A insuficiência venosa crônica é uma doença que afeta o retorno do sangue das pernas para o coração, causando sintomas como inchaço, dor, sensação de peso e alterações na pele.
Essa condição pode ser provocada por defeitos nas válvulas das veias, que impedem o refluxo do sangue, ou por obstruções no fluxo venoso, como coágulos ou varizes.
Classificação de CEAP
A classificação de CEAP é um sistema que avalia a gravidade da insuficiência venosa crônica de acordo com os seguintes critérios: clínico, etiológico, anatômico e fisiopatológico. Essa classificação ajuda a definir o melhor tratamento para cada caso, que pode incluir medicamentos, meias de compressão ou cirurgia.
CEAP significa:
- “C” significa clínica, ou seja, o que é visível das veias.
- “E” de etiologia, ou seja, se o problema é herdado ou não.
- “A” de anatomia, ou seja, quais veias estão envolvidas.
- “P” de fisiopatologia, em inglês, significa qual a direção o sangue está fluindo, se existe refluxo, ou se o fluxo está bloqueado.
Em outras palavras esse sistema de classificação descreve o que o médico vê no exame físico, a causa do problema a localização na perna e o mecanismo responsável para a manifestação do problema.
A classificação de CEAP é usada no mundo inteiro e representa uma linguagem comum entre os médicos cirurgiões vasculares que tratam doença venosa. Ela funciona ajudando na pesquisa científica e na comunicação entre os médicos, que, como retorno para o paciente, melhora a qualidade do tratamento e os avanços tecnológicos.
A parte mais usada da classificação de CEAP é o C, ou seja, o “clínico”, que tem sete categorias, de 0 a 6.
- O C0 é o paciente que tem a menor gravidade, ou seja, não tem nenhum sinal visível de doença ao examinar a perna, mas pode ter sintomas venosos.
- C1 significa que a pessoa possui os famosos vasinhos, ou seja, teleangiectasias e veias reticulares
- C2 indica que veias varicosas maiores já estão presentes.
- C3 indica a presença de edema, ou seja, inchaço na perna.
- C4 já inclui alteração de pele e subcutâneo como a pigmentação (dermatite ocre), ou seja, a pele mais escura, o eczema, que seria a pele vermelha, coceira. A lipodermatoesclerose, que seria a pele e subcutâneo endurecido, e atrofia alba, que são pequenas áreas esbranquiçadas na pele.
- C5 é quando o paciente já teve úlcera e essa úlcera cicatrizou.
- E C6, que é a classe mais grave, significa que existe uma úlcera aberta e ativa na perna.
Em geral, o termo doença venosa refere todo o espectro de C1 a C6. A insuficiência venosa é restrita a graus mais graves, como C3 a C6.
A classificação de CEAP ajuda muito a descrever a situação das veias do paciente, mas ela não classifica em nada os sintomas que os pacientes sentem ou como a doença venosa está afetando a sua vida.
Para isso existe outro sistema de classificação, que é o Venous Clinical Severity Score, ou Escore de Gravidade de Clínica Venosa, que considera o quanto a doença venosa está interferindo na vida do paciente, na sua habilidade de trabalho e nas suas atividades diárias, ou seja, o quanto impacta na sua vida.
Esse escore ajuda o médico a melhor entender os pacientes que sofrem de doença venosa e ajuda a determinar se o tratamento está sendo efetivo ou não.
Referências:
- Seidel, A. C., Campos, M. B., Campos, R. B., Harada, D. S., Rossi, R. M., Cavalari, P., & Miranda, F.. (2017). Associação entre sintomas, veias varicosas e refluxo na veia safena magna ao eco-Doppler. Jornal Vascular Brasileiro, 16(1), 4–10. https://doi.org/10.1590/1677-5449.005216
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