Lesão pulmonar aguda relacionada a transfusão (TRALI) é...
Imunologia
Veja alguns dos nossos principais assuntos relacionados à Imunologia.
Calendário de Vacinação da Gestante 2023
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) lançou recentemente a cartilha contendo as vacinas disponibilizadas para Gestante pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Vacinas
Esquemas e recomendações Comentários
DISPONIBILIZAÇÃO DAS VACINAS
Gratuitas Clínicas
privadas de nas UBS*vacinação
ROTINA
Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (difteria, tétano e coqueluche) – dTpa ou dTpa-VIP
Dupla adulto (difteria e tétano) – dT
Histórico vacinal
Conduta na gestação
• A dTpa está recomendada em todas as gestações, pois além de proteger a gestante e evitar que ela transmita a Bordetella pertussis ao recém-nascido, permite a transferência de anticorpos ao feto protegendo-o nos primeiros meses de vida até que possa ser imunizado.
• Mulheres não vacinadas na gestação devem ser vacinadas no puerpério, o mais precocemente possível.
• Na indisponibilidade de dTpa, pode-se substituí-la pela dTpa-VIP, ficando a critério médico a prescrição.
SIM, dT e dTpa
SIM, dTpa e dTpa-VIP
Previamente vacinada, com pelo menos três doses de vacina contendo o componente tetânico.
Uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação.
Em gestantes com vacinação incompleta tendo recebido uma dose de vacina contendo o componente tetânico.
Uma dose de dT e uma dose de dTpa, sendo que a dTpa deve ser aplicada a partir da 20ª semana de gestação. Respeitar intervalo mínimo de um mês entre elas.
Em gestantes com vacinação incompleta tendo recebido duas doses de vacina contendo o componente tetânico.
Uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação.
Em gestantes não vacinadas e/ou histórico vacinal desconhecido.
Duas doses de dT e uma dose de dTpa, sendo que a dTpa deve ser aplicada a partir da 20ª semana de gestação. Respeitar intervalo mínimo de um mês entre elas.
Hepatite B
Três doses, no esquema 0 – 1 – 6 meses.
A vacina hepatite B deve ser aplicada em gestantes não anteriormente vacinadas e suscetíveis à infecção.
SIM
NÃO
Influenza (gripe)
Dose única anual. Em situação epidemiológica de risco, especialmente para gestantes imunodeprimidas, pode ser considerada uma segunda dose a partir de 3 meses após a dose anual.
• A gestante é grupo de risco para as complicações da infecção pelo vírus influenza. A vacina está recomendada nos meses da sazonalidade do vírus, mesmo no primeiro trimestre de gestação. Desde que disponível, a vacina influenza 4V é preferível à vacina influenza 3V, por conferir maior cobertura das cepas circulantes. Na impossibilidade de uso da vacina 4V, utilizar a vacina 3V.
• Se a composição da vacina disponível for concordante com os vírus circulantes, poderá ser recomendada aos viajantes internacionais para o hemisfério norte e/ou brasileiros residentes nos estados do norte do país no período pré-temporada de influenza.
SIM,
3V
SIM,
3V e 4V
Covid-19
Acesse os dados atualizados sobre a disponibilidade de vacinas e os grupos contemplados pelo PNI em: sbim.org.br/covid-19
RECOMENDADAS EM SITUAÇÕES ESPECIAIS
Hepatite A
Duas doses, no esquema 0 – 6 meses.
É vacina inativada, portanto sem risco teórico para a gestante e o feto. Já que no Brasil as situações de risco de exposição ao VHA são frequentes, a vacinação deve ser considerada.
NÃO
SIM
Hepatite A e B
Para menores de 16 anos: duas doses, aos 0 – 6 meses. A partir de 16 anos: três doses, aos 0 – 1 – 6 meses.
A vacina combinada é uma opção e pode substituir a vacinação isolada das hepatites A e B.
NÃO
SIM
Pneumocócicas
Esquema sequencial de VPC13 e VPP23 pode ser feito em gestantes de risco para doença pneumocócica invasiva (DPI) (consulte os Calendários de vacinação SBIm pacientes especiais).
• VPC13 e VPP23 são vacinas inativadas, portanto sem riscos teóricos para a gestante e o feto.
NÃO
SIM
Meningocócicas conjugadas ACWY ou C
Uma dose. Considerar seu uso avaliando a situação epidemiológica e/ou a presença de comorbidades consideradas de risco para a doença meningocócica (consulte os Calendários de vacinação SBIm pacientes especiais).
• As vacinas meningocócicas conjugadas são inativadas, portanto sem risco teórico para a gestante e o feto.
• Na indisponibilidade da vacina meningocócica conjugada ACWY, substituir pela vacina meningocócica C conjugada.
NÃO
SIM
Meningocócica B
• Considerar seu uso avaliando a situação epidemiológica e/ou a presença de comorbidades consideradas de alto risco para a doença meningocócica invasiva (DMI). Consulte os Calendários de vacinação SBIm pacientes especiais.
• Duas doses com intervalo mínimo de 1 mês (Bexsero®) ou 6 meses (Trumenba®).
• As vacinas meningocócicas B são inativadas, portanto sem risco teórico para a gestante e o feto.
• Bexsero® licenciada até os 50 anos de idade. Trumenba® licenciada até os 25 anos.
As duas vacinas não são intercambiáveis.
NÃO
SIM
Febre amarela
• Normalmente contraindicada em gestantes. Porém, em situações em que o risco da infecção supera os riscos potenciais da vacinação, pode ser feita durante a gravidez.
• Recomendação do PNI: se recebeu a primeira dose antes dos 5 anos, indicada uma segunda dose. Se aplicada a partir dos 5 anos de idade em dose única.
• Recomendação da SBIm: como não há consenso sobre a duração da proteção conferida pela vacina; de acordo com o risco epidemiológico, uma segunda dose em outras idades pode ser considerada pela possibilidade de falha vacinal.
• Gestantes que viajam para países que exigem o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP) devem ser isentadas da vacinação pelo médico assistente, se não houver risco de contrair a infecção.
• É contraindicada em nutrizes até que o bebê complete 6 meses; se a vacinação não puder ser evitada, suspender o aleitamento materno por dez dias.
SIM
SIM
CONTRAINDICADAS
Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
Não vacinar na gestação.
• Pode ser aplicada no puerpério e durante a amamentação.
SIM, para puérperas de até 59 anos
SIM, para puérperas e lactantes
HPV
Não vacinar na gestação. Se a mulher tiver iniciado esquema antes da gestação, suspendê-lo até puerpério.
• Pode ser aplicada no puerpério e durante a amamentação.
NÃO
SIM, para puérperas e lactantes
Varicela (catapora)
Não vacinar na gestação.
• Pode ser aplicada no puerpério e durante a amamentação.
NÃO
SIM, para puérperas e lactantes
Dengue
Não vacinar na gestação.
• A vacina é contraindicada em mulheres soronegativas para dengue; que estejam amamentando e imunodeprimidas.
A prova tuberculínica (PT) é o exame mais importante para o diagnóstico da infecção latente da tuberculose (ILTB) no Brasil.
Entretanto, devido às dificuldades inerentes ao processo de treinamento nas técnicas de aplicação e de leitura da PT, em determinadas regiões do País, este exame ainda encontra-se restrito aos serviços de referência para tuberculose (TB), hospitais e clínicas especializadas, quando deveria ser ofertada na rotina dos diferentes tipos de unidades de saúde, próximo à residência das pessoas, especialmente, naqueles em que contatos de casos de TB e pessoas vivendo com HIV/ aids são atendidas.
Tuberculose ativa e infecção latente da tuberculose
O indivíduo, ao entrar em contato com o Mycobacterium tuberculosis, conta com diferentes mecanismos de defesa inespecíficos contrários à instalação do bacilo, entre eles os pelos nasais, a angulação das vias respiratórias, o turbilhonamento aéreo, a secreção traqueobrônquica e, o mais importante, a limpeza mucociliar.
Vencidas essas barreiras, o bacilo instala-se no pulmão, onde são fagocitados por macrófagos alveolares que, eventualmente, os transportam aos gânglios linfáticos e hilares. Os bacilos podem se multiplicar livremente dentro dos macrófagos e chegar a destruí-los, passando ao espaço extracelular. Alguns bacilos podem ser transportados por via linfo-hematogênica disseminando-se, nesse caso, por todo o organismo.
Cerca de 5% dos infectados não conseguem impedir a multiplicação inicial do bacilo e desenvolvem tuberculose ativa na sequência da primoinfecção (tuberculose primária).
Outros 5%, apesar de bloquearem a infecção nesta fase, adoecem posteriormente (tuberculose pós-primária ou secundária) por reativação desses bacilos (reativação endógena) ou por exposição à nova fonte de infecção (reinfecção exógena).
Entre os infectados, a maioria (cerca de 90%) resiste ao adoecimento após a infecção e desenvolve imunidade parcial à doença. Nesses casos, os bacilos ficam encapsulados, em estado latente, em pequenos focos quiescentes, chamado de infecção latente da tuberculose.
Por sua vez, o portador da infecção latente da tuberculose, a depender dos fatores de risco, pode ter indicação para realizar o tratamento da ILTB.
A tuberculina
A tuberculina é um produto obtido de um filtrado de cultivo de sete cepas selecionadas do M. tuberculosis esterilizado e concentrado.
Trata-se de um líquido injetável límpido, incolor ou levemente amarelado. No Brasil, a tuberculina usada é o PPD RT-23 (PPD – Purified Protein Derivatite, RT: Reset Tuberculin, 23: número da partida) de procedência dinamarquesa (Statens Serum institut de Copenhague/Dinamarca).
O diluente contido no PPD RT 23 é chamado Tween 80 (polissorbato 80), que é detergente, não iônico e usado para impedir o fenômeno físico da adsorção das proteínas às paredes do frasco e do plástico da seringa.
Fundamentos da prova tuberculínica
A prova tuberculínica é um teste diagnóstico de ILTB que se baseia em uma reação de hipersensibilidade cutânea após a aplicação do PPD por via intradérmica, em que a leitura é realizada 48 a 72 horas após a aplicação, podendo ser estendido até 96 horas.
A PT evidencia uma reação de hipersensibilidade do organismo diante das proteínas do bacilo da tuberculose, após contato com o M. tuberculosis. O teste sofre interferência da vacinação BCG e de micobactérias não tuberculosas (MNT), mas não sensibiliza não infectados, mesmo que repetido várias vezes.
A inoculação do antígeno desencadeia uma reação do tipo antígeno-anticorpo, seguida de uma resposta dependente da reatividade celular de linfócitos T sensibilizados, que, após a reexposição às estruturas antigênicas do bacilo, tornam-se ativados e, consequentemente, expressam-se no local de aplicação da PT.
Isso significa que, ao inocular as proteínas do M. tuberculosis na pele do infectado, observam-se no infiltrado algumas células-chaves tais como linfócitos e monócitos, e polimorfos nucleares e granulócitos com predomínio de células T CD4.
Ocorre um aumento da permeabilidade vascular, com exsudação de fluídos, acarretando eritema e edema local na derme, com pico entre 48 a 72 horas após a administração do PPD. A reação evidenciada é chamada de hipersensibilidade tardia.
Esse acúmulo de células mononucleares representa o quadro histológico típico da reação tuberculínica manifestada macroscopicamente nessa reação. Os fatores citotóxicos provocam a citólise, com liberação do conteúdo celular, especialmente enzimas lisossômicas que, além de potencializarem a resposta inflamatória, podem participar da reação de necrose.
Conversão tuberculínica
Os indivíduos infectados pelo bacilo de Koch (BK) podem ter sua capacidade de reação à PT diminuída com o tempo, devido à perda da resposta dos linfócitos T de memória.
Esse fato levaria algumas pessoas à resposta negativa da PT mesmo infectado pelo Mycobacterium tuberculosis. A avaliação do efeito booster busca uma reativação a resposta imunológica à tuberculina pelas células de memória, por meio de reforço do estímulo com nova aplicação de tuberculina após uma a três semanas da primeira PT.
Define-se como efeito booster, quando a segunda PT (realizada uma a três semana após a primeira) for ≥ a 10 mm, com incremento de pelo menos 6 mm em relação a primeira PT.
Atualmente, a indicação de testar o efeito booster está bastante restrita, sendo recomendado somente na avaliação inicial de profissionais de saúde ou de trabalhadores de outros serviços com alto risco de transmissão do M. tuberculosis, como instituições prisionais, asilos e albergues) que foram negativos à primeira prova tuberculínica (resultado < 10 mm) para posterior acompanhamento anual de conversão tuberculínica.
Ou seja, a segunda aplicação da tuberculina em uma a três semanas após a primeira é utilizada apenas para excluir uma falsa conversão tuberculínica no futuro.
Quando se evidencia o efeito booster, considera-se válido o resultado da primeira PT (com booster) e não se deve repetir mais o teste. Nesses indivíduos não há indicação de tratar a ILTB, uma vez que o risco de adoecimento é muito baixo.
Caso na segunda PT não se caracterize o efeito booster, mas o resultado seja ≥ 10 mm (sem o incremento mínimo de 6 mm) também não se indica a realização de novas provas tuberculínicas.
Indicações da prova tuberculínica
A prova está indicada na investigação da infecção latente pelo M. tuberculosis (ILTB) no adulto e na investigação da infecção latente e de TB doença em crianças. Também, pode ser utilizada em estudos epidemiológicos.
Indicação do tratamento da ILTB de acordo com o resultado da prova tuberculínica
Sem PT realizada*
1. Recém-nascidos coabitante de caso índice bacilífero
2. Pessoa vivendo com HIV/aids com cicatriz radiológica sem tratamento prévio
3. Pessoa vivendo com HIV/aids contato de TB pulmonar
PT ≥ 5 mm
4. Contatos crianças menores de 10 anos, não vacinadas com BCG
5. Contatos crianças menores de 10 anos, vacinadas com BCG há mais de 2 anos
6. Contatos crianças menores de 10 anos de povos indígenas (independente da BCG)
7. Contatos adultos e adolescentes maiores de 10 anos
8. Pessoas vivendo com HIV/aids
9. Indivíduos em uso de inibidores do TNF-α
10. Alterações radiológicas fibróticas sugestivas de sequela de TB
11. Transplantados em terapia imunossupressora
12. Indivíduos menores de 65 anos em uso de corticosteroides (>15 mg de prednisona por mais de um mês)
PT ≥ 10 mm
13. Contatos crianças menores de 10 anos, vacinadas com BCG há menos de 2 anos
14. Silicose
15. Neoplasia de cabeça e pescoço
16. Neoplasias hematológicas
17. Insuficiência renal em diálise
18. Indivíduos menores de 65 anos com diabetes mellitus
19. Indivíduos menores de 50 anos com baixo peso (< 85% do peso ideal)
20. Indivíduos menores de 50 anos tabagistas (> 1 maço/dia)
21. Indivíduos menores de 50 anos com calcificação isolada (sem fibrose) na radiografia
Conversão tuberculínica**
22. Indivíduos contatos de TB bacilífera
23. Profissional de saúde
24. Profissional de laboratório de micobactéria
25. Trabalhador do sistema prisional
26. Trabalhadores de instituições de longa permanência
*Casos em que não é necessário realizar a prova tuberculínica, mas em que é fundamental excluir a doença ativa antes de tratar a infecção latente de tuberculose.
**PT com incremento de 10 mm em relação à PT anterior. Para avaliar conversão, é necessário realizar a PT, pelo menos, oito semanas após a primeira aplicação da PT. Fonte: (BRASIL, 2011).
Importante
Nos casos de diagnóstico da infecção latente da tuberculose (ILTB) o profissional no serviço de saúde, deve encaminhar o paciente ao médico para que seja afastado o diagnóstico de tuberculose ativa e avaliada a indicação do tratamento da ILTB.
Materiais necessários para a aplicação da prova tuberculínica
Os materiais necessários para a aplicação da prova tuberculínica incluem:
Seringas descartáveis tipo tuberculínica (1 ml), com graduação em milímetros ou similares.
Agulha 13 x 3,8 mm; ou similares.
Caixa térmica.
Gelo reciclável.
Termômetro para o controle da temperatura.
Caixa coletora para materiais perfurocortantes.
Frascos de PPD Rt 23 2UT.
Toalha de papel e recipiente com algodão.
Saco de lixo.
Algodão hidrófilo.
Óculos protetores e luvas de procedimento.
Fichas de prova tuberculínica para anotação do resultado
Passo a passo para a aplicação da tuberculina
Lavar as mãos.
Calçar as luvas e colocar os óculos.
Retirar da caixa térmica o frasco de tuberculina.
Verificar no frasco de tuberculina o prazo de validade e o aspecto do produto.
Aspirar 0,1 ml de PPD RT-23, somente no momento da aplicação. Caso seja aspirada maior quantidade de líquido, não retornar o excesso ao frasco e sim, desprezar o excesso sobre o pedaço de algodão disposto na mesa para essa finalidade.
Não é necessário realizar antissepsia com álcool no local de aplicação antes do procedimento. Se houver sujidade aparente no local de aplicação, deve-se lavar com água e sabão.
Selecionar o local de aplicação na face anterior do antebraço esquerdo.
Segurar com firmeza o antebraço esquerdo do paciente, utilizando os dedos médio e indicador da mão direita para distender a pele com o polegar.
Posicionar a seringa entre os dedos indicador e médio, mantendo o polegar sobre o indicador ou a aba da seringa, que deve ficar paralela à pele, evitando que o bisel saia da sua posição.
Deslizar a seringa paralelamente à pele e introduzir o bisel.
Introduzir o bisel voltado para cima, de forma visível ao aplicador, observando que a seringa fique paralela à pele, evitando que o bisel saia da sua posição.
Pressionar o êmbolo com o polegar, injetando 0,1 ml de PPD RT-23 lentamente, e manter a pele distendida, certificando-se de que houve formação de pápula.
Desprezar imediatamente a seringa e a agulha na caixa de perfurocortante.
A leitura da prova tuberculínica
Antes de proceder com a leitura da prova tuberculínica, deve-se identificar o paciente, observar na ficha se os dados estão corretamente preenchidos com data de aplicação da PT, dados pessoais, irregularidades durante a aplicação da PT, entre outros. Observar a iluminação local, ela deve estar adequada de modo a facilitar a leitura.
Na leitura, utiliza-se uma régua milimetrada específica, medindo-se o maior diâmetro transverso da enduração perpendicularmente ao antebraço.
Não se deve delimitar a enduração com caneta sobre a pele da pessoa, isso pode trazer imprecisão da leitura.
A medida correta do diâmetro da enduração da prova da tuberculina é fundamental, uma vez que sua quantificação servirá de base para a tomada de decisão do tratamento da infecção latente da TB. Os profissionais de saúde deverão anotar os resultados da PT em milímetros, inclusive quando não houver enduração (anotar zero mm).
Material necessário para a leitura da prova tuberculínica
Régua milimetrada de plástico flexível específica e transparente com 10 cm de comprimento e com escala de cor negra.
Formulário para registro das respostas da PT.
Livro de registro para o controle na unidade de saúde.
Passo a passo para a leitura da prova tuberculínica
Manter o antebraço do indivíduo relaxado e levemente fletido (procedimento com o paciente em pé ou sentado).
Identificar o local de aplicação.
Palpar cuidadosamente contornando todo o endurado e delimitar as bordas da enduração com o indicador.
Segurar a régua e medir o maior diâmetro transverso da enduração, sem considerar eritema ou edema.
Colocar a régua sobre a área de enduração no sentido transversal em relação ao eixo longitudinal do antebraço.
Medir a área endurada com uma régua após a palpação. Não esticar a pele e nem pressionar a régua no local do endurado.
Registrar a enduração em mm, na Ficha de Prova Tuberculínica, e no Livro de Registro de PT da Unidade de Saúde.
Ministrar orientações necessárias, explicar o resultado da PT ao indivíduo testado e encaminhá-lo.
Observações na leitura da prova tuberculínica
Caso se observe eritema, edema ou linfangite, não se deve considerá-los na mensuração, restringindo-se aos limites da enduração;
A área a ser medida é a do endurecimento e não a do eritema circundante;
A enduração pode variar desde uma zona de densidade firme, bem circunscrita na pele, até um aumento de volume brando e maldefinido.
Interpretação do resultado da prova tuberculínica
A leitura da PT pode ser realizada 48h após a aplicação, podendo se estender até 96 horas. Nos serviços de saúde, a leitura da PT está recomendada para ser realizada 72h após a aplicação.
O resultado da PT deve ser descrito em milímetros. É considerado como infectado pelo M. tuberculosis o paciente que tiver enduração igual ou superior a 5 mm. A seguir, apresentam-se os algoritmos diagnósticos para avaliação da PT e do tratamento da ILTB em diferentes situações clínicas.
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Hipertermia Maligna (HM)
A Hipertermia maligna é uma síndrome de origem genética, onde os indivíduos susceptíveis, quando expostos a determinados anestésicos (especialmente inalatórios) desenvolvem um quadro hipermetabólico, que caso não seja tratado imediatamente pode evoluir para óbito.
Foi descrita inicialmente na Austrália, no ano de 1960, por Denborough e Lowell, posteriormente outros casos foram descritos por em Wisconsin e Toronto.
A síndrome recebe esse nome, porque os indivíduos acometidos apresentam quadro de hipertermia e, na época em que foi descrito, a taxa de mortalidade era muito elevada. A incidência no mundo todo varia de 1:3000 a 1:250000 anestesias.
Como ocorre?
A hipertermia maligna ocorre, na maioria dos casos, devido à mutação de um canal de cálcio da musculatura esquelética. Essa mutação pode resultar na liberação exacerbada de cálcio no músculo, quando na presença de alguns anestésicos.
Isso pode resultar na destruição da fibra muscular esquelética. Como há um elevado consumo de energia, aumento de produção de CO2 e rápido aumento da temperatura corporal, com consequências bioquímicas e hematológicas, também pode haver a evolução para choque irreversível e colapso cardiovascular.
Tipos
Pode apresentar-se sob duas formas: início agudo e fulminante ou instalar-se insidiosamente. Pode ocorrer quando o indivíduo recebe a sua primeira anestesia, mas em um terço dos casos ocorre nas anestesias subsequentes.
Sintomas
Os sintomas apresentados por portadores da síndrome são: taquipneia, taquicardia, rigidez muscular, cianose e outros sinais hipermetabólicos.
Diagnósticos
Como os indivíduos susceptíveis só desenvolvem o quadro clínico quando são expostos aos agentes desencadeante, o diagnóstico é difícil.
O método utilizado até hoje como padrão, é o teste de contratura in vitro, onde uma amostra da musculatura do indivíduo mandada para análise apresenta resposta contrátil aumentada na presença do anestésico halotano e cafeína. Como esse teste e muito invasivo, o diagnóstico torna-se prejudicado pela reduzida adesão.
Antagonista
Existe apenas uma única droga capaz de reverter a crise, que é o dantrolene sódico, droga bloqueadora do canal de cálcio.
Os indivíduos susceptíveis podem levar uma vida normal. Apenas necessitam portar algum tipo de identificação da susceptibilidade a hipertermia maligna. Existem anestésicos que são considerados seguros para essa parcela da população, sendo assim, esses indivíduos podem ser submetidos a qualquer procedimento cirúrgico.
O que fazer na hipótese de Hipertermia Maligna
Uma vez estabelecida a hipótese diagnóstica de Hipertermia Maligna, a equipe deve:
Suspender os agentes desencadeadores imediatamente
Hiperventilar o paciente, com alto fluxo de oxigênio (100%)– para atender a demanda metabólica
Retirar os vaporizadores do circuito do equipamento de anestesia – Não é necessário trocar o equipamento de anestesia, pois isso acarretaria perda de tempo valioso para realizar outras medidas
Administrar o Dantrolene – o prognóstico é influenciado significativamente pelo tempo entre o início dos sintomas e a administração do fármaco
A anestesia será mantida com hipnóticos, opióides e bloqueadores neuromusculares adespolarizantes, conforme a necessidade do paciente
Resfriar o paciente. Utilizar resfriamento externo (aplicação de bolsas de gelo, colchão térmico) e interno (infusão de soluções geladas intravenosas, retais, vesicais– resfriamento ativo), se necessário, até atingir 38ºC – para evitar hipotermia
Monitorar a temperatura corporal
Corrigir a acidose metabólica e reduzir a hipercalemia
Tratar as arritmias cardíacas – geralmente são controladas com a correção da acidose de da hipercalemia
Manter diurese acima de 2ml/kg/h – com hidratação ou diuréticos
A Imunidade é um estado em que o corpo está protegido contra a doença infecciosa.
É conferido pelo sistema imunológico, uma complexa rede de células, tecidos e substâncias químicas que combatem infecções e matam organismos quando invadem o corpo.
A Célula T e a Imunidade Mediada por Células
As células T, também denominada de Linfócitos T, são um grupo de glóbulos brancos(leucócitos) responsáveis pela defesa do organismo contra agentes desconhecidos (antígenos). Seu papel principal é como imunidade específica e imunidade celular, induzindo a Apoptose(autodestruição) de células invadidas por vírus, bactérias intracelulares, danificadas ou cancerígenas. Se diferenciam de acordo com sua função em: citotóxicas (CD8), auxiliares (CD4), natural killer (NKT), memória(CD45), reguladoras (FOXP3) ou gama-delta (γδ). Amadurecem no timo, por isso se chamam linfócitos T.
Os Tipos de Imunidade
Imunidade inata
A imunidade inata é a primeira linha de defesa do organismo, com a qual ele já nasce. É uma resposta rápida, não específica e limitada aos estímulos estranhos ao corpo. É representada por barreiras físicas, químicas e biológicas, células e moléculas, presentes em todos os indivíduos.
Os principais componentes da imunidade inata são:
Barreiras físicas e mecânicas: Retardam/impedem a entrada de moléculas e agentes infecciosos (pele, trato respiratório, membranas, mucosas, fluidos corporais, tosse, espirro).
Barreiras fisiológicas: Inibem/eliminam o crescimento de microrganismos patogênicos devido à temperatura corporal e à acidez do trato gastrointestinal; rompem as paredes celulares e lisam (rompem) células patogênicas através de mediadores químicos (lisozimas, interferon, sistema complemento);
Barreiras celulares: Endocitam/fagocitam as partículas e microrganismos estranhos, eliminando-os (linfócitos natural killer e leucócitos fagocíticos – neutrófilos, monócitos e macrófagos);
Barreira inflamatória: Reação a infecções com danos tecidulares; induzem células fagocitárias para a área afetada.
A resposta imune inata é capaz de prevenir e controlar diversas infecções, e ainda pode otimizar as respostas imunes adaptativas contra diferentes tipos de microrganismos.
É a imunidade inata que avisa sobre a presença de uma infecção, acionando assim os mecanismos de imunidade adaptativa contra os microrganismos causadores de doenças que conseguem ultrapassar as defesas imunitárias inatas.
Imunidade adquirida
A imunidade adquirida ou adaptativa é ativada pelo contato com agentes infecciosos e sua resposta à infecção aumenta em magnitude a cada exposição sucessiva ao mesmo invasor.
Existem dois tipos de imunidade adquirida: a imunidade humoral e a imunidade celular.
A imunidade humoral gera uma resposta mediada por moléculas no sangue e nas secreções da mucosa, chamadas de anticorpos, produzidos pelos linfócitos B, sendo o principal mecanismo de defesa contra microrganismos extracelulares e suas toxinas.
Os anticorpos reconhecem os antígenos (qualquer partícula estranha ao corpo), neutralizam a infecção e eliminam estes antígenos por variados mecanismos efetores. Por sua vez, a imunidade celular gera resposta mediada pelos linfócitos T.
Quando microrganismos intracelulares, como os vírus e algumas bactérias, sobrevivem e proliferam dentro das células hospedeiras, estando inacessíveis para os anticorpos circulantes, as células T promovem a destruição do microrganismo ou a morte das células infectadas, para eliminar a infecção.
A imunidade adquirida ainda pode ser classificada em imunidade ativa e imunidade passiva. A imunidade ativa é aquela que é induzida pela exposição a um antígeno.
Assim, o indivíduo imunizado tem um papel ativo na resposta ao antígeno. A imunidade ativa pode ser natural, quando adquirida através de doença, ou passiva, quando adquirida por meio de vacinas.
A imunidade passiva é a imunização por meio da transferência de anticorpos específicos de um indivíduo imunizado para um não-imunizado.
A imunidade passiva é chamada de natural, quando acontece, por exemplo, através da transferência de anticorpos maternais para o feto; é artificial quando há a passagem de anticorpos prontos, como num soro anti-ofídico (contra veneno de serpentes).
A resposta imune adquirida, mediada pelos linfócitos B e T, apresenta uma série de propriedades que administram a resposta destes. São elas:
Especificidade: o sistema imunológico reconhece os diversos antígenos e produz uma resposta imunológica específica para cada um deles.
Diversidade: o sistema imune é capaz de reconhecer milhares de antígenos diferentes e produzir uma resposta adequada para cada um deles.
Memória imunológica: a exposição do sistema imunológico a antígenos faz aumentar sua habilidade em responder a esse mesmo antígeno novamente. As respostas subsequentes ao mesmo antígeno são normalmente mais rápidas, maiores e qualitativamente diferentes da primeira. Uma vez produzidas, as células de memória têm vida longa e são capazes de reconhecer esse antígeno por anos.
Especialização: o sistema imune responde por vias distintas a diferentes antígenos, maximizando a eficiência dos mecanismos de defesa. Assim, os linfócitos B e T se especializam entre as diferentes classes de microrganismos ou pelos diferentes estágios da infecção do mesmo microrganismo.
Discriminação ou Auto-tolerância: capacidade de reagir que os linfócitos B e T apresentam contra moléculas estranhas, mas não apresentam contra suas próprias moléculas.
Auto-limitação da resposta: as células B e T ativadas produzem moléculas que auxiliam o término da resposta imune. Para B são as imunoglobulinas G4 (IgG4) e para T são as interleucinas 4 e 10 (IL-4 e IL-10).
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