Síndrome Coronariana Aguda (SCA)

A síndrome coronariana aguda (SCA) é um conjunto de sinais e sintomas que se relacionam com a obstrução das artérias coronárias, aquelas que irrigam o coração com o fluxo sanguíneo. Quando a obstrução de fato acontece, surge o risco de ocorrer o infarto agudo do miocárdio, mais conhecido como ataque cardíaco.

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. No Brasil, dados do governo mostram que 300 mil pessoas sofrem infartos por ano, com 30% dos casos sendo fatais.

Síndrome coronariana aguda: causas e sintomas

O sintoma mais representativo da síndrome coronariana aguda é a dor ou desconforto no peito (aperto), que pode irradiar-se para os braços, mandíbula e abdome. Alguns pacientes, especialmente diabéticos e idosos, podem não sentir dor, apenas náuseas, palidez e suor frio.

Qualquer desconforto abaixo do queixo e acima do umbigo pode ser infarto, principalmente em indivíduos exposto aos fatores de risco mencionados. Por isso a avaliação médica é importante.

Tratando a síndrome coronariana aguda

Como a síndrome coronariana aguda é uma emergência médica, seu tratamento deve ser ágil.

A terapia inicial consiste em cuidados médicos intensivos, monitorização contínua, aumento da oferta de oxigênio, analgésicos potentes, drogas que impedem a agregação de plaquetas, dificultam a formação de trombos (anticoagulantes), diminuem os níveis de colesterol e estabilizam as placas de gordura do interior dos vasos sanguíneos (estatinas).

É fundamental restaurar o fluxo sanguíneo coronariano por meio de cateterismo cardíaco de urgência com implante de stent (angioplastia). Em situações em que não há disponibilidade ou que o tempo de transferência ultrapassa 90 minutos, deve-se lançar mão de medicamentos que dissolvem coágulos formados (trombolíticos).

Cuidados de Enfermagem

  • Reconhecer e avaliar sistematicamente a evolução dos sinais e sintomas relacionados à isquemia;
  • Prevenir e identificar possíveis complicações;
  • Controlar dor no peito;
  • Prevenir lesões miocárdicas;
  • Realizar balanceamento do suprimento e demanda de oxigênio no miocárdio;
  • Manter um ambiente calmo;
  • Fornecer orientação ao paciente;
  • Envolver a família no tratamento;
  • Estabelecer relacionamento terapêutico e promover o autocuidado.

Referência: 

  1. http://www.brasil.gov.br/noticias/saude/2017/09/doencas-cardiovasculares-sao-principal-causa-de-morte-no-mundo

SCA: Com Supra de ST Vs. Sem Supra de ST

A Síndrome coronariana aguda (SCA) refere-se a uma diversidade de sinais e sintomas clínicos e laboratoriais que são compatíveis com isquemia aguda do miocárdio, devido a alteração aguda do fluxo coronariano, englobando, por isso, angina instável (AI) e infarto agudo do miocárdio (IAM).

Síndrome Coronariana Aguda Sem ST (SCAssST) e a Síndrome Coronariana Aguda Com ST (SCAcsST): Quais são as diferenças?

Pode-se dizer que a SCA é uma condição multifatorial. A causa mais frequente é a redução da perfusão miocárdica, resultante de um estreitamento de coronárias, quase sempre por um trombo não oclusivo que desenvolveu em decorrência da ruptura de uma placa aterosclerótica.

A SCAcsST é o IAM com elevação do ST, necessitando apenas desta alteração no ECG para o diagnóstico.

Já a SCAssST (antigamente chamada de infarto subendocárdico ou transmural), precisa, além do ECG, das medidas de marcadores de necrose miocárdica (por exemplo, a troponina) para o diagnóstico, e se divide em: angina instável, em que há dor ou desconforto torácico (ou equivalente isquêmico) e/ou alterações eletrocardiográficas compatíveis e não há elevação dos marcadores; e IAM sem elevação do segmento ST, que apresenta as mesmas características, no entanto, tem elevação dos marcadores.

Em resumo, a oclusão total de uma artéria coronária geralmente leva a um IAM com supradesnível do segmento ST, enquanto a angina instável e o IAM sem supradesnível do segmento ST, geralmente resultam de uma obstrução grave, porém não total, da artéria coronária culpada.

Referências:

  1. CANESIN, Manuel Fernandes. Treinamento de emergências cardiovasculares: da Sociedade Brasileira de Cardiologia, avançado. Manole, 2012.
  2. DE PAOLA, Angelo A. V.; MONTENEGRO, Sergio; MOREIRA, Maria d. C. V. Livro-texto da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Barueri, SP: Manole, 2012.
  3. MATINS, HERLON SARAIVA; NETO, RODRIGO ANTONIO bRANDÃO; NETO, AUGUSTO SCALABRINI; VELASCO, IRINEU TAFEU. emergências clínicas: Abordagem prática. Barueri, SP: Monole, 2016.
  4. braunwald,e.; zipes, d.p.; et al. tratado de doenças cardiovasculares. Rio de janeiro, RJ: elsevier, 2013.
  5. piegas,l.s.;timerman, a.; et al. v diretriz da sociedade brasileira de cardioloia sobre tratamento do infarto agudo do miocárdio. Arq bras cardiol, 2015.
  6. jr, carlos v. serrano; timerman, ari; stefanini, edson. Tratado de cardiologia socesp. barueri, sp: monole, 2009.
  7. aroesty, julian m.; simons, michael; breall, jeffrey a. overview of the acute management of non-st elevation acute coronar syndromes. uptodate, 2018.

Sinal de Frank e a Doença Coronariana

A presença de uma ruga diagonal no lobo da orelha, ou Sinal de Frank, pode ser indício de doença arterial coronariana (DAC), uma das principais causas de infarto e morbimortalidade na população adulta.

E Sinal de Frank indica envelhecimento precoce e perda das fibras elásticas e vasculares. A importância do reconhecimento deste sinal pelo profissional de saúde se dá pela probabilidade de um processo aterosclerótico semelhante estar ocorrendo em artérias mais importantes, como as coronárias, responsáveis pela perfusão do coração.

O Exame Físico

Durante o exame físico, no momento da consulta, o médico deve atentar para o Sinal de Frank, principalmente, em pacientes que apresentam fatores de risco para aterosclerose e consequentemente para DAC, como obesidade, idade avançada, dislipidemia, tabagismo, diabetes, hipertensão e história familiar.

A detecção desses fatores de risco com antecedência e o seu controle, por meio da adoção de melhores hábitos de vida ou tratamento medicamentoso, diminui consideravelmente o risco de intercorrências, como infarto.

Não é uma doença, apenas um sinal!

É importante ressaltar que o Sinal de Frank não representa a doença em si do paciente, mas sim, um indicativo que ele pode ter um problema maior – nesse caso, de origem aterosclerótica – que pode estar se apresentando de forma assintomática.

Em situações em que o paciente apresenta dor precordial, o reconhecimento do Sinal de Frank pelo profissional de saúde pode vir a ajudar no diagnóstico de um infarto não detectado pelo eletrocardiograma (ECG), mas que é visto quando o paciente se submete a um exame mais invasivo, como a cineangiocoronariografia, ou cateterismo, que mostra a imagem de importantes obstruções coronarianas.

Pacientes apresentando o Sinal de Frank possuem uma predisposição de até três vezes mais distúrbios cardíacos.

Por isso, é extremamente importante que o indivíduo realize consultas de rotina com um profissional de saúde especializado, como com um cardiologista, o qual deve sempre examinar o seu paciente como um todo, visto que a detecção de um simples sinal semiológico, como o de Frank, pode contribuir para um diagnóstico precoce e para prevenir futuras complicações.

Referência:

  1. AAC – Associação Acadêmica de Cardiologia