Com base no artigo Internacional “Malcolm E, Yisi...
Farmacologia
Veja alguns dos nossos principais assuntos relacionados à Farmacologia.
Aquecer Fluídos Intravenosos no Micro-Ondas: Saiba por que não deve fazer isso!
O aquecimento de soluções intravenosas e subcutâneas pode ser fundamental para prevenir a hipotermia pós-operatória, já que a diminuição da temperatura corporal por líquidos frios pode ser significante quando grandes volumes de soluções parenterais são administrados.
A hipotermia é uma complicação comum na ressuscitação fluídica da hipovolemia dos pacientes. Os fluidos intravenosos (IV) quentes demonstraram ser um adjunto na reposição de volume para evitar esta complicação.
O uso de fornos de micro-ondas para aquecer soluções cristaloides intravenosas, como a de cloreto de sódio a 0,9% (solução salina), teve início nos anos 1980.
Apesar de esse ser um método simples, rápido e amplamente disponível, a temperatura inicial não tem sido levada em conta no aquecimento das soluções.
A prática usual é colocar bolsas de 500 ml no forno de micro-ondas e aquecê-las durante 60 segundos à potência máxima; quando bolsas de 1.000 ml são usadas, o tempo é costumeiramente ajustado para 120 segundos.
Como a temperatura final dependerá da inicial, diferenças consideráveis poderão existir caso não sejam usados parâmetros mais precisos. Isso pode levar a soluções insuficientemente ou excessivamente aquecidas.
Uma prática muito comum é a estocagem de fluidos parenterais em depósitos onde a temperatura não é controlada. A temperatura desses fluidos tende a se equalizar com aquela do local onde são armazenados. Isso pode levar a diferenças significantes entre as temperaturas de soluções armazenadas no verão e no inverno.
Aquecer tais soluções com micro-ondas, usando sempre os mesmos ajustes, pode levar a temperaturas finais significativamente diferentes, já que as temperaturas iniciais são também bastante diversas.
O procedimento usual é ajustar os fornos de micro-ondas, de qualquer modelo ou potência, para a potência máxima e aquecer bolsas de 500 ml de solução salina durante um minuto, dobrando esse tempo para bolsas de 1.000 ml, sem considerar a temperatura inicial.
Não existem determinações legais na ANVISA/MS para o uso do forno de micro-ondas para aquecimento de soluções eletrolíticas. Nesse sentido, máquinas automáticas de aquecimento de fluidos intravenosos podem ser usadas, evitando a utilização de fornos de micro-ondas e de cálculos para seu uso, assim como microfissuras na embalagem, queimaduras, trombose venosa e hemólise geradas por superaquecimento.
Referências:
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Bagatini A, Nascimento L. Aquecimento de soluções cristalóides em forno de microondas: segurança e toxicidade. RevBrasAnestesiol. 1997; 47(3):237-44;
Sieunarine K, White GH. Full thicknessburnandvenousthrombosisfollowingintravenousinfusionofmicrowaveheatedcrystalloidfluids. Burns 1996; 22: 658–69;
Meyer et al. Estudo experimental do aquecimento adequado de solução cristaloide por micro-ondas e dedução de equação para seu cálculo. RevBrasCirPlást. 2012;27(4):518-22;
Medicamentos de Atenção Básica
Os medicamentos básicos ou essenciais são aqueles destinados à Atenção Primária à Saúde, satisfazendo as necessidades prioritárias de cuidados da saúde da população. Entre eles, destacamos analgésicos, antitérmicos, antibióticos e anti-inflamatórios.
Importante ressaltar que também seguem protocolos de condição de uso. Incluem-se os medicamentos controlados pela portaria 344, dispensados no NGA e Centro de Saúde I e medicamentos manipulados.
MEDICAMENTOS PARA ATENÇÃO BÁSICA (para dispensação aos pacientes)
TRATO ALIMENTAR E METABOLISMO
– Antiácidos e fármacos para o tratamento da úlcera péptica
HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO, 61,5 MG/ML, SUSPENSÃO ORAL FRASCO 150 ML
OMEPRAZOL 20 MG CÁPSULA
RANITIDINA 150 MG. COMPRIMIDO
– Agentes antiespasmódicos, anticolinérgicos e propulsivos
DIMETICONA 75MG/ML. FRASCO 10ML SOL ORAL
HIOSCINA 10 MG COMPRIMIDO (ESCOPOLAMINA BUTILBROMETO)
– Antieméticos e antinauseantes
METOCLOPRAMIDA 10 MG COMPRIMIDO
METOCLOPRAMIDA 4MG/ML. FRASCO 10ML SOL ORAL
– Laxativos
OLEO MINERAL PURO. FRASCO 100ML
– Fármacos utilizados em diabetes
GLIBENCLAMIDA 5 MG COMPRIMIDO
INSULINA HUMANA NPH 100 UI/ML. FRS 10ML FRASCO (CASA DO DIABÉTICO)
INSULINA HUMANA REGULAR 100 UI/ML. FRS 10ML FRASCO (CASA DO DIABÉTICO)
METFORMINA 850 MG COMPRIMIDO
– Vitaminas e Suplementos minerais
CARBONATO DE CALCIO 500MG (MANIPULADO) CÁPSULA
CARBONATO DE CÁLCIO 500MG + VITAMINA D 200 UI (MANIPULADO) CÁPSULA
CARBONATO DE CÁLCIO 500MG + VITAMINA D3 400 UI (MANIPULADO) CÁPSULA
MULTIVITAMINAS, ASSOCIADAS COM SAIS MINERAIS COMPRIMIDO
POLIVITAMINICO GOTAS. FRASCO 30ML
SAIS REIDRATACAO ORAL, ENVELOPE
TIAMINA. CLORIDRATO 300 MG COMPRIMIDO (NGA/CSI)
VITAMINAS DO COMPLEXO B, B1,B2,B3,B5,B6 DRÁGEA
Para ter acesso gratuito aos medicamentos, basta que o usuário apresente o CPF, um documento com foto e a receita médica válida (validade de 120 dias) em qualquer um dos estabelecimentos (farmácias e drogarias) credenciados no Programa “Aqui Tem Farmácia Popular”. Segue a lista dos medicamentos do Programa:
GLIBENCLAMIDA 5 MG, COMPRIMIDO
CLORIDRATO DE METFORMINA 500 MG, COMPRIMIDO
CLORIDRATO DE METFORMINA 850 MG, COMPRIMIDO
CLORIDRATO DE METFORMINA 500 MG, COMPRIMIDO DE AÇÃO PROLONGADA
INSULINA HUMANA NPH 100 UI/ML – SUSPENSÃO INJETÁVEL, FRASCOAMPOLA 10 ML
INSULINA HUMANA NPH 100 UI/ML – SUSPENSÃO INJETÁVEL, FRASCOAMPOLA 5 ML
INSULINA HUMANA NPH 100 UI/ML – SUSPENSÃO INJETÁVEL, REFIL 3ML (CARPULE)
INSULINA HUMANA NPH 100 UI/ML – SUSPENSÃO INJETÁVEL, REFIL 1,5ML (CARPULE)
INSULINA HUMANA REGULAR 100 UI/ML, SOLUÇÃO INJETÁVEL, FRASCOAMPOLA 10 ML
INSULINA HUMANA REGULAR 100 UI/ML, SOLUÇÃO INJETÁVEL, FRASCOAMPOLA 5 ML
INSULINA HUMANA REGULAR 100UI/ML, SOLUÇÃO INJETÁVEL, REFIL 3ML (CARPULES)
INSULINA HUMANA REGULAR 100UI/ML, SOLUÇÃO INJETÁVEL, REFIL 1,5ML (CARPULES)
Asma:
SULFATO DE SALBUTAMOL 5 MG/ML – SOLUÇÃO INALAÇÃO
SULFATO DE SALBUTAMOL 100 MCG/DOSE – ADMINISTRAÇÃO PULMONAR, INALADOR DOSEADO
BROMETO DE IPRATRÓPIO 0,25 MG/ML – ADMINISTRAÇÃO PULMONAR, SOLUÇÃO PARA INALAÇÃO
BROMETO DE IPRATRÓPIO 0,02 MG/DOSE – ADMINISTRAÇÃO PULMONAR, INALADOR DOSEADO
DIPROPIONATO DE BECLOMETASONA 50 MCG/DOSE – ADMINISTRAÇÃO PULMONAR, INALADOR DOSEADO
DIPROPIONATO DE BECLOMETASONA 200 MCG/CÁPSULA – ADMINISTRAÇÃO PULMONAR, CÁPSULAS INALANTES 1 (UMA) CÁPSULA
DIPROPIONATO DE BECLOMETASONA 200 MCG/DOSE – ADMINISTRAÇÃO PULMONAR, INALADOR DOSEADO
DIPROPIONATO DE BECLOMETASONA 250 MCG/DOSE – ADMINISTRAÇÃO PULMONAR, INALADOR DOSEADO
Considerações sobre o “Saúde Não Tem Preço”
Caso o paciente esteja impossibilitado de comparecer à farmácia ou drogaria:
Fica dispensada a obrigatoriedade da presença física do paciente, titular da prescrição médica e/ou laudo/atestado médico, quando se enquadrar na seguinte condição: incapacidade nos termos dos art. 3º e 4º do Código Civil, desde que comprovado.
Nesse caso, a dispensação somente será realizada mediante a apresentação dos seguintes documentos:
a) do paciente, titular da receita, CPF, RG ou certidão de nascimento;
b) do representante legal, o qual assumirá, juntamente com o estabelecimento, as responsabilidades pela efetivação da transação: CPF e RG. Considera-se representante legal aquele que for:
a) declarado por sentença judicial;
b) portador de instrumento público de procuração que outorgue plenos poderes ou poderes específicos para aquisição de produto de higiene pessoal junto ao Programa; ou
c) portador de instrumento particular de procuração com reconhecimento de firma, que autorize a compra de produto de higiene pessoal junto ao Programa.
Em caso de menores de idade:
O menor de idade portador de CPF poderá adquirir seus medicamentos normalmente. Para menores de idade que não possuírem CPF, pode-se aceitar o CPF do pai ou da mãe, até providenciar um próprio. Neste caso, o responsável legal deverá apresentar identidade civil que comprove a dependência do menor de idade, titular da receita médica.
O elenco de referência estabelecido por esta Portaria é composto de medicamentos integrantes da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME-2014 9ª edição-2015).
Farmacologia: Agonista Vs Antagonista
Na farmacologia, agonista refere-se às ações ou estímulos provocados por uma resposta, referente ao aumento (ativação) ou diminuição (inibição) da atividade celular. Sendo uma droga receptiva.
Agonista inverso causa uma ação oposta do agonista.
Os denominados antagonistas agem como bloqueadores dos receptores, ou seja, diminuem as respostas dos neurotransmissores, presentes no organismo. O antagonismo pode diminuir ou anular o efeito do agonista.
Os medicamentos sem prescrição médica, se misturados podem ser perigosos, podendo os mesmos interagir entre si.
Exemplos: morfina, fenilefrina e isoproterenol, benzodiazepinas e barbitúricos agem como agonistas.
Classificação
Os antagonistas são classificados em:
parcial/total
reversível/irreversível
competitivo/alostérico
O antagonista parcial não anula totalmente o efeito de um agonista, sendo este mais utilizado, já o total atua somente no problema, não interferindo nas partes que estão funcionando. Em caso de intoxicação é aconselhável o antagonista total, pois protege melhor o organismo.
No antagonista reversível/irreversível, o agonista tem ao poder de reverter e o outro de inibir os efeitos do antagonista. Já o antagonista competitivo impede o agonista de se encaixar, competindo com o mesmo e o alostérico atua em receptores que tem o efeito diminuidor liberado pelo agonista.
O efeito de um antagonista sobre o agonista se torna inferior devido as constantes estimulações.
Exemplos: Betabloqueadores, bloqueadores musculares, antagonistas benzodiazepínicos, antagonista dos receptores opioides.
Referências:
Leff P. The two-state model of receptor activation. Trends Pharmacol Sci 1995;16:8997. (Fornece a base teórica para a Equação 2.6; discute o tratamento quantitativo das interações fármacoreceptor.)
Pratt WB, Taylor P, eds. Principles of drug action: the basis of pharmacology. 3rd ed. New York: Churchill Livingstone; 1990. (Contém uma discussão detalhada de farmacodinâmica.)
Permanganato de Potássio: Como calcular?
O permanganato de potássio possui propriedades antibacterianas, antifúngicas e cicatrizantes, sendo por isso muito usado em infecções e problemas de pele como eczema, aftas, dermatite, acne, candidiase vaginal, vulvovaginites, catapora, brotoeja, feridas e coceira causada por alergias.
Para se usufruir dos benefícios do permanganato de potássio é importante fazer a diluição correta, indicada pelo médico, e respeitar o número de aplicações, assim como o tempo de tratamento.
Como usar
Para usufruir dos benefícios do permanganato de potássio, ele deve ser usado corretamente. Assim, antes de o utilizar, deve-se diluir 1 comprimido de 100 mg em cerca de 1 a 4 litros de água natural ou morna, dependendo do problema que se pretende tratar, que vai conferir à água uma coloração violeta.
Caso se trate de uma primeira aplicação, deve-se testar antes numa pequena região da pele e verificar se ocorre alguma reação, que é sinal de que a pessoa é alérgica a esta substância, e nestes casos, a solução não deve ser usada.
Depois disto, a solução pode ser usada de várias formas:
1. Banho de permanganato de potássio
Para utilizar o permanganato de potássio, pode-se fazer um banho, permanecendo dentro da solução por cerca de 10 minutos, todos os dias, até que as feridas desapareçam completamente. Deve-se evitar ao máximo o contato com o rosto.
2. Banho de assento de permanganato de potássio
Para fazer um bom banho de assento, deve-se permanecer sentado dentro de uma bacia com a solução, durante alguns minutos. Também se pode utilizar o bidê ou uma banheira de imersão.
3. Compressa de permanganato de potássio
Uma boa forma de usar a solução de permanganato de potássio, principalmente em idosos e bebês, por ser mais difícil fazer o banho, é mergulhar uma compressa nesta solução e de seguida passar no corpo.
Cuidados a ter e possíveis riscos
O permanganato de potássio é de uso exclusivamente externo. Não deve ser ingerido nem usado perto da região ocular, devido à sua elevada toxicidade.
Além disso, também nunca deve ser usado sem ser diluído e o comprimido não deve entrar em contato com as mãos devido à sua ação corrosiva, podendo causar irritação, vermelhidão, dor, queimaduras e manchas.
Cálculo de Permanganato
Apresentação do medicamento
Na bula do medicamento, você irá encontrar descrito a sua concentração numa forma peculiar de escrita, como por exemplo, 1:20.000.
O que isto significa 1:20.000?
Significa dizer que 1 grama está para 20.000 ml, ou seja, 1 grama está para 20 litros (20.000 ml = 20 litros, pois 1 litro é igual a 1000 ml).
Veja:
1:20.000 – Significa 1 grama em 20.000 ml;
1:40.000 – Significa 1 grama em 40.000 ml;
1:50.000 – Significa 1 grama em 50.000 ml.
Como as questões vão cobrar?
Geralmente as questões de cálculo de permanganato de potássio dão a concentração que deve ter a solução, por exemplo 1:50.000, e o medicamento disponível, geralmente 100 gramas. E em cima disso, é pedido para realizar o cálculo da quantidade em gramas, ou em fração de comprimido que deve ser diluído na quantidade prescrita.
Vamos resolver uma questão!
Questão 1
Foi prescrito 1 litro de solução de permanganato de potássio a uma concentração de 1:20.000, utilizando comprimidos de 100 mg. Para obter a solução prescrita, o profissional de enfermagem dissolver em 1 litro a quantidade de:
a) 25 mg (1/4 de comprimido);
b) 50 mg (1/2 de comprimido);
c) 100 mg (1 comprimido);
d) 150 mg (1 1/2 comprimidos);
e) 200 mg (2 comprimidos).
Antes de partirmos para a resolução, é muito importante retirar os dados do enunciado. Isto evita muitos erros.
Assim:
Prescrição: 1 litro de solução de permanganato de potássio numa concentração de 1:20.000;
Comprimidos disponíveis: 100 mg
Pergunta-se: Quantas mg do comprimido deve ser dissolvido em 1 litro para ter a concentração de 1:20.000?
Quando a concentração está numa proporção de 1:20.000, significa dizer que a concentração deve ser 1 grama para cada 20.000 ml.
Resolução
Para resolver a questão, basta montar regra de três simples considerando o seguinte raciocínio:
Se a concentração é de 1 grama para cada 20.000 ml, quanto será a concentração de 1 litro?
Não esqueça de realizar a conversão, pois o exercício quer a resposta em mg e em ml.
1 grama = 1000 mg
1 litro = 1000 ml
Reformulando a pergunta: Se a concentração é de 1000 mg para cada 20.000 ml, quanto será X mg para 1000 ml?
1000 mg ————————–20.000 ml
X mg ——————————-1000 ml
(multiplique cruzado)
20.000 . X = 1000 . 1000
20.000X = 1.000.000
X = 1.000.000 / 20.000
X = 50 mg
Basta utilizar 1/2 comprimido, ou seja 50 mg.
Resposta letra B.
Foi prescrito 1.000 ml de solução de permanganato de potássio na concentração de 1:40.000 ml com comprimidos de 100 mg. Para obter a solução prescrita, o profissional de enfermagem utilizar quantos comprimidos:
Vale lembrar que a padronização vai variar muito de cada instituição (conforme POP), portanto cabe identificar a utilização do que é feito em seu setor!
Referências:
uptodate/Usp
ATB Sanford 2019
Novos Anticoagulantes Orais (NOACs)
Os Novos Anticoagulantes Orais (New Oral Anticoagulants – NOACs), anticoagulantes orais diretos (Direct Oral Anticoagulants – DOACs) ou anticoagulantes orais não antagonistas da vitamina K (Non-vitamin K antagonist oral anticoagulants – NOACs), surgiram por causa das dificuldades para atingir anticoagulação ideal com tratamento com varfarina (por mais de meio século, a varfarina, um antagonista da vitamina K, foi o único anticoagulante oral disponível).
Sendo assim atribuídas ao seu início lento de ação, efeitos farmacológicos variáveis e numerosas interações com alimentos e medicamentos. Estas deficiências levaram ao desenvolvimento de novos anticoagulantes orais.
Podemos dividir estes fármacos em 2 grupos distintos consoante o seu mecanismo de ação: os inibidores do fator Xa e os inibidores do factor IIa (trombina).
Farmacocinética
Os novos anticoagulantes orais têm ação de início rápido e são administrados em doses fixas, sem necessidade de monitoramento laboratorial de rotina, como é o caso clássico dos antagonistas de vitamina K.
Além disso, tem meia-vida curta, o que facilita o manejo do paciente quando há necessidade de suspensão dessas drogas para realização de um procedimento diagnóstico ou cirúrgico. Por outro lado, a menor meia-vida gera maiores riscos quando se trata de esquecimento na tomada de uma dose que seja.
Propriedades farmacológicas dos NOACS aprovados no Brasil (2018)
Medicação
Inibição alvo
Pico de ação e Meia-vida
Antídoto
Dose e Posologia
Interação
Eliminação
Dabigatrana (Pradaxa®)
Trombina
1 – 3h e
12 – 17h
Idarucizumabe (Praxbind) 5g
150mg 2x
(110 mg 2x)*
Rifampicina
Quinidina
Amiodarona
80% Renal
20% Hepática
Rivaroxabana (Xarelto®)
FXa
2 – 4h e
7 – 13h
Em estudo
20 mg 1x
Cetoconazol
Ritonavir
Rifampicina
35% Renal
65% Hepática
Apixabana (Eliquis®)
FXa
1 – 3h e
9 – 14h
Em estudo
5 mg 2x
Cetoconazol
Ritonavir
Rifampicina
25% Renal
75% Hepática
Edoxabana (Lixiana®)
FXa
1 – 2 h e
10 – 14 h
Em estudo
60 mg 1x
(30 mg 1x)**
Ciclosporina
Cetoconazol
35% Renal
65% Hepática
*ClCr > 30 mg/dL. Para ClCr 15-30 mg/dL 75 mg 2x. Dose ajustada de 110 mg 2x para idosos ≥ 80 anos; FXa = Fator X ativado; **ClCr 15 – 50 mg/dL ou Peso ≤ 60 kg ou inibidores da glicoproteína-P;
Referências:
Shapiro S (2003) Treating thrombosis in the 21st century. N Engl J Med 349:1762-1764
Pirmohamed M. Warfarin: almost 60 years old and still causing problems. British Journal of Clinical Pharmacology. 2006;62(5):509-511.
Alexander J, Singh K (2005) Inhibition of factor Xa: a potential target for the development of new anticoagulants. Am J Cardiovasc Drugs 5:279-290.
Nielsen P., Lane D.A., Rasmussen L.H., et al.(2015) Renal function and non-vitamin K oral anticoagulants in comparison with warfarin on safety and efficacy outcomes in atrial fibrillation patients: a systemic review and meta-regression analysis. Clin Res Cardiol 104:418–429.
RP Giugliano, CT Ruff, E Braunwald, et al.Once-daily edoxaban versus warfarin in patients with atrial fibrillation N Engl J Med, 369 (2013), pp. 2093-2104
CB Granger, JH Alexander, JJ McMurray, et al., the ARISTOTLE Committees and InvestigatorsApixaban versus warfarin in patients with atrial fibrillation
MR Patel, KW Mahaffey, J Garg, et al., the ROCKET AF InvestigatorsRivaroxaban versus warfarin in nonvalvular atrial fibrillation. N Engl J Med, 365 (2011), pp. 883-891
SJ Connolly, MD Ezekowitz, S Yusuf, et al., the RE-LY Steering Committee and InvestigatorsDabigatran versus warfarin in patients with atrial fibrillation. N Engl J Med, 361 (2009), pp. 1139-1151
Nitratos: Entenda sua função!
Os nitratos são vasodilatadores que relaxam ou dilatam os vasos sanguíneos, para reduzir a resistência. Isto reduz a pressão arterial e facilita o fluxo sanguíneo no corpo, melhorando os sintomas.
Farmacologia
O nitrato relaxa as células musculares lisas, como aquelas existentes nos vasos sanguíneos.
O efeito antianginoso é devido a dois mecanismos:
Os nitratos dilatam vasos colaterais que permitem maior quantidade de sangue passar pelo miocárdio. Também reduzem o trabalho cardíaco ao reduzir a tensão arterial periférica.
Logo eles aumentam o suprimento de oxigênio ao coração e diminuem as suas necessidades ao mesmo tempo.
Os Efeitos do Nitrato
Alívio imediato da dor causada pela angina.
Vasodilatação das coronárias e outros vasos (vasos do pênis – especialmente com sildenafila (Viagra)).
Relaxamento do esófago, brônquio, intestino e canais biliares (o seu músculo liso é igualmente sensível).
Quais são os Benefícios esperados?
Os nitratos reduzem a ocorrência e a intensidade da dor torácica (angina de peito) e por isso, são administrados para aliviar os sintomas. Outros vasodilatadores, como o Hidralazina e o Minoxidil, poderão ser usados para melhorar os sintomas como a falta de ar.
Os Efeitos Secundários
Os vasodilatadores poderão causar pressão arterial baixa, provocando tonturas ou sensação de desmaio ao sentar-se ou levantar-se muito rapidamente.
Outros efeitos secundários incluem dores de cabeça, rubor, palpitações e congestão nasal. As dores de cabeça são especialmente comuns nos vasodilatadores de ação prolongada, como os nitratos.
Efeitos Colaterais
Os efeitos adversos são:
O nitrato encontrado em águas minerais é associado ao risco de duas doenças graves: a metamoglobinemia, conhecida como Síndrome do Bebê Azul e o Câncer Gástrico. O Instituto do Câncer e estudos da literatura médica alertam sobre ingestão de água proveniente de poços que contêm uma alta concentração de nitrato está relacionada com a incidência do Câncer de Estômago.
Hipotensão postural (devido à vasodilatação).
Dores de cabeça.
Perigo de choque por hipotensão se sildenafil e outros nitratos forem tomados pela mesma pessoa.
Indicações de Uso
No tratamento da angina pectoris estável e instável.
O sildenafil é usado no tratamento da disfunção erétil (impotência) do homem.
Os nitratos só têm efeito em administrações limitadas. Se administrado continuamente desenvolve-se resistência aos seus efeitos. Eles são apenas usados para diminuir a dor quando ela surge na angina; ou antes do ato sexual (sildenafil).
Fármacos
Nitroglicerina (trinitrato de glicerilo, Nitromint®, Nitradisc®, Nitro-Dur®, Epinitril®, Plastranit®, Nitroderm-TTS®): este potente explosivo é utilizado como componente principal da dinamite, desenvolvida por Alfred Nobel. As suas ações farmacológicas não estão relacionadas diretamente com as suas propriedades explosivas porém o medicamento, foi descoberto a partir de pessoas que respiravam numa atmosfera impregnada desse composto químico e que levou, o cientista, a usar elementos dessa substância. Ela não é explosiva dentro do corpo humano (em solução aquosa).
Mononitrato de isossorbida (Imdur, Monopront®, Ismo retard®, Monoket®): duração maior.
A sialorreia é caracterizada pelo excesso de salivação ou pela incapacidade de conter a saliva na boca, causando efeitos negativos importantes na saúde e na qualidade de vida do indivíduo, pois afeta a higiene, a nutrição, o sono, a fala e pode gerar estigma.
Esse é um sintoma comum em doenças neurológicas, como a paralisia cerebral e em pacientes com sequelas decorrentes de acidente vascular cerebral.
Existem diversas formas de controle da sialorreia descritas na literatura, como terapia medicamentosa, aplicação de toxina botulínica, radioterapia e procedimentos cirúrgicos.
Contudo, algumas dessas abordagens podem não ser viáveis em alguns casos e o ideal é que se opte, sempre que possível, por formas de tratamento menos invasivas.
O uso da Atropina para o tratamento de Sialorreia Intensa
No Brasil, a atropina pode ser encontrada em duas formas farmacêuticas: como solução injetável, que tem como uma das indicações o uso como pré-anestésico para reduzir a produção de saliva, e na forma de colírio, que é utilizada em exames e tratamentos oftalmológicos.
Na prática clínica, há relatos de que o uso do colírio de atropina também ocorre de modo off-label por via sublingual, com o objetivo de controlar a sialorreia, pois promove a inibição local das secreções.
Os estudos disponíveis sobre a eficácia da atropina no tratamento da sialorreia são escassos e apresentam limitações importantes, sendo que muitas vezes não fica claro qual foi a forma farmacêutica da atropina avaliada no estudo.
Ainda assim, esses estudos fornecem evidências que podem ser úteis ao se considerar o uso sublingual da atropina no tratamento da sialorreia.
As evidências disponíveis até o momento não nos permitem afirmar que o uso da atropina por via sublingual é eficaz no tratamento da sialorreia.
Na maioria dos casos, o benefício da atropina na redução da saliva é temporário ou os efeitos adversos (boca excessivamente seca, constipação e retenção urinária) inviabilizam a continuidade do uso.
É importante ressaltar ainda que a utilização do colírio oftalmológico por via sublingual pode aumentar as chances de erros de medicação, como a administração por via incorreta e erros de dose.
Tendo em vista a escassez de tratamentos para a sialorreia, é importante considerar que alguns pacientes podem se beneficiar com o uso desse medicamento nessas condições, no entanto, é necessário que a relação entre potenciais riscos e benefícios dessa alternativa terapêutica seja avaliada individualmente, de maneira rigorosa e contínua.
Referências:
Hall JE. Funções secretoras do trato alimentar. No Hall JE, ed. Guyton & Hall Textbook of Medical Physiology, 12ª ed. Filadélfia: SaundersElsevier; 2011. pp. 773-776
Rius JM, Llobet LB, Soler EL, Farré M. Salivary Secretory Disorders, Inducing Drugs, and Clinical Management. Int J Med Sci. 2015; 12(10):811-824. Acesso 2020 julho 30. DOI:10.7150/ijms.12912
De Simone GG, Eisenchlas JH, Junin M, Pereyra F, Brizuela R. Atropine drops for drooling: a randomized controlled trial. Palliative medicine. 2006;20(7):665-71.
Scully C, Limeres J, Gleeson M, Tomás I, Diz P. Drooling. J Oral Pathol Med. 2009;38 (4): 321-7.
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Atropion. Responsável técnico: Eliza Yukie Saito. São Paulo: Blau Farmacêutica S.A., 2018. Bula de medicamento.
Atropina: colirio. Responsável técnico: Dra. Elizabeth Mesquita. São Paulo: Allergan Produtos Farmacêuticos Ltda, 1979. Bula de medicamento.
Silva PC, Gomes MO, Dallarmi. Drug and off-label use. Visão Acadêmica, Curitiba, v.12, n.2, p. 65-73, Jul./Dez./2011. Acesso 2020 julho 30. DOI: http://dx.doi.org/10.5380/acd.v12i2.25221
Norderyd J , Graf J, Marcusson A , Nilsson K , Sjöstrand E, Steinwall G, Ärleskog E , Bågesund M. Sublingual administration of atropine eyedrops in children with excessive drooling – a pilot study. Int J Paediatr Dent. 2017; 27 (1): 22-29. Acesso 2020 agosto 14. DOI: https://doi.org/10.1111/ipd.12219
Leung JG, Schak KM. Potential problems surrounding the use of sublingually administered ophthalmic atropine for sialorrhea. Schizophreniaresearch. 2017;185:202-3.
Soro Antiofídico: Como é produzido?
O Soro Antiofídico é utilizado como antídoto quando uma pessoa é picada por uma serpente. Dependendo do tipo de cobra que causou o acidente, existe um tipo de soro – afinal, são muitas espécies de cobras.
Porém, o processo de produção de cada soro é o mesmo, e a efetividade do produto também.
Como é produzido o soro antiofídico?
O primeiro passo é extrair da serpente o veneno e transformá-lo em antígeno. Antígenos são substâncias capazes de fazer o sistema imunológico reagir, produzindo anticorpos.
Os antígenos são aplicados em cavalos, em pequenas doses (que não prejudicam a saúde do animal), para provocar a produção de anticorpos. Dependendo do antígeno, será produzido um tipo de anticorpo específico contra cada veneno – se o antígeno tiver sido extraído de uma cobra coral, o anticorpo produzido combaterá o veneno da cobra coral.
Quando se formam anticorpos suficientes no organismo do cavalo, o plasma (a parte do sangue onde ficam os anticorpos) é coletado.
Após testes, o plasma é submetido a um processamento industrial, utilizando métodos físico-químicos, obtendo ao final os soros específicos. Os soros antiofídicos são envasados em frascos-ampola com 10 ml de solução líquida contendo anticorpos purificados.
Nas diversas etapas de produção, os soros passam por testes de controle de qualidade, garantindo ao final produtos seguros e eficazes. Pronto! Está feito o soro antiofídico.
Os Tipos de Soros
Anticrotálico: Soro utilizado para o tratamento de acidentes com cobras cascavéis (gênero Crotalus);
Antibotrópico: Soro utilizado para o tratamento de acidentes com jararacas (gênero Bothrops);
Antielapídico: Soro utilizado para o tratamento de acidentes com serpentes da família das corais (gênero Micrurus);
Polivalente: Soro utilizado quando não se sabe a serpente que picou o paciente. Esse produto é feito com venenos de jararaca e cascavel.
Reações Adversas
Assim como qualquer medicamento, o soro antiofídico pode desencadear reações adversas após a aplicação. É comum o relato de coceira e vermelhidão na pele, vômitos, tosse e crise de asma.
Apesar de pouco frequente, pode ocorrer choque anafilático, a forma mais grave de reação de hipersensibilidade. Pode ocorrer também uma reação tardia conhecida como Doença do Soro, que surge de 5 a 24 dias após a administração do soro e desencadeia coceira, febre, aumento de gânglios, dores articulares e até mesmo comprometimento neurológico e renal.
O uso dos soros antiofídicos é a principal forma de evitar consequências graves em decorrência de picadas de serpentes.
Cuidados após a picada
Procure um médico caso sofra esse tipo de acidente. É importante também que nenhuma substância seja aplicada no local da picada, não sejam realizados torniquetes e cortes no local e o paciente mantenha-se calmo, hidratado e em repouso enquanto procura um hospital.
Atenção:Para evitar acidentes com serpentes, lembre-se sempre de usar botas ou perneiras quando estiver em locais que podem esconder esses animais e nunca colocar a mão embaixo de entulhos, dentro de tocas, buracos e cupinzeiros.
A Via ou Injeção Intravítrea, se faz quando a medicação é aplicada diretamente no vítreo (região interna e posterior do olho), para o tratamento de várias doenças vítreorretinianas e, em especial, no tratamento de doenças retinianas como Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI).
Como funciona?
A injeção intravítrea é realizada em ambiente cirúrgico, obedecendo-se todos os princípios de antissepsia e assepsia, com anestesia tópica e uso de colírio de iodo, para a prevenção da rara porém muito grave complicação denominada endoftalmite (infecção intraocular disseminada).
Outras complicações, também raras, durante e após o procedimento são as hemorragias intraoculares e o descolamento de retina.
O paciente chega ao hospital ou clínica, entre 30 e 60 minutos de antecedência, para fazer a dilatação da pupila e a aplicação de colírio anestésico. Não é necessário usar a anestesia geral, apenas local (gel ou colírio). Em seguida, o médico realiza a aplicação, com procedimento rápido e indolor.
Dentro de poucos dias, a pessoa pode voltar às atividades cotidianas mais leves. Os exercícios físicos mais intensos devem ser praticados somente após uma semana contada a partir da data do procedimento. A única contraindicação para a realização da injeção intravítrea é a presença de infecção ocular, que deve ser tratada antes do procedimento.
Indicações da Via Intravítrea
Degeneração Macular relacionada à Idade (DMRI);
Retinopatia Diabética;
Membranas Neovasculares e edemas retinianos por outras etiologias, como oclusões vasculares;
Edema Macular Diabético;
Oclusão da veia da retina.
Tipos de Medicamentos que podem ser administrados
Existem 2 tipos principais de medicamentos que podem ser injetados: os antiangiogênicos (que impedem a formação de novos vasos ou neovasos) e os corticoides (anti-inflamatórios).
Também podem ser aplicados antibióticos, bactericidas e fungicidas, de acordo com o tipo de infecção.
Tanto os corticoides quanto os antiangiogênicos são aplicados para o controle de doenças que levam ao edema ou hemorragia da mácula (região central da retina). O procedimento dura poucos minutos.
Principal Cuidado Pós Operatório
Deve seguir com o uso de colírio antibiótico nos primeiros três dias, prescrito pelo médico, no qual reduzem significativamente o surgimento de complicações.
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