Kit CIPA: O que você precisa saber!

O Kit CIPA é um conjunto de equipamentos essenciais que auxiliam no suporte e cuidado às vítimas em casos de acidentes ou lesões.

Para que situações serve?

Principalmente utilizado em diversas situações de emergência e primeiros socorros em ambientes de trabalho, explicamos algumas das principais situações em que o Kit CIPA é necessário incluem:

  1. Acidentes e Lesões: O Kit CIPA é essencial para o atendimento imediato em casos de acidentes, quedas, cortes, fraturas, queimaduras e outras lesões. Ele fornece os materiais necessários para estabilizar a vítima e prevenir complicações.
  2. Mal-Estar Súbito: Se um trabalhador apresentar mal-estar súbito, como desmaios, tonturas, náuseas ou dor no peito, o Kit CIPA pode ser usado para fornecer suporte básico até a chegada de ajuda profissional.
  3. Intoxicações e Exposições Químicas: Em casos de intoxicação por produtos químicos ou exposição a substâncias perigosas, o Kit CIPA contém itens como luvas estéreis e máscaras RCP para proteger o socorrista durante o atendimento.
  4. Emergências Cardíacas e Respiratórias: As máscaras RCP descartáveis são usadas em procedimentos de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). O Kit CIPA também pode conter um desfibrilador externo automático (DEA) em alguns locais de trabalho.
  5. Atendimento a Vítimas de Acidentes de Trabalho: O Kit CIPA é fundamental para o atendimento adequado a vítimas de acidentes ocorridos no ambiente de trabalho. Ele ajuda a minimizar os riscos e a garantir que a vítima receba os cuidados necessários.

Lembre-se de que o Kit CIPA deve estar sempre disponível em locais de trabalho onde a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é exigida. Ele é fundamental para garantir a segurança e o pronto atendimento em situações de emergência.

Itens que devem compor o Kit

  1. Colar Cervical: O colar cervical é um dispositivo utilizado para imobilizar a região cervical da coluna vertebral, oferecendo suporte e estabilidade em casos de suspeita de lesão na coluna. É essencial selecionar o tamanho adequado do colar cervical para garantir um ajuste correto e evitar movimentos que possam agravar a lesão.
  2. Prancha de imobilização: A prancha de imobilização, também conhecida como prancha longa, é um dispositivo rígido utilizado para imobilizar a coluna vertebral e o corpo da vítima. Feita de materiais resistentes, como plástico ou madeira, a prancha proporciona uma superfície estável para a vítima ser colocada e transportada com segurança, evitando movimentos indesejados.
  3. Bloco de Imobilização e Jogo de Tala Aramada: O bloco de imobilização e o jogo de tala aramada são utilizados para imobilizar membros fraturados ou lesionados, fornecendo suporte e estabilidade. O bloco de imobilização é colocado ao redor do membro afetado e fixado no local com ataduras ou faixas elásticas. Já o jogo de tala aramada consiste em talas maleáveis revestidas de espuma e arame, que podem ser moldadas e presas ao redor do membro para imobilização.
  4. Manta Térmica: A manta térmica é um item importante para o controle da temperatura corporal em situações de emergência. Ela ajuda a evitar a perda de calor em casos de hipotermia e também pode ser usada para proteção contra o calor excessivo. A manta térmica é leve e compacta, sendo facilmente transportada no kit de primeiros socorros.
  5. Luvas Estéreis e Tesoura de Ponta Romba: As luvas estéreis são essenciais para proteger tanto o socorrista quanto a vítima de contaminação e infecções durante os procedimentos de primeiros socorros. A tesoura de ponta romba é utilizada para cortar materiais, como ataduras e roupas, de forma segura, evitando ferimentos adicionais.
  6. Óculos de Proteção: Os óculos de proteção são utilizados para proteger os olhos do socorrista contra respingos de sangue, fluidos corporais ou outros materiais perigosos.
  7. Ataduras de Crepe: As ataduras de crepe são bandagens elásticas utilizadas para fixar curativos, imobilizar membros ou aplicar compressão.
  8. Fita Micropore: A fita Micropore é um tipo de fita adesiva hipoalergênica que pode ser usada para fixar curativos e bandagens.
  9. Materiais para eventuais curativos: gazes estéreis, luvas de procedimento e estéreis, fita adesiva microporosa/esparadrapo, band-aids, antissépticos, podem ser necessários caso haja algum ferimento.
  10. Máscaras RCP Descartáveis: As máscaras RCP descartáveis são usadas em procedimentos de ressuscitação cardiopulmonar, fornecendo uma barreira entre o socorrista e a vítima.

Como utilizar o Kit CIPA?

Avalie a Situação

Antes de qualquer intervenção, avalie a situação e verifique se é seguro se aproximar da vítima. Certifique-se de que não há riscos adicionais, como fogo, eletricidade ou substâncias perigosas.

Chame Ajuda Profissional

Se necessário, chame imediatamente ajuda profissional (como o serviço de emergência local) antes de iniciar qualquer procedimento.

Proteja-se

Coloque as luvas estéreis do kit para proteger-se contra contaminação e infecções.

Imobilize a Vítima

Se houver suspeita de lesão na coluna vertebral, utilize o colar cervical para imobilizar a região cervical. Utilize a prancha de imobilização para transportar a vítima com segurança, evitando movimentos desnecessários.

Controle Hemorragias

Use ataduras de crepe ou outros materiais do kit para fazer curativos e controlar sangramentos. Eleve o membro afetado, se possível, para reduzir o fluxo sanguíneo.

Mantenha a Vítima Aquecida

Se necessário, utilize a manta térmica para evitar a perda de calor corporal.

Administre RCP, se Necessário

Se a vítima não estiver respirando ou não tiver pulso, inicie a ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Utilize as máscaras RCP descartáveis do kit.

Transporte Adequado

Utilize a prancha de imobilização para transportar a vítima até o local de atendimento médico. Mantenha a vítima estável e evite movimentos bruscos.

Documente o Atendimento

Registre todas as ações realizadas no atendimento, incluindo horários, procedimentos e observações relevantes.

Lembre-se de que o treinamento adequado é fundamental para utilizar corretamente o Kit CIPA. Além disso, siga sempre as diretrizes e protocolos específicos da sua empresa ou local de trabalho.

Referências:

Administração de Quimioterápicos Antineoplásicos

O termo quimioterapia é utilizado na área da saúde para designar tratamento de neoplasias, porém a sua definição correta é de uma substância química, isolada ou não que tem por objetivo tratar uma patologia tumoral ou não.

Assim, denominam-se agentes quimioterápicos antineoplásicos ou citostáticos, os fármacos usados para o tratamento de neoplasias quando a cirurgia ou radioterapia não é possível ou é ineficaz e como adjuvantes para cirurgia. Elas têm como finalidade: curar, melhorar a sobrevida e/ou promover efeito paliativo.

A grande maioria dos agentes quimioterápicos antineoplásicos é de natureza tóxica e sua administração exige grande cuidado e habilidade. Cometer um erro durante o manuseio ou na administração de um desses medicamentos pode levar a efeitos tóxicos graves, não apenas para o cliente, mas também para o profissional que prepara e administra estes medicamentos.

Por essas razões, a enfermagem deve ter além de habilidades psicomotoras, o conhecimento científico sobre a ação dos agentes quimioterápicos e o preparo do cliente, bem como estar assegurado de equipamentos de proteção individual que atendam as exigências para a administração de quimioterápicos antineoplásicos.

Além disso, o enfermeiro deve ter conhecimento, à respeito da velocidade de aplicação, efeitos colaterais, toxicidade dermatológica e cuidados de enfermagem.

Competência na Instalação e Manipulação de Quimioterápicos

A administração deve ser realizada por enfermeiro, conforme definição da Resolução COFEN n. 210/1998 e n. 257/2001 (COFEN, 1998; COFEN, 2001).

CLASSIFICAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS ANTINEOPLÁSICOS

Classificação dos antineoplásicos conforme a estrutura e função em nível celular

  • Agentes alquilantes: mostarda nitrogenada e derivados (mecloretamina, ciclofosfamida, clorambucil), etilenamina, epoxidos (dibromomanitol, dibromocitrol), alquil sifonatos (bussulfan), nitrosouréias (carmustine, lomustine, streptomizicin), diaquitriazenes (dacarbazina), streptozocina, ifosfamida, melfalan, cisplatina, estramustina, melfalano, tiopeda, semustina, dacarbazina, carboplatina;
  • Agentes antimetabólicos: metotrexato, são análogos da purina (6-mercapturina, 6-tioguanina, azatioprina), análogos da pirimidina (5-flurouracil, citosin-arabinosidio);
  • Antibióticos antitumorais: antacíclicos (doxorubicina, daunublastina, epirubicina, idarubicina), bleomicina, mitomicina, mitoxotrona;
  • Plantas alcalóides: grupo da vincristina e vimblastina, paclitaxel, teniposido e etoposido;
  • Outras classificações: hidroxilréias, asparaginase;

Classificação dos antineoplásicos conforme as reações dermatológicas locais

  • Quimioterápicos vesicantes: provocam irritação severa com formação de vesículas e destruição tecidual quando extravasados;
  • Quimioterápicos irritantes: causam reação cutânea menos intensa quando extravasados (dor e queimação sem necrose tecidual ou formação de vesículas); porém, mesmo que adequadamente infundidos, podem ocasionar dor e reação inflamatória no local da punção e ao longo da veia utilizada para aplicação;
  • Quimioterápicos não vesicantes/irritantes: não causam reação cutânea quando extravasados e não provocam dor e queimação durante a administração;

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS ANTINEOPLÁSICOS

Os quimioterápicos antineoplásicos podem ser administrados pelas vias: oral, intramuscular, subcutânea, endovenosa, intrarterial, intrapleural, intravesical, intra-retal, intratecal e intraperitoneal.

Via oral

Vantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via

Desvantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via

Potenciais complicações

  • Complicações específicas de cada agente

Cuidados de enfermagem na via oral

  • Manusear os quimioterápicos com luvas de procedimentos ;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Diluir a droga em água e administrá-la logo em seguida;
  • Comunicar com o médico imediatamente, se o cliente vomitar;
  • Administrar antiemético prescrito, se presença de vômitos persistentes;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via intramuscular

Vantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via.

Desvantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via.

Potenciais complicações

  • Lipodistrofias e abcessos.

Cuidados de enfermagem na via intramuscular

  • Diluir os fármacos em pequena quantidade de diluentes;
  • Fazer anti-sepsia rigorosa no local de aplicação;
  • Administrar o quimioterápico em até 5 ml para cada aplicação em adulto e 3ml para criança;
  • Utilizar uma agulha de menor calibre;
  • Fazer rodízios dos locais de aplicação;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via arterial

Vantagens

  • Aumento da dose para tumores com diminuição dos efeitos colaterais sistêmicos

Desvantagens

  • Requer procedimento cirúrgico para colocação do cateter

Potenciais complicações

  • Sangramento e embolia

Cuidados de enfermagem na aplicação por via arterial

  • Observar posicionamento e fixação do cateter;
  • Retirar o cateter fazendo compressão por 5 minutos ou mais;
  • Fazer curativo após a retirada do cateter;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via intratecal

Vantagens

  • Maiores níveis séricos da antineoplásico no liquido cérebro-espinhal

Desvantagens

  • Requer punção lombar ou colocação cirúrgica do reservatório ou um cateter implantável para a administração da droga

Potenciais complicações

  • Cefaléia; confusão; letargia; náuseas e vômitos; convulsões

Cuidados de enfermagem na aplicação por via intratecal

  • Posicionar adequadamente o cliente em decúbito lateral, para favorecer a punção;
  • Manter o cliente em repouso pelo menos por duas horas após receber a quimioterapia para prevenir cefaleia;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via intrapleural

Vantagens

  • Esclerose da parede da pleura para prevenir a recidiva de derrame pleural

Desvantagens

  • Requer inserção do dreno de tórax

Potenciais complicações

  • Dor; infecção

Cuidados de enfermagem na aplicação por via intrapleural

  • Auxiliar o médico durante a drenagem pleural;
  • Posicionar o cliente em decúbito lateral ou sentado com o dorso livre e os braços;
  • Amparados para o médico fazer a aplicação do quimioterápico antineoplásico;
  • Ocluir o cateter ou dreno e manter a medicação no espaço intrapleural entre 20 minutos a 2 horas, conforme prescrição médica;
  • Fazer mudança de decúbito a cada 15 minutos;
  • Manipular o cateter utilizando técnica asséptica;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via intravesical

Vantagens

  • Exposição direta da superfície da bexiga à droga

Desvantagens

  • Requer inserção do cateter de Folley

Potenciais complicações

  • Infecções do trato urinário, cistite, contratura da bexiga, urgência urinária, reações alérgicas à droga

Cuidados de enfermagem na aplicação por via intravesical

  • Orientar o cliente a fazer restrição hídrica por 8 a 12 horas antes da sondagem;
  • Fazer o cateterismo vesical com sonda vesical de demora e se for retirá-la após a infusão fazer com a sonda de alívio;
  • Aplicar o quimioterápico antineoplásico;
  • Fazer mudança de decúbito de 15 em 15 minutos;
  • Orientar que a quimioterapia deverá ficar retida por maior tempo possível;
  • Drenar o quimioterápico e retirar a sonda;
  • Assegurar técnica asséptica;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via endovenosa

Vantagens

  • Efeito imediato e completa disponibilidade da medicação.

Desvantagens

  • Esclerose venosa, hiperpigmentação da pele.

Potenciais complicações

  • Infecção, flebite, formação de vesículas ou necrose quando extravasado o antineoplásico.

Cuidados de enfermagem na aplicação por via endovenosa

  • Puncionar veia calibrosa;
  • Escolher a veia periférica mais distal dos membros superiores e de maior calibre acima das áreas de flexão;
  • Fixar o dispositivo de uma maneira que facilite a visualização do local da inserção do cateter para a avaliação de extravasamento;
  • Certificar se o acesso venoso está pérvio com soro fisiológico ou água destilada antes de iniciar a quimioterapia;
  • Usar three way para facilitar na manipulação medicamentosa;
  • Administrar o quimioterápico antineoplásico em bolus, infusão rápida e lenta ou contínua, conforme prescrição médica;
  • Não administrar quimioterápicos vesicantes sob infusão contínua através de um acesso venoso periférico;
  • Interromper a infusão quando houver: edema, hiperemia, diminuição ou parada do retorno venoso e dor no local da punção;
  • Seguir protocolo da instituição em caso de extravasamento do quimioterápico;
  • Lavar a veia puncionada com SF 0,9% antes de retirar o dispositivo da punção
  • Fazer compressão local por 3 minutos após a retirada do dispositivo para evitar o refluxo do quimioterápico e sangue;
  • Observar presença de complicações locais associados à administração dos quimioterápicos por veia periférica: flebite, urticária, vasoespasmo, dor, eritema, descoloração, hiperpigmentação venosa e necrose tecidual secundária ao extravasamento;
  • Assistir e orientar o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via retal

Vantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via

Desvantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via

Cuidados de enfermagem na aplicação por via intra retal

  • Fazer lavagem intestinal, conforme prescrição médica;
  • Aplicar o medicamento evitando extravazamento;
  • Orientar o cliente a manter o quimioterápico por maior tempo possível e mudar de decúbito sempre que possível;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva;

Procedimento para administração de quimioterápicos

  • Verificar a identificação do cliente, medicamento, dose, via e tempo de administração na prescrição médica;
  • Rever o histórico de alergia à medicamentos com o cliente e no prontuário;
  • Antecipar e planejar possíveis efeitos colaterais e toxicidade sistêmica importante;
  • Rever os dados laboratoriais e outros testes adequados;
  • Escolher os equipamentos e dispositivos adequados;
  • Explicar o procedimento ao cliente e ao acompanhante;
  • Informar que os quimioterápicos são lesivos para as células normais e que as medidas de proteção usadas pela equipe minimizam sua exposição ao medicamento;
  • Administrar antieméticos ou outras medicações prescritas;
  • Administrar o quimioterápico;
  • Monitorar o cliente em intervalos programados durante todo o período de administração de medicamentos;
  • Não descartar qualquer dispositivo utilizado em qualquer procedimento na área de cuidado do cliente.

Intervenções de enfermagem frente ao tratamento com os quimioterápicos antineoplásicos

  • Avaliar cavidade oral quanto à presença de mucosites e gengivites.
  • Fazer a higienização dos dentes com cautela, nos clientes que apresentarem hemorragias gengivais.
  • Incentivar o cliente a fazer a higiene oral com escova macia ou com o dedo enrolado na gaze com soro fisiológico e solução alcalina (bicarbonato de sódio) na ausência de hemorragia.
  • Incentivar o cliente a fazer bochecho com solução de nistatina 30 minutos após a higiene oral, mantendo-a na boca por 2 minutos e deglutindo após, conforme prescrição médica.
  • Liberar a dieta após 20 minutos do bochecho com solução de nistatina.
  • Avaliar a aceitação alimentar e documentar.
  • Oferecer alimentação leve 2h antes do início da quimioterapia.
  • Evitar frituras para minimizar a possibilidade de vômitos para o cliente.
  • Administrar antiemético antes da quimioterapia, se prescrito.
  • Avaliar a eficácia do antiemético.
  • Evitar líquidos durante as refeições .
  • Estimular ingestão hídrica 2 litros/dia ou mais.
  • Evitar odores desagradáveis na enfermaria.
  • Investigar, medicar e proporcionar o conforto na ocorrência de dor.
  • Manter os lábios do cliente lubrificados.
  • Registrar o peso diariamente e fazer balança hídrico rigoroso.
  • Estimular a deambulação, quando possível.
  • Observar, comunicar e registrar presença de reações adversas.

Referências:

  1. FONSECA, S.M. et. Al. Manual de quimioterapia antineoplásica, Rio de Janeiro: Reichmann &Affonso, 2000, 164p.
  2. MILLER, D. Quimioterapia. In: Administração de medicamentos. Rio de Janeiro: Reichmann &Affonso, p. 369-82, 2002.
  3. ARCHER, E, et al. Protocolo de quimioterapia. In: Procedimentos e protocolos. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2005, 408p.
  4. ADAMI, N.P, et al. Extravasamento de drogas antineoplásicas: notificação e cuidados prestados. Rev. Brás. Cancerologia, v. 47 n. 2, p. 147-51, 2001.
  5. ROCHA, F.L.R.. MARZIALE, M.H.P.. ROBAZZI, M.L.C.C. Perigos potenciais a que estão expostos os trabalhadores de enfermagem na manipulação de quimioterápicos antineoplásicos: conhecê-los para prevení-los. Rev. Latino-am Enfermagem, v. 12, n. 3, p. 511-7, 2004.
  6. Conselho Federal de Enfermagem (COFEn). Resolução 210 de 01 de julho de 1998. Dispõe sobre a atuação dos profissionais de enfermagem que trabalham com quimioterápicos antineoplásicos. In: COFEn. Documentos Básicos de Enfermagem. São Paulo, 2001. p. 207.

Kit Curativo

Um Kit curativo é preparado para auxiliar na higienização de feridas e pequenos procedimentos cirúrgicos.

Para realizar um simples curativo, é necessário que tenha em mãos os instrumentais cirúrgicos estéreis apropriados para a situação, que geralmente já são separados em ‘KITS’ pelas instituições hospitalares, em embalagens já esterilizadas.

É importante também que tenha um campo estéril para algumas situações.
* Ressaltando que cada kit montado pode variar de acordo com cada protocolo hospitalar.

Composição

Um kit curativo pode ser composto por:

  • 1 pinça kelly reto;
  • 1 pinça anatômica;
  • 1 pinça dente-de-rato;
  • 1 campo cirúrgico (separado dos instrumentais).

Kit Derramamento

Os antineoplásicos são fármacos usados no combate ao câncer, que representa uma das principais causas de morte no mundo todo. O tratamento dessa doença é uma área prioritária para a saúde pública e, da mesma forma, o transporte e armazenamento de medicamentos utilizados exige atenção especial.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), todos os tipos de câncer estão relacionados com mutações genéticas. Assim, as células cancerígenas possuem quatro características que as diferenciam das células normais:

  • Elevada capacidade de multiplicação celular;
  • Perda de suas funções normais;
  • Alta capacidade de se espalhar pelo organismo;
  • Facilidade de invadir outros órgãos, prejudicando seu funcionamento.

Em contrapartida, os medicamentos antineoplásicos, também conhecidos como quimioterápicos, agem diretamente no metabolismo das células tumorais. Infelizmente, muitas dessas drogas possuem baixa seletividade e podem atingir também células normais.

Assim, são particularmente afetados pela quimioterapia o trato gastrointestinal, as células sanguíneas e o couro cabeludo. Além disso, esses medicamentos possuem efeitos teratogênicos e carcinogênicos, sendo classificados como drogas perigosas, que demandam precauções adicionais em toda a cadeia logística.

Vale destacar também que o tratamento do câncer envolve tecnologias inovadoras e, não raras vezes, esta cadeia logística depende da importação de produtos.

Enfim, existem várias razões pelas quais os quimioterápicos envolvem cuidados especiais desde o momento em que são fabricados, transportados, distribuídos, consumidos e até descartados.

A seguir, abordaremos os principais aspectos legais a serem observados durante o transporte e armazenamento de medicamentos oncológicos, utilizados para combater o câncer.

Peculiaridades no manuseio de quimioterápicos

De acordo com a Resolução RDC Anvisa nº 220, de 21 de setembro de 2004, os quimioterápicos exigem cuidados específicos de armazenamento de medicamentos, bem como precauções diferenciadas durante o transporte e o preparo.

Vale destacar que as soluções administradas por via parenteral precisam ser preparadas em uma sala limpa, devidamente equipada com capela de exaustão. Esses cuidados visam garantir a esterilidade dos medicamentos e proteger as pessoas e o ambiente de contaminação.

De acordo com a RDC nº 220/2004, a manipulação é uma atribuição exclusiva do farmacêutico. Este profissional é um dos membros essenciais da equipe de terapia antineoplásica, composta ainda por enfermeiros e médicos dedicados ao tratamento do câncer.

Rótulos e Informações

Cabe ao farmacêutico avaliar a adequação das prescrições com relação à dose, compatibilidade e estabilidade dos componentes. Também é de sua responsabilidade a elaboração dos rótulos, com informações que garantam segurança no transporte de medicamentos e na administração ao paciente.

Dessa forma, o rótulo das preparações deve incluir dados de identificação do paciente, composição detalhada, prazo de validade e o modo de conservação. O rótulo deverá, ainda, contemplar cuidados na administração e a identificação do profissional que manipulou a solução.

Na prática, é desejável acrescentar também no rótulo a informação se a solução é irritante ou vesicante. Isso facilita a adoção de providências em caso de escape acidental da solução para os tecidos (extravasamento), durante a infusão da quimioterapia.

Os antineoplásicos vesicantes são capazes de causar necrose dos tecidos quando escapam dos vasos sanguíneos para os tecidos adjacentes. Os irritantes, por sua vez, são aqueles que produzem ardor e inflamação temporária no local de extravasamento.

Por fim, as soluções manipuladas são acondicionadas em embalagem impermeável e transparente para protegê-las até o momento de utilização. O transporte de medicamentos, por sua vez, deverá ser realizado em recipientes isotérmicos exclusivos e respeitar as medidas de biossegurança.

Biossegurança no armazenamento e transporte de medicamentos

Todo o pessoal envolvido no manuseio de quimioterápicos deverá receber treinamento para lidar com derramamento acidental ou quebra de frascos. Isso inclui não apenas a equipe de saúde, mas também os colaboradores responsáveis pelo transporte de medicamentos externo.

Para fins de biossegurança, obrigatoriamente, os serviços de Terapia Antineoplásica devem manter um “Kit” de derramamento em todas as áreas onde são realizadas atividades de manipulação, armazenamento, administração e transporte de medicamentos antineoplásicos.

Esse Kit deve conter luvas de procedimento, avental de baixa permeabilidade, compressas absorventes, máscara de proteção respiratória, proteção ocular, pá e sabão. Além disso, deve incluir instruções escritas, formulário para registro do acidente e recipiente para coleta de resíduos tóxicos.

Caso o derramamento desses medicamentos atinja o colaborador, este deve remover a roupa contaminada imediatamente e lavar a pele atingida com água e sabão. Adicionalmente, se houver contaminação dos olhos, deve-se lavá-los com água ou solução fisiológica.

Importante destacar, ainda, que o funcionário acidentado deve passar por avaliação e acompanhamento médico, em conformidade com a legislação vigente, incluindo-se a NR 32.

Com relação ao local do acidente, é preciso realizar a descontaminação de superfícies. Antes disso, porém, o colaborador deve vestir os equipamentos de proteção individual (EPI) presentes no kit de derramamento, visando evitar contato com resíduos tóxicos dispersos no ambiente.

Uma vez equipado com os EPIs, o colaborador deve limitar a superfície atingida com compressas absorventes. Os pós devem ser recolhidos com compressas umedecidas, já os líquidos com compressas secas.

Em seguida, a área deve ser limpa com água e sabão em abundância. Se houver fragmentos de vidro, estes devem ser recolhidos com auxílio de uma pá e colocados em recipiente próprio para descarte de perfurocortante.

Sobre o transporte de medicamentos em trânsito

Nem todo serviço de saúde possui pessoal e equipamento para manipular quimioterápicos. Tanto esta operação, como o transporte até o local onde o produto será administrado ao paciente podem ser terceirizadas.

Assim, a legislação prevê a possibilidade de contratação de serviços de transporte externo. Uma das condições para isso é que as empresas sejam qualificadas e prestem assistência para eventuais acidentes envolvendo os medicamentos transportados por elas.

Outro aspecto a ser observado na contratação de terceiros é que a transportadora precisa monitorar as condições de temperatura e umidade com instrumentos calibrados e fornecer esses dados para o contratante.

Assim, veículos, equipamentos e contêineres devem garantir a estabilidade e integridade dos quimioterápicos e evitar contaminação. O transporte requer também o monitoramento e controle da temperatura de maneira contínua, de preferência por meio de sistemas informatizados.

Além disso, recomenda-se que os instrumentos utilizados no monitoramento de temperatura possuam alarmes visuais e/ou sonoros. Assim, pode-se identificar precocemente excursões fora das faixas de aceitação e agilizar a implementação do plano de contingência para evitar a perda de produtos.

Segundo a RDC Anvisa nº 430/2020, o monitoramento de temperatura e umidade não é necessário quando o tempo máximo de transporte for inferior a oito horas. Em contrapartida, exige-se a utilização de embalagens térmicas qualificadas até o local de dispensação.

Por último e não menos importante, é a disposição das cargas no veículo. As embalagens devem ser dispostas de modo a evitar a exposição direta dos medicamentos aos agentes refrigerantes usados para manter a temperatura.

Cuidados com armazenamento de medicamentos antineoplásicos

Com relação ao armazenamento de medicamentos antineoplásicos, os serviços devem atender à Resolução RDC Anvisa nº 430/2020. Esta norma visa promover melhor controle e rastreabilidade sobre a cadeia de distribuição, armazenamento e transporte de medicamentos e coibir falsificação e adulteração.

O armazenamento de medicamentos deve ser acompanhado de rígido controle de estoque para evitar perdas, desvios ou faltas, que possam prejudicar, sobretudo, aqueles que aguardam tratamento para o câncer. Assim, toda movimentação deve ser documentada e os registros prontamente recuperáveis.

Paralelamente, deve-se proteger as informações contra modificações não autorizadas, danos ou perdas. Vale destacar, ainda, a importância de realizar backups eletrônicos e de todos os registros e a necessidade de manter esses arquivos por período mínimo de cinco anos.

Monitoramento de Temperatura

O acesso às áreas de armazenamento de medicamentos deve ser restrito ao pessoal autorizado. Destaca-se também a necessidade de manter equipamentos para controle e monitoramento de temperatura e umidade, que pode ser realizado por meio de registro físico ou eletrônico.

Os instrumentos para monitoramento da temperatura e umidade das áreas de estocagem devem estar posicionados de acordo com o estudo prévio de qualificação térmica. As leituras, por sua vez, se não puderem ser realizadas de forma contínua, precisam ser aferidas pelo menos nos períodos de maior criticidade.

Adicionalmente, a legislação exige que se mantenha os registros de monitoramento por, pelo menos, dois anos. É válido destacar a possibilidade de adotar armazenamento de dados em nuvem e monitoramento remoto para conferir maior agilidade e segurança ao processo.

As salas para armazenamento de medicamentos antineoplásicos devem possuir superfícies lisas e de fácil limpeza. O local também precisa ser protegido de intempéries e animais, além de ser bem iluminado para que todas as operações sejam realizadas com precisão e segurança.

As condições de armazenamento de medicamentos devem respeitar as especificações dos fabricantes. Nesse sentido, quando houver troca de fornecedor, é importante que o farmacêutico verifique se há alguma nova recomendação que precise ser repassada para a equipe.

Precauções adicionais no armazenamento de medicamentos termolábeis

Alguns quimioterápicos são termolábeis desde o momento da fabricação, enquanto outros exigem refrigeração só depois de preparados. Nesse sentido, a RDC nº 220/2004 prevê que o serviço ofereça infraestrutura que garanta a integridade desses medicamentos até seu destino.

Desse modo, os refrigeradores devem possuir fonte de energia alternativa para suprir eventual falha da fonte primária. Outrossim, esse cuidado deverá estar contemplado no plano de contingência para garantir o armazenamento de medicamentos de modo adequado, mesmo diante de adversidades.

Referência: Ministério da Saúde