Osteosarcoma

Osteosarcoma é o câncer que se desenvolve nos ossos. As mesmas células que formam este câncer também são responsáveis por produzirem a matriz óssea, mas os tumores não costumam ser tão rígidos quanto os ossos.

A maior incidência deste câncer é em crianças e, principalmente, adolescentes, mas ele também pode ser diagnosticado em outras faixas etárias. Nos jovens, as áreas mais atingidas são extremidades de ossos longos, que normalmente estão em fase de crescimento.

Sintomas

Um dos sintomas mais comuns do osteosarcoma é a dor óssea. A princípio, o incômodo pode não ser constante e se agravar apenas durante a noite ou após a realização de atividades físicas.

Dores e inchaços, no entanto, também são comuns em crianças e adolescentes, que estão sempre em movimento. O importante é o paciente e seus responsáveis ficarem atentos para, caso estes sintomas não desapareçam, procurar um médico.

Em alguns casos, dependendo da localização do tumor, o próprio paciente consegue sentir o nódulo. Se o nódulo não desaparecer entre uma e duas semanas, os especialistas também recomendam uma avaliação médica.

Fraturas, por fim, também podem ser um sinal de osteosarcoma, já que o câncer enfraquece a matriz óssea. Normalmente, ao fraturar uma região próxima ao tumor, os pacientes relatam que sentiram dor no membro há meses.

Fatores de risco

O risco de osteosarcoma é maior entre crianças e adolescentes, do sexo masculino, o que pode estar ligado ao crescimento rápido dos ossos. Jovens com a doença normalmente são altos demais para sua idade.

A exposição à radiação ionizante também é um fator de risco para osteosarcoma. Os pesquisadores ainda não sabem se exames de imagem, como raio-x, podem aumentar os riscos, mas há médicos que evitam pedir esses exames a crianças.

Diagnóstico

Ao investigar desconfortos que podem estar relacionados a osteosarcoma, o médico pode pedir ao paciente exames de imagem – como raio-x, tomografia computadorizada ou ressonância magnética – para analisar as estruturas ósseas dos pacientes à procura de nódulos ou lesões suspeitas.

É difícil, porém, confirmar um diagnóstico somente a partir dos exames de imagem. É por este motivo que uma biópsia pode ser solicitada ao paciente. Ao remover parte do tecido ósseo para análise laboratorial, é possível confirmar ou não confirmar se o tumor é maligno ou benigno.

Tratamento

O osteossarcoma pode ser tratado por meio de procedimentos cirúrgicos, quimioterapia ou radioterapia. Normalmente, a quimioterapia é prescrita depois da cirurgia, por oferecer a possibilidade de diminuir os riscos de o câncer reincidir.

Há oncologistas que preferem prescrever a quimioterapia antes, para que a cirurgia seja menos invasiva. Os procedimentos cirúrgicos normalmente são agressivos. Vão da remoção de uma pequena área do tecido ósseo à realização de enxerto em torno da fratura até à amputação de algum membro, em casos mais graves.

Prevenção

Para se prevenir do osteossarcoma, os especialistas recomendam que os pacientes mantenham um peso corporal adequado e abandonem hábitos que podem enfraquecer os ossos, como o consumo de refrigerantes e o tabagismo.

Não há, porém, grandes evidências sobre o que pode realmente prevenir este câncer, já que a maior parte dos fatores de risco é incontrolável, como o crescimento rápido dos ossos de crianças e adolescentes.

Referência

  1. American Cancer Society – https://www.cancer.org/cancer/osteosarcoma/

O uso seguro da vinCRIStina

A Vincristina é a substância ativa de um medicamento antineoplásico conhecido comercialmente como Oncovin, indicado para o tratamento de vários tipos de câncer, entre eles leucemia, câncer de pulmão e de mama.

A sua ação consiste em interferir no metabolismo dos aminoácidos e impedir a divisão celular, diminuindo a probabilidade do câncer se espalhar pelo organismo.

Erros associados à administração de vincristina

O antineoplásico vincristina foi administrado por via intratecal em um paciente pediátrico em vez de metotrexato. O medicamento havia sido preparado e acondicionado em uma seringa. Apesar da rápida identificação do erro, a criança apresentou sintomas de neurotoxicidade e foi a óbito três dias depois. Como prevenir esse erro de medicação?

A administração inadvertida de vincristina por via intratecal em vez da via endovenosa é um erro com consequências geralmente fatais para o paciente e representa o evento adverso mais comum envolvendo a via de administração intratecal.

Quando administrada por via intratecal, a vincristina pode provocar deterioração neurológica progressiva e paralisia, sendo um evento doloroso e com consequências psicológicas importantes para os pacientes sobreviventes e seus familiares. Resulta, quase sempre, no óbito do paciente, em dias ou meses, devido à necrólise do sistema nervoso central.

Os poucos pacientes que sobrevivem a este tipo de erro apresentam graves sequelas neurológicas. As consequências para os profissionais da saúde envolvidos neste erro também são devastadoras.

Os perigos associados à administração equivocada de vincristina são conhecidos e documentados há mais de 45 anos. O primeiro caso relatado de administração intratecal inadvertida de vincristina ocorreu nos Estados Unidos em 1968, quando um paciente apresentou mieloencefalopatia ascendente.

Desde então, 120 novos casos semelhantes foram relatados na literatura mundial. No entanto, a incidência real deste incidente é desconhecida visto que é possível que muitos casos não tenham sido notificados por receio de punições.

Muitos casos notificados ocorreram em pacientes com leucemia ou linfoma de Hodgkin que estavam sendo tratados com vincristina por via endovenosa concomitantemente com metotrexato, citarabina e/ou glicocorticoides por via intratecal.

Além disso, frequentemente, a administração desses medicamentos, por via intravenosa e via intratecal, encontrava-se programada para o mesmo horário, favorecendo a troca da via de administração da vincristina. Por estes motivos, alertas têm sido emitidos sobre o risco deste tipo de erro.

Entre os fatores contribuintes para a administração da vincristina por via intratecal, pode-se citar: a falta de experiência com o manejo de medicamentos utilizados na terapia antineoplásica; a ausência de dupla checagem (duplo check) independente; a administração de medicamentos por via intratecal e por via endovenosa no mesmo dia, horário e local; e o preparo e dispensação da vincristina em seringa.

RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA O USO SEGURO DA VINCRISTINA

  • Manipular a vincristina diluída em cloreto de sódio 0,9% em bolsa para infusão, eliminando o risco de troca com seringas de uso intratecal.
  • Durante a manipulação da vincristina, acondicioná-la em um tipo de envase e diluí-la em um volume não compatível com a administração intratecal:
    • Para adultos: diluir a vincristina em 50 mL de cloreto de sódio 0,9%. Preparar em bolsas de 50 mL e infundir em 5-10 minutos.
    • Para crianças: diluir a vincristina em 25 mL de cloreto de sódio 0,9%. Preparar em bolsas de 50 mL e infundir em 5-10 minutos.
    • Para crianças menores de 10 anos: após avaliação do risco individual, quando a diluição da vincristina em bolsas de 50 mL não for adequada, diluir a vincristina em uma seringa com volume maior ou igual a 10 mL.
  • Neste caso, a seringa deverá ser identificada com a etiqueta de alerta sugerida abaixo e a equipe alertada para o envase em seringa.
  • Etiquetar as bolsas de infusão com preparações de vincristina com um alerta. Modelo sugerido pelo ISMP Brasil apresentado na figura abaixo:
USO SOMENTE POR VIA ENDOVENOSA
FATAL SE ADMINISTRADO POR OUTRA VIA

 

Atenção: alertas negativos, como “não utilizar por via intratecal”, nunca devem ser utilizados, uma vez que estes podem induzir ao erro por não apresentar uma mensagem direta e positiva com a conduta correta que deve ser adotada. Mensagens negativas podem ser mal interpretadas e facilmente confundidas de forma exatamente oposta ao que se pretende.

Referências:

  1. Boletim ISMP Brasil “Erros associados à administração de vinCRIStina”: https://www.ismp-brasil.org/site/boletins/
  2. International Medication Safety Network “Global Targeted Medication Safety Best Practice 2”: https://www.intmedsafe.net/

Administração de Quimioterápicos Antineoplásicos

O termo quimioterapia é utilizado na área da saúde para designar tratamento de neoplasias, porém a sua definição correta é de uma substância química, isolada ou não que tem por objetivo tratar uma patologia tumoral ou não.

Assim, denominam-se agentes quimioterápicos antineoplásicos ou citostáticos, os fármacos usados para o tratamento de neoplasias quando a cirurgia ou radioterapia não é possível ou é ineficaz e como adjuvantes para cirurgia. Elas têm como finalidade: curar, melhorar a sobrevida e/ou promover efeito paliativo.

A grande maioria dos agentes quimioterápicos antineoplásicos é de natureza tóxica e sua administração exige grande cuidado e habilidade. Cometer um erro durante o manuseio ou na administração de um desses medicamentos pode levar a efeitos tóxicos graves, não apenas para o cliente, mas também para o profissional que prepara e administra estes medicamentos.

Por essas razões, a enfermagem deve ter além de habilidades psicomotoras, o conhecimento científico sobre a ação dos agentes quimioterápicos e o preparo do cliente, bem como estar assegurado de equipamentos de proteção individual que atendam as exigências para a administração de quimioterápicos antineoplásicos.

Além disso, o enfermeiro deve ter conhecimento, à respeito da velocidade de aplicação, efeitos colaterais, toxicidade dermatológica e cuidados de enfermagem.

Competência na Instalação e Manipulação de Quimioterápicos

A administração deve ser realizada por enfermeiro, conforme definição da Resolução COFEN n. 210/1998 e n. 257/2001 (COFEN, 1998; COFEN, 2001).

CLASSIFICAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS ANTINEOPLÁSICOS

Classificação dos antineoplásicos conforme a estrutura e função em nível celular

  • Agentes alquilantes: mostarda nitrogenada e derivados (mecloretamina, ciclofosfamida, clorambucil), etilenamina, epoxidos (dibromomanitol, dibromocitrol), alquil sifonatos (bussulfan), nitrosouréias (carmustine, lomustine, streptomizicin), diaquitriazenes (dacarbazina), streptozocina, ifosfamida, melfalan, cisplatina, estramustina, melfalano, tiopeda, semustina, dacarbazina, carboplatina;
  • Agentes antimetabólicos: metotrexato, são análogos da purina (6-mercapturina, 6-tioguanina, azatioprina), análogos da pirimidina (5-flurouracil, citosin-arabinosidio);
  • Antibióticos antitumorais: antacíclicos (doxorubicina, daunublastina, epirubicina, idarubicina), bleomicina, mitomicina, mitoxotrona;
  • Plantas alcalóides: grupo da vincristina e vimblastina, paclitaxel, teniposido e etoposido;
  • Outras classificações: hidroxilréias, asparaginase;

Classificação dos antineoplásicos conforme as reações dermatológicas locais

  • Quimioterápicos vesicantes: provocam irritação severa com formação de vesículas e destruição tecidual quando extravasados;
  • Quimioterápicos irritantes: causam reação cutânea menos intensa quando extravasados (dor e queimação sem necrose tecidual ou formação de vesículas); porém, mesmo que adequadamente infundidos, podem ocasionar dor e reação inflamatória no local da punção e ao longo da veia utilizada para aplicação;
  • Quimioterápicos não vesicantes/irritantes: não causam reação cutânea quando extravasados e não provocam dor e queimação durante a administração;

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS ANTINEOPLÁSICOS

Os quimioterápicos antineoplásicos podem ser administrados pelas vias: oral, intramuscular, subcutânea, endovenosa, intrarterial, intrapleural, intravesical, intra-retal, intratecal e intraperitoneal.

Via oral

Vantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via

Desvantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via

Potenciais complicações

  • Complicações específicas de cada agente

Cuidados de enfermagem na via oral

  • Manusear os quimioterápicos com luvas de procedimentos ;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Diluir a droga em água e administrá-la logo em seguida;
  • Comunicar com o médico imediatamente, se o cliente vomitar;
  • Administrar antiemético prescrito, se presença de vômitos persistentes;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via intramuscular

Vantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via.

Desvantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via.

Potenciais complicações

  • Lipodistrofias e abcessos.

Cuidados de enfermagem na via intramuscular

  • Diluir os fármacos em pequena quantidade de diluentes;
  • Fazer anti-sepsia rigorosa no local de aplicação;
  • Administrar o quimioterápico em até 5 ml para cada aplicação em adulto e 3ml para criança;
  • Utilizar uma agulha de menor calibre;
  • Fazer rodízios dos locais de aplicação;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via arterial

Vantagens

  • Aumento da dose para tumores com diminuição dos efeitos colaterais sistêmicos

Desvantagens

  • Requer procedimento cirúrgico para colocação do cateter

Potenciais complicações

  • Sangramento e embolia

Cuidados de enfermagem na aplicação por via arterial

  • Observar posicionamento e fixação do cateter;
  • Retirar o cateter fazendo compressão por 5 minutos ou mais;
  • Fazer curativo após a retirada do cateter;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via intratecal

Vantagens

  • Maiores níveis séricos da antineoplásico no liquido cérebro-espinhal

Desvantagens

  • Requer punção lombar ou colocação cirúrgica do reservatório ou um cateter implantável para a administração da droga

Potenciais complicações

  • Cefaléia; confusão; letargia; náuseas e vômitos; convulsões

Cuidados de enfermagem na aplicação por via intratecal

  • Posicionar adequadamente o cliente em decúbito lateral, para favorecer a punção;
  • Manter o cliente em repouso pelo menos por duas horas após receber a quimioterapia para prevenir cefaleia;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via intrapleural

Vantagens

  • Esclerose da parede da pleura para prevenir a recidiva de derrame pleural

Desvantagens

  • Requer inserção do dreno de tórax

Potenciais complicações

  • Dor; infecção

Cuidados de enfermagem na aplicação por via intrapleural

  • Auxiliar o médico durante a drenagem pleural;
  • Posicionar o cliente em decúbito lateral ou sentado com o dorso livre e os braços;
  • Amparados para o médico fazer a aplicação do quimioterápico antineoplásico;
  • Ocluir o cateter ou dreno e manter a medicação no espaço intrapleural entre 20 minutos a 2 horas, conforme prescrição médica;
  • Fazer mudança de decúbito a cada 15 minutos;
  • Manipular o cateter utilizando técnica asséptica;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via intravesical

Vantagens

  • Exposição direta da superfície da bexiga à droga

Desvantagens

  • Requer inserção do cateter de Folley

Potenciais complicações

  • Infecções do trato urinário, cistite, contratura da bexiga, urgência urinária, reações alérgicas à droga

Cuidados de enfermagem na aplicação por via intravesical

  • Orientar o cliente a fazer restrição hídrica por 8 a 12 horas antes da sondagem;
  • Fazer o cateterismo vesical com sonda vesical de demora e se for retirá-la após a infusão fazer com a sonda de alívio;
  • Aplicar o quimioterápico antineoplásico;
  • Fazer mudança de decúbito de 15 em 15 minutos;
  • Orientar que a quimioterapia deverá ficar retida por maior tempo possível;
  • Drenar o quimioterápico e retirar a sonda;
  • Assegurar técnica asséptica;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via endovenosa

Vantagens

  • Efeito imediato e completa disponibilidade da medicação.

Desvantagens

  • Esclerose venosa, hiperpigmentação da pele.

Potenciais complicações

  • Infecção, flebite, formação de vesículas ou necrose quando extravasado o antineoplásico.

Cuidados de enfermagem na aplicação por via endovenosa

  • Puncionar veia calibrosa;
  • Escolher a veia periférica mais distal dos membros superiores e de maior calibre acima das áreas de flexão;
  • Fixar o dispositivo de uma maneira que facilite a visualização do local da inserção do cateter para a avaliação de extravasamento;
  • Certificar se o acesso venoso está pérvio com soro fisiológico ou água destilada antes de iniciar a quimioterapia;
  • Usar three way para facilitar na manipulação medicamentosa;
  • Administrar o quimioterápico antineoplásico em bolus, infusão rápida e lenta ou contínua, conforme prescrição médica;
  • Não administrar quimioterápicos vesicantes sob infusão contínua através de um acesso venoso periférico;
  • Interromper a infusão quando houver: edema, hiperemia, diminuição ou parada do retorno venoso e dor no local da punção;
  • Seguir protocolo da instituição em caso de extravasamento do quimioterápico;
  • Lavar a veia puncionada com SF 0,9% antes de retirar o dispositivo da punção
  • Fazer compressão local por 3 minutos após a retirada do dispositivo para evitar o refluxo do quimioterápico e sangue;
  • Observar presença de complicações locais associados à administração dos quimioterápicos por veia periférica: flebite, urticária, vasoespasmo, dor, eritema, descoloração, hiperpigmentação venosa e necrose tecidual secundária ao extravasamento;
  • Assistir e orientar o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via retal

Vantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via

Desvantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via

Cuidados de enfermagem na aplicação por via intra retal

  • Fazer lavagem intestinal, conforme prescrição médica;
  • Aplicar o medicamento evitando extravazamento;
  • Orientar o cliente a manter o quimioterápico por maior tempo possível e mudar de decúbito sempre que possível;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva;

Procedimento para administração de quimioterápicos

  • Verificar a identificação do cliente, medicamento, dose, via e tempo de administração na prescrição médica;
  • Rever o histórico de alergia à medicamentos com o cliente e no prontuário;
  • Antecipar e planejar possíveis efeitos colaterais e toxicidade sistêmica importante;
  • Rever os dados laboratoriais e outros testes adequados;
  • Escolher os equipamentos e dispositivos adequados;
  • Explicar o procedimento ao cliente e ao acompanhante;
  • Informar que os quimioterápicos são lesivos para as células normais e que as medidas de proteção usadas pela equipe minimizam sua exposição ao medicamento;
  • Administrar antieméticos ou outras medicações prescritas;
  • Administrar o quimioterápico;
  • Monitorar o cliente em intervalos programados durante todo o período de administração de medicamentos;
  • Não descartar qualquer dispositivo utilizado em qualquer procedimento na área de cuidado do cliente.

Intervenções de enfermagem frente ao tratamento com os quimioterápicos antineoplásicos

  • Avaliar cavidade oral quanto à presença de mucosites e gengivites.
  • Fazer a higienização dos dentes com cautela, nos clientes que apresentarem hemorragias gengivais.
  • Incentivar o cliente a fazer a higiene oral com escova macia ou com o dedo enrolado na gaze com soro fisiológico e solução alcalina (bicarbonato de sódio) na ausência de hemorragia.
  • Incentivar o cliente a fazer bochecho com solução de nistatina 30 minutos após a higiene oral, mantendo-a na boca por 2 minutos e deglutindo após, conforme prescrição médica.
  • Liberar a dieta após 20 minutos do bochecho com solução de nistatina.
  • Avaliar a aceitação alimentar e documentar.
  • Oferecer alimentação leve 2h antes do início da quimioterapia.
  • Evitar frituras para minimizar a possibilidade de vômitos para o cliente.
  • Administrar antiemético antes da quimioterapia, se prescrito.
  • Avaliar a eficácia do antiemético.
  • Evitar líquidos durante as refeições .
  • Estimular ingestão hídrica 2 litros/dia ou mais.
  • Evitar odores desagradáveis na enfermaria.
  • Investigar, medicar e proporcionar o conforto na ocorrência de dor.
  • Manter os lábios do cliente lubrificados.
  • Registrar o peso diariamente e fazer balança hídrico rigoroso.
  • Estimular a deambulação, quando possível.
  • Observar, comunicar e registrar presença de reações adversas.

Referências:

  1. FONSECA, S.M. et. Al. Manual de quimioterapia antineoplásica, Rio de Janeiro: Reichmann &Affonso, 2000, 164p.
  2. MILLER, D. Quimioterapia. In: Administração de medicamentos. Rio de Janeiro: Reichmann &Affonso, p. 369-82, 2002.
  3. ARCHER, E, et al. Protocolo de quimioterapia. In: Procedimentos e protocolos. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2005, 408p.
  4. ADAMI, N.P, et al. Extravasamento de drogas antineoplásicas: notificação e cuidados prestados. Rev. Brás. Cancerologia, v. 47 n. 2, p. 147-51, 2001.
  5. ROCHA, F.L.R.. MARZIALE, M.H.P.. ROBAZZI, M.L.C.C. Perigos potenciais a que estão expostos os trabalhadores de enfermagem na manipulação de quimioterápicos antineoplásicos: conhecê-los para prevení-los. Rev. Latino-am Enfermagem, v. 12, n. 3, p. 511-7, 2004.
  6. Conselho Federal de Enfermagem (COFEn). Resolução 210 de 01 de julho de 1998. Dispõe sobre a atuação dos profissionais de enfermagem que trabalham com quimioterápicos antineoplásicos. In: COFEn. Documentos Básicos de Enfermagem. São Paulo, 2001. p. 207.

Carcinoma Vs Sarcoma: As diferenças

Carcinoma e Sarcoma, ambos são cânceres, mas com origens distintas. Os sarcomas surgem nas células de tecido conjuntivo, como músculos, gorduras, vasos sanguíneos, tendões, nervos e ossos. Já os carcinomas têm origem nas células epiteliais, as quais revestem a pele e a maioria dos órgãos.

O que eles têm em comum?

Tumores do tipo sarcoma e carcinoma fazem parte do grupo de mais de 200 doenças conhecidas pelo nome genérico de câncer. Apesar de serem muito diferentes, todos os cânceres têm algo em comum: o início devido ao crescimento anormal das células.

Em uma pessoa saudável, as células crescem, se dividem e morrem de maneira ordenada. Isso ocorre periodicamente, quando envelhecem ou sofrem lesões irreparáveis. No câncer, no entanto, as células cancerosas crescem rápida e desordenadamente — e podem, inclusive, invadir outros locais, dando origem às metástases.

Além de sarcoma e carcinoma, há outras categorias de câncer. Tratam-se:

  • dos linfomas e mielomas, que surgem nas células do sistema sanguíneo;
  • da leucemia, que começa na medula óssea;
  • dos tumores neuroendócrinos, que se originam nas células neuroendócrinas, presentes no corpo todo, mas, principalmente, no trato gastrointestinal e no pulmão;
  • e dos cânceres do sistema nervoso central, que se formam nos tecidos da medula espinhal e do cérebro.

Categorias de câncer e onde se originam

Carcinomas nas células epiteliais
Sarcomas nas células de tecido conjuntivo
Linfomas nas células do sistema sanguíneo
Mielomas nas células do sistema sanguíneo
Leucemia nas células da medula óssea
Tumores neuroendócrinos nas células neuroendócrinas
Tumores do sistema nervoso central nas células da medula espinhal e do cérebro

Qual é a principal diferença entre sarcoma e carcinoma?

sarcoma é um tipo de câncer bastante raro. Ele agrupa tumores que podem surgir em tecidos conjuntivos e se subdividem em dois tipos principais: sarcomas de partes moles e sarcomas ósseos.

Os sarcomas de partes moles podem aparecer em músculos, gorduras, vasos sanguíneos, tecidos fibrosos, nervos e nos tecidos mais profundos de pele (tecidos de suporte). Na maioria dos casos, são encontrados nas pernas e braços, mas também podem ser vistos no tronco, pescoço, cabeça, retroperitônio (área em torno da cavidade abdominal) e órgãos internos.

Já os sarcomas ósseos se desenvolvem a partir dos ossos. Eles se dividem em osteossarcoma, sarcoma pleomórfico ósseo, sarcoma de Ewing, e condrossarcoma.

carcinoma, por sua vez, é mais comum. Os principais subtipos são os adenocarcinomas e os carcinomas de células escamosas.

Nesse caso, os tumores surgem no tecido epitelial, presente na pele e no revestimento de órgãos internos. A maioria dos tumores gastrointestinais, por exemplo, é classificada como carcinoma. Entre eles, os mais incidentes são como o câncer de intestino (cólon e reto), o câncer de esôfago e o câncer de estômago.

Como é feito o diagnóstico desses tipos de cânceres?

O diagnóstico do carcinoma pode ser feito em função dos sintomas ou em meio à investigação de outras patologias. No entanto, para identificar alguns tipos de carcinomas mais comuns, existem exames de rastreamento. Por exemplo:

  • Papanicolau, realizado, periodicamente, em todas as mulheres que já iniciaram a vida sexual ou tem mais de 21 anos, com o objetivo de prevenir o câncer de colo uterino;
  • mamografia, realizada periodicamente em todas as mulheres com mais de 40 anos para diagnosticar o câncer de mama;
  • colonoscopia, realizada periodicamente em homens e mulheres a partir dos 50 anos, para diagnosticar o câncer de intestino;
  • PSA (checagem dos níveis do antígeno prostático específico no sangue),realizado em homens a partir dos 50 anos, para diagnóstico do câncer de próstata.

Também existem os exames indicados, especificamente, para pacientes com risco-padrão para determinados tipos de carcinomas. Isso é definido pelo médico, com base no histórico clínico (pessoal e familiar) e avaliação de fatores de risco. Por exemplo:

  • tomografia computadorizada de pulmão, para pacientes com histórico de tabagismo, a partir dos 55 anos, para diagnosticar o câncer de pulmão;
  • dermatoscopia (exames dermatológicos), para pessoas de peles claras, mas com muitas pintas;
  • ultrassonografia de fígado, para portadores de cirrose hepática;
  • entre muitos outros.

Em relação aos sarcomas, no entanto, não existem exames de rastreamento. Caso haja sintomas, histórico familiar da doença e/ou fatores de risco associados, o oncologista pode solicitar exames de imagem e laboratoriais específicos, inclusive testes genéticos. Se confirmada a suspeita, realiza-se uma biópsia para avaliar o estágio da doença.

Métodos diagnósticos

Carcinomas Análise dos sintomas, considerando o histórico pessoal e familiar, assim como o estilo de vida, e/ou achados sugestivos em exames de rotina, em meio a outras investigações ou nos rastreamentos preventivos.
Sarcomas Análise dos sintomas, do histórico pessoal e familiar para a doença e dos fatores de risco associados, assim como dos achados em exames de imagem e laboratoriais específicos.

Qual é a melhor forma de tratar sarcoma e carcinoma?

Independentemente das diferenças entre os tipos de cânceres, cada tumor deve ser avaliado individualmente. Para isso, os oncologistas consideram, entre outros fatores:

  • o tipo de tumor;
  • o estágio no qual se encontra (nível de agressividade);
  • a localização (se permanece no local de origem ou se há metástases).

Só então é possível definir o melhor tipo de tratamento. Esse, por sua vez, pode ser:

  • cirúrgico;
  • quimioterápico;
  • radioterápico;
  • hormonioterápico;
  • imunoterápico;
  • e/ou realizado com terapia alvo.

Nessa hora, o importante é que, quanto mais difícil de tratar seja o tumor, maior seja a experiência e habilidade do oncologista no tumor em questão. No caso dos sarcomas de partes moles e ósseos, por exemplo, estudos comprovam que pacientes tratados em centros oncológicos especializados têm maiores taxas de sucesso.

Referência

  1. Fleury Jr, Luiz Fernando Fróes e Sanches Jr, José AntonioSarcomas cutâneos primários. Anais Brasileiros de Dermatologia [online]. 2006, v. 81, n. 3 [Acessado 2 Agosto 2022] , pp. 207-221. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0365-05962006000300002&gt;. Epub 24 Jul 2006. ISSN 1806-4841. https://doi.org/10.1590/S0365-05962006000300002.

Escala de Karnofsky

O Índice de Karnofsky, ou Escala/Performance de Karnofsky descreve os níveis crescentes de atividade e independência com valores que variam de 0 a 100.

Zero indica morte e 100, o nível normal de desempenho físico e aptidão para realizar atividades normais.

É o instrumento mais utilizado no prognóstico da terapia de câncer por tratar-se de medida do rendimento para classificação da habilidade de uma pessoa para desempenhar atividades, avaliando o progresso do paciente após um procedimento terapêutico e determinando sua capacidade para terapia.

Referências:

  1. CREMESP. Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Cuidado Paliativo. São Paulo, 2008
  2. https://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/1241-Einstein%20v7n3p314-21_port.pdf

Mieloma Múltiplo

O mieloma múltiplo é o câncer de um tipo de células da medula óssea chamadas de plasmócitos, responsáveis pela produção de anticorpos que combatem vírus e bactérias.

No mieloma múltiplo, os plasmócitos são anormais e se multiplicam rapidamente, comprometendo a produção das outras células do sangue.

Por isso, os pacientes podem ter anemia e ficam sujeitos a infecções.

Os plasmócitos cancerosos também produzem uma proteína anormal, chamada de proteína monoclonal, que se acumula no sangue e na urina. As células doentes também podem afetar os ossos, causando dores e fraturas espontâneas.

Quais são os Fatores de Risco?

Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver câncer, mas isso não quer dizer que você vai ter mieloma múltiplo.

Não se sabe ainda o que causa o mieloma múltiplo e, portanto, não existem formas de prevenção da doença. Valem, assim, as recomendações de uma vida saudável, com alimentação rica em verduras, legumes e frutas, pouca carne vermelha, não fumar, praticar exercícios regularmente e não abusar de álcool.

Idade: a maioria dos pacientes tem mais de 65 anos.

Sexo: os casos de mieloma múltiplo são um pouco mais frequentes em homens do que em mulheres.

Como é diagnosticado?

No caso do mieloma múltiplo, exames específicos de sangue e de urina são usados tanto para diagnóstico, como para estadiamento e acompanhamento do tratamento.

Eles avaliam níveis de cálcio e alterações nas proteínas monoclonais produzidas pelos plasmócitos doentes no sangue e na urina. A punção de medula também deve ser pedida e, como o mieloma múltiplo pode causar tumores nos ossos ou nos tecidos moles ao redor deles, uma biópsia desses tumores também pode ser necessária.

A avaliação por exames por imagem também integra a lista de procedimentos para diagnóstico desse tipo de câncer, entre eles raios X, densitometria óssea, ressonância magnética, tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) e tomografia.

ESTADIAMENTO

O estadiamento é uma forma de classificar a extensão do tumor e se, ou quanto, ele afetou os gânglios linfáticos ou outros órgãos próximos ou distantes (metástase). O estadiamento do mieloma múltiplo utiliza o Sistema de Estadiamento Internacional Revisado (RISS), que se baseia na quantidade de albumina, de microglobulina beta-2 e de uma enzima chamada lactato dehidrogenase (LDH) no sangue e de citogenética, um exame que identifica defeitos nos cromossomos. Nessa classificação, o mieloma múltiplo tem três estágios, do inicial (I) ao mais avançado (III):

Estágio I:

  • Microglobulina beta-2
  • Albumina ≥ 3.5 g/dL
  • LDH
  • Citogenética

Estágio II: fora dos critérios dos estágios I e III

Estágio III:

  • Microglobulina beta-2 ≥ 5.5 mg/L
  • LDH elevado e/ou
  • Citogenética de alto risco

Como é tratado?

Algumas vezes, o paciente de mieloma múltiplo é apenas acompanhado, sem fazer tratamento. Os tratamentos disponíveis atualmente não curam a doença, mas permitem que o paciente tenha saúde e qualidade de vida por longos períodos. Além disso, há várias pesquisas em andamento em busca de medicamentos mais eficazes e específicos para o tratamento do mieloma múltiplo.

A escolha do tratamento depende de vários fatores, entre eles se o paciente tem sintomas ou não, sua idade e se ele é portador de outras doenças, como diabetes ou problemas cardíacos.

Entre as opções terapêuticas estão a quimioterapia e a quimioterapia seguida de transplante de medula. Imunomoduladores, como a talidomida, também podem fazer parte da terapia, bem como anticorpos monoclonais, medicamentos que funcionam como um míssil teleguiado tendo como alvo uma proteína específica presente na superfície da célula.

A radioterapia é usada em pacientes com mieloma múltiplo que têm dor nos ossos ou que tiveram ossos danificados pela doença.

Alguns Cuidados de Enfermagem

  • Orientar sobre higiene das mãos;
  • Controle dos sinais vitais;
  • Observar sinais de infecção;
  • Monitorar resultados de exames laboratoriais;
  • Implementar cuidados com administração de medicamentos;
  • Avaliar intensidade da dor e realizar balanço hídrico.

Referência:

  1. MSD Manuals

Câncer de Próstata

No Brasil, o câncer ou carcinoma de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos e considerando ambos os sexos, é o segundo tipo mais comum. A taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.

O que é a Próstata?

A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto (parte final do intestino grosso). A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual.

Taxas de Incidência

Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.

Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³ ) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.

Fatores de Risco

  • A idade é um fator de risco importante, uma vez que tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos.
  • Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos, podendo refletir tanto fatores genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias.
  • Excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de próstata avançado.
  • Exposições a aminas aromáticas (comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de alumínio) arsênio (usado como conservante de madeira e como agrotóxico), produtos de petróleo, motor de escape de veículo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), fuligem e dioxinas estão associadas ao câncer de próstata.

Os Sinais e Sintomas

Em sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite). Na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.

A Detecção Precoce

A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar o tumor em fase inicial e, assim, possibilitar melhor chance de tratamento.

A detecção pode ser feita por meio da investigação, com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença. No caso do câncer de próstata, esses exames são o toque retal e o exame de sangue para avaliar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico).

Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de próstata traga mais benefícios do que riscos. Portanto, o INCA não recomenda a realização de exames de rotina com essa finalidade. Caso os homens busquem ativamente o rastreamento desse tipo de tumor, o Instituto recomenda, ainda, que eles sejam esclarecidos sobre os riscos envolvidos e sobre a possível ausência de benefícios desses exames feitos como rotina.

Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados no tratamento e deve ser buscado com a investigação de sinais e sintomas como:

  • Dificuldade de urinar
  • Diminuição do jato de urina
  • Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite
  • Sangue na urina

Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico.

Como é diagnosticado?

O câncer da próstata pode ser identificado com a combinação de dois exames:

  • Dosagem de PSA: exame de sangue que avalia a quantidade do antígeno prostático específico
  • Toque retal: como a glândula fica em frente ao reto, o exame permite ao médico palpar a próstata e perceber se há nódulos (caroços) ou tecidos endurecidos (possível estágio inicial da doença). O toque é feito com o dedo protegido por luva lubrificada. É rápido e indolor, apesar de alguns homens relatarem incômodo e terem enorme resistência em realizar o exame.

Na maioria dos homens, o nível de PSA costuma permanecer abaixo de 4 ng/ml. Alguns pacientes com nível normal de PSA podem ter um tumor maligno, que pode até ser mais agressivo, por isso esse exame, feito de forma isolada, não pode ser a única forma de diagnóstico.

Nenhum dos dois exames têm 100% de precisão. Por isso, podem ser necessários exames complementares.

A biópsia é o único procedimento capaz de confirmar o câncer. A retirada de amostras de tecido da glândula para análise é feita com auxílio da ultrassonografia. Pode haver desconforto e presença de sangue na urina ou no sêmen nos dias seguintes ao procedimento, e há risco de infecção, o que é resolvido com o uso de antibióticos.

Outros exames de imagem também podem ser solicitados, como tomografia computadorizada, ressonância magnética e cintilografia óssea (para verificar se os ossos foram atingidos).

Como é tratado?

Para doença localizada (que só atingiu a próstata e não se espalhou para outros órgãos), cirurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante (em algumas situações especiais) podem ser oferecidos.

Para doença localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido utilizados. Para doença metastática (quando o tumor já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento mais indicado é a terapia hormonal.

A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um.

Atuação do profissional de enfermagem no câncer da próstata

A Enfermagem atua no cuidado integral e contínuo nestes pacientes, este precisa tomar decisões e avaliar as intervenções que foram aplicadas e de modo organizado o mesmo tem o método da SAE ( Sistematização da Assistência de Enfermagem) para seu auxilio sendo que as suas ultimas etapas (implementação de cuidados e avaliação dos resultados óbitos), além de métodos terapêuticos alternativos e condutas da equipe multidisciplinar de modo que o profissional possa ampliar os conhecimentos sobre este agravo.

Diante do enfrentamento de qualquer neoplasia, a equipe de enfermagem deve agir para evitar o pessimismo angustiante que geralmente se instala no convívio familiar com a vitima. Nos cuidados paliativos na oncologia, o objetivo da assistência compreende na promoção da qualidade de vida e do conforto dos pacientes e da família que enfrentam juntos a enfermidade, atuando na prevenção e alivio dos sintomas e apoiando as necessidades psicossociais, emocionais e espirituais do enfermo e acompanhante.

Para ter segurança nos cuidados prestados a estes pacientes, o profissional deve buscar evidencias de intervenções já realizadas, avaliando de forma criteriosa os resultados obtidos pelos cuidados prestados em pacientes oncológicos prostáticos. Estar sempre a disposição para manter o paciente e familiar informado sobre a patologia e medicação utilizada, além de se atentar as necessidades biopsicossociais e espirituais do paciente, que também pode ser físicas devido a melhoria da estrutura física para acomodar e proporcionar melhor estadia e conforto para o cliente e acompanhante, ouvir suas aflições e sempre buscar estimular o acompanhante a permanecer ao lado do enfermo, são ações que se tornam impreteríveis no exercício da profissão de enfermagem e traz uma gratificação imensurável dos internos.

Referência:

  1. INCA
  2. ARAÚJO et al, As Representações Sociais de Homens sobre o Câncer de Próstata, São Paulo, 2013.
  3. DANGELO, J.G.; FATTINI, C.A. Anatomia Básica dos Sistemas Orgânicos. 2.ed. São Paulo : Atheneu,2009, pág.146
  4. MILIORINI Juliana Padial; FERNANDES Marina Viana; DECESARO Maria das Neves;
  5. MARCON, Sonia Silva familiar no contexto hospitalar, PR, 2012 disponível em : https://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/603/pdf.

Metástase: O que é?

A Metástase é a implantação de um foco tumoral à distância do tumor original, decorrente da disseminação do câncer para outros órgãos.

O aparecimento de metástases ocorre  quando as células cancerígenas se desprendem do tumor primário e entram na corrente sanguínea ou no sistema linfático, podendo circular pelo organismo e se estabelecer em outro órgão.

Ao espalhar-se pelo corpo e formar um foco do tumor em outro órgão, longe do sítio primário ou local de origem da doença, esse novo tumor é chamado de metastático.

Por exemplo, uma paciente diagnosticada com câncer de mama (sítio primário) que algum tempo depois descobre um nódulo de pulmão, deve ter este nódulo investigado para que se conheça sua origem.

Se a biópsia mostrar células compatíveis com câncer de origem mamária (e para determinar a origem são usadas diversas técnicas de análise), estamos lidando com um câncer metastático e não um câncer originário do pulmão. Este nódulo canceroso metastático no pulmão é constituído por células cancerosas da mama.

Para onde o câncer pode se espalhar?

Para qualquer parte do corpo. As células cancerígenas que se desprendem do tumor primário viajam pelo sangue ou pelos por exemplo, nos pulmões, ossos, fígado, cérebro, entre outros.
  • Via corrente sanguínea: nesse caso, a célula cancerígena pode viajar para qualquer lugar do corpo, criando um tumor secundário (metástase);
  • Via corrente linfática: a metástase ocorre nas ínguas regionais, ou seja, nos locais que estão próximos ao tumor primário;
  • Por invasão direta: o tumor primário invade um órgão vizinho pelo seu tamanho.

Os Tipos de Metástase

Metástase por câncer de mama

A metástase recorrente do câncer de mama costuma se espalhar ao fígado, pulmões e ossos.

Metástase por câncer de pulmão

Já a metástase por câncer de pulmão pode acometer ainda os ossos, fígado, pleura (membrana que recobre os pulmões) e o cérebro.

Metástase por câncer de bexiga

A metástase recorrente de câncer de bexiga costuma se espalhar por linfonodos retroperitoneais (região da barriga), fígado e pulmões.

Metástase por câncer de rim

Quanto o tumor primário é resultado do câncer de rim, a metástase costuma afetar o fígado e pulmões.

Metástase por câncer colorretal

A metástase que tem o câncer colorretal como primários pode acometer linfonodos regionais (no intestino) e fígado.

Metástase por melanoma

Quem sofre de melanoma pode ter uma metástase que afeta pulmões, cérebro e fígado.

Metástase por câncer de ovário

A metástase por câncer de ovário pode se espalhar pelo peritônio (película que reveste órgãos intestinais), fígado e pulmões.

Metástase por câncer de pâncreas

Quem tem câncer de pâncreas: pode desenvolver uma metástase que atacará o fígado.

Metástase por câncer de próstata

Homens que têm câncer de próstata têm maiores riscos de desenvolver metástase nos ossos.

Metástase por câncer de estômago

Quem tem câncer de estômago pode ter uma metástase que se espalha aos linfonodos regionais, fígado e pulmões.

Metástase por câncer de tireoide

Se você tem câncer de tireoide, saiba que a metástase pode acometer seus ossos e fígado.

Metástase por câncer no útero

Mulheres que apresentam câncer no útero podem desenvolver metástase que acomete linfonodos regionais, fígado e peritônio.

O que pode causar a Metástase?

Independentemente do local onde as metástases são identificadas, as causas são sempre as mesmas: O crescimento desordenado, desorientado e sem fatores de controle de qualquer tipo de tumor (primário).

Tudo depende, portanto, da capacidade de cada tumor se infiltrar/espalhar para outros órgãos do corpo.

Fatores de Risco

O principal fator de risco para desenvolver uma metástase é ter um câncer em outro local. O estágio do tumor primário, assim como seu tratamento, é que determinam as chances de desenvolver o secundário (a metástase).

O perigo está em deixar tumores crescerem sem perceber ou não fazer o acompanhamento e tratamento adequados.

É importante lembrar, ainda, que cada tipo de câncer tem predisposição a desenvolver determinadas metástases em regiões do corpo.

Sintomas de Metástase

Os sintomas da metástase podem ser bastante variados:

Metástase nos ossos

  • Dores
  • Fraturas

Metástase no fígado

  • Indisposição
  • Dor abdominal
  • Icterícia

Metástase nos pulmões

  • Tosse
  • Falta de ar
  • Fadiga

Metástase no cérebro

  • Dor de cabeça
  • Déficit motor

Metástase sem sintomas

Muitas vezes, a metástase pode ser assintomática e se manifesta de forma silenciosa, dependendo da localização e do seu tamanho em cada órgão.

Exemplo disso é quando ela atinge uma pequena parte da periferia do fígado, passando despercebida.

Diagnósticos

Diagnóstico de metástase no fígado

  • Ultrassonografia do abdome superior
  • Tomografia computadorizada com contraste de abdome
  • Ressonância magnética

Diagnóstico de metástase nos ossos

  • Cntilografia óssea
  • PET-CT
  • Tomografias de coluna e arcos costais
  • Ressonâncias magnéticas

Diagnóstico de metástase nos pulmões

  • Radiografia (raio-X)
  • Tomografia computadorizada de tórax

Diagnóstico de metástase no cérebro

  • Tomografia computadorizada com contraste iodado
  • Ressonância magnética cerebral

Biópsia

A biópsia, que consiste na retirada de uma amostra de tecido da área afetada, também pode ser necessária para confirmar o diagnóstico de metástase.

Os Tratamentos

Metástase no fígado

  • Quimioterapia

Metástase nos ossos

  • Quimioterapia
  • Hormonioterapia
  • Radioterapia
  • Uso de bifosfonatos

Essas são formas para interromper o processo de perda óssea, ou seja, atuar na recalcificação do osso, buscando reduzir a dor e diminuir as possíveis fraturas.

Metástase no cérebro

  • Radioterapia

Entre os vasos sanguíneos do cérebro há a barreira hematoencefálica (BHE), que impede que drogas quimioterápicas cheguem ao cérebro. Por isso, neste caso o tratamento mais indicado é a radioterapia.

Metástase nos pulmões

  • Quimioterapia

Cirurgias para Metástase

A cirurgia indicada para a retirada das lesões metastáticas é chamada de metastasectomia, que visa proteger o paciente das complicações causadas por elas.

“Mas não é tão frequente que as metástases sejam operadas – isso acontece apenas em situações muito específicas”, afirma Felipe Moraes.

“Em casos de metástase no fígado, pode ser feita a hepatectomia. Já nas ósseas, caso ocorram fraturas, é possível fazer a retirada do osso e colocar uma prótese, por exemplo. No pulmão, pode ser indicada a toracotomia; enquanto, no cérebro, cranioterapia com resseção da metástase”.

Cirurgias

  • Metástase no fígado: hepatectomia
  • Metástase nos ossos: retirada do osso e colocação de prótese
  • Metástase no pulmão: toracotomia
  • Metástase no cérebro: cranioterapia

Referência:

  1.  American Cancer Society

Mola Hidatiforme

A Mola hidatiforme é um distúrbio da gravidez em que a placenta e o feto não se desenvolvem adequadamente. As células do embrião formam sacos de líquidos. Também pode ser chamado de tumor trofoblástico gestacional.

Podendo ser classificada como:

  • Total: Toda placenta e embrião se desenvolvem anormalmente;
  • Parcial: Apenas parte da placenta e embrião se desenvolvem anormalmente.

 

Por que ocasiona esse distúrbio?

É causado por um desequilíbrio genético que pode ocorrer quando um óvulo é fecundado por dois espermatozoides ou quando o óvulo não tinha material genético suficiente.

É um tumor usualmente benigno invulgar que se desenvolve a partir de tecido placentário em fases precoces de uma gravidez em que o embrião não se desenvolve normalmente.

A mola hidatiforme, se assemelha a um punhado de pequenos bagos de uva, é causada por uma degeneração das vilosidades coriônicas (projeções minúsculas e irregulares penetrando no útero no período de fixação).

Em 2-3% dos casos, penetra excessivamente e sem controle, tornando-se um tumor maligno, que passa a classificar-se como coriocarcinoma.

Os Sinais e Sintomas

  • Perdas sanguíneas vaginais indolores;
  • Enjoos e vômitos matinais excessivos;
  • Pressão sanguínea elevada;
  • Arritmia cardíaca;
  • Proteinúria (proteínas na urina);
  • Desconforto na pélvis.

 

Como é diagnosticado?

O sangramento no quarto ou quinto mês indica a complicação, e o útero e ovários costumam estar visivelmente maiores que o esperado para esse mês. Os tumores hidatiformes são visíveis numa ecografia ou ultrassom.

As análises de sangue e de urina detectam níveis excessivos de gonadotrofina coriônica humana produzidas pelo tumor. Pode estar associado a sintomas de hipertireoidismo.

Como é tratado?

O tumor pode ser removido quer por sucção do conteúdo do útero, quer por raspagem, podendo ser necessário, por vezes, recorrer ao tratamento por quimioterapia para eliminação total do tumor.

O mais importante é que, assim que for diagnosticada a Doença Trofoblástica Gestacional, a mulher procure um centro de referencia, onde lá terá um tratamento especializado e a cura.

Referências

  1.  Artigos HYDATID n. (a.) e MOLAR, n.6 no Oxford English Dictionary online. (https://dictionary.oed.com/)
  2.  https://www.nhs.uk/conditions/molar-pregnancy/Pages/Introduction.aspx
  3.  https://www.webmd.com/baby/tc/molar-pregnancy-topic-overview
  4.  Ganong WF, McPhee SJ, Lingappa VR (2005). Pathophysiology of Disease: An Introduction to Clinical Medicine (Lange). McGraw-Hill Medical. p. 639. ISBN 0-07-144159-X.
  5.  https://www.webmd.com/baby/tc/molar-pregnancy-topic-overview?page=2
  6. Gerulath AH et al. Gestational Trophoblastic Disease. SOGC Clinical Practice Guidelines 2002; 114.
  7. American College of Obstetricians and Gynecologistas. Diagnosis and Teatment of Gestational Trophoblastic Disease. ACOG Practice Bulletin 2004; 53.