A aspirina é fundamental no tratamento de pacientes com...
Dermatologia
Veja alguns dos nossos principais assuntos relacionados à Dermatologia.
Sistema de Classificação Skin Tear Audit Research (STAR) – Lesão por Fricção
A lesão por fricção (LF)é uma ferida rasa, limitada à derme e que tem como característica principal a presença de um retalho de pele em algum momento de sua evolução.
O retalho pode ser denominado retalho epidérmico, quando o traumatismo separa a epiderme da derme (ferida de espessura parcial) e retalho dermoepidérmico, que ocorre quando epiderme e derme permanecem unidas e o traumatismo as separa das estruturas subjacentes (ferida de espessura total).
Recentemente foi descrito que as lesões por fricção podem resultar numa separação parcial ou total das camadas externas da pele. Tais lesões podem ocorrer devido à força de cisalhamento, atrito ou a um trauma sem corte, fazendo com que a epiderme se separe a partir da derme (ferida de espessura parcial) ou tanto a epiderme e a derme se separem das estruturas subjacentes (ferida de espessura total) .
Classificação STAR
O Sistema de Classificação Skin Tear Audit Research (STAR) – Lesão por Fricção, classifica essas feridas em cinco categorias que examina a presença/ausência do retalho da pele e sua viabilidade, apresenta um glossário de termos inerentes à LF seguido de orientações.
Equivalente ao Sistema STAR foi desenvolvida uma classificação denominado pelo International Skin Tear Advisory Panel (ISTAP) de Skin Tear Classification que avalia a presença/ausência do retalho cutâneo. Essas lesões podem ser categorizadas em: (Tipo 1) sem perda da pele, (Tipo 2) com perda parcial do retalho, e (Tipo 3) com perda total do retalho.
Categoria 1a: Lesão por fricção, cujo retalho cutâneo pode ser realinhado à posição anatômica normal (sem tensão excessiva); coloração da pele ou do retalho não se apresenta pálida opaca ou escurecida;
Categoria 1b: Lesão por fricção, cujo retalho cutâneo pode ser realinhado à posição anatômica normal (sem tensão excessiva); coloração da pele ou do retalho apresenta-se pálida opaca ou escurecida;
Categoria 2a: Lesão por fricção, cujo retalho cutâneo não pode ser realinhado à posição anatômica normal (sem tensão excessiva); coloração da pele ou do retalho não se apresenta pálida, opaca ou escurecida;
Categoria 2b: Lesão por fricção, cujo retalho cutâneo não pode ser realinhado à posição anatômica normal (sem tensão excessiva); coloração da pele ou do retalho apresenta-se pálida, opaca ou escurecida;
Categoria 3: Lesão por fricção, cujo retalho cutâneo está completamente ausente.
As LFs são lesões pouco estudadas e, consequentemente, subnotificadas, sendo frequentemente confundidas com lesões por pressão. O Brasil é um dos poucos países latinoamericanos com estudos publicados a respeito das LFs e, ainda assim, essas lesões são pouco conhecidas na prática clínica.
Uma das consequências mais comuns, resultante de longa permanência em hospitais, é o aparecimento de alterações da pele, sendo de forma superficial ou profunda.
Integridade da Pele
A manutenção da integridade da pele dos pacientes internados tem por base, o conhecimento de que medidas de cuidado relativamente simples podem garantir com que a pele do paciente se mantenha íntegra durante seu período de internação sendo que, a maioria das recomendações para avaliação e medidas preventivas, podem ser utilizadas de maneira universal, ou seja, tem validade tanto para prevenção de lesão por pressão (LPP) como para quaisquer outras alterações da pele.
Todo paciente deverá ser avaliado sistematicamente na admissão. Essa avaliação deve levar em consideração as fragilidades, vulnerabilidades e fatores de risco para desenvolvimento de alterações da pele. Devem ser utilizadas escalas preditivas, com elevado grau de confiablidade e especificidade.
A avaliação do risco para desenvolvimento de UP deverá ser executada através da Escala de Braden Q, para crianças de 1 a 5 anos, e Escala de Braden, para pacientes com mais de 5 anos.
A avaliação e prescrição de cuidados com a pele é uma atribuição do enfermeiro, sendo a participação da equipe multiprofissional na prevenção das alterações, uma importante
contribuição para a prescrição e planejamento dos cuidados com o paciente em risco.
Poderão ser necessários ajustes nutricionais, intervenções para auxiliar na mobilização ou mobilidade dos pacientes.
Durante a admissão ou readmissão, examine a pele do paciente cuidadosamente para identificar alterações da integridade cutânea e úlceras por pressão existentes.
Para uma apropriada inspeção da pele deve-se ter especial atenção às áreas corporais de maior risco para LP e para regiões corporais com presença de sondas, tubos e drenos.
Medidas preventivas para úlcera por pressão conforme fatores preditivos
Após a identificação dos fatores preditivos e dos pacientes “em risco” para o desenvolvimento de úlcera por pressão, o enfermeiro deve instituir cuidados essenciais com a pele para a manutenção da integridade cutânea e prevenção de lesão por pressão.
Higienização e Hidratação da pele
Limpe a pele sempre que estiver suja ou sempre que necessário. É recomendado a utilização de água morna e sabão neutro para reduzir a irritação e o ressecamento da
pele.
Use hidratantes na pele seca e em áreas ressecadas, principalmente após banho, pelo menos 1 vez ao dia (Nível de Evidência B). A pele seca parece ser um fator de risco
importante e independente no desenvolvimento de úlceras por pressão.
Durante a hidratação da pele, não massagear áreas de proeminências ósseas ou áreas hiperemiadas. A aplicação de hidratante deve ser realizada com movimentos suaves e
circulares.
A massagem está contra-indicada na presença de inflamação aguda e onde existe a possibilidade de haver vasos sanguíneos danificados ou pele frágil. A massagem não
deverá ser recomendada como uma estratégia de prevenção de úlceras por pressão.
2. Manejo da umidade
Proteger a pele da exposição à umidade excessiva através do uso de produtos barreira de forma a reduzir o risco de lesão por pressão. As propriedades mecânicas do estrato
córneo são alteradas pela presença de umidade assim como a sua função de regulação da temperatura.
Controlar a umidade através da determinação da causa; usar absorventes ou fraldas.
Quando possível, oferecer uma comadre ou papagaio em conjunto com os horários de mudança de decúbito.
Observação: Além da incontinência urinária e fecal, a equipe de enfermagem deve ter atenção a outras fontes de umidade, como, extravasamento de drenos sobre a pele, exsudato de feridas, suor e extravasamento de linfa em pacientes com anasarca que são potenciais irritantes para a pele.
Integridade Tissular
Conforme o NANDA, é definido como “dano às membranas mucosas, córnea, pele ou tecidos subcutâneos.”
Considerando que as úlceras vasculares podem comprometer a epiderme e derme ou tecidos mais profundos, que, por definição, a ulceração é uma lesão elementar por solução de continuidade que atinge toda derme e hipoderme, podendo acometer músculos ou ossos, sem tendência a reparação, e, que o diagnóstico de ITP, é compreendido como a condição em que há o dano às camadas da pele, podendo atingir tecidos mais profundos.
Ressalta-se que, no caso de úlceras superficiais, aplicam-se tanto o diagnóstico de integridade de pele prejudicada como integridade tissular prejudicada, mas no caso de úlceras mais profundas, a resposta humana observada é integridade tissular prejudicada.
Portanto, defende-se a hipótese de que as pessoas com úlceras vasculares apresentam integridade tissular prejudicada, relacionada à circulação prejudicada e, na abordagem clínica individualizada, podem ser encontrados outros fatores relacionados, entre aqueles previstos para o diagnóstico de enfermagem de interesse, que precisam ser conhecidos e compreendidos.
Fatores
Fatores mecânicos: traumas de qualquer etiologia, como pancadas e arranhões, que culminam em prejuízo da integridade tissular local. Indicadores avaliados: história de fratura, pancada, escoriação, arranhadura, corte/laceração ou picada de inseto, antes do surgimento da lesão.
Extremos de temperatura: temperatura extremamente fria ou quente, capaz de provocar queimadura nos tecidos corporais. Indicadores avaliados: histórico de aplicação de calor e/ou frio em MMII ou exposição ou contato com temperaturas muito quentes ou frias, com consequente queimadura, antes do surgimento da úlcera.
Radiação: exposição prévia à radiação solar ou radioterapia em MMII acometidos. Indicadores avaliados: histórico de exposição à radiação solar e radioterapia,20antes do aparecimento da lesão.
Irritantes químicos: substâncias que alteram o aporte de nutrientes ou prejudicam o funcionamento das células, interferindo na higidez da pele. Indicadores avaliados: histórico de uso de produtos químicos sobre a pele na perna, que tenha suscitado irritação; histórico de contato da pele com produtos químicos alergênicos; histórico de tabagismo, etilismo e uso anticoncepcional e outros medicamentos, tais como quimioterápicos.
Circulação prejudicada: condições de alteração circulatória venosa, arterial ou ambas, além da linfática, na(s) perna(s). Indicadores avaliados: histórico de alteração das condições circulatórias de MMII existentes na época do surgimento das lesões; exames diagnósticos confirmatórios de alterações vasculares; alteração da perfusão periférica, edema, pulsos periféricos diminuídos ou ausentes, palidez à elevação dos MMII, presença de lipodermatoesclerose, hemossiderose, varizes, veias reticulares e o Índice Tornozelo-Braço (ITB) menor que 0,9.
Déficit de líquidos: condições de hidratação do organismo inadequado para manter a homeostase. No contexto das úlceras vasculares, essa condição foi considerada coadjuvante, não sendo um evento que por si só seja causa direta de prejuízo na integridade, com perda da solução de continuidade do tegumento. Indicadores avaliados: relato de ingestão hídrica alterada para menos, na época do surgimento da lesão.
Mudanças no turgor: alterações na textura da pele. Turgor aumentado ou diminuído configuram-se fatores coadjuvantes. Indicadores avaliados: histórico de edema, lipodermatoesclerose em MMII.
Fatores nutricionais: excesso ou déficit de substâncias participantes na higidez dos tecidos e processo de cicatrização. Indicadores avaliados: relato de ingestão de alimentos em quantidade ou qualidade fora dos padrões recomendados para adultos, perda de apetite; Índice de Massa Corporal (IMC) menor que 20 kg/m2 ou igual ou maior que 25 kg/m2.
Déficit de conhecimento: conhecimento inadequado/insuficiente sobre a prevenção das lesões e de suas complicações. Trata-se de um fator coadjuvante, não sendo causa direta. Indicadores avaliados: pertinência das informações que o indivíduo referiu dispor na época anterior ao surgimento da lesão, e práticas inadequadas de autocuidado relacionados à lesão.
Mobilidade física prejudicada: redução da capacidade de movimentação das pernas, que dificulta a pessoa de proteger-se de episódios de contato com áreas de pressão ou diminuição da articulação do tornozelo, capaz contribuir para a diminuição da função adequada da bomba da panturrilha. Indicadores avaliados: uso de talas ou demais dispositivos para imobilização física do membro acometido e história de diminuição da capacidade de flexão e extensão plantar, antes do aparecimento da lesão.
Características
tecido lesado: tecido que apresenta lesão celular reversível no qual se observam mudanças no trofismo, turgor, elasticidade, microambiente, e/ou coloração, porém sem a perda da solução de continuidade. A lesão celular pode ocorrer devido a: hipóxia, alteração da composição do microambiente, alterações metabólicas, alterações nutricionais, resposta inflamatória crônica, ou exposição a agentes químicos. As lesões do tecido, no contexto de úlceras vasculares, são evidenciadas pela presença de lipodermatoesclerose, hemossiderose, edema, eritema, hipotricose, cianose, palidez tecidual. A lesão tecidual pode progredir até a destruição do mesmo.
tecido destruído: tecido em que ocorreu lesão celular irreversível, com exposição de tecidos (derme, subcutâneo, fáscia muscular, músculo, tendão, osso), evidenciando perda de substância ou ausência de tecidos esperados, de acordo com a anatomia do local ou presença de necrose tecidual (escara e/ou esfacelo).
Referências:
Malaquias SG, Bachion MM, Martins MA, Nunes CA de B, Torres G de V, Pereira LV. Impaired tissue integrity, related factors and defining characteristics in persons with vascular ulcers. Texto contexto – enferm [Internet]. 2014Apr;23(Texto contexto – enferm., 2014 23(2)). Available from: https://doi.org/10.1590/0104-07072014001090013
Meneses, L. B. de A., Medeiros, F. de A. L., Oliveira, J. S., Nóbrega, M. M. L. da ., Silva, M. A. da ., & Soares, M. J. G. O.. (2020). Validation of interventions for risk of impaired skin integrity in adult and aged patients. Revista Brasileira De Enfermagem, 73(Rev. Bras. Enferm., 2020 73(4)). https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0258
Doenças da Unha
As unhas são anexos dos dedos e tem a principal função de proteger a região de traumas e choques. Elas também têm como função a defesa e acabam dando mais precisão e firmeza na pegada.
Além de suas funções fisiológicas, as unhas servem também como importância ornamental e seu aspecto pode revelar doenças sistêmicas que atacam o corpo.
Elas têm muitas funções e muitas vezes passam esquecidas, se não fosse por aquela manicure do fim de semana, além disso elas também estão suscetíveis a ataques e doenças específicas que geralmente são muito incômodas.
As doenças das unhas
Paroníquia
A paroníquia é a inflamação da pele em torno da unha. Ela pode se iniciar com a perda da cutícula, através de traumatismos, ataques químicos (por produtos de limpeza, por exemplo) ou por remoção voluntária com alicate.
A perda de cutícula ocasiona a entrada de agentes agressores, causando inflamação, pus e dor. Pode provocar ainda a alteração da unha.
Para prevenir a condição, deve-se evitar o fator desencadeante da infecção e manter a integridade das cutículas, evitando a remoção excessiva.
É necessário sempre tratamento, realizado com medicamentos adequados a cada caso, para que não ocasione perda da unha e problemas maiores. Algumas causas:
Fungo;
Contatos químicos
Microníquia
Unhas muito pequenas, esse sintoma pode ser tanto patológico hereditário ou adquirido. Algumas causas:
Anormalidades genéticas;
Roer unhas;
Infecções;
Doenças vasculares;
Epilepsia
Acropaquia
É o espessamento das falanges terminais dos dedos das mãos e dos pés. Algumas causas:
Doenças cardíaca;
Fígado;
Malformações de artérias pulmonares;
Linfoma pulmonar;
Câncer de pulmão;
Tuberculose
Onicólise
É a separação da lâmina ungueal do leito ungueal na ponta do dedo. Algumas causas:
Colocação incorreta da presilha;
Psoríase;
Eczema;
Medicamentos como tetraciclina;
Doenças autoimunes
Anoníquia
É a ausência da lâmina ungueal. Algumas causas:
Exposição a substâncias que químicas capazes de danificar a matriz ungueal da unha;
O exantema, conhecido também como rash cutâneo, é caracterizado pela presença de manchas vermelhas na pele que podem ser de vários tipos, dependendo do tamanho e formato das lesões. Muitas vezes, além da mudança de coloração da pele, podem ainda surgir sintomas como coceira, inchaço na pele, dor no local das manchas e febre.
Geralmente, o exantema surge devido a uma alergia, uso de medicamentos, infecções virais, bacterianas ou fúngicas, doenças autoimunes, estresse ou picadas de inseto.
O tratamento para aliviar o exantema depende das causas do surgimento das manchas vermelhas, mas na maior parte das vezes, deve-se procurar um clínico geral ou dermatologista que pode recomendar medicamentos ou pomadas para reduzir a coceira e a inflamação da pele.
Sintomas e tipos de exantema
O exantema pode ser de vários tipos e é classificados de acordo com tamanho e localização no corpo, como:
Súbito: também conhecido por roséola, é muito comum em bebês, e se apresenta como manchas pequenas avermelhadas espalhadas por todo corpo, sendo uma infecção causada pelo herpes vírus humano 6 (HHV-6);
Maculopapular: se manifesta como manchas de coloração rósea salientes sobre a pele, surge normalmente no tórax e abdome e acontece em várias doenças causadas por vírus como sarampo, rubéola e dengue;
Morbiliforme: caracteriza-se por pápulas vermelhas na pele com tamanho entre 3 a 10 mm, que se iniciam nos braços e pernas, podendo atingir todo o corpo e são típicas em doenças como mononucleose, dengue e hepatite;
Urticariforme: também chamada de urticária, surge como manchas vermelhas isoladas, de vários tamanhos, que provocam coceira intensa e é muito comum em reações alérgicas a alimentos ou medicamentos;
Papulovesicular: se apresenta como pápulas com conteúdo líquido, chamadas vesículas, que causam coceira, podem aparecer em qualquer parte do corpo e é comum em doenças tipo herpes ou varicela, mais conhecida como catapora;
Petequial: surge como pequenos pontos avermelhados na pele, que geralmente se iniciam na região do tórax, não provocam coceira e são causadas por problemas de coagulação ou plaquetas baixas.
Caso surjam manchas na pele características destes tipos de exantema, é importante consultar um clínico geral ou dermatologista, que vai avaliar outros sintomas. Além disso, também poderá solicitar a realização exames de sangue para recomendação do tratamento mais adequado.
Principais causas e tratamento
O exantema é um sintoma muito frequente em algumas condições de saúde e doenças, sendo que pode estar acompanhada de outros sintomas. Dentre as causas mais comuns do surgimento de manchas vermelhas na pele, estão:
1. Alergia
A alergia é uma reação das células de defesas do corpo, que acontece quando uma pessoa entra em contato com alguma substância irritante e um dos tipos mais comuns é a dermatite de contato.
A dermatite de contato pode ser desencadeada pelo contato da pele com produtos de beleza, produtos químicos como detergentes, borracha e látex ou até mesmo determinados tipos de plantas, que pode levar ao surgimento do rash cutâneo, ardência, coceira e, em alguns casos, espirros e dificuldade para respirar. Conheça outros sintomas de dermatite de contato.
Tratamento: é importante lavar a pele com água e sabão neutro, pois geralmente as manchas vermelhas causadas pela dermatite de contato desaparecem quando a pessoa não fica mais exposta ao produto que provocou alergia. Porém, se as manchas vermelhas aumentarem na pele e se surgir falta de ar, é necessário procurar rapidamente atendimento em um pronto-socorro..
2. Uso de medicamentos
O uso de medicamentos também pode causar alergia, pois em alguns casos, as células de defesa do corpo entendem os medicamentos como algum produto prejudicial. O sintoma mais comum de reações alérgicas aos medicamentos é o exantema do tipo urticária, que pode aparecer no tórax alguns minutos após a ingestão do medicamento ou até 15 dias depois de iniciado o tratamento.
Além da urticária, a alergia a medicamentos pode gerar outros sintomas como coceira na pele, inchaço nos olhos, chiado no peito e falta de ar, que podem ser provocados por medicamentos como a aspirina, dipirona sódica e outros anti-inflamatórios, antibióticos e anticonvulsivantes.
Tratamento: deve-se procurar um médico o mais brevemente possível, pois na maior parte das vezes é necessário suspender o medicamento que causou alergia, e fazer um tratamento que pode incluir o uso de medicamentos antialérgicos e/ou corticoides.
3. Infecções virais
O exantema muitas vezes está associado ao aparecimento de outros sintomas como febre, dor de cabeça, dor no corpo e ínguas no pescoço, sendo que nestes casos pode ser sinal de alguma doença causada por um vírus. As doenças virais que provocam exantema são muito comuns na infância, mas podem atingir pessoas de qualquer idade.
As principais doenças virais são sarampo, rubéola, mononucleose, varicela e são transmitidas por gotículas da saliva, do espirro ou através do contato direto com as lesões na pele. Doenças como dengue e zika também provocam manchas na pele e são causadas por vírus, mas são transmitidas por picadas do mosquito Aedes aegypti. Veja algumas formas naturais de afastar o mosquito Aedes aegypti.
Tratamento: o diagnóstico de algumas destas doenças poderá ser feito por um clínico geral ou pediatra, por isso, quando surgem estes sintomas, é necessário procurar um posto de saúde ou hospital. Antes de realizar exames de sangue para confirmar o diagnóstico, o médico vai avaliar as características do rash cutâneo, há quanto tempo que apareceu, o tamanho das manchas vermelhas e se a pessoa é vacinada ou não.
Como não existem medicamentos específicos para tratamento destas doenças, na maioria da vezes, o tratamento é baseado no uso de medicamentos para baixar a febre, aliviar a dor, repouso e ingestão de líquidos. A maneira ideal de evitar o aparecimento de algumas doenças virais é a vacina, que na maioria das vezes está disponível pelo SUS.
4. Infecções bacterianas
Algumas infecções causadas por bactérias também provocam o surgimento de exantema, por exemplo a celulite infecciosa. A celulite infecciosa atinge geralmente a região da perna e os principais sintomas são vermelhidão, inchaço, dor, sensibilidade ao toque e febre, podendo se espalhar para outras partes do corpo. A escarlatina e a doença de Lyme também são causadas por bactérias dos grupos Streptococcus e Staphylococcus e provocam sintomas como exantema e febre.
Ao surgirem sinais de vermelhidão do corpo e febre, é importante procurar atendimento de um clínico geral, pediatra ou dermatologista para iniciar o tratamento o quanto antes.
Tratamento: o tratamento para a maiorias destas doenças bacterianas consiste no uso de antibióticos orais entre 7 a 15 dias, e mesmo que os sintomas melhorem nos primeiros 3 dias, é preciso tomar os antibióticos durante o todo período que foi indicado pelo médico. Além disso, o médico poderá receitar alguns medicamentos para aliviar a dor e reduzir a febre, como analgésicos e anti-inflamatórios.
5. Infecções fúngicas
As infecções causadas por fungos são bastante comuns e atingem principalmente pessoas com imunidade baixa. A pele é uma das regiões do corpo mais atingidas por infecções deste tipo, assim como áreas úmidas e quentes, como a região entre os dedos dos pés e nos cantos das unhas, que são mais acometidas. Os sintomas mais frequentes das infecções fúngicas são manchas vermelhas no corpo, coceira, descamação e rachaduras na pele, e outros sintomas, como tosse, febre, mal estar, como acontece na micoplasmose, por exemplo.
Tratamento: é recomendado procurar um clínico geral para indicar o tratamento mais adequado de acordo com a região e a gravidade das lesões na pele. Em geral, o tratamento é baseado no uso de cremes e comprimidos para eliminar os fungos. Além disso, é importante tomar medidas que evitam novas infecções por fungos, como manter dieta equilibrada, fazer higiene corporal adequadamente e usar roupas sempre limpas.
6. Lúpus eritematoso
O lúpus eritematoso é um tipo de doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico começa a atacar o corpo da própria pessoa, afetando alguns órgãos, como a pele. Um dos principais sintomas do lúpus é o surgimento de exantema que é visível com manchas vermelhas no rosto em formato de borboleta.
Outros sintomas de lúpus são feridas na boca ou na cabeça, queda de cabelo e dor nas articulações.
Tratamento: é importante procurar um clínico geral ou reumatologista para realizar exames e recomendar o tratamento mais indicado. Geralmente, o tratamento consiste no uso de medicamentos como corticoides, creme para pele e anti-inflamatórios. Além do uso de medicamentos, é necessário manter uma dieta saudável e reduzir o estresse, para que não piore as manchas de pele causadas pelo lúpus. Apesar de ser uma doença que dura o resto da vida, a pessoa vive normalmente e tem qualidade de vida.
7. Estresse
O estresse é um sentimento que provoca alterações emocionais, mas também pode gerar reações físicas em uma pessoa, como rash cutâneo. Em algumas situações, quando a pessoa fica muito nervosa surgem manchas vermelhas na pele, por causa do aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial.
Em outras situações, o estresse pode desencadear reações ou piorar os sintomas de uma doença, pois estar estressado faz com que o corpo libere substâncias que geram inflamação. Por exemplo, em pessoas que tenham psoríase ou rosácea o estresse pode ocasionar piora das lesões na pele.
Tratamento: se o rash cutâneo acontecer por causa de uma situação de estresse específica, as manchas vermelhas geralmente desaparecem dentro de algumas horas, entretanto se houver piora de alguma doença já diagnosticada é importante seguir o tratamento e consultar o médico que faz o acompanhamento. Além disso, para evitar que o estresse volte a piorar as manchas na pele é necessário fazer atividades relaxantes como praticar algum exercício físico, fazer ioga ou meditação.
8. Picadas de insetos
As picadas de insetos como mosquitos, abelhas e marimbondos podem provocar rash cutâneo, devido a uma reação da pele provocada pelo ferrão ou pela ação do ácido fórmico eliminado na picada de formiga. Além de manchas vermelhas na pele, as picadas podem provocar bolhas, inchaço, dor, coceira e ardência e, em pessoas que têm alergia às picadas de inseto, pode ocorrer inflamação e formação de pus no local onde foi picado.
Tratamento: as reações de pele provocadas por picadas de inseto tendem a melhorar sem tratamento, mas para aliviar os sintomas podem ser aplicadas compressas frias. Caso as manchas vermelhas não melhorem ou surja inflamação é necessário procurar atendimento de um clínico geral, que poderá receitar medicamentos anti-inflamatórios ou analgésicos.
Como vai ser a minha cicatriz depois da cirurgia plástica?
Este é um dos grandes questionamentos que o paciente tem ao decidir realizar um procedimento. Primeiro é preciso saber que as cicatrizes são condições inerentes a qualquer ferida no corpo humano. Ela pode ser definitivamente, pouco ou não visível. Pode ser excelente, boa, aceitável, ruim, péssima ou quelóide.
É preciso saber que toda cirurgia é igual a uma cicatriz. Seu tamanho é compatível com o tamanho que se faz necessário à incisão. O aspecto da cicatriz depende de fatores intrínsecos de cada paciente, como idade, e também da técnica do profissional que executa a cirurgia. A boa notícia é que a maioria dos pacientes tem cicatriz excelente, boa ou aceitável.
Para o organismo, quanto mais robusta é a cicatriz, melhor, porque ele entende que o local não vai abrir novamente. Do ponto de vista estético, a cicatriz mais desejável é aquela tênue, com pouca força na sua reparação, sendo assim, muito pouco perceptível. Mas nem sempre a resposta do organismo do paciente proporciona este resultado.
O cirurgião e a cicatriz
O cirurgião vai gerar uma ferida no local da cirurgia, ou seja, vai incisar (cortar) a pele e todos os tecidos subjacentes. Depois ele precisa fazer a síntese, fechar da melhor maneira possível para que ela tenha o melhor resultado cicatricial, a cicatriz mais tênue, menos perceptível e esteticamente aceitável.
Para fazer isso, o fator técnico do profissional é fundamental. Procure sempre profissionais experientes e confiáveis.
O organismo do paciente
Se o cirurgião tem a melhor técnica, o melhor material, os melhores instrumentos para fazer a síntese da cirurgia, mas o organismo do paciente não responde bem para a melhor cicatrização, a cicatriz pode não ter o melhor resultado. Nesta situação, não há controle.
Os Tipos de Cicatrizes
O processo cicatricial tem fases: nasce, cresce, amadurece e estabiliza. Normalmente, espera-se que uma cicatriz comece a amadurecer entre dois e quatro meses após a cirurgia. Mas para alguns tipos de cicatriz, este processo dura até dois anos. Cada pessoa tem seu próprio processo cicatricial. As cicatrizes podem ser:
Atróficas: são cicatrizes nas quais a fase de proliferação está prejudicada. Nasceu e não teve um crescimento adequado. Em uma comparação com a altura humana, ela ficou anã. Como a cicatriz tem que ter a habilidade de juntar as duas bordas da ferida e dar condição, mesmo após o seu amadurecimento, a que essas bordas não se afastem, o contrário acontece neste tipo de cicatriz. Suas características mais marcantes são o afastamento das bordas da pele e depressão da sua localização.
Hipertróficas. Estas, ao contrário das atróficas, apresentam-se com crescimento além do normal. Como consequência, elas são altas e muitas vezes largas.
Retraída (Contratura): são cicatrizes normalmente hipertróficas, mas quais a sua região mais profunda produziu um crescimento que leva a se aderir a outros tecidos profundos. É uma força contrátil de baixo para cima ou longitudinal.
Queloidiana (quelóide): são cicatrizes com característica tumoral, não param de crescer. Em virtude de sua fase de crescimento ser muitíssimo exuberante, ela vai se apresentar sempre muito alta e além da superfície da pele. Invadindo as laterais, coloração muito avermelhada por causa da grande vascularização. Ela tem alguns sintomas como dor, prurido (coceira), ardência, pinicadas e choques. Quanto ao crescimento, ela pode ser verdadeira ou não. Por exemplo, pessoas que fazem quelóide em uma região específica do corpo, região pré external (entre as mamas) e regiões de pele muito espessa, como dorso e a parte externa e alta do braço. Quando verdadeira e na sua intensidade máxima, ela pode estar presente em qualquer micro lesão como foliculite, acne ou depois de micro lesões provocadas pelas unhas em um simples coçar. Podem acontecer até em lesões naturalmente ocorridas na digestão dentro do intestino. Nesses casos, a pessoa tem pouca sobrevida, pois estes quelóides vão obstruir o intestino, levando à morte.
Normotróficas: compõe a maioria dos resultados cicatriciais. São finas, semelhantes à superfície da pele, de cor mais clara do que à pele vizinha, sendo assim pouco perceptível à visão de uma certa distância. Nesta cicatriz todas as suas fases estão dentro da normalidade.
A semiologia dermatológica é uma das etapas do exame clínico que envolve o reconhecimento das alterações e afecções que acometem a pele.
Além das doenças dermatológicas com acometimento cutâneo exclusivo, há condições dermatológicas com envolvimento sistêmico, ou de outros órgãos, e ainda, doenças metabólicas, endócrinas, hepáticas, neurológicas e neoplásicas, entre outras, com determinadas manifestações cutâneas.
Avaliação
Durante a realização do exame físico, o examinador faz uma avaliação das condições gerais do paciente, e uma análise pouco mais minuciosa de algumas características da pele.
Nesta etapa, a simples observação das modificações da superfície cutânea poderá auxiliar no raciocínio clínico do examinador e, portanto, remeter à prováveis hipóteses diagnósticas. O exame dermatológico (ou, simplesmente, da pele) deve ser realizado com uma iluminação adequada (de preferência, luz natural), e com desnudamento progressivo das partes a serem examinadas.
Os elementos a serem investigados no exame físico geral da pele ou exame dermatológico são os seguintes:
Coloração (alterações de coloração da pele generalizada ou localizada: cianose, palidez, icterícia)
Adicionalmente, a cor da pele determinada pela etnia ou raça, algumas condições fisiológicas ou patológicas irão influir na coloração da pele. A coloração da pele é a primeira observação do exame físico dermatológico.
Pode ser modificada por condições fisiológicas, tal como se observa na exposição ao frio (livedo) ou ao sol (eritema solar), ou ainda por condições patológicas que resultam em palidez por colapso periférico.
Os indivíduos de cor branca e pardo-claros apresentam, em condições normais, uma coloração levemente rósea ou rosada da pele. Esta coloração dada pelo sangue que circula na rede capilar cutânea pode sofrer variações fisiológicas e/ou patológicas.
Já alguns distúrbios da coloração dos indivíduos de pele escura, em especial os negros, são observados com maior dificuldade.
Por exemplo, o escurecimento da pele pode ser observado nos indivíduos de pele branca que foram expostos ao sol (bronzeamento); ou na doença de Addison e hemocromatose, que são distúrbios endócrinos que afetam a produção melanina e o metabolismo do ferro, respectivamente.
Palidez: é conceituada como sendo uma atenuação ou desaparecimento da cor rósea da pele. Deve ser avaliada com a luz natural, pois, as iluminações artificiais podem influenciar na sua identificação. Por meio de semiotécnica simplificada, o examinador deve pesquisar a palidez na pele em toda a extensão da superfície cutânea, incluídas as mucosas e as regiões palmoplantares, onde é possível a identificação mais acurada da palidez em negros. A comparação entre áreas simétricas complementa a avaliação da palidez, que pode ser classificada em três formas distintas: generalizada, localizada ou segmentar.
Palidez generalizada: traduz uma diminuição das hemácias circulantes nas microcirculações cutânea e subcutânea. Pode ser decorrente da redução real das hemácias circulantes, como nas anemias e perdas sanguíneas, pois, a hemoglobina‚ é a responsável, em última instância, pela coloração rósea da pele. Ou por um segundo mecanismo, relacionado a uma vasoconstrição generalizada secundária aos estímulos vasoativos, neurogênicos ou hormonais (crises de feocromocitoma, emoções).
Palidez localizada ou segmentar é explicada, fisiologicamente, por uma isquemia no território afetado. Partindo deste princípio, uma palidez restrita ao membro inferior direito, possivelmente, se apresenta como principal causa de uma obstrução da artéria femoral. Uma manobra de avaliação clínica do fluxo sanguíneo através da pele pode auxiliar na investigação deste tipo de palidez. O examinador deve pressionar o polegar de encontro ao osso esterno durante alguns segundos, com a finalidade de expulsar o sangue que flui naquela área. Em seguida, retira-se o dedo abruptamente e observa o tempo necessário para que a pele recém-pressionada retorne à sua coloração rósea. Em condições normais, o tempo‚ é inferior a um segundo.
Eritema (eritrose ouvermelhidão): Como a própria nomenclatura já sugere, significa um exagero da coloração rósea da pele, indicando, na maioria das vezes, um aumento da quantidade de sangue na rede vascular cutânea, quer seja por conta de uma vasodilatação ou, aumento de sangue propriamente dito.
Eritema generalizado pode ser observado em pacientes febris, indivíduos demasiadamente expostos ao sol, estados policitêmicos, infecções virais (dengue, zika, chikungunya) e bacterianas (escarlatina), afecções inflamatórias (farmacodermia) e neoplásicas (linfoma cutâneo).
Eritema localizado pode ter um caráter fugaz (quando depende de um fenômeno vasomotor: ruborização do rosto por emoção, “fogacho” do climatério”) ou ser duradouro (eritema palmar constitucional ou por hepatopatia crônica).
Eritema Vs: Hiperemia: Hiperemia, basicamente, é a vasodilatação em uma região ou tecido do organismo, ocorrendo o aparecimento de vermelhidão (eritema) e calor. O eritema seria então a consequência de uma hiperemia, e pode ser causada por um processo inflamatório (levando aos sinais cardinais: rubor, calor, edema e dor), por uma exposição excessiva ao sol (levando à queimadura de primeiro grau), por alergias ou por substâncias medicamentosas incompatíveis. O eritema pode ser considerado como o congestionamento local de sangue. Ainda, o eritema pode ser diferenciado de exantema e púrpura ao pressionarmos a região: no eritema, a vermelhidão some e retorna em seguida, já no exantema ou púrpura, esse “apagamento” da vermelhidão não ocorre.
Fenômeno de Raynaud. É uma alteração cutânea que depende das pequenas artérias e arteríolas das extremidades e que resulta em modificações da coloração. Inicialmente, se observa a palidez, a seguir, a extremidade torna-se cianótica, e o episódio termina com uma vermelhidão da área. Trata-se de um fenômeno vasomotor que pode ser deflagrado por várias causas (Lúpus eritematoso sistêmico, Esclerodermia sistêmica, Tromboangeíte obliterante, costela cervical e compressão dos vasos subclávios).
Cianose: é o termo que significa uma coloração azulada da pele e, ocorre quando a hemoglobina reduzida alcança no sangue valores superiores a 5g% g% (normal em torno de 2,6 g%). A cianose não é detectável até que a saturação de oxigênio no sangue seja menor que 85%. É menos prontamente detectável se a anemia estiver presente, e mais facilmente vista na policitemia. A sua pesquisa deve ser mais minuciosa nas seguintes regiões: face, ao redor dos lábios, ponta do nariz, lóbulos das orelhas, extremidades das mãos e dos pés (leitos ungueais e polpas digitais). Pode ser classificada em generalizada e localizada e graduada em leve, moderada e intensa.
Icterícia: é o termo que designa uma coloração amarelada da pele, mucosas e escleróticas resultantes do acúmulo de bilirrubina no sangue. A icterícia deve ser distinguida de outras condições em que a pele, mas não as mucosas, podem tomar coloração amarelada: uso de certas drogas que impregnam a pele (quinacrina), alimentos ricos em carotenos (cenoura, mamão, tomate).
UMIDADE
A apreciação da umidade começa na inspeção, mas o método deve ser acrescido da palpação com as polpas digitais e com a palma da mão. Por meio da sensação tátil, pode se avaliar a umidade da pele com alguma precisão e se observar variações da umidade normal.
A pele seca revela ao tato uma sensação especial. É encontrada, com maior frequência, em pessoas idosas, em algumas dermatopatias crônicas (esclerodermia, ictiose), no mixedema, na avitaminose A, na insuficiência renal crônica, desidratação. A redução da temperatura nos pacientes febris leva à pele com umidade aumentada ou pele sudorenta.
TEXTURA
Significa trama ou disposição dos elementos que constituem um tecido e são sensíveis ao tato. A textura da pele é avaliada por meio do deslizamento das polpas digitais sobre a superfície cutânea, sendo possível constatar uma das seguintes condições:
Textura normal, aquela encontrada em condições normais, é a que desperta uma sensação própria que a prática vai firmando.
Pele lisa ou fina representa a redução dos constituintes da pele, e é frequente em condições fisiológicas nas pessoas idosas, ou patológicas, que levam à atrofia da pele, como na síndrome de Cushing.
Pele áspera é observada em indivíduos expostos às intempéries, ao sol e que trabalham em atividades rudes, tais como, lavradores e pescadores. Ainda pode ser vista em algumas afecções como mixedema e dermatopatias.
Pele enrugada ocorre em indivíduos que emagrecem rapidamente, ou ainda, quando se elimina um edema.
INTEGRIDADE
Integridade ou continuidade cutânea é o termo que refere a uma ausência de lesão de sua superfície. Portanto, qualquer alteração da pele, seja por erosões, úlceras, fissuras culmina em alterar a continuidade da pele. É um tema complexo, que será descrito adiante, no tópico “Lesões Elementares”.
ESPESSURA
É avaliada por meio do pinçamento de uma dobra cutânea com o polegar e indicador, e somente da camada mais superficial da pele. Esta manobra deve ser feita em várias e diferentes regiões, tais como, antebraço, tórax e abdome. As seguintes condições podem ser observadas:
Pele de espessura normal; Pele atrófica, que é acompanhada de textura lisa ou fina, certa translucidez que permite ver a rede venosa superficial, comum nos idosos e em algumas dermatoses; Pele hipertrófica ou espessa‚ vista em indivíduos expostos ao sol, que apresentam elastose decorrente da desorganização e aumento das fibras elásticas de sustentação.
A esclerodermia é uma doença imune-mediada do tecido conjuntivo, na qual o espessamento cutâneo é uma alteração relevante da doença.
TEMPERATURA
A temperatura da pele e a corporal nem sempre são equivalentes. Para avaliar a temperatura da pele, utiliza-se a face dorsal das mãos ou dos dedos, comparando-se com o lado homologo de cada segmento examinado.
A temperatura da pele é variável, e de acordo com a região anatômica a ser pesquisada. Um aumento da temperatura em nível articular pode indicar um processo inflamatório subjacente.
ELASTICIDADE
Elasticidade é capacidade da pele de se estender quando tracionada; e a mobilidade é a sua capacidade de se movimentar sobre planos profundos subjacentes. Por meio semiotécnico simples, se faz o pinçamento uma prega cutânea com o polegar e o indicador, e em seguida, uma certa tração.
As seguintes condições podem ser observadas: Elasticidade normal; Elasticidade aumentada como ocorre, por exemplo, na síndrome de Ehlers-Danlos, uma doença que afeta as fibras elásticas da pele e de outros órgãos; Elasticidade diminuída ocorre na esclerodermia.
MOBILIDADE
A sua avaliação pode ser realizada por meio da palma da mão, que deve se posicionar sobre a superfície que se quer examinar. A movimentação para todos os lados revela a capacidade da pele em deslizar sobre as estruturas profundas (ossos, articulações e músculos).
As seguintes condições podem ser observadas: Mobilidade normal; Mobilidade diminuída ou ausente ocorre na esclerodermia, elefantíase, infiltrações neoplásicas próximas a pele; Mobilidade aumentada se faz presente na síndrome de Ehlers-Danlos
TURGOR
É facilmente avaliado por meio do pinçamento com o polegar e o indicador, neste caso, a pele e o tecido subcutâneo devem ser englobados. É dito normal, quando o examinador aprecia uma sensação de pele “suculenta”, ou seja, que, ao ser solta, a prega se desfaz rapidamente.
Isto indica que o conteúdo de água está normal e, portanto, a pele está hidratada. Já a sua diminuição é traduzida por uma prega que se desfaz lentamente, podendo indicar desidratação ou desnutrição.
SENSIBILIDADE
É uma etapa comum no exame dermatológico e neurológico. As alterações representam distúrbios neurológicos observados como complicações da hanseníase e do diabetes. É avaliada nos padrões de sensibilidade térmica, tátil e dolorosa.
Sensibilidade tátil pode ser investigada com um chumaço de algodão, ou mais minuciosamente com estesiometro, filamentos de nylon de diversas espessuras, em áreas suspeitas do corpo e pontos específicos das regiões palmo-plantares.
Sensibilidade térmica pode ser avaliada com dois tubos de ensaios, um com água quente e, outro, com água fria.
Sensibilidade dolorosa pode ser avaliada por meio de uma agulha estéril, em regiões do corpo que compreenda, no mínimo, áreas suspeitas e extremidades. A sua diminuição (hipoalgesia/anestesia) ou aumento (hiperalgesia) podem ocorrer em diversas condições patológicas.
Referências:
SEIDEL H.M; BALL J.W; BENEDICT G.W. Mosby Guia de Exame Físico. 6. ed. Rio de Janeiro, 2007.
SOUZA, B.F. Manual de Propedêutica Médica. 2. ed. Rio de Janeiro. São Paulo: Livraria Atheneu, 1985.
SWARTZ M.H. Tratado de Semiologia Médica. 5. ed. Rio de janeiro. Elsevier, 2006.
LE BLOND, F.R. et al. De Gowin’s. Diagnostic Examination. 10th ed. McGraw Hill, 2015.
DENNIS, M. et al. Mechanisms of Clinical Signs. Elsevier, 2012.
DOUGLAS, G. NICOL and F. ROBERTSON, C. Macleod’s Clinical Examination. 12 ed. Elsevier, 2011.
FORTIN, A.H et al. Patient-Centered Interviewing – An Evidence-Based Method. 3th ed. McGraw Hill, 2012.
Hiperidrose
A hiperidrose é uma condição caracterizada pela transpiração anormalmente aumentada, além do exigido para a regulação da temperatura corporal.
A hiperidrose pode ter consequências fisiológicas, tais como mãos frias e úmidas, desidratação e de infecções de pele secundárias até a maceração da pele. A doença pode também ter efeitos emocionais devastadores sobre a vida do indivíduo.
Sinais e Sintomas
A hiperidrose pode ser generalizada ou localizada a partes específicas do corpo. Mãos, pés, axilas e virilha estão entre as regiões mais ativas da transpiração, devido à concentração relativamente elevada de glândulas sudoríparas, no entanto, qualquer parte do corpo pode ser afetada.
A hiperidrose pode ser classificada dependendo se é uma característica congênita ou adquirida. A hiperidrose primária geralmente se inicia na adolescência ou mesmo antes e parece ser herdada através traço genético autossômico dominante.
A hiperidrose primária deve ser distinguida da hiperidrose secundária, que pode começar em qualquer momento da vida. Esta última forma pode ser devido a um distúrbio da glândula tireóide ou da hipófise, diabetes mellitus, tumores, gota, menopausa, certos medicamentos, ou envenenamento por mercúrio.
Classificação
A hiperidrose pode ser também dividida em hiperidrose palmo-plantar (sudorese sintomática principalmente nas mãos ou pés), gustativa ou generalizada.
Alternativamente, a hiperidrose pode ser classificada de acordo com a quantidade de pele que é afetada e suas possíveis causas.
Nesta abordagem, a sudorese excessiva em uma área que é superior a 100 cm² (até a sudorese generalizada de todo o corpo) diferencia-se da transpiração, que afeta apenas uma pequena área.
Tratamento
Medicamentos
O cloreto de alumínio é usado em vários antitranspirantes. No entanto, as pessoas que sofrem de hiperidrose precisam de soluções com uma concentração muito maior para tratar eficazmente os sintomas da doença. Estas soluções antitranspirantes são especialmente eficazes para o tratamento da hiperidrose axilar.
Normalmente, os resultados levam cerca de 3 a 5 dias para serem notados. O principal efeito secundário é que a substância pode causar irritação da pele. Para os casos graves de hiperidrose palmar e plantar há algum sucesso usando medidas conservadoras como antiperspirantes de cloreto de alumínio.
Injeções de toxina botulínica tipo A, passando pela marca de Botox ou Dysport, são usadas para desativar as glândulas sudoríparas. Os efeitos podem durar de 4 a 9 meses, dependendo do local das injeções. Este procedimento é utilizado para a transpiração nas axilas e foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos.
Várias drogas anticolinérgicas reduzem a hiperidrose. A oxibutinina (marca Ditropan) é aquela que tem se mostrado a mais promissora. Embora tenha importantes efeitos colaterais, que incluem sonolência, sintomas visuais e secura na boca e outras membranas mucosas.
Outra versão dessa droga também está disponível (Ditropan XL), com eficácia supostamente reduzida. Glicopirrolato (Robinul) é uma outra droga usada. A droga parece ser quase tão eficaz quanto a oxibutinina e tem efeitos colaterais similares. Outros agentes anticolinérgicos que têm sido testados incluem o brometo de propantelina (Probanthine) e benzotropina (Cogentin).
Antidepressivos e ansiolíticos eram utilizados na crença de que a hiperidrose primária estava relacionada a um estilo de personalidade ansiosa.
Procedimentos cirúrgicos
A remoção ou destruição da glândula sudorípara é uma das opções cirúrgicas disponíveis para a hiperidrose axilar. Existem vários métodos cirúrgicos para esse procedimento, como a aspiração de glândulas, a lipoaspiração axilar, a ablação por laser, etc.
A sucção da glândula sudorípara é uma técnica adaptada de lipoaspiração,na qual aproximadamente 30% das glândulas sudoríparas são removidas, com uma redução proporcional no suor.
Outra principal opção cirúrgica é a simpatectomia torácica endoscópica (STE), que faz cortes, queimaduras, ou implanta grampos no gânglio torácico do sistema nervoso simpático, que funciona ao lado da coluna vertebral. A aplicação de grampos se destina a permitir a reversão do procedimento.
A STE é geralmente considerada um “procedimento seguro, reprodutível e eficaz e mais pacientes estão satisfeitos com os resultados da cirurgia”. Taxas de satisfação acima de 80% têm sido relatadas, sendo maior para as crianças.
O procedimento reduz o suor excessivo das mãos em cerca de 85-95% dos pacientes. A STE também pode ser útil no tratamento da hiperidrose axilar, do rubor facial e da sudorese facial; entretanto, pacientes com rubor facial e/ou transpiração facial excessiva têm taxas mais elevadas de insucesso e os pacientes podem ser mais propensos a sofrer efeitos colaterais indesejados, embora isso não tenha sido estabelecido em um ensaio clínico controlado ou em um estudo independente.
A simpatectomia lombar é um procedimento relativamente novo, voltado para aqueles pacientes em que a simpatectomia torácica endoscópica (STE) não aliviou a sudorese plantar excessiva.
Com este procedimento, a cadeia simpática na região lombar é cortada ou dividida, a fim de aliviar o excesso de transpiração intensa no pé. A taxa de sucesso é de cerca de 90% e a operação deve ser realizada somente se os pacientes já tentaram outras medidas conservadoras.
Este tipo de simpatectomia também é controversa, pois os pacientes submetidos ao procedimento muitas vezes acabam com hipotensão (um sinal de disfunção autonômica) e, nos homens, foi relatado ejaculação retrógrada (infertilidade) e a incapacidade de manter a ereção.
Entretanto, as informações disponíveis mais recentes mostraram que os problemas de ejaculação retrógrada, incapacidade de manter a ereção e hipertensão não são validados. Em um artigo 2007 nenhum paciente apresentou disfunção sexual.
A simpatectomia percutânea é um procedimento minimamente invasivo onde o nervo é bloqueado por uma injeção de fenol. O procedimento permite um alívio temporário na maioria dos casos. Alguns médicos defendem o uso deste procedimento mais conservador antes da simpatectomia cirúrgica definitiva.
Segundo a National Organization for Rare Disorders, dermatomiosite é um tipo de miopatia inflamatória caracterizada por alterações inflamatórias e degenerativas dos músculos e da pele. Os sintomas associados e os achados físicos podem variar muito de caso para caso, pois os pacientes podem apresentar-se de forma diferente.
As miopatias inflamatórias são um grupo de doenças que envolvem inflamação muscular crônica e fraqueza. Acredita-se que sejam doenças autoimunes, o que significa que as defesas naturais do corpo (anticorpos, linfócitos, etc.) contra organismos invasores de repente começam a atacar tecidos perfeitamente saudáveis por razões desconhecidas, levando a inflamação ou inchaço.
Causas
Conforme a The Muscular Dystrophy Association, a causa da dermatomiosite ainda é desconhecida. No entanto, fatores genéticos, imunológicos, infecciosos e ambientais foram considerados.
Anormalidades imunológicas são comuns em pacientes com dermatomiosite. Pacientes frequentemente têm autoanticorpos circulando. A atividade anormal de células T pode estar envolvida na origem da doença da pele e da doença muscular. Além disso, os familiares podem manifestar outras doenças associadas à autoimunidade.
Agentes infecciosos também têm sido sugeridos como possíveis gatilhos de dermatomiosite:
Vírus (por exemplo: parvovírus, ecovírus, vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 [HTLV-1], HIV)
Espécies de toxoplasma
Espécies de Borrelia
Casos de dermatomiosite induzida por drogas já foram relatados. Os agentes que podem desencadear a doença incluem:
Estatinas
Penicilamina
Drogas do fator de necrose anti-tumor
Interferon
Ciclofosfamida
Vacina BCG
Quinidina
Sinais e Sintomas
O envolvimento cutâneo pode se manifestar da seguinte forma:
Erupção predominantemente em superfícies foto-expostas;
Prurido de lesões cutâneas, às vezes intensas o suficiente para perturbar o sono;
Eritema (rubor da pele ocasionado pela vasodilatação) no meio da face;
Erupção ao longo das margens das pálpebras, com ou sem edema;
Erupção no dorso das mãos, particularmente sobre os dedos;
Alterações na pele entre as unhas e dedos;
Erupção na parte externa das coxas superiores;
Couro cabeludo escamoso ou queda de cabelo.
O componente cutâneo da dermatomiosite é exacerbado pela luz solar e outras fontes de luz ultravioleta, o que também pode exacerbar o componente muscular.
A doença muscular pode ocorrer simultaneamente, pode preceder a doença da pele, ou pode seguir a doença da pele por semanas a anos. O envolvimento muscular se manifesta como o seguinte:
Fraqueza muscular nos músculos que se encontram mais próximo do tronco
Fadiga/fraqueza muscular ao subir escadas, andar, subir de uma posição sentada, pentear o cabelo ou pegar itens acima dos ombros
Tensão muscular: Pode ocorrer, mas não é uma característica típica de dermatomiosite.
As manifestações sistêmicas que podem ocorrer incluem as seguintes:
Distúrbios sistêmicos gerais (febre, dor nas articulações, mal-estar, perda de peso)
Disfagia devido ao envolvimento do músculo esquelético esofágico
Refluxo gastresofágico devido ao envolvimento muscular liso do esôfago
Úlceras gastrointestinais e infecções, mais comuns em crianças
Envolvimento pulmonar devido à fraqueza dos músculos torácicos
Calcinose (deposição de sais de cálcio embaixo da pele, músculos, tendões ou tecido gorduroso)
As crianças na primeira infância também podem desenvolver uma marcha na ponta dos pés secundária à contratura de flexão dos tornozelos.
Como é diagosticado?
O diagnóstico para dermatomiosite pode incluir exames laboratoriais e por imagem (por exemplo, ressonância magnética, radiografia torácica, ultrassonografia, eletromiografia, tomografia computadorizada), bem como biópsia muscular e de pele e outros testes conforme apropriado.
A eletromiografia (EMG) é um meio de detectar inflamação e dano muscular, sendo útil na seleção de um local de biópsia muscular.
A tomografia do tórax, abdômen e pélvis é útil na avaliação de possíveis malignidades que podem estar associadas à dermatomiosite.
Em pacientes adultos com dermatomiosite, a avaliação da malignidade deve ser realizada após o diagnóstico inicial e repetida pelo menos anualmente por 3 anos. O risco de malignidade aumenta com a idade.
Como é tratado?
O componente muscular é tratado administrando corticosteroides, tipicamente com um agente imunossupressor. A doença da pele é tratada evitando a exposição solar usando protetores solares e roupas fotoprotetoras, bem como com corticosteroides tópicos, agentes antimaláricos e medicamentos imunomodulatórios como metotrexato.
O cuidado cirúrgico geralmente é desnecessário. Alguns pacientes podem se beneficiar da remoção cirúrgica de áreas focais de calcinose, particularmente quando doloroso. A internação é necessária para pacientes com dermatomiosite fulminante, com envolvimento muscular e/ou dos órgãos internos.
Para casos refratários, o uso de globulina imune intravenosa de alta dose mensal (IVIG) por 6 meses tem se mostrado benéfico a curto prazo.
Alguns Cuidados
O repouso na cama pode ser valioso para aqueles com inflamação grave dos músculos.
Em pacientes com fraqueza muscular, um programa de fisioterapia é útil para ajudar a prevenir as contraturas que podem complicar a doença quando os pacientes não movem totalmente suas articulações. A prática também é recomendada, a fim de manter a força muscular, mesmo durante o curso da doença muscular ativa.
Uma dieta equilibrada é importante para pessoas com dermatomiosite. Pacientes com inflamação muscular grave podem precisar de proteína extra para equilibrar sua perda.
Para pacientes com disfagia e/ou refluxo gastroesofágico, a elevação da cabeça de sua cama e evitar comer antes de dormir são úteis. Essas manobras simples podem evitar pneumonia por aspiração. Em alguns casos, a alimentação por sonda nasogástrica é necessária para aumentar o insumo calórico.
As feridas podem ser classificadas de várias maneiras: pelo tipo do agente causal, de acordo com o grau de contaminação, pelo tempo de traumatismo, pela profundidade das lesões, sendo que as duas primeiras são as mais utilizadas.
Quanto ao agente causal
Incisas ou cortantes
São provocadas por agentes cortantes, como faca, bisturi, lâminas, etc.; suas características são o predomínio do comprimento sobre a profundidade, bordas regulares e nítidas, geralmente retilíneas. Na ferida incisa o corte geralmente possui profundidade igual de um extremo à outro da lesão, sendo que na ferida cortante, a parte mediana é mais profunda.
Corto-contusa
O agente não tem corte tão acentuado, sendo que a força do traumatismo é que causa a penetração do instrumento, tendo como exemplo o machado.
Perfurante
São ocasionadas por agentes longos e pontiagudos como prego, alfinete. Pode ser transfixante quando atravessa um órgão, estando sua gravidade na importância deste órgão.
Pérfuro-contusas
São as ocasionadas por arma de fogo, podendo existir dois orifícios, o de entrada e o de saída.
Lácero-contusas
Os mecanismos mais frequentes são a compressão: a pele é esmagada de encontro ao plano subjacente, ou por tração: por rasgo ou arrancamento tecidual. As bordas são irregulares, com mais de um ângulo; constituem exemplo clássico as mordidas de cão.
Perfuro-incisas
Provocadas por instrumentos pérfuro-cortantes que possuem gume e ponta, por exemplo, um punhal. Deve-se sempre lembrar, que externamente, poderemos ter uma pequena marca na pele, porém profundamente podemos ter comprometimento de órgãos importantes como na figura abaixo na qual pode ser vista lesão no músculo cardíaco.
Escoriações
A lesão surge tangencialmente à superfície cutânea, com arrancamento da pele.
Equimoses e hematomas
Na equimose há rompimento dos capilares, porém sem perda da continuidade da pele, sendo que no hematoma, o sangue extravasado forma uma cavidade.
Quanto ao grau de contaminação
Esta classificação tem importância, pois orienta o tratamento antibiótico e também nos fornece o risco de desenvolvimento de infecção.
Limpas – são as produzidas em ambiente cirúrgico, sendo que não foram abertos sistemas como o digestório, respiratório e genito-urinário. A probabilidade da infecção da ferida é baixa, em torno de 1 a 5%.
Limpas-contaminadas – também são conhecidas como potencialmente contaminadas; nelas há contaminação grosseira, por exemplo, nas ocasionadas por faca de cozinha, ou nas situações cirúrgicas em que houve abertura dos sistemas contaminados descritos O risco de infecção é de 3 a 11%.
Contaminadas – há reação inflamatória; são as que tiveram contato com material como terra, fezes, etc. Também são consideradas contaminadas aquelas em que já se passou seis horas após o ato que resultou na ferida. O risco de infecção da ferida já atinge 10 a 17%.
Infectadas – apresentam sinais nítidos de infecção.
Referências:
DEALEY, C. Cuidando de Feridas-Um guia para as enfermeiras. São Paulo: Atheneu, 2001.
DUARTE, Y.A. O; DIOGO, M. J. D. Atendimento Domiciliar: Um Enfoque Gerontológico. 1.ed. São Paulo: Atheneu, 2000.
JORGE, S. A. , DANTAS, S. R. P. E. Abordagem Multiprofissional do Tratamento de Feridas. São Paulo: Atheneu, 2003.
Manual de Condutas para Úlceras Neutróficas e Traumáticas – Brasília, D. F. 2002.
Enxerto de Pele
O enxerto cutâneo ou de pele é um procedimento cirúrgico realizado em situações onde ocorre a perda da pele, seja em sua camada superficial (epiderme) ou intermediária (derme).
Esse processo é caracterizado pela remoção de uma porção de tecido de uma área saudável do corpo, realocando-a sobre a parte lesionada. Indicada para casos em que o ferimento não tem perspectiva de melhora apenas com curativos, essa medida reduz a área exposta, diminui a probabilidade de contaminação e desidratação da área afetada e acelera o processo de cicatrização.
Os motivos mais comuns que levam o paciente a necessitar desse procedimento são acidentes, feridas cirúrgicas, ulcerações vasculares, retirada de tumores de pele e queimaduras profundas.
Tipos de Enxerto
Enxerto de pele total: caracteriza-se pela presença da epiderme e a total espessura da derme.
Enxerto de pele parcial: caracteriza-se pela preservação da derme na área doadora, possibilitando assim a reepitelização da mesma, por meio das células epiteliais procedentes dos sistemas pilossebáceos e das glândulas sudoríparas remanescente na área doadora.
Enxertos compostos: consistem em uma porção intacta contendo toda epiderme e a derme, com um componente adicional de gordura ou cartilagem. Ex: enxerto condrocutâneo (pele conectada a uma das faces da cartilagem), enxerto condrobicutâneo (pele conectada a ambas a face da cartilagem), enxerto dermogorduroso (derme com tecido gorduroso).
Autoenxerto: quando o doador e o receptor são o mesmo indivíduo.
Homoenxerto ou aloenxerto: quando o doador e o receptor são indivíduos diferentes, porém da mesma espécie. Ex: curativo biológico (utilizado de forma temporária).
Isoenxerto: quando o doador e o receptor são indivíduos diferentes, porém, geneticamente idênticos. Ex: gêmeos univitelinos.
Xenoenxerto: quando o doador e o receptor são indivíduos de espécies diferentes. Ex: curativo biológico (pele de porco utilizada em seres humanos).
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Referências:
CARVALHO, Ana Filipa Represas. ENXERTOS CUTÂNEOS – APLICAÇÕES EM CIRURGIA DERMATOLÓGICA . Trabalho final do 6ºano médico com vista à atribuição do grau de mestre, 2015. Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra.
LOFÊGO JA et. al.. Enxertia de pele em oncologia cutânea. An Bras Dermatol. . Vol.5. 465-472, 2006
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