíaca, frequência respiratória e pressão arterial.

Em que situações deve verificar os sinais vitais?

Na admissão

Quando um paciente chega a um hospital ou clínica, a medição dos sinais vitais é um passo inicial crucial. Isso permite que os profissionais de saúde avaliem o estado geral do paciente e identifiquem possíveis alterações.

Na Pré consulta ou Consulta Hospitalar ou Ambulatorial

É importante medir os sinais vitais na pré consulta ou consulta médica de rotina, para avaliar as alterações fisiológicas e detectar possíveis problemas de saúde.

Após qualquer intervenção ou procedimento

Após cirurgias, exames ou outros procedimentos médicos, é importante monitorar os sinais vitais para detectar qualquer reação adversa ou mudança significativa.

Quando o paciente apresentar sintomas de emergência

Se um paciente manifestar sintomas graves, como falta de ar, dor no peito ou confusão, a verificação imediata dos sinais vitais é essencial para avaliar a gravidade da situação.

Antes e depois da administração de medicamentos

Alguns medicamentos podem afetar os sinais vitais. Portanto, é importante medir esses parâmetros antes de administrar qualquer tratamento.

Antes e depois de mudanças no tratamento

Sempre que houver alterações na terapia (como ajustes de dose ou troca de medicamentos), verificar os sinais vitais ajuda a avaliar a resposta do paciente.

Quando o paciente relata alterações nos sintomas

Se o paciente mencionar mudanças em seu estado de saúde, como febre, tontura ou palpitações, a medição dos sinais vitais pode fornecer informações importantes.

Quando o paciente apresenta ansiedade ou dor

A ansiedade e a dor podem afetar os sinais vitais. Monitorar esses parâmetros ajuda a entender o impacto emocional ou físico no paciente.

Referência:

  1. Central de Consultas

Dicas para Anotação de Enfermagem

A anotação de enfermagem é uma forma de documentar o cuidado prestado ao paciente, bem como sua evolução clínica e resposta ao tratamento. Para fazer uma boa anotação de enfermagem, é preciso seguir algumas dicas:

As Dicas

  • Anote sempre a data e a hora da observação ou intervenção, assim como sua assinatura e identificação profissional com o número do Coren;
  • Escreva de forma clara, objetiva e legível, sem rasuras, espaços em branco ou corretivo líquido;
  • Registre todos os dados relevantes do paciente, como procedência, acompanhante, condições gerais, nível de consciência, higiene pessoal, estado nutricional, coloração da pele e dispositivos em uso;
  • Faça uma avalição e anote os sinais vitais, as queixas do paciente e as alterações encontradas;
  • Descreva os cuidados realizados, como curativos, medicações, coleta de exames, orientações e educação em saúde;
  • Relate as intercorrências ocorridas, como reações adversas, complicações ou eventos adversos;
  • Avalie a eficácia dos cuidados prestados e a resposta do paciente ao tratamento.

Uma anotação de enfermagem bem feita é essencial para garantir a qualidade e a continuidade da assistência ao paciente, além de ter valor legal e ético. Por isso, siga estas dicas e faça uma anotação de enfermagem perfeita!

Referência:

  1. Coren-SP

As diferenças entre Trendelenburg e Trendenlenburg Reverso

A posição de Trendelenburg é algo que surge regularmente quando se trata de leitos hospitalares. Com base no princípio de ter o corpo do paciente deitado de costas num ângulo de 15 a 30 com os pés mais altos do que a cabeça, foi originalmente pensado como uma solução para facilitar o acesso durante a cirurgia.

As diferenças

A posição de Trendelemburg é uma posição aplicada na área da saúde, que consiste em colocar o paciente em decúbito dorsal (deitado de costas), com o corpo inclinado para trás, pernas e pés acima do nível da cabeça. Essa posição é usada em casos de hemorragia, choque, edema, entre outros.

Já a posição de Trendelemburg reversa, também chamada de anti-Trendelemburg ou proclive, é o oposto da posição de Trendelemburg.

Nessa posição, o paciente é colocado em decúbito dorsal, com a cabeça e o tórax em um plano mais alto que os pés, inclinando o leito em 25-30°.

Essa posição é usada para cirurgias da cavidade abdominal superior e da cabeça e pescoço, pois permite uma melhor exposição operatória e uma menor pressão intracraniana, no crânio para a contra-extensão de lesões espinhais, auxilia na drenagem cirúrgica de coleções pleurais e fístulas.

Referências:

  1. https://bjan-sba.org/article/10.1016/j.bjane.2021.04.028/pdf/rba-72-1-88-trans1.pdf
  2. https://www.scielo.br/j/reeusp/a/S6DCBKmDvHWZt3fbqkhwyxj/?format=pdf
  3. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-07052009-105426/publico/Cleidileno_Teixeira.pdf

Teoria de Virginia Henderson

Quem é a Virginia Henderson?

Virginia Henderson nasceu em 1897, em Kansas City, e o interesse pela enfermagem surgiu durante a Primeira Guerra Mundial, pois desejava prestar atendimento os feridos e enfermos de guerra. Formou-se em 1921, na Escola do Exército, concluindo seus estudos e mestrado em 1926.

Ela ministrou cursos com enfoque na Enfermagem Clínica, na área analítica, de 1930 a 1948, sendo indicada como pesquisadora na Universidade de Yale, em 1953.

A Sua Teoria

A teoria de Virginia Henderson insere·se na linha das necessidades humanas básicas, cujo foco principal é o cuidado para como o individuo baseado nos quatorze componentes de cuidados básicos de enfermagem, os quais dao é teoria uma macrovisao ou visao totalitária sobre o individuo, ou seja, Henderson utiliza·se da abordagem holistica para estabelecer um plano assistencial globalizado.

Para Henderson, citada por Furukawa e Howe (1993), mente e corpo sao inseparáveis. estando estes em pleno interrelacionamento para o desenvolvimento das funções do ser humano e que o enfermeiro convive num ambiente de sociedade.

Segundo Henderson (1969). o momento básico do cuidado de enfermagem pode ser derivado das necessidades humanas assim como de todos os serviços de saúde prestados ao paciente. Ao atuar sobre as necessidades dos seres humanos a enfermeira tem sido chamada de “mãe profissional”, principalmente quando esta se responsabiliza pelos cuidados integrais ao paciente.

A visao holistica está bem definida nesta teoria, onde ela cria um ambiente harmonioso e interativo entre profissionais, clientes. pacientes e sociedade. A autora descreve perfeitamente a abordagem hollstica, por considerar o hemisfério direito do ser humano.

Ela questionava porque a intuição da experiência vivencial de cada individuo não era enfatizada no processo de enfermagem. Em seus estudos, argumenta que o processo de enfermagem desconsidera e subestima o lado artístico, intuitivo e subjetivo da enfermagem.

Entendendo os 14 componentes do atendimento da enfermagem

Henderson propõe 14 componentes do atendimento básico da enfermagem para enriquecer sua definição:

  • Respirar normalmente;
  • Comer e beber adequadamente;
  • Eliminar resíduos orgânicos;
  • Movimentar-se e manter posturas desejáveis;
  • Dormir e descansar;
  • Selecionar roupas adequadas – vestir-se e despir-se;
  • Manter a temperatura corporal dentro da variação normal, adaptando a roupa e modificando o ambiente;
  • Manter o corpo limpo e bem arrumado, proteger a pele;
  • Evitar os perigos ambientais e evitar ferir os outros;
  • Comunicar-se com os outros, expressando emoções, necessidades, medos ou opiniões;
  • Adorar de acordo com a própria fé;
  • Trabalhar de forma a ter uma sensação de realização;
  • Participar de variadas formas de recreação;
  • Aprender, descobrir ou satisfazer a curiosidade que leva ao desenvolvimento e à saúde normais e usar os serviços de saúde disponíveis.

Em 1966 publicou a descrição definitiva em “The nature of nursing”, que, segundo ela, expressava e cristalizava sua ideia a respeito. Para entender a amplitude do seu pensamento sobre as funções de enfermagem e os 14 componentes do atendimento básico é necessário estudar-se os “Basic principles of nursing care”, publicação do CIEE, onde estão descritos cada um dos componentes, servindo de perfeito guia para delinear as funções da enfermagem.

Em 1991, Henderson publicou que a definição sobre a enfermagem ainda permanece em questão, com confusões entre o papel da enfermagem e dos demais profissionais, e considera que o ensino atual da enfermagem deve incluir uma discussão mais ampla sobre teoria e processo de enfermagem.

Referências:

  1. FERNANDES, Bruna Karen Cavalcante et al. Processo de enfermagem fundamentado em Virginia Henderson aplicado a uma trabalhadora idosa. Revista de Enfermagem UFPE on line, [S.l.], v. 10, n. 9, p. 3418-3425, jul. 2016. ISSN 1981-8963. Disponível em: <https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/11424/13217>. Acesso em: 22 fev. 2023. doi:https://doi.org/10.5205/1981-8963-v10i9a11424p3418-3425-2016.

Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE)

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia que organiza toda a operacionalização do Processo de Enfermagem. A SAE planeja o trabalho da equipe e os instrumentos que serão utilizados, de acordo com o procedimento que será realizado.

Segundo a Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) nº 358/2009, que dispõe sobre esse instrumento, ele deve ser implementado em todas as instituições de saúde em que exista serviço de enfermagem, nos setores público e privado.

O que é a sistematização da assistência de enfermagem?

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia desenvolvida a partir da prática do enfermeiro para sustentar a gestão e o cuidado no processo de enfermagem. O método é organizado em cinco etapas, que ajudam a fortalecer o julgamento e a tomada de decisão clínica assistencial do profissional de enfermagem.

Dessa forma, o profissional consegue agir de acordo com a priorização, a delegação, gestão do tempo e contextualização do ambiente cultural do cuidado prestado.

Com a utilização dessa metodologia, é possível analisar as informações obtidas, definir padrões e resultados decorrentes das condutas definidas. Lembrando que, todos esses dados deverão ser devidamente registrados no prontuário do paciente.

O processo é organizado em cinco etapas relacionadas, interdependentes e recorrentes. Para entender melhor, vamos explicar a seguir como funciona a metodologia.

As Etapas do Processo

1. Coleta de dados de Enfermagem ou Histórico de Enfermagem

O primeiro passo para o atendimento de um paciente é a busca por informações básicas que irão definir os cuidados da equipe de enfermagem. A etapa faz parte de um processo deliberado, sistemático e contínuo, na qual haverá a coleta de dados. As informações podem ser passadas pelo próprio paciente, pela família ou então, por outras pessoas envolvidas.

Assim, as informações proporcionarão maior precisão de dados ao Processo de Enfermagem dentro da abordagem da SAE. Nesse momento, são abordadas as informações sobre alergias, histórico de doenças e até mesmo questões psicossociais, como, por exemplo, a religião, que pode alterar de forma contundente os cuidados prestados ao paciente.

O processo pode ser otimizado com a utilização de Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), com formulários específicos que direcionam o questionamento da enfermeira e o registro online dos dados, que podem ser acessados por todos da instituição, inclusive de forma remota. Dessa forma, é possível realizar as intervenções necessárias para prestação dos cuidados ao paciente, com maior segurança e agilidade.

2. Diagnóstico de Enfermagem

O diagnóstico de enfermagem é o processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados. Essa etapa conduz a tomada de decisão sobre os diagnósticos de enfermagem, que irão representar as ações e intervenções, para alcançar os resultados esperados.

Para isso, utilizam-se bibliografias específicas que possuem a taxonomia adequada, definições e causas prováveis dos problemas levantados no histórico de enfermagem. Dessa forma, se faz a elaboração de um plano assistencial adequado e único para cada pessoa. Portanto, tudo que for definido deve ser registrado no prontuário do paciente, revisitado e atualizado sempre que necessário.

3. Planejamento de Enfermagem

De acordo com a SAE, que organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, a ideia é que os enfermeiros possam atuar para prevenir, controlar ou resolver os problemas de saúde.

No planejamento de enfermagem, são determinados os resultados esperados e quais ações serão necessárias. Isso será realizado a partir dos dados coletados e diagnósticos de enfermagem com base dos momentos de saúde do paciente e suas intervenções. São informações que, igualmente, devem ser registradas no prontuário do paciente, incluindo as prescrições checadas e o registro das ações que foram executadas, por exemplo.

4. Implementação

Em seguida, a partir das informações obtidas e focadas na abordagem da SAE, a equipe realizará as ações ou intervenções determinadas na etapa do Planejamento de Enfermagem.

São atividades que podem ir desde uma administração de medicação até auxiliar ou realizar cuidados específicos, como os de higiene pessoal do paciente, ou mensurar sinais vitais específicos e acrescentá-los no prontuário, por exemplo.

5. Avaliação de Enfermagem (Evolução)

Por fim, a equipe de enfermagem irá registrar os dados no Prontuário do Paciente de forma deliberada, sistemática e contínua. Nele, deverá ser registrado a evolução do paciente para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado.

Com essas informações, a enfermeira terá como verificar a necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem. Além de proporcionar informações que irão auxiliar as demais equipes multidisciplinares na tomada de decisão de condutas, como no próprio processo de alta.

Temperatura Corporal: Locais de Aferição e Valores

A Temperatura corporal normal de uma pessoa varia dependendo do sexo, de suas atividades físicas recentes, do consumo dos alimentos e de líquidos, do horário e do dia em que é mensurada e, nas mulheres, do estágio do ciclo menstrual.

A temperatura corporal normal, de acordo com a Associação Médica Americana, pode variar de 36,5°C a 37,2°C. A temperatura pode ser medida das seguintes maneiras:

Locais de Aferição e suas Vantagens e Desvantagens

A via de mensuração mais usada é a axilar e, embora seja mais fácil de medir (em comparação com registros orais ou retais), é uma estimativa menos precisa da temperatura interna corporal e tem forte influência de fatores do meio ambiente.

Apesar disso, a medida da temperatura axilar é recomendada em neonatos por causa do risco de perfuração do intestino com o termômetro utilizado por via retal (El-Radhi; Barry, 2006; Leduc; Woods, 2015).

A precisão da medida de temperatura por via oral situa-se entre a da axilar e a retal. Sugere-se que a precisão aumenta principalmente pelo cumprimento e pela capacidade de usar a técnica adequada (Leduc; Woods, 2015).

É importante saber que a via oral tem influência da ingestão recente de alimentos ou bebidas frias e quentes, do uso de cigarro, da posição do termômetro e da respiração. Por isso, a utilização dessa técnica necessita de atenção e instruções corretas ao paciente (Mazerolle et al., 2011).

Crianças não seguram facilmente o termômetro na boca, o que também afeta a medida por essa via (Krinsky et al., 2014).

A mensuração, por proximidade da membrana timpânica, detecta a radiação térmica emitida pela via auricular, que é proporcional à temperatura da membrana. Pode haver variedade nas medições em razão da estrutura do canal auditivo e da posição do sensor (Leduc; Woods, 2015).

Uma revisão sistemática com meta-análise comparou a mensuração timpânica com a mensuração retal e concluiu que a primeira não pode ser usada com confiança em situações em que a temperatura corporal tem que ser medida com precisão. A medida feita pela via auricular tem influência da quantidade de cerume (Craig et al., 2002).

A temperatura também pode ser medida com o termômetro de sensor infravermelho sem contato, que é apontado para a testa e movido lentamente para a região da têmpora.

Esse método, relativamente novo, é mais preciso do que a medida timpânica e mais bem tolerado que a mensuração por via retal (Leduc; Woods, 2015). Revisões sistemáticas concluíram que a termometria da membrana timpânica não equivale aos métodos estabelecidos de medição da temperatura interna (Wolters Kluwer, 2017).

Uma revisão sistemática com meta-análise reforçou que a medida pela via timpânica apresenta pouca capacidade de repetição e tende a apresentar resultados falso-negativos. O estudo reforça que a medida na região temporal poderia substituir os termômetros timpânicos, com a ressalva de que ambos os métodos são imprecisos quando comparados com a medida por via retal (Geijer et al., 2016).

As temperaturas axilar e retal não são idênticas. A via axilar apresenta menos possibilidade de contaminação, uma vez que o aparelho não tem contato com fluidos biológicos, à exceção do suor. A precisão da medida da temperatura depende também da aplicação das técnicas com atenção.

procedimento de mensuração vantagens desvantagens
Retal 36,60C a 380C > 38,00C
Oral 35,50C a 37,50C > 37,50C
Auxiliar 34,70C a 37,40C > 37,40C
Temporal 36,60C a 37,80C > 38,10C (0 a 2 meses)

> 37,90C (3 meses até 4 anos)

> 37,80C (> 4 anos)

Timpânica 35,70C a 37,80C > 37,80C

Técnica para a Aferição da Temperatura Corporal

Termômetro digital infravermelho sem contato

  1. Retire o termômetro do estojo protetor. liga/desliga
  2. Ligue o termômetro pressionando o botão Liga/Desliga. Um sinal sonoro será emitido.
  3. Verifique no visor se o ícone <°C> está piscando. O termômetro estará pronto para mensuração.
  4. Posicione o sensor na testa e mantenha o botão START pressionado. A luz de rastreamento é ativada e consegue-se medir a temperatura a uma distância de até 5 cm.
  5. Mova gradativamente o termômetro em direção à têmpora para detectar a temperatura corporal.

Quando concluída, um sinal sonoro será emitido.

  1. Solte o botão START.
  2. Registre a temperatura que aparece no visor e informe o resultado ao paciente.
  3. Desligue o termômetro pressionando ligeiramente o botão Liga/Desliga.
  4. Aguarde por pelo menos dois minutos para nova mensuração (obrigatoriamente o termômetro deve ser desligado e ligado novamente entre medições consecutivas).
  5. Limpe-o conforme a técnica de higiene.
  6. Guarde-o no estojo protetor.
  7. Armazene-o em lugar protegido de temperaturas altas e baixas, umidade, luz direta e poeira. Não deixe o termômetro ao alcance de crianças.

Técnica de higiene

Use uma haste flexível com álcool etílico a 70% (p/p) para limpar o sensor. O restante do termômetro deve ser limpo com algodão umedecido com álcool e manter em contato por pelo menos um minuto. Assegure-se de que não entre qualquer líquido no interior do aparelho. Não utilize produtos de limpeza abrasivos ou diluentes para limpar o termômetro e nunca o mergulhe em água ou em qualquer outro líquido. Remova a bateria, caso não vá utilizá-lo por longo período.

  1. Via para mensuração            

Temporal.

Termômetro de coluna de mercúrio ou de outro líquido

  1. Retire o termômetro do estojo protetor.
  2. Limpe-o com algodão embebido em álcool etílico a 70% (p/p). Bulbo
  3. Verifique se a coluna de mercúrio se encontra abaixo de 35ºC. Não segure o termômetro pelo bulbo, pois isso pode alterar a mensuração da temperatura.
  4. Caso o termômetro não esteja abaixo de 35ºC, reduza a coluna de líquido utilizando força centrífuga (agitar rapidamente o termômetro para baixo, segurando-o pela extremidade contrária ao bulbo).
  5. Posicione adequadamente o bulbo do termômetro na via para mensuração.
  6. Deixe-o no lugar pelo tempo indicado na bula/manual para a via escolhida.
  7. Faça a leitura mantendo o termômetro no nível dos olhos e rodando-o entre os dedos até que a linha de mercúrio possa ser vista. Registre o valor e informe o resultado ao paciente.
  8. Limpe-o conforme a técnica de higiene.
  9. Guarde-o no estojo protetor.
  10. Armazene-o em lugar protegido de temperaturas extremas, umidade, luz direta e poeira. Não o deixe ao alcance de crianças.
  11. Técnica de higiene

Lave o termômetro com água e sabão. Em seguida, mergulhe a ponteira (bulbo) em álcool etílico a 70% (p/p) por pelo menos um minuto e seque-a com algodão. Qualquer outro produto químico pode danificar o acessório. Não coloque o termômetro em água fervente.

Para uso profissional desse termômetro, em alguns países utiliza-se revestimento descartável a cada atendimento.

  1. Vias para mensuração

Axilar e Oral.

OBS: Atualmente o uso do termômetro de mercúrio foi descontinuado, devido ao risco de quebra e contaminação do meio ambiente.

Termômetro digital

  1. Retire o termômetro do estojo protetor.
  2. Limpe-o com algodão embebido em álcool etílico a 70% (p/p).
  3. Ligue o termômetro pressionando o botão Liga/Desliga, que geralmente fica ao lado do visor. Um sinal sonoro será ouvido.
  4. Verifique se, no visor, aparece o ícone <L> intermitente. O termômetro estará pronto para mensuração. (Obs.: O ícone pode não aparecer caso: a temperatura ambiente seja superior a 32°C; o aparelho esteja sem bateria ou com defeito).
  5. Posicione adequadamente o sensor do termômetro na via para mensuração.
  6. Aguarde a mensuração. Quando finalizada, um sinal sonoro será ouvido.
  7. Retire o termômetro da via de mensuração.
  8. Registre o valor da temperatura mostrado no visor e informe o resultado ao paciente.
  9. Desligue o termômetro, pressionando ligeiramente o botão Liga/Desliga.
  10. Limpe-o, conforme a técnica de higiene.
  11. Guarde-o no estojo protetor.
  12. Armazene-o em lugar protegido de temperaturas extremas, umidade, luz direta e poeira. Não o deixe ao alcance de crianças.

Técnica de higiene

Limpe o termômetro com algodão embebido em álcool etílico a 70% (p/p), deixe em contato por pelo menos um minuto e tenha cuidado para que o álcool não entre em contato com o visor. Finalize limpando com um algodão seco. Não umedeça o sensor com álcool por longos períodos para evitar danos. Remova a bateria, caso não vá utilizar o termômetro por um longo período.

Para uso profissional desse termômetro, em alguns países utiliza-se revestimento descartável a cada atendimento.

  1. Vias para mensuração

Axilar e oral.

OBS: Apesar de alguns fabricantes informarem a possibilidade de uso deste aparelho para mensuração de temperatura retal, não se recomenda a aplicação dessa técnica em farmácias.

Termômetro digital auricular por infravermelho

  1. Retire o termômetro do estojo protetor. Botão liga/desliga
  2. Limpe o sensor com algodão embebido em álcool etílico a 70%(p/p). Espere por cinco minutos para fazer a mensuração, de modo que o sensor tenha recepção constante de energia.
  3. Ligue o termômetro pressionando o botão Liga/Desliga. Um sinal sonoro será ouvido.
  4. Verifique se, no visor, o ícone <°C> está piscando. O termômetro estará pronto para mensuração.
  5. Posicione o sensor no canal auditivo, pressione o botão START e aguarde.
  6. Somente retire o termômetro da posição de medida com o sinal sonoro que indica a finalização da mensuração.
  7. Registre a temperatura que aparece no visor e informe o resultado ao paciente.
  8. Desligue o termômetro, pressionando ligeiramente o botão Liga/Desliga.
  9. Limpe-o, conforme a técnica de higiene.
  10. Guarde-o no estojo protetor.
  11. Armazene-o em lugar protegido de temperaturas extremas, umidade, luz direta e poeira. Não o deixe ao alcance de crianças.

técnica de higiene

Use uma haste flexível com álcool etílico a 70% (p/p) para limpar o sensor. O restante do termômetro deve ser limpo com algodão umedecido com álcool e deixado em contato por pelo menos um minuto. Assegure-se de que não entre qualquer líquido no interior do termômetro. Não utilize produtos de limpeza abrasivos ou diluentes para limpar o termômetro e nunca o mergulhe em água ou em qualquer outro líquido. Remova a bateria, caso não vá utilizá-lo por longo período.

  1. Via para mensuração    

 Timpânica.

Termômetro digital tipo chupeta

  1. Retire o termômetro do estojo protetor. Visor
  2. Examine o bulbo da chupeta antes de cada uso em busca de rachaduras, rasgos, pegajosidade ou outros sinais de desgaste. OBS: Descarte o acessório desgastado.
  3. Ligue o termômetro pressionando o botão Liga/Desliga. Aparecerá no visor um ícone confirmando que está funcionando.
  4. Solte o botão Liga/Desliga. Aparecerá “L” e “°C” no visor e o “ºC” ficará piscando, pronto para uso.
  5. Posicione o bulbo da chupeta na boca do bebê.
  6. Quando o sinal <ºC> no visor tiver parado de piscar, a mensuração terá terminado e soará um sinal.
  7. Registre a temperatura que aparece no visor.
  8. Desligue o termômetro pressionando ligeiramente o botão Liga/Desliga.
  9. Limpe-o conforme a técnica de higiene.
  10. Guarde-o no estojo protetor.
  11. Armazene-o em lugar protegido de temperaturas altas e baixas, umidade, luz direta e poeira. Não deixe o termômetro ao alcance de crianças.

Técnica de higiene

Mergulhe a borracha da chupeta por pelo menos um minuto em álcool etílico a 70% (p/p), retire e seque com guardanapo. Qualquer outro produto químico pode danificar o acessório. Não coloque esse produto em água fervente.

  1. Via para mensuração

Oral.

Técnicas de Aferição

Técnica Axilar

  1. Lavar as mãos e informar o procedimento ao paciente;
  2. Fazer a limpeza do termômetro com álcool etílico a 70% (p/p);
  3. Acomodar o paciente sentado e pedir permissão para expor a axila ou solicitar que ele mesmo o faça;
  4. Afastar a roupa do paciente para expor totalmente a axila, pois o termômetro deve estar em contato somente com a pele;
  5. Afastar o braço do paciente do corpo para permitir a colocação do termômetro na axila;
  6. Limpar a axila do paciente com algodão embebido em álcool etílico a 70% (p/p);
  7. Secar a axila com papel toalha ou algodão;
  8. Posicionar a ponta do termômetro no centro da axila e informar que o paciente deverá manter o braço pressionado contra o corpo para fechar a cavidade axilar;
  9. Flexionar o antebraço e apoiar sobre o tórax;
  10. Aguardar a mensuração conforme as indicações do acessório escolhido;
  11. Remover o termômetro, fazer a leitura, registrar e informar o paciente o resultado;

Técnica Oral

  1. Lavar as mãos e informar o procedimento ao paciente;
  2. Fazer a limpeza do sensor com água e sabão, quando possível, e a desinfecção com álcool etílico a 70% (p/p);
  3. Informar que o paciente não poderá ter ingerido alimentos ou bebidas nos últimos 30 minutos;
  4. Acomodar o paciente em posição confortável;
  5. Pedir que o paciente abra a boca e exponha a língua para frente e para cima;
  6. Colocar o termômetro debaixo da língua e deslizando-o lentamente ao longo da linha da gengiva, em direção à porção posterior da boca (parte mais interna), de forma que o bulbo do termômetro fique sob a língua do lado esquerdo ou direito do frênulo lingual;
  7. Informar que o paciente deverá manter a língua abaixada, a boca fechada e respirar somente pelo nariz, enquanto o registro se processa;
  8. Aguardar a mensuração conforme as indicações do acessório escolhido;
  9. Remover o termômetro, fazer a leitura, registrar e informar o paciente o resultado;
  10. Fazer higiene conforme recomendado.

Técnica Timpânica

  1. Lavar as mãos e informar o procedimento ao paciente;
  2. Fazer assepsia do termômetro com álcool etílico a 70% (p/p);
  3. Orientar que o paciente deverá se manter sentado durante o procedimento;
  4. Para crianças menores de 1 ano, puxar a orelha de forma a abrir o canal auditivo;
  5. Posicionar o sensor no canal auditivo;
  6. Remover o termômetro, fazer a leitura, registrar e informar o paciente o resultado;
  7. Fazer higiene conforme recomendado.

Técnica Temporal

  1. Lave as mãos;
  2. Orientar que o paciente deverá se manter sentado durante o procedimento;
  3. Posicionar o sensor de um dos lados da testa e mover aos poucos para o outro lado (orientar sobre a mensuração conforme informações do Quadro 3);
  4. Depois do procedimento, fazer a leitura, registrar e informar o paciente o resultado;
  5. Fazer higiene conforme recomendado.

Referências:

  1. Adaptado de Krinsky et al. (2014);
  2. BOUCHAMA, A.; KNOCHEL , J. P. Heat Stroke. The New England journal of medicine, Boston, v. 346, n. 25, p. 1978-1988, 2002. Disponível em: <http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMra011089&gt;. 
  3. CRAIG, J. V. et al. Infrared ear thermometry compared with rectal thermometry in children: a systematic review. Lancet, London, v. 360, n. 9333, p. 603-609, Aug. 2002.
    DEL BENE, v. Temperature. In: WALKER, H. K.; HALL, W. D.; HURST, J. W. (Ed.). Clinical Methods: The History, Physical, and Laboratory Examinations. Boston: Butterworths, 1990. chapter 218. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/ NBK331/>.
  4. EL-RADHI, A. S.; BARRY, w. Thermometry in paediatric practice. Archives of disease in childhood, London, v. 91, n. 4, p. 351-356, Apr. 2006. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2065972/pdf/351.pdf. 
  5. GEIJER, H. et al. Temperature measurements with a temporal scanner: systematic review and meta-analysis. BMJ Open, London, v. 6, n. 3, p. e009509, Mar. 2016.
  6. KASPER, D. L. et al. Fever. In: FAUCI, A. S. (Ed.). Harrison’s manual of medicine. 19. ed. New York: The McGraw-Hill Companies, 2016. chapter 28.
  7. KOVATS, R. S.; KRISTIE, L. E. Heatwaves and public health in Europe. European journal of public health, Oxford, v. 16, n. 6, p. 592-599, Dec. 2006.
  8. KRINSKY, d. l. et al. Handbook of nonprescription drugs: an interactive approach to self- care. 18th ed. Washington: American Pharmacists Association, 2014.
  9. LEDUC, D.; WOODS, S. Temperature measurement paediatrics. Canadian Paediatric Society, Oct. 2015. Disponível em: <http://www.cps.ca/en/documents/position/ temperature-measurement>. 
  10. MAZEROLLE, S. M. et al. Is oral temperature an accurate measurement of deep body temperature? A systematic review. Journal of athletic training, Dallas, v. 46, n. 5, p. 566-573, Sep./Oct. 2011.
  11. ORTIZ-GÓMEZ, J. R.; FORNET, I.; PALACIO, F. J. Hiperpirexia maligna. Revista Española de Anestesiología y Reanimación, [S.l.], v. 60, p. 46-54, 2013. Disponível em: <http:// http://www.elsevier.es/es-revista-revista-espanola-anestesiologia-reanimacion-344- articulo-hiperpirexia-maligna-S0034935613700094>. 
  12. PALAZZI, D. L. Fever of unknown origin in children: Evaluation. In: POST, T. W. (Ed.). UpToDate. Waltham, MA: UpToDate 2017
  13. PORAT, R.; DINARELLO, c. a. Pathophysiology and treatment of fever in adults. In: POST, T. W. (Ed.). UpToDate. Waltham, MA: UpToDate, 2016.
  14. SUND-LEVANDER, M.; FORSBERG, C.; WAHREN, L. K. Normal oral, rectal, tympanic and axillary body temperature in adult men and women: a systematic literature review Scandinavian journal of caring sciences, Stockholm, v. 16, n.2, p.122-128, Jun. 2002.
  15. VANDENTORREN, S. et al. August 2003 heat wave in France: risk factors for death of elderly people living at home. European journal of public health, Stockholm, v. 16, n. 6, p. 583-591, Dec. 2006.
  16. WARD, m. a. Fever in infants and children: Pathophysiology and management. In: POST, T. W. (Ed.). UpToDate. Waltham, MA: UpToDate, 2017a.
  17. WOLTERS KLUWER. UpToDate®. 2017. Disponível em: <http://www.uptodate.com/pt/ home>. 
  18. BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 05. Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública | COVID-19. Secretaria de Vigilância Sanitária | Ministério da Saúde.

Regras do uso do Carimbo na Enfermagem (Resolução Cofen nº 545/2017)

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) instituiu em maio de 2017, por meio da Resolução Cofen nº 545/2017, as regras do novo carimbo que deve ser adotado pelos(as) profissionais de Enfermagem.

Da resolução, é importantes destacar dois artigos:

Art. 2º A anotação do número de inscrição dos profissionais de Enfermagem é feita com a sigla do Coren, acompanhada da sigla da Unidade da Federação [estado] onde está sediado o Conselho Regional, seguida do número de inscrição, separados todos os elementos por hífen.

§ 1º Os dados contidos no artigo segundo deverão constar do carimbo do profissional, pessoal e intransferível;

§ 2º Em ambos os casos descritos no parágrafo anterior, o profissional deverá apor sua assinatura sobre os dados descritos ou rubrica.

Art. 3º As categorias profissionais de enfermagem deverão ser indicadas pelas seguintes siglas:

a) ENF, para Enfermeiro;
b) OBST, para Obstetriz;
c) TE, para Técnico de Enfermagem;
d) AE, para Auxiliar de Enfermagem, e
e) PAR, para Parteira.

Dessa forma, o carimbo ficaria assim:

Christiane Ribeiro [na primeira linha]
COREN-RS-10000-TE [na segunda linha]

Especializações

No caso de especializações, a colocação desse dado no carimbo é OPCIONAL. A especialidade deve constar numa terceira linha, abaixo dos dados obrigatórios.

Usamos como exemplo a especialização em Enfermagem Obstétrica. O carimbo ficaria assim:

Christiane Ribeiro [na primeira linha]
COREN-RS-10000-ENF [na segunda linha]
ENFERMEIRA OBSTÉTRICA [POR EXTENSO, na terceira linha]

Referência:

  1. COFEN

Auditoria em Enfermagem: Entenda a Importância!

A qualidade é um requisito de suma importância em todos os campos de negócios, independente das áreas, sendo exatas, saúde ou humanas.

A área da saúde é caracterizada por processos contínuos que envolvem tomada de decisão, sendo assim, a prática baseada em evidências para a execução de um trabalho, ancorada em contextos sólidos, fundamentados e de cunho científico é o que garante um resultado sistemático e organizado.

A prática da auditoria teve seu início na Inglaterra por volta do século XII, através da implantação dessa atividade nas empresas. A auditoria vem sendo utilizada há alguns séculos para controle de bens, porém sem regularização de maneira divergente de pessoa para pessoa.

Contudo, o sucesso e o lucro ganho por seus praticantes fizeram com que fosse aprimorada e regulamentada e, com o tempo, deixou de ser um domínio somente das ciências exatas e adquiriu papel fundamental em diversas áreas. Tem destaque no âmbito da saúde, onde iniciou nos setores públicos com expansão para o setor privado.

O marco da auditoria no Brasil foi a promulgação da Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, que estabeleceu que o Ministério da Saúde passasse a acompanhar a utilização dos recursos disponibilizados aos Estados e Municípios, obtendo ações de coordenação, avaliação técnica e financeira dos recursos repassados.

Com o passar dos anos e o crescimento da auditoria hospitalar, a enfermagem passou a atuar nesse campo, iniciando pelo setor de contas e posteriormente estendendo para as áreas assistenciais a fim de, melhorar os processos e corroborar a segurança do paciente.

A Importância

A auditoria de enfermagem vem aparecendo e reforçando sua importância ao longo dos anos dentro das instituições hospitalares e operadoras de planos de saúde.

A aplicação da auditoria é uma avaliação sistemática da qualidade da assistência de enfermagem prestada ao cliente e contribui para melhorar a qualidade do serviço prestado através da análise dos prontuários, acompanhamento do cliente in loco e verificação da compatibilidade entre o procedimento realizado, o lançamento adequado dos materiais e os itens que compõem a conta hospitalar, garantindo assim, uma cobrança adequada.

Os Registros de Enfermagem

Os cuidados de enfermagem podem ser evidenciados a partir dos registros, os quais refletem a qualidade da assistência de enfermagem. A auditoria contribui para a revisão e controle além de ser um indicador sobre a eficiência e eficácia dos processos que estão acontecendo.

A auditoria não tem apenas a função de apontar falhas ou problemas, mas também, apontar sugestões e soluções, a fim de educar os profissionais envolvidos na assistência.

A ausência de registros claros sobre as atividades de enfermagem resulta em perdas administrativas e econômicas consideráveis para as instituições de saúde. A auditoria objetiva controlar e minimizar perdas visando a excelência na qualidade do atendimento prestado ao paciente.

Para que isso ocorra é necessário que os trabalhadores da área da enfermagem estejam engajados e comprometidos, além de ter o conhecimento sobre a importância em realizar  os registros de enfermagem corretamente ao atendimento prestado.

O setor de auditoria em enfermagem tem a função de identificar incoerências ou inconsistências nesses registros e posteriormente sinalizar às lideranças para a capacitação das equipes.

O Enfermeiro Auditor

Os serviços de auditorias hospitalares vêm se desenvolvendo gradativamente, a fim de trabalhar para melhorar a receita hospitalar. A partir dessa premissa, houve a necessidade de qualificar o serviço através da inclusão do profissional enfermeiro, a fim de garantir a qualidade e redução de custos.

O enfermeiro deve ser conhecedor dos processos assistenciais que contribuem para melhorar o retorno econômico e contábil para as instituições de saúde, tendo como foco de sua observação a sustentabilidade econômica e o controle dos processos executados.

A auditoria em saúde desempenhada pelo profissional enfermeiro ainda é pouco difundida, discutida e aplicada em instituições de saúde e ensino. Para que ocorra a mudança do cenário atual para um que valorize mais o papel do enfermeiro auditor, a transformação deve iniciar nas instituições de ensino superior.

Desta maneira, o enfermeiro entrará no mercado de trabalho tendo em mente a importância dos registros associados a qualidade do cuidado ofertado21. Entretanto, para que haja o fortalecimento da auditoria em saúde realizada pelo enfermeiro é necessário que o papel do enfermeiro auditor seja bem fundamentado e que suas atribuições e direitos sejam defendidos por associações que sejam integradas em todo o território nacional.

Uma vez que estas propostas sejam realizadas, é importante que outros profissionais do ramo da auditoria em saúde reconheçam a importância do enfermeiro auditor frente às instituições em saúde.

Referências:

  1. Oliveira DS, Gomes GFF; Porto LCM. A importância da auditoria interna no processo de gestão das organizações em um ambiente globalizado e cada vez mais competitivo. Rev. Ciências Gerenciais, [Internet]. 2012 Out.1(1): 2-19.
  2. Souza LAAS, Dyniewicz AM, Kalinowski LC. Auditoria: uma abordagem histórica e atual. Rev. RAS, [internet]. 2010 Abr; 12(47): 71-78.
  3. BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br . Acesso em: 07 abr. 2021.
  4. D’innocenzo M, Adami NP, Cunha ICKO. O movimento pela qualidade nos serviços de saúde e enfermagem. Rev. Bras. Enferm. Brasília. 2006 Fev; 59(1): 84-88.
  5. Setz VG, D’innocenzo M. Avaliação da qualidade dos registros de enfermagem no prontuário por meio da auditoria. Rev. Acta Paul. Enferm., São Paulo. 2009 Jun; 22(3): 313-317. 

Aplicação IM: Região Deltoide

O Deltoide é um músculo superficial, com espessura reduzida, tecido estriado e denso, fixado no terço lateral da clavícula.

Em sua parte mais profunda, atinge o terço superior do úmero e a articulação escapulo-umeral.

A vascularização ocorre pela veia/artéria axilar, circunflexa posterior e umeral.

A inervação se dá pelo plexo cervical, braquial e nervo circunflexo.

É revestido pela pele, por tecido conjuntivo subdermico e por aponeurose superficial.

Sua função é fletir, abduzir, estender e rodar medial e lateralmente o braço.

Alta Absorção

Por ser uma musculatura bem vascularizada é muito utilizada na aplicação de injeções e vacinas, pois apresenta absorção rápida da droga.

Vantagem e Desvantagens

A região do deltoide tem como vantagem a exposição mínima do corpo no momento da aplicação e facilidade de acesso.

Entretanto, as desvantagens evidenciadas em inúmeros estudos demostram que essa região é contraindicada para a maioria das drogas, uma vez que tem capacidade mínima para absorção, visto que a musculatura é superficial e pequena em comparação com as outras regiões.

Critérios de Aplicação

Cabe complementar que as injeções aplicadas no músculo deltoide não devem ultrapassar dois ml, serem leitosas, viscosas, oleosas ou irritáveis porque são pouco solúveis e podem afetar a função motora do braço, causar lesão nos nervos e artérias próximas, provocar distúrbios isquêmicos, necroses e amputação nas extremidades dos membros. Portanto devem ser utilizados como última opção!

Lembrando que, o artigo 30 do capítulo I do Código de Ética do Profissional de Enfermagem evidencia que é proibido ao profissional a administração de medicamentos sem o conhecimento do mecanismo de ação da droga e de seus possíveis riscos.

Quem pode aplicar Intramuscular dentro da Equipe de Enfermagem?

A Lei do Exercício Profissional da Enfermagem no 7498/1986 (BRASIL, 1986) descreve que a função do preparo e administração de medicamentos é dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem sendo a supervisão, orientação, direção e responsabilidade do Enfermeiro.

O Enfermeiro precisa ter ciência que o preparo e a administração de medicação não são apenas uma tarefa mecânica a ser executado em aquiescência com a prescrição médica e com a medicação recebida da farmácia, esse procedimento requer o julgamento do profissional, sendo imprescindível o conhecimento legal, ético, técnico e científico para garantir a segurança do paciente.

Alguns Cuidados de Enfermagem

  • Leitura da prescrição médica;
  • Identificação do produto a ser injetado (apresentação e dose);
  • Escolha do material adequado (seringas, agulhas, luvas, algodão e álcool);
  • Definição do local da injeção;
  • Habilidade técnica para realização da injeção e seguimento das normas de biossegurança, começando pela lavagem das mãos.

A escolha da Região Correta

A administração de medicamento IM de maneira segura depende da avaliação adequada da musculatura considerando a característica e irritabilidade da droga, volume compatível com o tamanho da musculatura escolhida, distância em relação a vasos e nervos importantes, espessura do tecido adiposo, sexo, idade e tamanho adequado da agulha, que deve ultrapassar o tecido adiposo e depositar o medicamento na musculatura profunda.

Referências:

  1. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Higienização das mãos em serviços de saúde. Brasília: ANVISA, 2007. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacaomaos/manualintegra.pdf
  2. BRASIL. Lei no 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/decreto/1980-1989/D94406.htm
  3. COCOMAN, A.; MURRAY, J. Intramuscular injections: a review of best practice for mental health nurses. Journal of Psychiatric and Mental Health Nursing, v. 15, p. 424-434, nov. 2008. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18454829
  4. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM – COFEN. Resolução n o 311/2007. Aprova a reformulação do Código de ética dos Profissionais de Enfermagem. Disponível em: http://www.cofen.qov.br/resoluo-cofen-3112007 4345.html
  5. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM – COFEN. Resolução n o 358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: http.’//www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009 4384.html
  6. CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM – COREN -BA. Parecer n. 021/2013 dispõe sobre Dosagem de Medicamentos como Responsabilidade do Enfermeiro, 2013. http://ba.corens.portalcofen.gov.br/parecer-coren-ba-0212013 8112.html
  7. CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM – COREN -SC. Parecer n. 016/2013 dispõe nove certos na administração de medicação, 2013. Disponível em: http://transparencia.corensc.gov.br/wp-content/uploads/2016/05/Resposta-medicamentos.pdf