A Hipotensão e suas causas

hipotensão, popularmente conhecida como pressão baixa, é quando a pressão arterial é muito baixa, podendo causar danos ao organismo.

O que é hipotensão?

A hipotensão é quando o corpo apresenta pressão arterial abaixo do ideal, fazendo com que o sangue não chegue em quantidade suficiente em todo o corpo.

Assim, pressão baixa significa que a pessoa está com números inferiores a 90 mmHg de pressão sistólica e 60 mmHg de pressão diastólica, ou seja, a pressão está menor que 9 por 6.

Quando a pressão está muito baixa, as células não recebem o oxigênio e nutrientes necessários para manutenção do organismo e os resíduos não são eliminados corretamente, podendo causar danos aos órgãos.

A hipotensão faz com que a dilatação das arteríolas diminua a resistência do fluxo sanguíneo, o que significa que o coração está bombeando menos sangue, alterando assim, a largura das artérias, o batimento cardíaco e o volume de sangue no coração.

Sintomas da hipotensão

Os sintomas mais comuns apresentados por quem tem hipotensão são:

  • Tontura ou vertigem;
  • Visão embaçada ou escurecida;
  • Náusea;
  • Fadiga;
  • Falta de concentração;
  • Desmaio;
  • Falta de ar;
  • Dor torácica;
  • Palidez.

Além dos sintomas apresentados, a pressão arterial pode diminuir de acordo com a posição do corpo. Quando a pessoa está de pé, a pressão arterial tende a ser maior nas pernas e mais baixa na cabeça; quando está deitada a pressão é nivelada, ficando igual em todo o corpo.

Ao se levantar, a pressão arterial também sofre mudanças e fica mais baixa, pois o sangue que estava nas pernas apresenta dificuldade em subir de volta ao coração, fazendo com que seja bombeado menos sangue.

Por isso que ao se levantar é importante sentar, para que assim, o sangue volte com mais facilidade para o coração, normalizando as batidas cardíacas.

Causas da hipotensão

A hipotensão pode ser causada por diversos fatores, como:

  • Dilatação das arteríolas
    • Causada por infecções bacterianas graves;
    • Consequência do uso de alguns medicamentos específicos;
    • Reações alérgicas.
  • Doenças cardíacas
    • Ataque cardíaco;
    • Taquicardia (batimentos cardíacos muito rápidos);
    • Braquicardia (batimentos cardíacos muito lentos);
    • Arritmia (ritmo cardíaco anormal).
  • Volume de sangue baixo
    • Desidratação;
    • Hemorragia.

Tratamento para hipotensão

O tratamento para hipotensão pode variar de acordo com cada pessoa, no qual é levado em consideração quais são as causas e sintomas apresentados. Em alguns casos, pode ser recomendado o uso de medicamentos específicos, que devem ser receitados por médicos.

De forma geral, orienta-se tomar algumas medidas que podem auxiliar a restabelecer a pressão arterial normal.

  • Deitar-se em posição confortável, mantendo a cabeça na mesma linha do corpo;
  • Elevar os pés, de modo que fique mais alto que o coração e a cabeça;
  • Ingerir água ou suco em pequenos goles;
  • Evitar ficar muito tempo sem comer.

Tipos de hipotensão

A hipotensão pode apresentar diferentes tipos que reúnem características próprias. Veja a seguir os tipos mais comuns.

Hipotensão postural

A hipotensão postural é também conhecida como hipotensão ortostática e ocorre depois que a pessoa fica muito tempo em uma posição e se move de forma brusca. Esse movimento repentino faz com que o fluxo sanguíneo e a pressão não se adeque ao corpo de forma rápida.

Assim, a recomendação é que seja retomada a posição inicial e o movimento aconteça de forma mais lenta e gradual, auxiliando o fluxo sanguíneo e a pressão a chegar corretamente em todas as partes do corpo.

Hipotensão neural mediada

A hipotensão neural mediada é muito comum em crianças e jovens e ocorre quando há falha na comunicação entre o cérebro e o coração. Geralmente acontece quando a pessoa fica muito tempo em pé, acumulando assim sangue nas pernas e contribuindo para que ocorra a queda na pressão.

Hipotensão pós-prandial

A hipotensão pós-prandial é mais comum em idosos e acontece, geralmente, após a ingestão de alimentos, pois o sangue flui para o sistema digestório.

Síndrome de Shy-Drager

A síndrome de Shy-Drager é uma doença do sistema nervoso autônomo, responsável pelo controle da frequência cardíaca, pressão arterial, digestão e respiração.

Gestação

A gravidez também pode causar hipotensão, especialmente entre o terceiro e sexto mês de gestação. A principal causa é que neste período o bebê está em desenvolvimento e assim, necessitando de sangue na placenta.

Referência:

  1. Velten, A. P. C., Benseñor, I., Souza, J. B. de ., & Mill, J. G.. (2019). Fatores associados à hipotensão ortostática em adultos: estudo ELSA-Brasil. Cadernos De Saúde Pública, 35(8), e00123718. https://doi.org/10.1590/0102-311X00123718

Hipertermia Maligna (HM)

A Hipertermia maligna é uma síndrome de origem genética, onde os indivíduos susceptíveis, quando expostos a determinados anestésicos (especialmente inalatórios) desenvolvem um quadro hipermetabólico, que caso não seja tratado imediatamente pode evoluir para óbito.

Foi descrita inicialmente na Austrália, no ano de 1960, por Denborough e Lowell, posteriormente outros casos foram descritos por em Wisconsin e Toronto.

A síndrome recebe esse nome, porque os indivíduos acometidos apresentam quadro de hipertermia e, na época em que foi descrito, a taxa de mortalidade era muito elevada. A incidência no mundo todo varia de 1:3000 a 1:250000 anestesias.

Como ocorre?

A hipertermia maligna ocorre, na maioria dos casos, devido à mutação de um canal de cálcio da musculatura esquelética. Essa mutação pode resultar na liberação exacerbada de cálcio no músculo, quando na presença de alguns anestésicos.

Isso pode resultar na destruição da fibra muscular esquelética. Como há um elevado consumo de energia, aumento de produção de CO2 e rápido aumento da temperatura corporal, com consequências bioquímicas e hematológicas, também pode haver a evolução para choque irreversível e colapso cardiovascular.

Tipos

Pode apresentar-se sob duas formas: início agudo e fulminante ou instalar-se insidiosamente. Pode ocorrer quando o indivíduo recebe a sua primeira anestesia, mas em um terço dos casos ocorre nas anestesias subsequentes.

Sintomas

Os sintomas apresentados por portadores da síndrome são: taquipneia, taquicardia, rigidez muscular, cianose e outros sinais hipermetabólicos.

Diagnósticos

Como os indivíduos susceptíveis só desenvolvem o quadro clínico quando são expostos aos agentes desencadeante, o diagnóstico é difícil.

O método utilizado até hoje como padrão, é o teste de contratura in vitro, onde uma amostra da musculatura do indivíduo mandada para análise apresenta resposta contrátil aumentada na presença do anestésico halotano e cafeína. Como esse teste e muito invasivo, o diagnóstico torna-se prejudicado pela reduzida adesão.

Antagonista

Existe apenas uma única droga capaz de reverter a crise, que é o dantrolene sódico, droga bloqueadora do canal de cálcio.

Os indivíduos susceptíveis podem levar uma vida normal. Apenas necessitam portar algum tipo de identificação da susceptibilidade a hipertermia maligna. Existem anestésicos que são considerados seguros para essa parcela da população, sendo assim, esses indivíduos podem ser submetidos a qualquer procedimento cirúrgico.

O que fazer na hipótese de Hipertermia Maligna

Uma vez estabelecida a hipótese diagnóstica de Hipertermia Maligna, a equipe deve:

  • Suspender os agentes desencadeadores imediatamente
  • Hiperventilar o paciente, com alto fluxo de oxigênio (100%)– para atender a demanda metabólica
  • Retirar os vaporizadores do circuito do equipamento de anestesia – Não é necessário trocar o equipamento de anestesia, pois isso acarretaria perda de tempo valioso para realizar outras medidas
  • Administrar o Dantrolene – o prognóstico é influenciado significativamente pelo tempo entre o início dos sintomas e a administração do fármaco
  • A anestesia será mantida com hipnóticos, opióides e bloqueadores neuromusculares adespolarizantes, conforme a necessidade do paciente
  • Resfriar o paciente. Utilizar resfriamento externo (aplicação de bolsas de gelo, colchão térmico) e interno (infusão de soluções geladas intravenosas, retais, vesicais– resfriamento ativo), se necessário, até atingir 38ºC – para evitar hipotermia
  • Monitorar a temperatura corporal
  • Corrigir a acidose metabólica e reduzir a hipercalemia
  • Tratar as arritmias cardíacas – geralmente são controladas com a correção da acidose de da hipercalemia
  • Manter diurese acima de 2ml/kg/h – com hidratação ou diuréticos
  • Concluir a cirurgia o mais rápido possível

Referências:

  1. http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertermia_maligna
  2. http://www.saj.med.br/hipertermia_maligna.htm
  3. http://medicalsuite.einstein.br/diretrizes/anestesia/hipertermia-maligna.pdf
  4. http://www.medcenter.com/Medscape/content.aspx?bpid=119&id=18660
  5. http://www.centrodeestudos.org.br/pdfs/hipertermia.pdf
  6. http://www.rbaonline.com.br/files/rba/jul96302.pdf