NR 32: Adorno, zero!

Nada de pulseiras, anéis, alianças, relógios de pulso, pulseiras, brincos, piercings expostos, correntes, colares, presilhas, broches, gravatas ou mesmo crachás pendurados com cordão. É o que determina a Norma Regulamentadora nº 32 (NR-32), sobre Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde, em especial com relação aos riscos biológicos.

O objetivo da NR-32 é disciplinar de forma especifica sobre a segurança e a saúde do trabalhador dos serviços de saúde, e no item 32.2.4.5 a regulamentação determina que “o empregador deve vedar … b) o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos postos de trabalho”.

Trata-se de prevenção de riscos à saúde. Os adornos não devem ser usados durante o trabalho nas áreas assistenciais, visto que facilitam o acúmulo de micro-organismos. Anéis, aliança, relógios e pulseiras, por exemplo, não permitem a lavagem correta das mãos e não secam completamente, acumulando umidade e resíduos.

Mas nada impede o trabalhador de usar os adornos ao sair de casa para o trabalho ou fora dele. A proibição do uso se limita às áreas assistenciais do hospital, e vale para todos que trabalham ou circulam por elas.

Mas quais são os adornos, afinal?

Os adornos a que se refere a NR-32 incluem anéis, alianças, relógios de pulso, pulseiras, brincos, piercings expostos, correntes, colares, presilhas, broches e qualquer outro objeto que possa favorecer a contaminação biológica pelo acúmulo de resíduos, como é o caso das gravatas e dos crachás pendurados por cordão.

Já com relação aos óculos de grau, de uso contínuo, a orientação é para que sejam higienizados pelo colaborador no início e ao final do turno de trabalho. “Nesse caso, os óculos não são considerados adorno, e seu uso é necessário”, comenta Graciela.

E a quem se aplica a NR-32?

Essa orientação vale para todos os colaboradores, profissionais, residentes e alunos que prestem assistência ao paciente ou que, de alguma forma, entrem em contato com fluidos, secreções e qualquer tipo de matéria orgânica proveniente do paciente ou do processo assistencial, e também aqueles que manipulem alimentos e dietas, visando garantir a sua própria segurança.

Nessas categorias enquadram-se todos os profissionais médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, farmacêuticos, nutricionistas, psicólogos, educadores, terapeutas, fisioterapeutas, odontólogos, assistentes sociais, copeiras, cozinheiras, camareiras, profissionais da higienização e coleta de resíduos, profissionais da lavanderia, laboratório, imaginologia, entre outros.

Os funcionários administrativos que atuam nas áreas assistenciais, mesmo em função administrativa, também estão proibidos de usar adornos. Já os que atuam nas áreas administrativas do hospital devem ter o cuidado de remover os adornos quando precisarem se deslocar até alguma área assistencial, como as enfermarias, Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) ou ambulatórios.

Referência:

  1. Ministério da Saúde

Os Tipos de Luvas Hospitalares

Atuando no controle da disseminação de microrganismos em ambientes hospitalares, na proteção da equipe de saúde e de pacientes, as luvas hospitalares o são itens extremamente importantes para a proteção em diversos setores.

E para cada uso, existe um tipo de luva de procedimento que se encaixa perfeitamente.

Diante desse processo simples e primordial, no entanto, o fato de usar luvas não significa ausência de risco de transmissão de micro-organismos; por este motivo, a mesma deve conter indicação de uso e estar íntegra para não falhar no momento assistencial.

Os Tipos de Luvas Hospitalares

  1. Luva Cirúrgica (luva estéril): produto feito de borracha natural, de borracha sintética, de misturas de borracha natural e sintética. É o equipamento de proteção individual de uso único, de formato anatômico, contendo punhos capazes de assegurar ajuste ao braço do usuário, para utilização em cirurgias.
  2. Luva para Procedimentos Não Cirúrgicos(luva não estéril ou luvas de procedimento): produto feito de borracha natural, de borracha sintética, de misturas de borracha natural e sintética, e de policloreto de vinila, de uso único, para utilização em procedimentos não cirúrgicos para assistência à saúde. As luvas de látex de borracha natural oferecem alto nível de proteção contra sangue e fluidos corporais potencialmente contaminados; têm grande força, elasticidade, flexibilidade e conforto. Devido a isso, o látex de borracha natural é o material de escolha para luvas quando houver contato com sangue e fluidos corporais.
  3. Luvas para Procedimentos Não Cirúrgicos Antialérgicas ao Látex: são fabricadas a partir de um derivado do petróleo e de borracha nitrílica. Pode ser utilizada como uma alternativa ao látex. No entanto, as propriedades de barreira devem ser definidas pelo fabricante. As luvas de borracha nitrílica geralmente contêm aditivos químicos semelhantes ao látex, que podem atuar como alérgicos de contato. São adequadas no uso com agentes químicos e pessoas que têm alergia ao látex.
  4. Luvas de Vinil (PVC): tem custo baixo e, infelizmente, muitas instituições aderem à compra desse material para assistência ao paciente. Essas luvas são fabricadas a partir de cloreto de polivinila (PVC), um material sintético que é menos flexível, elástico, durável e possui menos conformidade com a mão do que o látex.

A luva de PVC e sua Integridade

Durante o uso, a luva de PVC pode ocorrer a quebra da integridade de barreira. Quanto mais abrasiva ou estressante a atividade ou quanto maior o tempo de utilização, maior a taxa de falha.

Por isso, esse tipo de luva não deve ser utilizado para uso clínico e assistencial. Os profissionais que utilizam luvas de vinil em ambiente hospitalar, se expõe diariamente ao risco de contaminação direta por materiais biológicos.

Após o uso, as luvas devem ser descartadas de acordo com as políticas locais de gestão de resíduos vigentes.

Devo usar qualquer luva desde que seja para me proteger?

A junção de custo e benefício no âmbito hospitalar, laboratorial e em clínicas, disponibiliza qualquer luva para os profissionais usarem, o que, infelizmente, não é o adequado.

A compra e o uso da luva devem estar alinhando conhecimento, tipo de técnica e avaliação de um profissional, além de cuidado para a prevenção de acidentes, pois caso o profissional tenha contato com material biológico sem a proteção adequada, não servirá de nada usar luvas e muito possivelmente irá se prejudicar ao invés de ajudar.

Referências:

  1. Organização Mundial da Saúde – Guia Lavagem das Mãos;
  2. Vigilância Epidemiológica – 2016;
  3. Recomendações sobre o uso de Luvas em Serviços de saúde – Secretaria do Estado de São Paulo / Divisão Epidemiologia Hospitalar

Avental Hidro-Repelente

Atualmente, há Aventais, Capotes, e até Jalecos ou Roupas privativas com tratamento hidro-repelente.

Ou seja, são apropriados para proteger o corpo dos respingos de água ou fluídos corpóreos durante o cuidado ao paciente.

A princípio, um EPI com bastante requisição para a utilização em setores que demandam cuidados especiais com pacientes COVID 19.

Portanto, auxiliam a não impregnação de fluídos no profissional durante o cuidado com o paciente.

Bem como, podem ser confeccionados em diversos materiais, como algodão, TNT hospitalar, polipropileno, podendo ser encontrados sob forma estéril ou não estéril, assim como descartáveis e não descartáveis.

Como funciona o material hidro-repelente?

Os tecidos com tratamento hidro-repelente ajudam a evitar o molhamento e passagem do fluído corporal, seja espirro, secreção, à jato ou respingos, para o interior da roupa, sem impedir a transpiração, tornando o equipamento confortável.

Por exemplo, se confeccionados em algodão, podem resistir até 30 lavagens, se manuseados de forma correta. Portanto, os tecidos devem ser preferencialmente claros, para reduzir a absorção de calor e ser de fácil lavagem, para permitir a sua reutilização.

Referências:

  1. Descarpack
  2. Epicovid

Veja também:

Máscaras Faciais de Proteção Hospitalar: Principais Dúvidas!

 

 

Máscaras Faciais de Proteção Hospitalar: Principais Dúvidas!

Você sabe diferenciar uma Máscara Cirúrgica de um Respirador (PFF1,PFF2, N95?)

A máscara cirúrgica é uma barreira de uso individual que cobre nariz e boca. É indicada para proteger o Trabalhador da Saúde de infecções por inalação de gotículas transmitidas a curta distância e pela projeção de sangue ou outros fluidos corpóreos que possam atingir suas vias respiratórias. Serve também para minimizar a contaminação do ambiente com secreções respiratórias geradas pelo próprio Trabalhador da Saúde ou pelo paciente em condição de transporte.

É importante destacar que a máscara cirúrgica:

– Não protege adequadamente o usuário em relação a patologias transmitidas por aerossóis, pois, independentemente da sua capacidade de filtração, a vedação no rosto é precária neste tipo de máscara;

– Não é considerada um Equipamento de Proteção Respiratória ou Equipamento de Proteção Individual e, portanto, não está sujeita ao Certificado de Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho (NR-6).

O respirador é um Equipamento de Proteção Individual que cobre boca e nariz. Proporciona uma vedação adequada sobre a face do usuário e possui filtro eficiente para retenção dos contaminantes presentes no ambiente de trabalho na forma de aerossóis. O respirador, além de ter capacidade de reter gotículas, apresenta proteção contra aerossóis contendo agentes biológicos, como vírus, bactérias e fungos. Em ambiente hospitalar, para proteção contra aerossóis contendo agentes biológicos, o respirador deve ter um filtro com aprovação mínima PFF2/P2.

Respiradores são purificadores do ar, e seu uso deve seguir as recomendações do programa de proteção respiratória; atendem às normas ABNT e recebem um certificado de aprovação do MTE.

Quais são os principais respiradores PFF encontrados no mercado? E as suas diferenças?

Primeiramente é necessário entender o significado de PFF: Peça Facial Filtrante, ou seja, o corpo do produto é também o meio filtrante responsável por não deixar os contaminantes do ambiente entrarem em contato com o sistema respiratório do usuário.

As máscaras denominadas PFF normalmente são descartáveis, não possuindo nenhum tipo de manutenção. Sendo assim, após a utilização ou quando indicado pelo responsável em SST, o produto deve ser descartado. Estes respiradores são classificados da seguinte maneira:

Eficiência

  • PFF1 – Possuem eficiência mínima de 80% (Penetração máxima de 20%)
  • PFF2 – Possuem eficiência mínima de 94% (Penetração máxima de 6%)
  • PFF3 – Possuem eficiência mínima de 99% (Penetração máxima de 1%)

Resistência ao tipo de aerossol

Os respiradores descartáveis são classificados em 2 tipos de resistência ao aerossol:

Resistentes a aerossóis à base de água. Capazes de reterem partículas sólidas e líquidas à base de água;

Resistentes a aerossóis base de água e oleosos. Capazes de reterem partículas sólidas e líquidas à base de água e oleosas.

Marcações

Sendo assim, os respiradores terão em suas embalagens e produto as seguintes marcações:

PFF1 (S), PFF1 (SL), PFF2 (S), PFF2 (SL), PFF3 (S) ou PFF3 (SL), conforme sua eficiência e resistência ao tipo de aerossol determinado.

Qual a diferença entre o respirador PFF2 e um com certificação N95?

Respiradores com classificação PFF2 seguem a norma brasileira (ABNT/NBR 13698:1996) e a europeia e apresentam eficiência mínima de filtração de 94%, enquanto os respiradores com a classificação N95 seguem a norma americana e apresentam eficiência mínima de filtração de 95%. Portanto, respiradores PFF2 e N95 apresentam níveis de proteção equivalente.

Qual o tempo de vida útil dos respiradores utilizados em ambiente hospitalar?

A vida útil do respirador é variável. Deve ser descartado quando se encontrar danificado, perfurado, com elásticos soltos ou rompidos, quando a respiração do usuário tornar-se difícil, se for contaminado por sangue ou outros fluidos corpóreos, ou se houver deformações na estrutura física que possa prejudicar a vedação facial.

Caso contrário, pode ser guardado e reutilizado de acordo com as normas de controle de infecções hospitalares da instituição (alguns determinam em até 7 dias de uso). Quando utilizado no controle da exposição ocupacional a patógenos transmitidos também por contato, recomenda-se o descarte do produto imediatamente após cada uso. Não deve ser feito nenhum tipo de reparo ou manutenção no produto.

Qual o tempo de vida útil máscaras cirúrgicas utilizadas em ambiente hospitalar?

Conforme alguns fabricantes distinguem, a vida útil é de até 2 horas contínua, sendo necessário realizar uma nova troca de máscara.

Referência: 3M