A fluidoterapia ou “Tipos de Soros” é considerada um tratamento de suporte, tendo como principais objetivos expandir a volemia, corrigir desequilíbrios hídricos e eletrolíticos, suplementar calorias e nutrientes, auxiliar no tratamento da doença primária.
Entretanto é importante que a doença primária seja diagnosticada e tratada adequadamente.
Água corporal
A água é a substância mais abundante nos seres vivos, todas as reações químicas do organismo são realizadas em meio aquoso.
A água corporal total representa de 60 a 70% do peso corporal.
Destes 60%, 2/3 (40%) está localizado no espaço intracelular e 1/3 (20%) no espaço extracelular, que inclui plasma e espaço intersticial.
A água ingressa no organismo através dos alimentos e da água ingerida e é eliminada por pele, pulmões, rins e intestino. Mesmo que ocorram variações no consumo e perda de água e eletrólitos no organismo, as concentrações destes nos diferentes compartimentos, é mantida de forma relativamente constante.
Componentes da fluidoterapia
Depois de realizar a avaliação clínica e laboratorial do paciente, pode-se classificar o tipo e porcentagem de desidratação que este apresenta. Então parte-se para a escolha do tipo de fluido a ser utilizado.
A fluidoterapia compreende três etapas: reanimação, reidratação e manutenção. A reanimação normalmente é necessária em casos de emergência, onde se devem repor perdas ocorridas devido a uma patologia existente.
Um exemplo são pacientes em choque que necessitam de rápida administração de grande volume de fluido, a fim de expandir o espaço intravascular e corrigir o déficit de perfusão. Outro exemplo são pacientes com vômito e diarréia severa.
A reidratação é a etapa de reposição, onde se necessita repor a volemia, repor perdas dos compartimentos intra e extracelular.
A etapa de manutenção é utilizada em casos de pacientes com hidratação normal, mas que são incapazes de ingerir volume de água adequado para manter o equilíbrio dos fluidos.
Tipos de fluidos
Ringer com lactato
É uma solução isotônica, cristalóide, com composição semelhante ao LEC, pH 6,5, utilizada para reposição.
Tem características alcalinizantes, uma vez que o lactato sofre biotransformação hepática em bicarbonato, sendo indicado para acidoses metabólicas.
Por conter cálcio é contra-indicada para pacientes hipercalcêmicos, assim como não é indicada para pacientes hepatopatas.
Não deve ser administrada junto com hemoderivados, no mesmo cateter intravenoso, para evitar precipitação do cálcio com o anticoagulante.
Ringer Simples
Possui características semelhantes ao ringer lactato, porém não contém lactato, é utilizada para reposição.
Contém mais cloreto e mais cálcio que outras soluções, tornando-a levemente acidificantes (pH 5,5).
É uma solução de emprego ideal nas alcaloses metabólicas. É uma solução cristalóide, isotônica.
Solução NaCl a 0,9%
É uma solução cristalóide, isotônica, utilizada para reposição, não é uma solução balanceada, pois contém apenas sódio, cloro e água.
É acidificadora, sendo indicada para pacientes com alcalose, hipoadrenocorticismo (por aumentar reposição de sódio), insuficiência renal oligúrica ou anúrica (pois evita retenção de potássio) e hipercalcemia (pois não contém cálcio).
Solução de glicose a 5% em NaCl a 0,9%
Também é chamada de solução glicofisiológica, solução cristalóide utilizada para reposição. Possui composição semelhante à solução de NaCl a 0,9%.
Apresenta, porém maior osmolaridade e pH 4,0.
Solução de glicose a 5%
É uma solução que contém glicose em água.
É utilizado para administração de medicamentos dissolvidos ou diluídos através de acessos venosos ou como nutriente energético, uma vez que a glicose é uma fonte de energia facilmente absorvida pelas células.
Existe nas vertentes isotônica (5 ou 5.5%, em massa, isto é, 5 ou 5.5g/100ml de glicose), hipotônica (2.5%) e hipertônica (10%).
Referência:
Veja também:
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