A sonda retal é indicada para aliviar a tensão provocad...
Coberturas
Permanganato de Potássio: Como calcular?
O permanganato de potássio possui propriedades antibacterianas, antifúngicas e cicatrizantes, sendo por isso muito usado em infecções e problemas de pele como eczema, aftas, dermatite, acne, candidiase vaginal, vulvovaginites, catapora, brotoeja, feridas e coceira causada por alergias.
Para se usufruir dos benefícios do permanganato de potássio é importante fazer a diluição correta, indicada pelo médico, e respeitar o número de aplicações, assim como o tempo de tratamento.
Como usar
Para usufruir dos benefícios do permanganato de potássio, ele deve ser usado corretamente. Assim, antes de o utilizar, deve-se diluir 1 comprimido de 100 mg em cerca de 1 a 4 litros de água natural ou morna, dependendo do problema que se pretende tratar, que vai conferir à água uma coloração violeta.
Caso se trate de uma primeira aplicação, deve-se testar antes numa pequena região da pele e verificar se ocorre alguma reação, que é sinal de que a pessoa é alérgica a esta substância, e nestes casos, a solução não deve ser usada.
Depois disto, a solução pode ser usada de várias formas:
1. Banho de permanganato de potássio
Para utilizar o permanganato de potássio, pode-se fazer um banho, permanecendo dentro da solução por cerca de 10 minutos, todos os dias, até que as feridas desapareçam completamente. Deve-se evitar ao máximo o contato com o rosto.
2. Banho de assento de permanganato de potássio
Para fazer um bom banho de assento, deve-se permanecer sentado dentro de uma bacia com a solução, durante alguns minutos. Também se pode utilizar o bidê ou uma banheira de imersão.
3. Compressa de permanganato de potássio
Uma boa forma de usar a solução de permanganato de potássio, principalmente em idosos e bebês, por ser mais difícil fazer o banho, é mergulhar uma compressa nesta solução e de seguida passar no corpo.
Cuidados a ter e possíveis riscos
O permanganato de potássio é de uso exclusivamente externo. Não deve ser ingerido nem usado perto da região ocular, devido à sua elevada toxicidade.
Além disso, também nunca deve ser usado sem ser diluído e o comprimido não deve entrar em contato com as mãos devido à sua ação corrosiva, podendo causar irritação, vermelhidão, dor, queimaduras e manchas.
Cálculo de Permanganato
Apresentação do medicamento
Na bula do medicamento, você irá encontrar descrito a sua concentração numa forma peculiar de escrita, como por exemplo, 1:20.000.
O que isto significa 1:20.000?
Significa dizer que 1 grama está para 20.000 ml, ou seja, 1 grama está para 20 litros (20.000 ml = 20 litros, pois 1 litro é igual a 1000 ml).
Veja:
1:20.000 – Significa 1 grama em 20.000 ml;
1:40.000 – Significa 1 grama em 40.000 ml;
1:50.000 – Significa 1 grama em 50.000 ml.
Como as questões vão cobrar?
Geralmente as questões de cálculo de permanganato de potássio dão a concentração que deve ter a solução, por exemplo 1:50.000, e o medicamento disponível, geralmente 100 gramas. E em cima disso, é pedido para realizar o cálculo da quantidade em gramas, ou em fração de comprimido que deve ser diluído na quantidade prescrita.
Vamos resolver uma questão!
Questão 1
Foi prescrito 1 litro de solução de permanganato de potássio a uma concentração de 1:20.000, utilizando comprimidos de 100 mg. Para obter a solução prescrita, o profissional de enfermagem dissolver em 1 litro a quantidade de:
a) 25 mg (1/4 de comprimido);
b) 50 mg (1/2 de comprimido);
c) 100 mg (1 comprimido);
d) 150 mg (1 1/2 comprimidos);
e) 200 mg (2 comprimidos).
Antes de partirmos para a resolução, é muito importante retirar os dados do enunciado. Isto evita muitos erros.
Assim:
Prescrição: 1 litro de solução de permanganato de potássio numa concentração de 1:20.000;
Comprimidos disponíveis: 100 mg
Pergunta-se: Quantas mg do comprimido deve ser dissolvido em 1 litro para ter a concentração de 1:20.000?
Quando a concentração está numa proporção de 1:20.000, significa dizer que a concentração deve ser 1 grama para cada 20.000 ml.
Resolução
Para resolver a questão, basta montar regra de três simples considerando o seguinte raciocínio:
Se a concentração é de 1 grama para cada 20.000 ml, quanto será a concentração de 1 litro?
Não esqueça de realizar a conversão, pois o exercício quer a resposta em mg e em ml.
1 grama = 1000 mg
1 litro = 1000 ml
Reformulando a pergunta: Se a concentração é de 1000 mg para cada 20.000 ml, quanto será X mg para 1000 ml?
1000 mg ————————–20.000 ml
X mg ——————————-1000 ml
(multiplique cruzado)
20.000 . X = 1000 . 1000
20.000X = 1.000.000
X = 1.000.000 / 20.000
X = 50 mg
Basta utilizar 1/2 comprimido, ou seja 50 mg.
Resposta letra B.
Foi prescrito 1.000 ml de solução de permanganato de potássio na concentração de 1:40.000 ml com comprimidos de 100 mg. Para obter a solução prescrita, o profissional de enfermagem utilizar quantos comprimidos:
O PHMB(polyhexametileno biguanida), também conhecido por Polihexanida, composto antisséptico e antimicrobiano, é um polímero sintético estruturalmente similar aos peptídeos antibacterianos, que lhe permite inserir-se nas membranas celulares das bactérias e matá-las.
BENEFÍCIO:
Antimicrobiano;
Não é tóxico aos tecidos vivos;
Fácil e simples de usar
Aplicação prática;
Princípio ativo com baixo potencial alergênico;
Pode ser aquecido até a temperatura corporal;
Permanece aberto por até 08 semanas;
Não há risco de novas contaminações das feridas;
Absorve odores ferida;
Compatível com curativos comumente usados;
INDICAÇÃO DE USO:
Indicado para limpeza, descontaminação e umidificação do leito das feridas agudas ou crônicas;
Feridas colonizadas, criticamente colonizadas e infectadas;
Queimaduras de grau I e II;
Remove biofilmes, prepara o leito da ferida para receber curativo;
Feridas: úlceras por pressão de estágio I a IV, úlceras arteriais, venosas e mistas, úlceras pós cirúrgicas, áreas doadoras de enxerto, úlceras infectadas ou não.
PRECAUÇÃO/CONTRAINDICAÇÃO:
Aplicação em cartilagem hialina;
Queimaduras grau III e IV;
Instilação em cavidades que não tenha visualização da profundidade.
FREQUÊNCIA DE TROCA:
Mantém sua atividade em ambiente úmido por até 72 horas.
CONSIDERAÇÕES:
Solução de irrigação de feridas – deve ficar no leito da ferida em pausa de 10 a 15 min.
Gaze Rayon
A Gaze Rayon é um curativo estéril, não aderente, constituído por malha de acetato e celulose (Rayon), impregnada com ácidos graxos essenciais (AGE), que estimula o processo de cicatrização.
O AGE hidrata a ferida e favorecem a atividade celular no local, estimulando o processo de cicatrização da pele.
Indicação de Uso
Para feridas em fase de granulação e epitelização, tais como:
– Feridas não infectadas, secas ou exsudativas;
– Exposição de ossos e tendões;
– Feridas cirúrgicas;
– Queimaduras (1º e 2º grau);
– Áreas doadoras ou receptoras de enxerto;
– Úlceras.
Características
Enriquecido com AGEs
Hidratam a ferida, mantendo um ambiente úmido ideal para a cicatrização favorecendo desbridamento autolítico ou mecânico de tecidos inviáveis. Os AGEs também favorecem a atividade celular no local da ferida, reforçando o estímulo ao processo de cicatrização da pele.
Remoção
É Fácil de ser removido.
Não aderente
Diferente das fazes de algodão, o curativo não entra em contato com a ferida.
Controle de Dor
Minimiza dor e traumas das trocas.
Cicatrização
Reduz a perda do tecido récem-formado pois mantém a umidade no leito da lesão, contribuindo para o processo de cicatrização.
Estéril
Esterilizado pelo processo de irradiação (radiação gama de Cobalto 60).
Curativo Secundário
Deve ser usado comum curativo secundário estéril para absorção do exsudato da ferida e para proteger o curativo contra exposição direta da luz solar.
Redução de Fluídos
Tecido Rayon poroso e permeável que permite a ferida respirar e auxilia o fluxo do exsudato pelo curativo secundário, reduzindo o acúmulo de fluido no local da lesão.
Não alérgico
Tecido Rayon é isento de substâncias alergênicas e possui bordas bem acabadas.
Recortável
De acordo com o tamanho da ferida sem provocar desprendimento de filamentos, com manutenção do meio úmido.
As Contraindicações
Não deve ser utilizado em pacientes com conhecida sensibilidade ao produto ou a algum de seus componentes, e não é indicado para pacientes que estejam recebendo tratamento por câmara hiperbárica.
Cuidados
O tratamento de feridas com o produto deve ser acompanhado por um profissional da saúde;
É um produto de uso único, não devendo ser reutilizado e devendo ser totalmente descartado após a troca de curativo;
Deve se agir conforme os procedimentos de manuseio de lixo hospitalar determinados pelo estabelecimento de saúde;
Se o produto for reutilizado, o paciente possuirá grande risco de receber um tratamento não eficiente ou apresentar uma infecção no local da ferida ou generalizada, retardando o processo de cicatrização e prejudicando seriamente seu estado de saúde;
Em casos de irritação (reação alérgica) ou qualquer outro efeito adverso durante o uso do produto, deve-se suspender a utilização imediatamente e procurar orientação médica;
Não utilize o produto se a embalagem estiver violada e/ou danificada;
Não se deve expor o curativo ou a lesão que esteja coberta somente com este produto à luz solar.
Papaína a 10%
A Papaína é uma enzima proteolítica proveniente do mamão, Carica papaya Linn., e é muito empregada na indústria alimentícia, cosmética e farmacêutica.
No Brasil, Lina Monetta foi a primeira autora a reportar cientificamente os resultados da utilização da papaína in natura, bem como diluída no tratamento de feridas.
No entanto, o uso da papaína já é consagrado na literatura internacional desde a década de 50.
BENEFÍCIO:
Promove desbridamento químico / enzimático;
Bactericida e bacteriostático.
INDICAÇÃO DE USO:
Lesões com presença de granulação (concentração 2%);
Necrose de liquefação / esfacelo (4-6%);
Necrose de coagulação/escara (8-10%);
Feridas secas ou exsudativas;
Planas e/ou cavitárias;
Feridas infectadas.
PRECAUÇÃO/CONTRAINDICAÇÃO:
Sensibilidade aos componentes do produto;
Pacientes alérgicos à látex não devem utilizar a papaína.
FREQUÊNCIA DE TROCA:
A cada 24 horas, antes se o curativo secundário estiver saturado.
CONSIDERAÇÕES:
Os recipientes utilizados para diluição e armazenamento não devem ser metálicos, pois provocam oxidação e inativação da enzima.
Blood Stop
O Curativo adesivo antisséptico “Blood Stop” são utilizados em procedimentos pós punção, seja o procedimento intravenoso ou intramuscular, voltado para hospitais e laboratórios que prezam pela qualidade no momento da finalização dos exames laboratoriais.
Fácil e rápido de aplicar, ele substitui o algodão e o esparadrapo, além de resolver o problema do improviso na finalização de exames e aplicações de injeção, pois auxilia no controle de estoque e acaba com o desperdício de material.
Além disso, é o único com múltiplas camadas que permitem alta absorção do sangue. Apresenta formato circular e é composta por múltiplas camadas em não tecido de algodão e poliéster, com adesivo hipoalérgico que garante alta fixação e proteção segura do local aplicado.
Existem versões para adultos e pediatria (com ilustrações divertidas nas bandagens).
Hidropolímero
Hidropolímero é um curativo surgido na década de 1990, que faz parte, junto com as coberturas de hidrogel e alginato de cálcio dos modernos recursos disponíveis aos enfermeiros na prevenção e tratamento de feridas.
BENEFÍCIO:
Mantém o meio úmido;
Favorece o debridamento autolítico;
Absorve grande quantidade de exsudato;
Reduz o trauma na troca do curativo.
INDICAÇÃO DE USO:
Lâmina: feridas planas;
Espumas de preenchimento: Feridas cavitárias.
PRECAUÇÃO/CONTRAINDICAÇÃO:
Feridas secas;
Queimaduras de terceiro grau;
Feridas com necrose de coagulação (escara).
FREQUÊNCIA DE TROCA:
A frequência das trocas deverá ser estabelecida de acordo com a avaliação do profissional que acompanha o cuidado.
CONSIDERAÇÕES:
Podem ter formulações associadas com antimicrobianos ou anti-inflamatórios;
Podem ser ou não recortáveis.
Curativo para Traqueostomia
Hoje em dia existem tecnologias à favor aos cuidados com o paciente traqueostomizado, obtendo coberturas para curativos essenciais ao cuidado tanto em âmbito hospitalar e domicilar, o que chamamos de “Curativos para Traqueostomia” à base de espuma de poliuretano e hidrocelular.
Vantagens
A estrutura exclusiva do curativo permite que o mesmo absorva grandes quantidades de secreção;
A secreção deve estar bem fluída para melhor absorção pelo curativo;
Previne a maceração e auxilia a manter as boas condições da pele na área periestomal;
Capacidade de permanecer no local por até 7 dias;
Minimiza a aderência tanto à pele periestomal quanto à cânula de traqueostomia, reduz o trauma ao paciente durante o uso e a troca;
A película externa de poliuretano do curativo age como barreira contra bactérias, prevenindo contaminação. É também uma barreira contra líquidos, o que evita extravazamento de secreções pela parte frontal do curativo;
O curativo proporciona aparência limpa e funcional que auxilia o paciente e seus cuidadores.
Algumas Observações e Cuidados de Enfermagem
O Curativo para Traqueostomias deve ser trocado antes que o curativo fique saturado.Isso ocorrerá quando for observada uma mancha escura sob a película externa, aproximadamente a 1 cm de distância da borda, quando o curativo secundário apresentar sinais de saturação (como aumento de volume) ou quando o curativo for retirado para trocas rotineiras;
Intervalo de Trocas: pode permanecer no local por até sete dias, dependendo da quantidade de exsudato, e durante o início do tratamento o curativo deve ser inspecionado regularmente, e a necessidade da frequência da troca deve ser avaliada pelo profissional da saúde responsável.
Desbridamento de Feridas
O desbridamento de feridas consiste na remoção do tecido não viável, detritos celulares, exsudado e todos os resíduos estranhos, de forma a minimizar a infecção da ferida e promover a sua cicatrização.
Este procedimento é executado regularmente em meio hospitalar e em ambulatório, mas casos de gravidade moderada a elevada são enviados para o hospital, para uma maior vigilância e acompanhamento.
É um procedimento de moderado a altamente invasivo, muitas vezes doloroso, sendo necessário recorrer a analgesia eficaz, embora nem todos os casos necessitam.
Devendo ser executado por enfermeiros capacitados, o familiar de referência e/ ou prestador de cuidados pode estar presente a quando da execução deste procedimento, a menos que a sua presença interfira com a prestação de cuidados adequados ou a pedido do utente.
A presença de tecido necrótico, detritos celulares, exsudato e outros resíduos podem atrasar o processo de cicatrização da ferida, uma vez que promovem a proliferação bacteriana e causam inflamação crónica do tecido recém-formado.
São utilizadas uma ou várias técnicas de desbridamento na limpeza da ferida e remoção de resíduos a fim de impulsionar a cicatrização.
O que é essencial conhecer do desbridamento, antes do procedimento?
Avaliar o que o utente/ prestador de cuidados/ familiar de referência sabe sobre o desbridamento;
Fornecer informações sobre o desbridamento da ferida e abordar as questões/ problemas;
O utente pode sentir dor significativa durante e após o procedimento, bem como ansiedade antecipatória relacionada com experiência prévia de desbridamento doloroso;
Se o utente comunica verbalmente, questioná-lo acerca da dor (5º Sinal Vital) vivida durante o procedimento;
A dor deve ser avaliada através da escala numérica referenciada Circular Normativa nº 09/DGCG;
A analgesia ou anestesia deve ser aplicada para controle da dor. Se o utente referir ansiedade em relação ao procedimento, ensinar exercícios de respiração profunda abdominal e outras técnicas de redução do stress, conforme necessário;
Se o utente se apresentar não comunicativo, não devemos assumir à partida que este não vai sentir dor. Se existe forte potencial para dor, administrar analgésico prescrito de forma adequada antes do procedimento;
Monitorizar a linguagem corporal (comunicação não-verbal) e caso necessário os sinais vitais durante o procedimento para despiste de dor;
Registar no processo do utente todas as informações anteriormente referenciadas;
Explicar o procedimento ao utente/ prestador de cuidados/ familiar de referência;
Obter o seu consentimento informado;
Em termos de material necessário, este varia consoante o tipo de desbridamento que se irá executar, mas de uma forma geral utiliza-se: Luvas estéreis; Analgésico prescrito; Apósitos para o desbridamento; Instrumentos para o desbridamento cortante; Material de penso diverso;
Realizar lavagem das mãos e calçar luvas, para assim reduzir o risco de infecção da ferida. No desbridamento cortante é utilizada a técnica asséptica cirúrgica, sendo nos restantes utilizada a técnica asséptica médica (técnica limpa).
Técnicas de Desbridamento
Desbridamento Autolítico
O desbridamento autolítico é um processo natural que pode ser promovido através do uso de produtos que têm por base o princípio da terapia em ambiente húmido, sendo que surge da conjunção de três fatores: hidratação do leito da ferida, fibrinólise e a ação de enzimas endógenas sobre os tecidos desvitalizados.
Este tipo de desbridamento é seletivo, atraumático, não requer habilidades técnicas muito específicas e geralmente é bem tolerado pelos utentes.
Contudo é o método de desbridamento mais lento, não devendo assim ser utilizado quando se necessita de um desbridamento urgente. Todo o tipo de material de penso que promova o ambiente úmido é um excelente veículo de promoção de desbridamento autolítico, salientando-se os hidrogeles, hidrocolóides, espumas, filmes transparentes ou alginatos de cálcio.
Estes criam um ambiente úmido no interface da ferida, que estimula a atividade das enzimas proteolíticas endógenas dentro da ferida, liquefazendo e separando o tecido necrótico do tecido saudável.
Desbridamento Enzimático
Este método de desbridamento passa fundamentalmente pela aplicação tópica de enzimas proteolíticas ou exógenas no leito da ferida, como a Colagenase, Fibrinolisina ou Papaína-Ureia.
Os agentes Enzimáticos podem ser usados como método principal de desbridamento, especialmente quando não é possível o desbridamento cortante, bem como em combinação com outros métodos de desbridamento (desbridamento cortante conservador e desbridamento autolítico).
A colagenase é a única preparação enzimática tópica existente no mercado português, apresentando-se na forma galênica de pomada que, contém colagenase clostridiopeptidase A, parafina líquida e vaselina branca.
Trata-se de uma enzima derivada do Histolyticum do Clostridium que, quando aplicada, trabalha seletivamente do “fundo para o topo”, quebrando as fibras de colagênio que unem o tecido não viável ao leito da ferida.
A colagenase está indicada no desbridamento de tecido necrosado e desvitalizado, devendo ser aplicada em tecido húmido, uma vez que a enzima requer humidade para exercer a sua atividade biológica pretendida, podendo esta humidade ser obtida através do exsudado da própria ferida10, 21.
É seletiva pois funciona apenas em tecido inviável e não é prejudicial ao tecido de granulação.
Trata-se de uma escolha segura e eficaz no desbridamento da ferida, sendo que os efeitos secundários tendem a ser suaves e transitórios.
Procedimento:
Limpar a ferida com NaCl 0.9%;
Por vezes há necessidade de efetuar alguns cortes, com bisturi, de forma a permitir a penetração do produto;
Aplicar uma camada fina de pomada no tecido necrosado;
Ter em conta que determinados ions metálicos (por ex. prata) inativam a atividade biológica da colagenase;
Vigiar e proteger a pele perilesional, uma vez que a colagenase potencia a resposta inflamatória o que leva a um aumento da produção de exsudado;
Utilizar um apósito secundário que mantenha um ambiente úmido, para o agente enzimático exercer a sua atividade;
A aplicação diária da colagenase pode ser mudada para cada 48 horas;
A aplicação deve ser interrompida quando o desbridamento é conseguido e o tecido de granulação se encontra bem definido.
Desbridamento Cortante
O desbridamento cortante, surge como uma opção eficaz, rápida com boa relação custo-eficácia.
É considerada como prática de referência para o desbridamento de feridas (“gold standard”), pela maioria dos peritos na área no entanto há falta de evidência (nomeadamente dados de estudos experimentais) que comprovem a sua vantagem sobre os outros métodos.
Quem efetua o desbridamento cortante deve possuir competências para lidar com eventuais complicações, e conhecimento da anatomia da região, principalmente no que respeita à proximidade de estruturas vasculares, nervosas ou tendinosas.
O desbridamento cirúrgico, consiste na remoção de tecido morto, juntamente com uma margem de tecido saudável, de forma a torná-la numa ferida efetivamente limpa. Só pode ser efetuado por Cirurgiões.
Por seu lado o desbridamento cortante conservador, consiste na remoção de tecido morto com bisturi ou tesoura esterilizados, acima do nível do tecido viável, cuidadosamente, camada por camada: Não tem por objetivo a remoção de todo o tecido necrótico numa só sessão, devendo ser complementado com outros métodos.
Suspender na presença de dor ou sangramento, indicadores de tecido viável;
Deve ser realizado em local tranquilo, com boa iluminação, onde existam condições para realização de técnica asséptica e atendimento para possíveis complicações;
Pode ser realizado por Médico ou Enfermeiro;
Associado a taxas de cicatrização elevadas;
Indicado em necrose aderente ou tecidos desvitalizados. Pode e deve ser usado em feridas infectadas;
É fundamental uma documentação rigorosa das características e evolução das feridas;
Precauções:
Membros inferiores com presença de isquemia;
Doentes anticoagulados;
Feridas em regiões com tendões;
Contra-Indicações:
Doentes com dedos isquêmicos/mumificados;
Necrose estável dos calcâneos (sem rubor, drenagem ou flutuação na área adjacente);
Perturbações de coagulação;
Feridas malignas/oncológicas;
Áreas próximas de: Estruturas vasculares, próteses, fístulas para diálise;
No caso de hemorragia, fazer compressão local e aplicar penso hemostático (ex: alginato de cálcio).
Técnicas para desbridamento cortante conservador
Cover: Utiliza-se uma lâmina de bisturi para descolamento dos bordos do tecido necrótico. Após o descolamento completo dos bordos e melhor visão do comprometimento tecidular, inicia-se a retirada da área comprometida separando-a do tecido integro, até que toda a necrose saia em forma de uma tampa.
Slice: Com uma lâmina de bisturi remove-se em “fatias” a necrose que se apresenta na ferida de forma desordenada.
O Desbridamento Cortante Conservador Parcial, consiste em cortes paralelos e perpendiculares com o bisturi (técnica “square”).
Têm por objetivo potenciar a ação do desbridamento enzimático e autolítico. Com uma lâmina de bisturi faz-se pequenos quadrados no tecido necrótico. Usada para facilitar a penetração de substâncias desbridantes.
Desbridamento Biológico
As larvas foram utilizadas durante muitos séculos para promover a cicatrização de feridas, removendo o tecido necrótico e infectado a partir da superfície das feridas.
As larvas segregam enzimas proteolíticas que com segurança removem o tecido necrosado/ infectado, e desinfetam a ferida.
A terapia de desbridamento larvar (TDL), tem como vantagem ser eficaz e indolor, mas pode levar de 15-30 minutos para uma aplicação segura.
Modo de aplicação da TDL:
Fornecer informações sobre o TDL na ferida, abordar as questões/ preocupações;
Obter o consentimento informado do utente;
Limpar a ferida com soro fisiológico para remover detritos residuais;
Executar proteção da pele perilesional, produtos à base de óxido de zinco ou penso hidrocolóide;
Aplicar larvas estéreis por meio de BIOBAG® (BioFOAM®) ou diretamente no leito da ferida (permanecer até 72h);
Executar penso secundário como forma de fixação da TDL;
Proporcionar sempre que possível analgesia 30 minutos antes do procedimento ou mudança de penso, uma vez que pode ser doloroso.
Desbridamento Mecânico
A abordagem do desbridamento mecânico pode ser efetuada segundo o método compressa úmida/ compressa seca, método hidroterapia (“whirlpool”) e método de irrigação da ferida (lavagem pulsátil).
O método de compressa úmida/ compressa seca quanto ao modo de aplicação:
Aplicar compressa seca no leito da ferida;
Umidificar (embeber) a compressa com NaCl 0,9%;
Colocar compressa seca em cima da compressa umidificada;
Remover compressa quando esta estiver seca.
Este método tem a vantagem de usar materiais mais baratos (por exemplo, compressas e soro fisiológico), mas é não seletivo, ou seja, remove tecidos viáveis e inviáveis, podendo causar dor ao utente e hemorragia na ferida.
Alguns especialistas recomendam este método somente para as feridas infectadas e não passíveis de outro método.
A hidroterapia (“whirlpool”) é um tipo de desbridamento mecânico em que o utente é colocado numa banheira de hidromassagem por 10-20 minutos. A ação de agitação da água amacia e solta os detritos da ferida.
Este procedimento é geralmente executado por fisioterapeutas. As desvantagens deste método é que requer equipamento caro, pode aumentar o risco de infecção devido à contaminação da água em turbilhão por outros utentes e pode traumatizar o leito da ferida ou macerar o tecido viável.
O desbridamento por lavagem pulsátil é executado utilizando a combinação da irrigação e sucção.
A lavagem pulsátil promove um desbridamento efetivo, mas necessita de equipamentos especializados caros, muitas vezes causa desconforto e pode levar à condução das bactérias aos tecidos profundos da ferida.
Desbridamento Quimico Independentemente da sua concentração, as soluções de hipoclorito, como a Solução de Dakin, tem efeitos nocivos nas células envolvidas no processo de cicatrização de feridas:
Tóxico para a circulação capilar do tecido de granulação;
Retarda a angiogénese;
Danifica tecido saudável subjacente e circundante;
Interfere com função dos fibroblastos e com a síntese do colagênio;
Outros exames, tratamentos ou procedimentos podem ser necessários antes e depois do desbridamento da ferida toma do analgésico (PO) deve ser efetuada 30 minutos antes de um procedimento de desbridamento potencialmente doloroso, a anestesia geral pode ser necessária para o desbridamento cirúrgico;
Os analgésicos podem ser prescritos para controlar a dor pós desbridamento;
Se a ferida apresenta sinais de infecção clínicos de infecção, realizar zaragatoa/ biópsia para identificação do agente patogênico ( de acordo com prescrição médica ou protocolo de serviço), para posteriormente ser medicado com antibiótico adequado.
ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
O aparecimento de febre, inflamação, material purulento na ferida entre outros sinais, sugere infecção localizada, que pode evoluir para septicemia e possivelmente a morte se não for adequadamente tratada.
Informar o médico caso estes aspectos estejam presentes. Na aplicação de produtos, por exemplo a colagenase, a pele ficar irritante ao redor da ferida, deve-se aplicar produtos barreira como forma de prevenção.
O exsudado liberado pela ferida é prejudicial a pele peri-lesional. Por isso, deve protegê-la com cremes barreiras e com material adequado à quantidade de exsudado liberado.
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Hidrogel
O Hidrogel é indicado para o tratamento de feridas secas, pouco úmidas e de média exsudação, com presença de tecido inviável (necrose e esfacelo) e também para o estímulo da granulação e da epitelização através do meio úmido. Pode ser aplicado em feridas de qualquer etiologia, infectadas ou não, podendo estar associado ao alginato.
BENEFÍCIO:
Mantém o meio úmido;
Promove o desbridamento autolítico.
INDICAÇÃO DE USO:
Feridas secas ou pouco exsudativas;
Tecidos desvitalizados em feridas abertas;
Áreas doadoras de pele;
Queimaduras de 1º e 2º graus;
Desbridamento leve de necrose de liquefação (esfacelo) e de necrose de coagulação (escara).
PRECAUÇÃO/CONTRAINDICAÇÃO:
Feridas com exsudato em média ou grande quantidade;
Pele íntegra;
Queimaduras de terceiro grau;
Sensibilidade aos componentes do produto.
FREQUÊNCIA DE TROCA:
Troca em até 48 horas;
Feridas infectadas: no máximo a cada 24 horas.
CONSIDERAÇÕES:
Macera as bordas da lesão e a pele adjacente.
Campo Fenestrado: Para que serve?
Os campos cirúrgicos fenestrados são materiais essenciais durante a execução de procedimentos invasivos, de acordo com as suas particularidades vantajosas e a capacidade de criar uma barreira estéril com baixa liberação de particulados.
Produzidos com material confiável, de alta qualidade e desempenho, os campos cirúrgicos fenestrados são desenvolvidos para melhor atender às necessidades apresentadas por um ambiente cirúrgico, que demanda o máximo de segurança e de assepsia.
Indicação
Os campos cirúrgicos fenestrados apresentam abertura circular (fenestra) que auxilia no isolamento da área a ser tratada no paciente, medida imprescindível em procedimentos cirúrgicos em que é necessária a manutenção da técnica asséptica.
Confeccionados com não tecido SSMMS – 100% polipropileno grau médico, os campos cirúrgicos fenestrados são produtos de excelente procedência e disponibilizados de modo que não só preservem a integridade do paciente, como também agreguem na qualidade das atividades desempenhadas pelos cirurgiões responsáveis.
Esterilizados com óxido de etileno e disponibilizados em embalagem que garante a abertura e a transferência asséptica, os campos cirúrgicos fenestrados possuem também uma dobradura asséptica que lhes atribuem maior segurança e confiabilidade.
Responsáveis por criar uma barreira microbiana para proteção do paciente e isolar o campo cirúrgico, os campos cirúrgicos fenestrados possuem uma fenestra central de 10 cm, apresentam baixo desprendimento de partículas, alta repelência a fluidos, além de serem mais resistentes, maleáveis e confortáveis.
Produzidos com o não tecido respirável, os campos cirúrgicos fenestrados são atóxicos e hipoalergênicos, isentos de látex em sua composição, além de não propagarem chamas – características fundamentais e que garantem a integridade dos pacientes e a satisfação dos profissionais que utilizam este modelo de campo cirúrgico em suas atividades.
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