Insuficiência venosa crônica: Classificação de CEAP

A insuficiência venosa crônica é uma doença que afeta o retorno do sangue das pernas para o coração, causando sintomas como inchaço, dor, sensação de peso e alterações na pele.

Essa condição pode ser provocada por defeitos nas válvulas das veias, que impedem o refluxo do sangue, ou por obstruções no fluxo venoso, como coágulos ou varizes.

Classificação de CEAP

A classificação de CEAP é um sistema que avalia a gravidade da insuficiência venosa crônica de acordo com os seguintes critérios: clínico, etiológico, anatômico e fisiopatológico. Essa classificação ajuda a definir o melhor tratamento para cada caso, que pode incluir medicamentos, meias de compressão ou cirurgia.

CEAP significa:

  • “C” significa clínica, ou seja, o que é visível das veias.
  • “E” de etiologia, ou seja, se o problema é herdado ou não.
  • “A” de anatomia, ou seja, quais veias estão envolvidas.
  • “P” de fisiopatologia, em inglês, significa qual a direção o sangue está fluindo, se existe refluxo, ou se o fluxo está bloqueado.

Em outras palavras esse sistema de classificação descreve o que o médico vê no exame físico, a causa do problema a localização na perna e o mecanismo responsável para a manifestação do problema.

A classificação de CEAP é usada no mundo inteiro e representa uma linguagem comum entre os médicos cirurgiões vasculares que tratam doença venosa. Ela funciona ajudando na pesquisa científica e na comunicação entre os médicos, que, como retorno para o paciente, melhora a qualidade do tratamento e os avanços tecnológicos.

A parte mais usada da classificação de CEAP é o C, ou seja, o “clínico”, que tem sete categorias, de 0 a 6.

  • O C0 é o paciente que tem a menor gravidade, ou seja, não tem nenhum sinal visível de doença ao examinar a perna, mas pode ter sintomas venosos.
  • C1 significa que a pessoa possui os famosos vasinhos, ou seja, teleangiectasias e veias reticulares
  • C2 indica que veias varicosas maiores já estão presentes.
  • C3 indica a presença de edema, ou seja, inchaço na perna.
  • C4 já inclui alteração de pele e subcutâneo como a pigmentação (dermatite ocre), ou seja, a pele mais escura, o eczema, que seria a pele vermelha, coceira. A lipodermatoesclerose, que seria a pele e subcutâneo endurecido, e atrofia alba, que são pequenas áreas esbranquiçadas na pele.
  • C5 é quando o paciente já teve úlcera e essa úlcera cicatrizou.
  • E C6, que é a classe mais grave, significa que existe uma úlcera aberta e ativa na perna.

Em geral, o termo doença venosa refere todo o espectro de C1 a C6. A insuficiência venosa é restrita a graus mais graves, como C3 a C6.

A classificação de CEAP ajuda muito a descrever a situação das veias do paciente, mas ela não classifica em nada os sintomas que os pacientes sentem ou como a doença venosa está afetando a sua vida.

Para isso existe outro sistema de classificação, que é o Venous Clinical Severity Score, ou Escore de Gravidade de Clínica Venosa, que considera o quanto a doença venosa está interferindo na vida do paciente, na sua habilidade de trabalho e nas suas atividades diárias, ou seja, o quanto impacta na sua vida.

Esse escore ajuda o médico a melhor entender os pacientes que sofrem de doença venosa e ajuda a determinar se o tratamento está sendo efetivo ou não.

Referências:

  1. Seidel, A. C., Campos, M. B., Campos, R. B., Harada, D. S., Rossi, R. M., Cavalari, P., & Miranda, F.. (2017). Associação entre sintomas, veias varicosas e refluxo na veia safena magna ao eco-Doppler. Jornal Vascular Brasileiro, 16(1), 4–10. https://doi.org/10.1590/1677-5449.005216

Ateroesclerose

A aterosclerose é uma inflamação, com a formação de placas de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias do coração e de outras localidades do corpo humano, como por exemplo cérebro, membros inferiores, entre outros, de forma difusa ou localizada. Ela se caracteriza pelo estreitamento e enrijecimento das artérias devido ao acúmulo de gordura em suas paredes, conhecido como ateroma.

Com o passar dos anos, há o crescimento das placas, com estreitamento do vaso, podendo chegar à obstrução completa, restringindo o fluxo sanguíneo na região.

Com isso, o território afetado recebe uma quantidade menor de oxigênio e nutrientes, tendo suas funções comprometidas. Essa complicação é a causa de diversas doenças cardiovasculares, como infarto, morte súbita e acidentes vasculares cerebrais, representando a principal causa de morte no mundo todo.

Causas e fatores de risco

Na maioria das vezes, a aterosclerose está relacionada aos fatores de risco tradicionais, como sedentarismo, alimentação inapropriada, pressão alta, diabetes, colesterol elevado, tabagismo e obesidade.

Pequena parte é de causa hereditária, como por exemplo em portadores de hipercolesterolemia familiar, em que indivíduos da mesma família têm o colesterol muito elevado desde criança.

Sintomas

A aterosclerose é uma doença perigosa, pois muitas vezes a evolução é silenciosa. Algumas pessoas só descobrem a formação de placas de gordura quando uma artéria é obstruída completamente e o paciente precisa ser atendido imediatamente. São as situações de infartos, derrames e até morte súbita.

Quando apresenta sintomas, estes vão depender principalmente da localização de acometimento. Quando afeta o coração, os mais frequentes são dores no peito (peso, aperto, queimação ou até pontadas), falta de ar e sudorese.

Diagnóstico

Em muitos casos o diagnóstico ocorre em uma situação de emergência, como por exemplo após um infarto ou derrame. Idealmente todos as pessoas deveriam procuar um médico para realizacção de exames periódios para rastreamento e tratamento dos fatores de risco para o desenvolvimento da aterosclerose.

A partir da identificação dos fatores de risco é possível determinar o risco ou probabilidade de desenvolvimento da doença. Pacientes com alta probabilidade de aterosclerose ou com sintomas compatíveis podem necessitar de avaliação através de exames mais específicos, como teste ergométrico, cintilografia, tomografia ou cateterismo.

Tratamento

O melhor tratamento para aterosclerose ainda é a prevenção, instituindo-se estilo de vida saudável e tratamento dos fatores de risco. Uma vez estabelecida, o tratamento da aterosclerose de forma geral se resume a restabelecer o fluxo sanguíneo na região afeta, sendo normalmente necessários tratamento medicamentoso, procedimentos invasivos e/ou cirurgias de revascularização.

Quando afeta o coração e seus vasos, por exemplo, é fundamental o tratamento medicamentoso com uso de antiagregantes plaquetários (como a aspirina), estatinas, vasodilatadores, entre outras medicações. Podemos também lançar mão de angioplastia e cirurgia de ponte de safena, quando bem indicado.

Prevenção

Assim como a maioria das doenças cardiovasculares, a melhor forma de prevenção é manter uma rotina que inclua exercícios físicos regulares, alimentação balanceada, cessação do tabagismo e com baixo consumo de gorduras e sal, além do controle dos fatores de risco para doenças como obesidade, diabetes, hipertensão e colesterol.

Cuidados de Enfermagem

  • avaliar e aliviar as dores do paciente;
  • observar sinais vitais, principalmente pressão arterial e freqüência cardíaca;
  • ter atenção no nível de consciência e saturação;
  • monitorar cuidadosamente o débito cardíaco e manter estável;
  • instruir o paciente e a família sobre a da doença arterial coronariana;
  • instruir sobre o uso apropriado dos medicamentos e seus possíveis efeitos adversos;
  • aconselhar sobre os fatores de risco e estímulo para mudança no estilo de vida.

Referências:

  1. Ministério da Saúde

A Hipotensão e suas causas

hipotensão, popularmente conhecida como pressão baixa, é quando a pressão arterial é muito baixa, podendo causar danos ao organismo.

O que é hipotensão?

A hipotensão é quando o corpo apresenta pressão arterial abaixo do ideal, fazendo com que o sangue não chegue em quantidade suficiente em todo o corpo.

Assim, pressão baixa significa que a pessoa está com números inferiores a 90 mmHg de pressão sistólica e 60 mmHg de pressão diastólica, ou seja, a pressão está menor que 9 por 6.

Quando a pressão está muito baixa, as células não recebem o oxigênio e nutrientes necessários para manutenção do organismo e os resíduos não são eliminados corretamente, podendo causar danos aos órgãos.

A hipotensão faz com que a dilatação das arteríolas diminua a resistência do fluxo sanguíneo, o que significa que o coração está bombeando menos sangue, alterando assim, a largura das artérias, o batimento cardíaco e o volume de sangue no coração.

Sintomas da hipotensão

Os sintomas mais comuns apresentados por quem tem hipotensão são:

  • Tontura ou vertigem;
  • Visão embaçada ou escurecida;
  • Náusea;
  • Fadiga;
  • Falta de concentração;
  • Desmaio;
  • Falta de ar;
  • Dor torácica;
  • Palidez.

Além dos sintomas apresentados, a pressão arterial pode diminuir de acordo com a posição do corpo. Quando a pessoa está de pé, a pressão arterial tende a ser maior nas pernas e mais baixa na cabeça; quando está deitada a pressão é nivelada, ficando igual em todo o corpo.

Ao se levantar, a pressão arterial também sofre mudanças e fica mais baixa, pois o sangue que estava nas pernas apresenta dificuldade em subir de volta ao coração, fazendo com que seja bombeado menos sangue.

Por isso que ao se levantar é importante sentar, para que assim, o sangue volte com mais facilidade para o coração, normalizando as batidas cardíacas.

Causas da hipotensão

A hipotensão pode ser causada por diversos fatores, como:

  • Dilatação das arteríolas
    • Causada por infecções bacterianas graves;
    • Consequência do uso de alguns medicamentos específicos;
    • Reações alérgicas.
  • Doenças cardíacas
    • Ataque cardíaco;
    • Taquicardia (batimentos cardíacos muito rápidos);
    • Braquicardia (batimentos cardíacos muito lentos);
    • Arritmia (ritmo cardíaco anormal).
  • Volume de sangue baixo
    • Desidratação;
    • Hemorragia.

Tratamento para hipotensão

O tratamento para hipotensão pode variar de acordo com cada pessoa, no qual é levado em consideração quais são as causas e sintomas apresentados. Em alguns casos, pode ser recomendado o uso de medicamentos específicos, que devem ser receitados por médicos.

De forma geral, orienta-se tomar algumas medidas que podem auxiliar a restabelecer a pressão arterial normal.

  • Deitar-se em posição confortável, mantendo a cabeça na mesma linha do corpo;
  • Elevar os pés, de modo que fique mais alto que o coração e a cabeça;
  • Ingerir água ou suco em pequenos goles;
  • Evitar ficar muito tempo sem comer.

Tipos de hipotensão

A hipotensão pode apresentar diferentes tipos que reúnem características próprias. Veja a seguir os tipos mais comuns.

Hipotensão postural

A hipotensão postural é também conhecida como hipotensão ortostática e ocorre depois que a pessoa fica muito tempo em uma posição e se move de forma brusca. Esse movimento repentino faz com que o fluxo sanguíneo e a pressão não se adeque ao corpo de forma rápida.

Assim, a recomendação é que seja retomada a posição inicial e o movimento aconteça de forma mais lenta e gradual, auxiliando o fluxo sanguíneo e a pressão a chegar corretamente em todas as partes do corpo.

Hipotensão neural mediada

A hipotensão neural mediada é muito comum em crianças e jovens e ocorre quando há falha na comunicação entre o cérebro e o coração. Geralmente acontece quando a pessoa fica muito tempo em pé, acumulando assim sangue nas pernas e contribuindo para que ocorra a queda na pressão.

Hipotensão pós-prandial

A hipotensão pós-prandial é mais comum em idosos e acontece, geralmente, após a ingestão de alimentos, pois o sangue flui para o sistema digestório.

Síndrome de Shy-Drager

A síndrome de Shy-Drager é uma doença do sistema nervoso autônomo, responsável pelo controle da frequência cardíaca, pressão arterial, digestão e respiração.

Gestação

A gravidez também pode causar hipotensão, especialmente entre o terceiro e sexto mês de gestação. A principal causa é que neste período o bebê está em desenvolvimento e assim, necessitando de sangue na placenta.

Referência:

  1. Velten, A. P. C., Benseñor, I., Souza, J. B. de ., & Mill, J. G.. (2019). Fatores associados à hipotensão ortostática em adultos: estudo ELSA-Brasil. Cadernos De Saúde Pública, 35(8), e00123718. https://doi.org/10.1590/0102-311X00123718

Acrocianose

acrocianose é definida como uma patologia vascular permanente, que confere a cor azulada (cianose) à pele das mãos e, menos frequentemente, dos pés, podendo estender-se para antebraços e pernas.

Esta condição surge em consequência da dificuldade que o oxigênio encontra em chegar às extremidades dos membros, tanto superiores quanto inferiores.

Afeta mais comumente mulheres a partir dos 20 anos de idade e, em certos casos, durante a puberdade. A coloração azulada da pele costuma intensificar-se em ambientes com baixas temperaturas.

Esta patologia é indolor e as manifestações clínicas limitam-se à coloração azulada da pele das regiões anteriormente citadas, bem como o aspecto de pele fria, úmida.

Habitualmente, a cianose está ligada a uma condição benigna que não necessita de intervenção médica; todavia, quando esta não é benigna, pode apontar um grave problema médico, habitualmente em associação com outras moléstias do tecido conjuntivo.

A acrocianose também é observada em pacientes que apresentam desordem neuro-hormonal crônica do sistema cardiovascular, em consequência de um choque ou, menos frequentemente, pode indicar a presença de uma doença progressiva e lenta, como insuficiência cardíaca.

O diagnóstico da patologia em questão é feito com base na sintomatologia persistente apresentada pelo paciente.

Geralmente não é necessária a realização de tratamento. O uso de medicamentos vasodilatadores é pouco eficaz. Raramente, pode ser feita a ressecção de nervos simpáticos, objetivando aliviar os sintomas.

Referências:

  1. http://pt.wikipedia.org/wiki/Acrocianose
  2. http://www.manualmerck.net/?id=54&cn=673

Turgência ou Estase Jugular

A turgência jugular (TJ) ou estase jugular tem alto valor diagnóstico para confirmar ou excluir congestão sistêmica.

A Turgência Jugular reflete a elevação das pressões de enchimento das câmaras direitas, o que, por sua vez, frequentemente se correlaciona com as pressões de enchimento do ventrículo esquerdo, é  um dado importante que deve ser avaliado em pacientes portadores de insuficiência cardíaca.

Pode ser um  marcador de pior prognóstico, considerando que sua presença é um marcador de re-hospitalização, de hospitalização e morte por insuficiência cardíaca e de morte por falência cardíaca.

No exame físico, é verificada com paciente a 45° de inclinação

Causas

Pode ocasionar devido:

  • Cor pulmonale;
  • Tromboembolismo pulmonar com hipertensão pulmonar;
  • Insuficiência tricúspide importante;
  • Insuficiência Cardíaca Direita ou Biventricular;
  • Tamponamento Cardíaco.

Referências:

  1.   Brasil. Ministério da Saúde. DATASUS. Morbidade hospitalar do SUS [Internet]. Brasília: MS; 2008. Disponível em: www.datasus.gov.br.
  2. Almeida Junior, Gustavo Luiz et al. Avaliação hemodinâmica na insuficiência cardíaca: papel do exame físico e dos métodos não invasivos. Arquivos Brasileiros de Cardiologia [online]. 2012, v. 98, n. 1 [Acessado 9 Novembro 2021] , pp. e15-e21. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0066-782X2012000100020&gt;. Epub 08 Fev 2012. ISSN 1678-4170. https://doi.org/10.1590/S0066-782X2012000100020.

Embolia Gasosa

A Embolia Gasosa ou embolia por gás é a obstrução dos vasos sanguíneos em decorrência da presença de bolhas em artérias e veias.

Essa condição, apesar de rara, gera mortes em aproximadamente 30% dos casos e está associada normalmente a procedimentos médicos, tais como craniotomia, angiografia, ventilação mecânica, cesarianas e procedimentos com circulação extracorpórea.

Além disso, pode ocorrer embolia gasosa em acidentes de mergulho, em que pode acontecer a expansão do ar retido nos pulmões do mergulhador no momento da subida. Essa expansão ocorre em razão da diminuição da pressão à medida que ocorre a subida para a superfície.

Com isso, o ar passa para a corrente sanguínea e provoca bolhas, que acabam impedindo o fluxo normal do sangue.

Como Acontece?

A embolia gasosa pode ocasionar a obstrução do fluxo sanguíneo para diversas partes do corpo, sendo potencialmente fatal quando ocorre no coração e no cérebro, que são regiões muitos sensíveis a condições de baixa concentração de oxigênio.

É importante frisar que, para produzir um quadro significativo de embolia gasosa, é fundamental que sejam injetados mais de 300 ml de ar, segundo dados de alguns trabalhos.

Além disso, a velocidade dessa injeção de ar também é importante, sendo necessária uma taxa de 100 ml/segundo. Em pacientes com problemas cardiopulmonares, entretanto, quantidades menores podem ser fatais.

Sinais e Sintomas

As manifestações mais comuns em casos de embolia gasosa são falta de ar súbita, dor no peito, tontura, náusea, confusão e perda de consciência.

Ao surgirem os sintomas, deve-se iniciar imediatamente o tratamento, em que se faz necessário o suporte respiratório e circulatório.

Geralmente, coloca-se o paciente em uma posição conhecida como posição de Trendelemburg ou em decúbito lateral esquerdo.

Tratamento

Além disso, é administrado oxigênio a 100% ou adotada a oxigenoterapia hiperbárica, em que o paciente é colocado em um ambiente com oxigênio puro e com pressão superior à atmosférica. Essa técnica diminui o tamanho do êmbolo e previne o edema cerebral.

Percebe-se, portanto, que apesar de ser um evento considerado raro, o risco de morte pode ser alto se não tratado da forma adequada. Sendo assim, é de fundamental importância que todos os profissionais da saúde saibam diagnosticar, tratar e, principalmente, prevenir o embolismo gasoso.

Referências:

  1. SANTOS, Vanessa Sardinha dos. “Embolia Gasosa”; Brasil Escola.

O que é uma Veia Varicosa?

As Veias Varicosas são veias dilatadas e inchadas.

Eles podem aparecer em qualquer parte do corpo, mas são particularmente comuns nas veias superficiais das pernas. As veias contêm válvulas que enviam sangue em uma única direção para o coração.

E nas veias varicosas se desenvolvem quando essas válvulas estão danificadas! Isso faz com que o sangue se acumule nas veias, que se alongam e geralmente se tornam visíveis sob a pele.

O que causa uma Veia Varicosa?

A causa mais comum de varizes é a influência genética, uma vez que existe forte predisposição familiar. Pode-se herdar veias mais frágeis que com a idade e fatores de risco predispõem ao aparecimento das varizes.

Menos comumente, as varizes podem ser um sinal de um problema mais grave que pode, por vezes, precisar de tratamento. Estes problemas graves podem incluir:

  • Coágulos de sangue ou bloqueio nas veias
  • Veias profundas danificadas
  • Vasos sanguíneos anormais (fístulas arteriovenosas)
  • Tumores (muito raramente).

Os Fatores de Risco

  • Gravidez;
  • Ser do sexo feminino;
  • Idade avançada;
  • Excesso de peso e obesidade;
  • História familiar de varizes;
  • Passar muito tempo em pé;
  • Condições que aumentam a pressão no abdômen, tais como doenças do fígado, líquido no abdômen ou insuficiência cardíaca;
  • Fístulas arteriovenosas;
  • Passado de Trombose venosa Profunda.

 

O que a pessoa sente?

  • Dor, ardor, ou sensação de peso nas pernas, que podem ser mais acentuados no fim do dia;
  • Leve inchaço, geralmente envolvendo apenas os pés e tornozelos;
  • Coceira na pele sobre a veia varicosa.

Os Mais graves:

  • Acúmulo de líquido e inchaço na perna;
  • Inchaço e panturrilha com dor significativa após ficar sentado ou em pé por muito tempo;
  • Mudanças na cor da pele ao redor dos tornozelos e pernas;
  • Pele seca, esticada.

 

Como Tratar:

Para a maioria dos casos, as varizes podem ser tratadas com medidas de autocuidado, tais como:

  • Exercício físico;
  • Emagrecimento;
  • Evitar o uso de roupas apertadas;
  • Elevar as pernas sempre que possível;
  • Evitar longos períodos em pé ou sentado.

 

Meias de compressão também podem ser usadas para o controle das varizes. Elas fazem uma compressão mais forte no tornozelo que vai diminuindo em direção à coxa ajudando a direcionar o retorno do sangue venoso de volta ao coração.

A quantidade de compressão varia por tipo e marca. Ao comprar meias de compressão, certifique-se de que elas sirvam corretamente. Meias de compressão devem ser fortes, mas não necessariamente apertadas.

  • Escleroterapia;
  • Cirurgia, que são individualizadas para cada pessoa: pode-se usar a cirurgia convencional, laser, radiofrequência, espuma eco guiada ou mini cirurgia com anestesia local, de acordo com a evolução da doença. Por isto recomenda-se cuidar o mais precoce possível para que o tratamento seja o mais simples.

 

Referência:

  1. Dr. Bruno Naves, diretor de Publicações da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) – CRM: 13800

Síndrome de Kawasaki

A síndrome de Kawasaki é uma vasculite sistêmica, ou seja, uma inflamação de vasos sanguíneos – geralmente ela afeta vasos de médio e pequeno calibre – que pode acometer diversos órgãos, como pulmão, intestino e coração. A inflamação causada por essa síndrome leva ao desenvolvimento de pericardite, meningite asséptica, hepatite, entre outras doenças.

Descrita por Tomisaku Kawasaki em 1967, ela é prevalente em crianças, sendo uma das vasculites mais frequentes nessa faixa etária. Afeta principalmente crianças de 2 até 5 anos de idade, não sendo comum em menores de 6 meses e maiores de 8 anos. Além disso, possui prevalência em meninos.

A síndrome é uma das principais causas de cardiopatias adquiridas na infância. Como dito anteriormente, ela pode afetar diversos órgãos, no entanto, o maior comprometimento ocorre no coração, com o surgimento de aneurismas coronarianos, que podem levar a infarto agudo do miocárdio e, até mesmo, óbito.

As Causas

As causas da síndrome de Kawasaki ainda não são claras. Acredita-se que surja em decorrência de uma resposta imunológica desencadeada por algum agente infeccioso ou ambiental em indivíduos que tenham predisposição genética. Isso se deve ao fato de essa doença apresentar alguns sintomas semelhantes aos de algumas infecções virais e ocorrer em surto, entre outros fatores.

Como é diagnosticado?

O diagnóstico da síndrome de Kawasaki é predominantemente clínico, podendo ser solicitados alguns exames para descartar a possibilidade de outras doenças. São sintomas que devem ser observados para a realização do diagnóstico:

  • Febre persistente por cinco ou mais dias (pode persistir por semanas se não houver tratamento);
  • Erupções cutâneas;
  • Conjuntivite não purulenta;
  • Alterações orais, como a língua apresentando papilas hipertrofiadas e avermelhadas (língua em framboesa ou morango), eritema (vermelhidão) e edema (inchaço causado pelo acúmulo de líquidos nos tecidos) de orofaringe e fissura labial;
  • Eritema e edema de mãos e pés, podendo apresentar descamações ao redor das unhas (periungueal);
  • Aumento de gânglios linfáticos (linfonodomegalia) na região cervical.

 

Como pode ser tratado?

O tratamento da síndrome de Kawasaki consiste basicamente em reduzir a inflamação e prevenir o surgimento de complicações, como o comprometimento coronariano, em que há o surgimento de aneurismas nas artérias coronárias, que podem levar à morte. No entanto, é importante destacar que, quando o tratamento é realizado precocemente, os riscos de complicações diminuem 80%.

A Síndrome de Kawasaki e a correlação com o COVID 19

No ano de 2005, surgiu uma teoria de que um vírus da família dos coronavírus poderia ser o causador dessa síndrome. Um coronavírus humano foi detectado em 8 pacientes dentre 11 que apresentavam a doença. No entanto, estudos posteriores não detectaram o vírus em pacientes com a síndrome, o que invalidou a teoria.

Recentemente um novo coronavírus pode estar relacionado a um quadro semelhante à síndrome de Kawasaki. Algumas crianças com sintomas bem parecidos aos da síndrome foram testadas, e o resultado foi a detecção de anticorpos para o novo coronavírus (SARS-CoV-2), o causador da COVID-19.

Outro fato que leva a crer que essa nova síndrome, denominada por alguns pesquisadores de síndrome multissistêmica inflamatória pediátrica (PIMS-TS, na sigla em inglês), seja decorrente de uma resposta imunológica ao novo coronavírus é o fato de ela ocorrer durante a pandemia da COVID-19. Foi observado o seu surgimento algumas semanas após o pico dessa doença.

Referência:

  1. PebMed

Hiperemia: O que é?

hiperemia é um aumento da quantidade de sangue circulante num determinado local, ocasionado pela dilatação arterial, pelo número de vasos sanguíneos funcionais, ou por congestão.

Hiperemia Ativa

Aumento da vermelhidão (eritema) na área afetada. A dilatação arteriolar e arterial dá-se por mecanismos neurogênicos simpáticos e liberação de substâncias vasoativas.

É provocada por contração arteriolar com aumento do fluxo sanguíneo local. A vasodilatação é de origem simpática ou humoral e leva à abertura de capilares “inativos”, o que resulta na coloração rósea intensa ou vermelha do local atingido e no aumento da temperatura. Ao microscópio, os capilares encontram-se repletos de hemácias.

A hiperemia ativa pode ser:

  • Fisiológica: Quando há necessidade de maior irrigação, como ocorre nos músculos esqueléticos durante o exercício, na mucosa gastrointestinal durante a digestão, na pele em ambiente quentes;
  • Patológico: Quando acompanha inúmeros processos patológicos, principalmente as inflamações crônicas, agressões térmicas e traumatismo.

Hiperemia Passiva

Hiperemia passiva ou congestão possui uma coloração azul-avermelhada intensificada nas áreas afetadas, de acordo com o acúmulo de sangue venoso. Esta coloração aumenta quando há um aumento da concentração de hemoglobina não-oxigenada no sangue.

Decorre da redução da drenagem venosa, que provoca distensão das veias distais, vênulas e capilares; por isso mesmo, a região comprometida adquire coloração vermelho-escura devido à alta concentração de hemoglobina desoxigenada. Pode ser localizada (obstrução de uma veia) ou sistêmica (insuficiência cardíaca).

Congestão pode ser causada por obstrução extrínseca ou intrínseca de uma veia (compressão do vaso, trombose, torsão de pedículo vascular etc.) ou por redução do retorno venoso, como acontece na insuficiência cardíaca.

Na insuficiência cardíaca esquerda ou casos de estenose ou insuficiência mitral, surge congestão pulmonar; na insuficiência cardíaca direita, há congestão sistêmica.

Na congestão aguda, os vasos estão distendidos e o órgão é mais pesado; na crônica, o órgão pode sofrer hipotrofia e apresentar micro-hemorragias antigas. As hiperemias passivas mais importantes são as dos pulmões, do fígado e do baço.

Quais são as diferenças entre um ERITEMA e uma HIPEREMIA?

Eritema tem a ver com uma lesão fundamental que se caracteriza como uma bolha ou vesícula se for de conteúdo líquido e por uma pápula ou nódulo se for conteúdo indeterminado consistente, apresenta bordas avermelhadas por isso eri= vermelho.

Hiperemia é uma resposta fisiológica do organismo a um agente irritante, e consiste no aumento da permeabilidade vascular e aumento do número de vasos funcionais no local irritado causando uma micro hemorragia local no intuito de liberar mediadores químicos para desativar o agente irritante. Hiper=muito, hemia=sangue.

Sem querer confundir: pode-se dizer que, nas bordas do eritema existe uma hiperemia.

Qual é a diferença entre Lesões Venosa e Arterial?

lesões

São lesões superficiais ou profundas que podem ser causadas por diversos fatores, como hereditariedade, doenças pré-existentes e fatores de risco, como sedentarismo e tabagismo. No caso das lesões de membros inferiores, as mais comuns são causadas por problemas de circulação. São elas as lesões arteriais e as venosas.

A circulação sanguínea funciona a partir da distribuição do sangue que sai do coração, atividade realizada pelas artérias. Depois que todo o corpo foi abastecido com sangue rico em nutrientes e oxigênio, as veias levam o sangue de volta ao coração para que sejam filtradas as impurezas.

Lesões Arteriais

A ferida se forma porque há obstrução das artérias, pois existe falta de sangue rico em oxigênio e nutrientes para irrigar os tecidos, resultando na morte celular e, por consequência, nas lesões. Geralmente, está associada à formação de placas de gordura na parede das artérias, ocasionando a diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo. Tabagismo, diabetes não controlado e colesterol alto são alguns dos fatores que podem favorecer o surgimento desse tipo de úlcera. Comuns na região acima da canela e nas extremidades dos dedos dos pés, são feridas de difícil cicatrização e bastante dolorosas, podendo, inclusive, resultar na amputação do membro.

Lesões Venosas

Causadas pela dificuldade de retornar o sangue ao coração, correspondem a 80% das feridas que acometem pernas e pés. O sangue fica estagnado na região e, devido à fragilização da pele, qualquer pequeno trauma pode resultar em lesão e evoluir para a condição crônica. Os grupos com maior probabilidade de desenvolver esse tipo de lesão são: mulheres, sedentários ou pessoas que costumam ficar muito tempo em pé. Fatores genéticos também podem influenciar.

Tratamento

Assim que identificado o problema vascular, é essencial que haja o acompanhamento médico especializado para que o melhor tratamento seja indicado, principalmente porque cada tipo de lesão exige um tratamento específico. Em lesões venosas, para melhorar o retorno do sangue, é importante associar o tratamento tópico da ferida a repouso com as pernas elevadas e bandagem compressiva. Já nos casos de lesões arteriais o tratamento compressivo é contraindicado.

As lesões são feridas complexas e, muitas vezes, dolorosas. Com a evolução dos curativos e dos tratamentos, existem produtos que aceleram o processo cicatricial e diminuem incômodos.