Pillow Splinting: A Imobilização do Diafragma

O “Pillow Splinting” ou imobilização do diafragma, é uma simples técnica de imobilização em pacientes cirúrgicos, muito comum em casos de cirurgia cardíaca.

Essa técnica consiste em auxiliar o paciente a manter o conforto e a diminuição de dor quando tossir, utilizando um travesseiro ou almofada apoiado sob sua incisão no tórax, sendo uma forma de prevenção quanto à pneumonia.

Muitos pacientes evitam tossir porque é muito doloroso, mas é vital tossir o suficiente para evitar complicações pulmonares. A tosse limpa os pulmões de secreções normais, material infeccioso como pus e objetos estranhos, mantendo os pulmões abertos e expandidos.

A almofada não apenas diminui a dor da tosse, mas também pode impedir que a ferida se abra.

Para pacientes que evitam tossir ou estão fracos demais para tossir, pode ser necessário o auxílio de aspiração pulmonar para limpar os pulmões no hospital. A tosse é preferível e mais eficaz do que a sucção.

Indicações da Imobilização

  • Para minimizar a dor ao se mover e tossir;
  • Tosse: Incentivar a expectoração de muco e secreções que se acumulam nas vias aéreas após anestesia geral e imobilidade.

Avaliação

  • Avalie os fatores de risco do cliente para o desenvolvimento de complicações respiratórias (por exemplo, anestesia geral, história de doença pulmonar ou tabagismo, trauma na parede torácica, resfriado ou infecção respiratória na última semana);
  • Avalie a qualidade, frequência e profundidade da respiração;
  • Auscultar sons respiratórios;
  • Inspecione o posicionamento da incisão e avalie se ela interfere ou não na expansão torácica;
  • Avalie a capacidade física do cliente para cooperar e realizar exercícios pulmonares:
    • Nível de consciência;
    • Barreiras de linguagem ou comunicação;
    • Capacidade de assumir a posição de Fowler;
    • Nível de dor (medicar conforme prescrito).

Procedimento

  1. Auxilie o cliente para a posição de Fowler ou sentada.
    Justificativa: A posição ereta permite aumento da excursão diafragmática secundária ao deslocamento para baixo dos órgãos internos devido à gravidade.
  2. Se houver ruídos respiratórios adventícios ou expectoração, peça ao cliente que respire fundo, segure por 3 segundos e tussa profundamente duas ou três vezes. Fique ao lado do cliente para garantir que a tosse não seja direcionada a você. O cliente deve tossir profundamente, não apenas limpar a garganta.
    Justificativa: Várias tosses consecutivas são mais eficazes do que uma única tosse para mover o muco para cima e para fora do trato respiratório.
  3. Se o cliente tiver uma incisão abdominal ou torácica que cause dor durante a tosse, instrua-o a segurar um travesseiro firmemente sobre a incisão (fixação) ao tossir.
    Justificativa: A tosse usa os músculos respiratórios acessórios e abdominais, que podem ter sido cortados durante a cirurgia. A tala suporta a incisão e os tecidos circundantes e reduz a dor durante a tosse.
  4. Instruir, reforçar e supervisionar exercícios de respiração profunda e tosse a cada 2 a 3 horas após a cirurgia.
    Justificativa: A realização desses exercícios a cada 2 a 3 horas facilitará a ventilação pulmonar e promoverá a desobstrução das vias aéreas sem sobrecarregar o cliente.
  5. Documentar o procedimento realizado.
    Justificativa: Mantém registro legal e se comunica com a equipe de saúde.

Bebês e Crianças

  • Os bebês não podem cooperar com exercícios de tosse e respiração profunda, mas acredita-se que o choro hiperinsufle os pulmões.
  • As crianças pequenas aprendem por meio de jogos e imitações. Um jogo pré-operatório de “O mestre mandou” é uma maneira de ensiná-los exercícios pulmonares: “O mestre mandou dizer para tocar seu nariz”, “O mestre mandou dizer para colocar a língua para fora”, “O mestre mandou dizer para tossir”.

Colaboração e Delegação

  • A equipe de enfermagem pode lembrar e ajudar os clientes a respirar fundo e tossir. Oriente claramente para esse pessoal aqueles clientes que precisam de tosse agressiva para promover um estado pulmonar ideal.

Exercícios para Tosse e Respiração

Tosse e respiração profunda (CDB) é uma técnica usada para ajudar a manter os pulmões limpos durante os primeiros dias ou semanas após a cirurgia. Os exercícios são uma ferramenta eficaz para prevenir pneumonia e atelectasia, uma condição pulmonar em que os pulmões não se expandem da maneira que deveriam.

A técnica varia um pouco de lugar para lugar, mas a ideia geral é a mesma. Para realizar um exercício de CDB:

  1. Orientar a respirar fundo, e segurar por alguns segundos e expirar lentamente;
  2. Orientar a repetir por cinco vezes;
  3. Orientar a Preparar sua incisão e tentar a tossir profundamente;
  4. Orientar a repetir todo o procedimento a cada uma ou duas horas.

Referências:

  1. Ahmed AM. Fundamentos da fisioterapia após cirurgia torácica: o que os fisioterapeutas precisam saber. Uma revisão narrativa . Coreano J Thorac Cardiovasc Surg . 2018;51(5):293-307. doi:10.5090/kjtcs.2018.51.5.293
  2. Chughtai M, Gwam CU, Mohamed N, et al. A epidemiologia e os fatores de risco para pneumonia pós-operatória . J Clin Med Res . 2017;9(6):466-475. doi:10.14740/jocmr3002w
  3. van Ramshorst GH, Nieuwenhuizen J, Hop WCJ, et al. Deiscência de ferida abdominal em adultos: desenvolvimento e validação de um modelo de risco . Mundo J Surg . 2010;34(1):20-27. doi:10.1007/s00268-009-0277-y
  4. Kelkar KV. Complicações pulmonares pós-operatórias após cirurgia não cardiotorácica . Indiano J Anaesth . 2015;59(9):599-605. doi:10.4103/0019-5049.165857
  5. Medicina Penn. Respiração após a cirurgia .
  6. Medicina Johns Hopkins. Após a cirurgia: Desconfortos e complicações 

Sistema de Classificação Skin Tear Audit Research (STAR) – Lesão por Fricção

A lesão por fricção (LF) é uma ferida rasa, limitada à derme e que tem como característica principal a presença de um retalho de pele em algum momento de sua evolução.

O retalho pode ser denominado retalho epidérmico, quando o traumatismo separa a epiderme da derme (ferida de espessura parcial) e retalho dermoepidérmico, que ocorre quando epiderme e derme permanecem unidas e o traumatismo as separa das estruturas subjacentes (ferida de espessura total).

Recentemente foi descrito que as lesões por fricção podem resultar numa separação parcial ou total das camadas externas da pele. Tais lesões podem ocorrer devido à força de cisalhamento, atrito ou a um trauma sem corte, fazendo com que a epiderme se separe a partir da derme (ferida de espessura parcial) ou tanto a epiderme e a derme se separem das estruturas subjacentes (ferida de espessura total) .

Classificação STAR

O Sistema de Classificação Skin Tear Audit Research (STAR) – Lesão por Fricção, classifica essas feridas em cinco categorias que examina a presença/ausência do retalho da pele e sua viabilidade, apresenta um glossário de termos inerentes à LF seguido de orientações.

Equivalente ao Sistema STAR foi desenvolvida uma classificação denominado pelo International Skin Tear Advisory Panel (ISTAP) de Skin Tear Classification que avalia a presença/ausência do retalho cutâneo. Essas lesões podem ser categorizadas em: (Tipo 1) sem perda da pele, (Tipo 2) com perda parcial do retalho, e (Tipo 3) com perda total do retalho.

  • Categoria 1a: Lesão por fricção, cujo retalho cutâneo pode ser realinhado à posição anatômica normal (sem tensão excessiva); coloração da pele ou do retalho não se apresenta pálida opaca ou escurecida;
  • Categoria 1b: Lesão por fricção, cujo retalho cutâneo pode ser realinhado à posição anatômica normal (sem tensão excessiva); coloração da pele ou do retalho apresenta-se pálida opaca ou escurecida;
  • Categoria 2a: Lesão por fricção, cujo retalho cutâneo não pode ser realinhado à posição anatômica normal (sem tensão excessiva); coloração da pele ou do retalho não se apresenta pálida, opaca ou escurecida;
  • Categoria 2b: Lesão por fricção, cujo retalho cutâneo não pode ser realinhado à posição anatômica normal (sem tensão excessiva); coloração da pele ou do retalho apresenta-se pálida, opaca ou escurecida;
  • Categoria 3: Lesão por fricção, cujo retalho cutâneo está completamente ausente.

As LFs são lesões pouco estudadas e, consequentemente, subnotificadas, sendo frequentemente confundidas com lesões por pressão. O Brasil é um dos poucos países latinoamericanos com estudos publicados a respeito das LFs e, ainda assim, essas lesões são pouco conhecidas na prática clínica.

Referência:

  1. Adaptação cultural, validade de conteúdo e confiabilidade interobservadores do “STAR Skin Tear Classification System” https://doi.org/10.1590/0104-1169.3523.2537

Pesagem de Recém Nascido (RN)

Uma das maiores aquisições da medicina perinatal nas últimas décadas tem sido a considerável melhora na sobrevivência dos RN de muito baixo peso devido ao avanço tecnológico e ao conhecimento científico ampliado.

Em relação à correção dos distúrbios hidroeletrolíticos e a administração constante de medicamentos aos pacientes neonatal e pediátrico fazem-se necessário o conhecimento do peso destes para adequação das doses e concentrações a fim de manter ou, alcançar o equilíbrio hemodinâmico.

Para fim de acompanhamento do desenvolvimento e crescimento corporal, observação de edemas ou emagrecimento e desidratação, é necessário o acompanhamento do peso semanal destes pacientes, o princípio básico visa restaurar as perdas e suprir a quantidade necessária para o aumento da massa corporal.

Objetivo

  • Padronizar a pesagem do beneficiário admitido no ato de sua admissão, sempre que possível;
  • Rotinizar a pesagem dos beneficiários em permanência em UTI;
  • Fornecer subsídio para o cálculo de dosagem das medicações e concentração da soroterapia à equipe médica da UTI Neo.

Responsabilidade

  • Compete ao técnico/auxiliar de enfermagem ou enfermeiro assistencial, realizar a pesagem no ato da admissão;
  • Compete ao enfermeiro assistencial/técnico/auxiliar de enfermagem realizar a pesagem do paciente nos dias padronizados, sempre que possível pela manhã.

Materiais e Equipamentos Necessários

  • Luva de procedimento;
  • Álcool 70%
  • Cueiro;
  • Gaze não estéril;
  • Balança digital;
  • Impresso próprio

Procedimento

  • Realizar a higienização das mãos;
  • Calçar as luvas de procedimento;
  • Ligar a balança;
  • Proceder à desinfecção da balança com três gazes distintas embebidas em álcool a 70%;
  • Pesar o cueiro que será realizado para o procedimento;
  • Despir o recém-nascido, com auxílio da mãe (caso tenha condições e/ou esteja presente);
  • Enrolar o recém-nascido do cueiro;
  • Colocar o recém-nascido envolvido no cueiro sobre o prato da balança;
  • Verificar o peso apresentado no visor digital;
  • Descontar o peso do cueiro (verificado anteriormente) do peso apresentado na balança;
  • Retirar o recém-nascido da balança;
  • Vestir o recém-nascido, com auxílio da mãe (caso tenha condições e/ou esteja presente);
  • Proceder à desinfecção da balança com três gazes distintas embebidas em álcool a 70%;
  • Retirar as luvas;
  • Realizar a higienização das mãos (ver POP Higienização das Mãos);
  • Registrar o procedimento em impresso próprio;
  • Registrar o peso na caderneta de vacinação do recém-nascido (ambulatório).

Referências:

  1. HOCKENBERRY, MJ. WONG – Fundamentos de Enfermagem Pediátrica. 8.ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2011. 
  2. BORK, A. M. T. Enfermagem baseada em evidencias. Guanabara Koogan. 2010;
  3. KAWAMOTO, E. E. Fundamentos de Enfermagem. 3ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011;
  4. SANTOS, L. G. A . et al. Enfermagem em Pediatria. Rio de Janeiro: MedBook, 2010.
  5. TAMEZ, R. N.; SILVA, M. J. P. Enfermagem na UTI Neonatal: Assistência ao recémnascido de alto risco. 4ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2010.
  6. POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Fundamentos de Enfermagem. 5ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 1156-1169, 2010.

Banho RN humanizado: A Técnica do “Bebê Embrulhadinho”

O banho do bebê é um momento importante de interação, entre a pessoa que realiza o banho (mãe/pai/avós e outros) e o bebê.

Ocorre que, geralmente, o que deveria ser um momento especial e de relaxamento acaba se tornando estressante, com o bebê irritado. E não, não precisa ser assim. Deve ser algo prazeroso, pois remete ao ambiente líquido e quente do útero materno.

Atualmente, há várias técnicas para dar banho em bebê recém-nascido, de uma maneira mais “humanizada”, ou seja, minimizando o estresse e proporcionando o relaxamento.

Banho humanizado: técnica bebê embrulhadinho

Passo a passo:

– Escolha um tecido leve, permeável à água e com medidas que permitam enrolar o bebê. Um tecido tipo fralda de algodão é bastante prático- daí advém o nome “banho com fralda”;

– Feche portas e janelas. Se tiver ar condicionado, aquecer o ambiente em 25 graus Celsius, antes de despir o bebê;

– Antes do banho, realize a limpeza do bumbum do bebê, utilizando algodão e água morna, removendo urina e fezes;

– Após a limpeza do bumbum do bebê, posicione as mãos e antebraços do bebê cruzados sobre o tórax e enrole- o, como se fizesse um “charutinho ou embrulho”;

– Encha a banheira ou bacia com água na temperatura em torno de 36,5 até o máximo de 37,5 graus Celsius. A temperatura da água deve ser agradável à pele da face interna do punho do adulto. Teste sempre a temperatura com seu punho, antes de iniciar o banho;

– Coloque o bebê embrulhadinho na água, podendo ficar submerso até a altura dos mamilos. Mantenha uma mão e antebraço apoiando a cabeça e ombros do bebê e a outra mão sobre o tecido. Deslize o bebê na água, permitindo que ela massageie assim o corpo. Converse com o bebê, com tom de voz suave e baixa. Mantenha o pano úmido com a água, aquecendo e contendo o bebê;

– Descubra somente a região do corpo que for lavar e, logo em seguida, cubra-a novamente com o tecido aquecido. Assim faça, sucessivamente, com todas as regiões. Vá sempre jogando água sobre o tecido, mantendo-o aquecido o tempo todo. O bumbum e os órgãos genitais são as últimas regiões a serem limpas no banho;

– Encerre o banho em 10 minutos. Deixe o tecido molhado solto dentro da banheira/bacia;

– Retire o bebê da água e seque-o imediatamente, com a toalha que estará disposta aberta sobre o tórax do adulto. Dessa forma, o bebê fica menos exposto à variação de temperatura. Pode secá-lo dessa forma, no mesmo ambiente em que tomou banho e que então já está aquecido.

O segredo do “banho embrulhadinho” é ir descobrindo e cobrindo o bebê, a cada região do corpo que for limpar/massagear. O bebê permanece contido e aquecido durante todo o banho, o que gera relaxamento. Converse sempre com o bebê durante o banho, transmitindo calma.

Referência:

  1. Manual de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso: Método Mãe Canguru ( Ministério da Saúde, 2002)

Integridade da Pele Vs. Integridade Tissular

Uma das consequências mais comuns, resultante de longa permanência em hospitais, é o aparecimento de alterações da pele, sendo de forma superficial ou profunda.

Integridade da Pele

A manutenção da integridade da pele dos pacientes internados tem por base, o conhecimento de que medidas de cuidado relativamente simples podem garantir com que a pele do paciente se mantenha íntegra durante seu período de internação sendo que, a maioria das recomendações para avaliação e medidas preventivas, podem ser utilizadas de maneira universal, ou seja, tem validade tanto para prevenção de lesão por pressão (LPP) como para quaisquer outras alterações da pele.

Todo paciente deverá ser avaliado sistematicamente na admissão. Essa avaliação deve levar em consideração as fragilidades, vulnerabilidades e fatores de risco para desenvolvimento de alterações da pele. Devem ser utilizadas escalas preditivas, com elevado grau de confiablidade e especificidade.

A avaliação do risco para desenvolvimento de UP deverá ser executada através da Escala de Braden Q, para crianças de 1 a 5 anos, e Escala de Braden, para pacientes com mais de 5 anos.

A avaliação e prescrição de cuidados com a pele é uma atribuição do enfermeiro, sendo a participação da equipe multiprofissional na prevenção das alterações, uma importante
contribuição para a prescrição e planejamento dos cuidados com o paciente em risco.

Poderão ser necessários ajustes nutricionais, intervenções para auxiliar na mobilização ou mobilidade dos pacientes.

Durante a admissão ou readmissão, examine a pele do paciente cuidadosamente para identificar alterações da integridade cutânea e úlceras por pressão existentes.

Para uma apropriada inspeção da pele deve-se ter especial atenção às áreas corporais de maior risco para LP e para regiões corporais com presença de sondas, tubos e drenos.

Medidas preventivas para úlcera por pressão conforme fatores preditivos

Após a identificação dos fatores preditivos e dos pacientes “em risco” para o desenvolvimento de úlcera por pressão, o enfermeiro deve instituir cuidados essenciais com a pele para a manutenção da integridade cutânea e prevenção de lesão por pressão.

  1. Higienização e Hidratação da pele
  • Limpe a pele sempre que estiver suja ou sempre que necessário. É recomendado a utilização de água morna e sabão neutro para reduzir a irritação e o ressecamento da
    pele.
  • Use hidratantes na pele seca e em áreas ressecadas, principalmente após banho, pelo menos 1 vez ao dia (Nível de Evidência B). A pele seca parece ser um fator de risco
    importante e independente no desenvolvimento de úlceras por pressão.
  • Durante a hidratação da pele, não massagear áreas de proeminências ósseas ou áreas hiperemiadas. A aplicação de hidratante deve ser realizada com movimentos suaves e
    circulares.
  • A massagem está contra-indicada na presença de inflamação aguda e onde existe a possibilidade de haver vasos sanguíneos danificados ou pele frágil. A massagem não
    deverá ser recomendada como uma estratégia de prevenção de úlceras por pressão.

      2. Manejo da umidade

  • Proteger a pele da exposição à umidade excessiva através do uso de produtos barreira de forma a reduzir o risco de lesão por pressão. As propriedades mecânicas do estrato
    córneo são alteradas pela presença de umidade assim como a sua função de regulação da temperatura.
  • Controlar a umidade através da determinação da causa; usar absorventes ou fraldas.
  • Quando possível, oferecer uma comadre ou papagaio em conjunto com os horários de mudança de decúbito.

Observação: Além da incontinência urinária e fecal, a equipe de enfermagem deve ter atenção a outras fontes de umidade, como, extravasamento de drenos sobre a pele, exsudato de feridas, suor e extravasamento de linfa em pacientes com anasarca que são potenciais irritantes para a pele.

Integridade Tissular

Conforme o NANDA, é definido como “dano às membranas mucosas, córnea, pele ou tecidos subcutâneos.”

Considerando que as úlceras vasculares podem comprometer a epiderme e derme ou tecidos mais profundos, que, por definição, a ulceração é uma lesão elementar por solução de continuidade que atinge toda derme e hipoderme, podendo acometer músculos ou ossos, sem tendência a reparação, e, que o diagnóstico de ITP, é compreendido como a condição em que há o dano às camadas da pele, podendo atingir tecidos mais profundos.

Ressalta-se que, no caso de úlceras superficiais, aplicam-se tanto o diagnóstico de integridade de pele prejudicada como integridade tissular prejudicada, mas no caso de úlceras mais profundas, a resposta humana observada é integridade tissular prejudicada.

Portanto, defende-se a hipótese de que as pessoas com úlceras vasculares apresentam integridade tissular prejudicada, relacionada à circulação prejudicada e, na abordagem clínica individualizada, podem ser encontrados outros fatores relacionados, entre aqueles previstos para o diagnóstico de enfermagem de interesse, que precisam ser conhecidos e compreendidos.

Fatores

  • Fatores mecânicos: traumas de qualquer etiologia, como pancadas e arranhões, que culminam em prejuízo da integridade tissular local. Indicadores avaliados: história de fratura, pancada, escoriação, arranhadura, corte/laceração ou picada de inseto, antes do surgimento da lesão.
  • Extremos de temperatura: temperatura extremamente fria ou quente, capaz de provocar queimadura nos tecidos corporais. Indicadores avaliados: histórico de aplicação de calor e/ou frio em MMII ou exposição ou contato com temperaturas muito quentes ou frias, com consequente queimadura, antes do surgimento da úlcera.
  • Radiação: exposição prévia à radiação solar ou radioterapia em MMII acometidos. Indicadores avaliados: histórico de exposição à radiação solar e radioterapia,20antes do aparecimento da lesão.
  • Irritantes químicos: substâncias que alteram o aporte de nutrientes ou prejudicam o funcionamento das células, interferindo na higidez da pele. Indicadores avaliados: histórico de uso de produtos químicos sobre a pele na perna, que tenha suscitado irritação; histórico de contato da pele com produtos químicos alergênicos; histórico de tabagismo, etilismo e uso anticoncepcional e outros medicamentos, tais como quimioterápicos.
  • Circulação prejudicada: condições de alteração circulatória venosa, arterial ou ambas, além da linfática, na(s) perna(s). Indicadores avaliados: histórico de alteração das condições circulatórias de MMII existentes na época do surgimento das lesões; exames diagnósticos confirmatórios de alterações vasculares; alteração da perfusão periférica, edema, pulsos periféricos diminuídos ou ausentes, palidez à elevação dos MMII, presença de lipodermatoesclerose, hemossiderose, varizes, veias reticulares e o Índice Tornozelo-Braço (ITB) menor que 0,9.
  • Déficit de líquidos: condições de hidratação do organismo inadequado para manter a homeostase. No contexto das úlceras vasculares, essa condição foi considerada coadjuvante, não sendo um evento que por si só seja causa direta de prejuízo na integridade, com perda da solução de continuidade do tegumento. Indicadores avaliados: relato de ingestão hídrica alterada para menos, na época do surgimento da lesão.
  • Mudanças no turgor: alterações na textura da pele. Turgor aumentado ou diminuído configuram-se fatores coadjuvantes. Indicadores avaliados: histórico de edema, lipodermatoesclerose em MMII.
  • Fatores nutricionais: excesso ou déficit de substâncias participantes na higidez dos tecidos e processo de cicatrização. Indicadores avaliados: relato de ingestão de alimentos em quantidade ou qualidade fora dos padrões recomendados para adultos, perda de apetite; Índice de Massa Corporal (IMC) menor que 20 kg/m2 ou igual ou maior que 25 kg/m2.
  • Déficit de conhecimento: conhecimento inadequado/insuficiente sobre a prevenção das lesões e de suas complicações. Trata-se de um fator coadjuvante, não sendo causa direta. Indicadores avaliados: pertinência das informações que o indivíduo referiu dispor na época anterior ao surgimento da lesão, e práticas inadequadas de autocuidado relacionados à lesão.
  • Mobilidade física prejudicada: redução da capacidade de movimentação das pernas, que dificulta a pessoa de proteger-se de episódios de contato com áreas de pressão ou diminuição da articulação do tornozelo, capaz contribuir para a diminuição da função adequada da bomba da panturrilha. Indicadores avaliados: uso de talas ou demais dispositivos para imobilização física do membro acometido e história de diminuição da capacidade de flexão e extensão plantar, antes do aparecimento da lesão.

Características

  • tecido lesado: tecido que apresenta lesão celular reversível no qual se observam mudanças no trofismo, turgor, elasticidade, microambiente, e/ou coloração, porém sem a perda da solução de continuidade. A lesão celular pode ocorrer devido a: hipóxia, alteração da composição do microambiente, alterações metabólicas, alterações nutricionais, resposta inflamatória crônica, ou exposição a agentes químicos. As lesões do tecido, no contexto de úlceras vasculares, são evidenciadas pela presença de lipodermatoesclerose, hemossiderose, edema, eritema, hipotricose, cianose, palidez tecidual. A lesão tecidual pode progredir até a destruição do mesmo.
  • tecido destruído: tecido em que ocorreu lesão celular irreversível, com exposição de tecidos (derme, subcutâneo, fáscia muscular, músculo, tendão, osso), evidenciando perda de substância ou ausência de tecidos esperados, de acordo com a anatomia do local ou presença de necrose tecidual (escara e/ou esfacelo).

Referências:

  1. Malaquias SG, Bachion MM, Martins MA, Nunes CA de B, Torres G de V, Pereira LV. Impaired tissue integrity, related factors and defining characteristics in persons with vascular ulcers. Texto contexto – enferm [Internet]. 2014Apr;23(Texto contexto – enferm., 2014 23(2)). Available from: https://doi.org/10.1590/0104-07072014001090013
  2. Meneses, L. B. de A., Medeiros, F. de A. L., Oliveira, J. S., Nóbrega, M. M. L. da ., Silva, M. A. da ., & Soares, M. J. G. O.. (2020). Validation of interventions for risk of impaired skin integrity in adult and aged patients. Revista Brasileira De Enfermagem, 73(Rev. Bras. Enferm., 2020 73(4)). https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0258

Como colocar uma fralda geriátrica corretamente?

Aprender como colocar fraldas em idosos pode ser importante no cuidado com o paciente acamado, afinal ninguém deseja que a pessoa assistida sofra com assaduras capazes de deixar a pele inflamada, que favoreçam micoses (fungos) ou outros problemas decorrentes do uso contínuo de fraldas.

Sendo assim, é importante ter em mente os cuidados básicos que devem ser tomados para colocar a fralda corretamente e principalmente os cuidados que devem ser tomados com a pele do idoso.

Como colocar fralda geriátrica em idosos 

Certamente uma das maiores dúvidas de cuidadores e familiares é justamente como colocar fraldas em idosos, porque geralmente a pessoa está acamada ou tem muitas limitações de movimento.

Lembrando que esse procedimento deve ser feito com toda atenção, privacidade e respeito, sempre destacando e explicando ao idoso cada etapa que está sendo realizada.

Além de entender como colocar fraldas em idosos, é importante ter um cuidado maior com a pele, visto que pessoas que possuem incontinência urinária possuem risco de desenvolver as “assaduras” ou ainda a própria dermatite associada à incontinência.

A importância da escolha da fralda mais adequada, bem como a sua adequada colocação, são fatores essenciais para controlar vazamentos e proporcionar maior conforto à pessoa assistida (idoso). Abaixo, seguem os motivos que mais geram vazamentos em fraldas geriátricas:

  • fralda mal colocada;
  • fralda pequena;
  • fralda pouco absorvente;
  • pessoa com períodos de desorientação;
  • poucas trocas de fralda durante o dia;
  • maior ingestão de líquidos;
  • alguns medicamentos;
  • algumas doenças.

Como colocar a fralda para não vazar? 

Para entender como colocar fraldas em idosos e não deixar que a mesma vaze, é importante tomar cuidado para que não esteja nem folgada ou apertada. Acompanhe a seguir.

Mudar a fralda do idoso passo a passo

Devemos vigiar de 3 em 3 horas para ver se tem urina ou fezes. Além do conforto e o cuidado para prevenir as assaduras, lembre-se que a sensação que uma fralda suja causa é desagradável e pode levar o idoso a quadros de agressividade e desorientação.

Acompanhe 8 passos para uma mudança de fraldas segura e assertiva.

Passo 1 – Prepare o material antes de trocar a fralda

  • 2 pares de luvas de procedimentos;
  • 1 saco plástico (para descarte da fralda);
  • algodão ou esponjas descartáveis;
  • recipiente com água (morna de preferência);
  • sabonete;
  • creme emoliente (para hidratação e proteção da pele);

Passo 2 – Remoção da fralda usada

Para remover a fralda deve-se lavar as mãos, colocar as luvas, descolar as travas (velcros), virar a pessoa de lado e retirar a fralda.

Passo 3 – Higiene

Depois de retirada a fralda, retire o excesso de excrementos com o algodão e proceda à lavagem da pele com água e sabonete.

Lembre-se que os movimentos são sempre feitos de frente para trás para prevenir infecções urinárias (particularmente em mulheres).

Passo 4 – Descartar a fralda suja

Depois de retirar a fralda suja, deve-se colocá-la num saco, retirar as luvas e fechar o saco. Este passo é importante para evitar o mau odor.

A retirada das luvas retirada deve respeitar o procedimento a seguir.

Ao final, as mãos devem ser lavadas novamente.

Passo 5 – Aplicação do creme

No final da higiene pode-se aplicar o creme emoliente para hidratação e proteção da pele.

Passo 6 – Preparar a nova fralda

Depois de calçar outras luvas, deve-se abrir a fralda nova, esticá-la bem para que as abas internas se elevem, e dobrá-la de forma a passar por baixo do corpo.

Passo 7 – Colocação da nova fralda

Com a pessoa de lado, colocamos a fralda alinhada ao tronco e à cintura. Vira-se a pessoa, passa-se a fralda entre as virilhas e fixa-se as abas na parte da frente.

Passo 8 – Posicionar o idoso

Depois da fralda trocada, certifique-se de deixar o idoso sempre de na posição em que ele(a) considere mais confortável. Realize a mudança de decúbito a cada duas horas no caso de acamados e cadeirantes.

Qual a melhor fralda geriátrica noturna? 

A melhor fralda geriátrica noturna é aquela que se destaca por possuir uma alta capacidade de absorção, deixando a pele seca por mais tempo sem gerar alergias, custando valores adequados ao bolso da família.

Uma dica: ofereça muita água durante o dia, mas diminua a oferta gradativamente a partir do início da noite para evitar que grandes volumes de urina favoreçam vazamentos.

Passo 8 – Posicionar o idoso

Depois da fralda trocada, certifique-se de deixar o idoso sempre de na posição em que ele(a) considere mais confortável. Realize a mudança de decúbito a cada duas horas no caso de acamados e cadeirantes.

Qual a melhor fralda geriátrica noturna? 

A melhor fralda geriátrica noturna é aquela que se destaca por possuir uma alta capacidade de absorção, deixando a pele seca por mais tempo sem gerar alergias, custando valores adequados ao bolso da família.

Uma dica: ofereça muita água durante o dia, mas diminua a oferta gradativamente a partir do início da noite para evitar que grandes volumes de urina favoreçam vazamentos.

Como saber o tamanho de uma fralda geriátrica?

Por serem voltadas para o público adulto, o tamanho da fralda geriátrica pode ser um pouco diferente do que encontramos nas fraldas infantis. Além disso, o tamanho exato pode variar de acordo com a marca fabricante da fralda geriátrica, mas levar algumas especificações em consideração na hora da escolha pode ajudar.

Tamanho Cintura Peso
P 50 a 80 cm Até 40kg
M 80 a 115 cm 40 a 70 kg
G 115 a 150 cm 70 a 90 kg
GG 120 a 165 cm Acima de 90 kg

Referências:

  1. BigFral

O Preparo do Corpo Pós-Morte

A preparação do corpo pós-morte começa ainda no hospital, assim que o óbito é declarado. Nesse momento, as equipes de enfermagem precisam realizar uma série de procedimentos que visam reduzir os riscos de contaminação, garantir a integridade do leito para outros pacientes e enviar o corpo de maneira correta até a funerária ou o IML.

Material Necessário:

-Pacote de curativo;
-Algodão
-Ataduras
-Esparadrapo
-Etiquetas de identificação
-Hamper
-Lençol comum ou saco mortuário
-Biombo
-Vestimenta (conforme a rotina do hospital)

Técnica de preparo do corpo:

  • Equipamentos de Proteção Individual – EPI – (máscara cirúrgica, óculos protetor, avental e luvas de procedimento);
  • Cercar o leito com biombo;
  • Calcar luvas de procedimento;
  • Colocar o corpo em posição anatômica;
  • Fechar os olhos do paciente;
  • Colocar próteses dentárias (caso existam);
  • Sustentar a mandíbula com ataduras para manter a boca fechada;
  • Retirar colcha e colocar no hamper;
  • Despir o morto;
  • Retirar cateter venoso, sondas e cânulas (caso existam);
  • Tamponar os orifícios naturais do corpo;
  • Proceder a higienização do corpo;
  • Trocar curativos (se necessário);
  • Colocar etiqueta de identificação no tórax anterior;
  • Vestir o corpo (de acordo com a rotina do hospital);
  • Amarrar os pés e as mãos usando ataduras;
  • Virar o morto em decúbito lateral;
  • Retirar os lençol, traçados e oleado;
  • Envolver o corpo com lençol ou saco mortuário;
  • Colocar outra etiqueta do lado de fora do lençol ou saco mortuário na altura do tórax;
  • Transportar o corpo para o necrotério ou mortuário (de acordo com a rotina do hospital);
  • Lavar e guardar material permanente utilizado;
  • Proceder a limpeza da unidade;
  • Encaminhar os pertences do morto (de acordo com a rotina do hospital);
  • Retirar luvas;
  • Lavar as mãos;
  • Fazer as anotações no prontuário e o registro de enfermagem.
  • Em casos religiosos específicos, as equipes são avisadas para realizar determinados procedimentos exigidos pelos familiares.

Não esquecer, em hipótese alguma, de anotar o horário do óbito e o nome do médico que atestou o óbito.

IMPORTANTE: O corpo humano merece respeito e dignidade de uma pessoa viva.

Intervenções de Enfermagem e observações

  • Evitar comentários desnecessários e manter atitude de respeito durante o cuidado com o corpo. Respeitar as crenças dos familiares ao preparar o corpo.
  • Não realizar os procedimentos de higienização e tamponamento para o corpo que será encaminhado ao IML ou SVO e que esteve hospitalizado por um período inferior a 24 horas.
  • Nesses casos, deve ser feita somente a identificação, e os cuidados com o corpo passam a ser do local onde o corpo será encaminhado.
  • Desprezar os materiais descartáveis utilizados nos cuidados com o corpo no expurgo, em recipientes de descarte específicos para o tipo de resíduo.
  • Permitir que a família veja o corpo antes de ser encaminhado ao Serviço de Patologia/Necropsia, quando solicitado.

Referências

1.NURSING INTERVENTIONS CLASSIFICATION (NIC) Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC).6° ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
2.NURSING OUTCOMES CLASSIFICATION (NOC). Classificação dos Resultados de Enfermagem. 5° ed.Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
3.NORTH AMERICAN NURSING DIAGNOSIS ASSOCIATION (NANDA). Diagnóstico de enfermagem:definições e classificação 2015-2017/ NANDA International; tradução Regina Machado Garcez. – Porto Alegre:Artmed, 2015.
4.TRINDADE, V., SALMON, V.R.R. Sistematização de enfermagem: morte e morrer. Curitiba: Revista dasFaculdades Santa Cruz, v. 9, n. 2, p. 115-137, 2013.
5.CHEREGATTI, A. L. et al. Técnicas de enfermagem. São Paulo: Rideel, 2009. 246p.
6.POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Fundamentos de enfermagem. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2009. 1480p.
7.SILVA, S. C.; SIQUEIRA, I. L. C. P.; SANTOS, A. E. Procedimentos básicos. Hospital Sírio Libanês. São Paulo:Atheneu, 2008. 170p.
8.TAYLOR, C.; LILLIS, C.; LEMONE, P. Fundamentos de enfermagem: a arte e a ciência do cuidado de enfermagem.5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 1592p.
9.LECH, J. Manual de procedimentos de enfermagem. Hospital Alemão Oswaldo Cruz. São Paulo: Martinari, 2006.238p.
10.MORITZ, R. A. Os profissionais de saúde diante da morte e do morrer. Bioética, v.13, n. 2, p. 51-63, 2005.
11.ARCHER, E. et al. Procedimentos e protocolos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
12.SCHULL, P. D. Enfermagem básica: teoria e prática. São Paulo: Rideel, 2005. 501p.
13.BUENO, E. Porque falar na morte? Rev. Espaço Acadêmico, 2003.
14.RIBEIRO, M. C.; BARALDI, S.; SILVA, M. J. P. A percepção da equipe de enfermagem em situação de morte:ritual do preparo do corpo “pós-morte”. Rev. Esc. Enfermagem., v. 32, n. 2, p. 117-23, 1998.

Nil Per Os (NPO)

Nil per osNihil per os (NPO), é uma instrução médica para não alimentar o paciente com comidas nem bebidas. Pode ser traduzido como “Nada (nil/nihil) pela via oral (per os)”.

Indicações da NPO

  • Prevenção de aspiração de partículas e líquidos para dentro do pulmão em pacientes que serão submetidos a uma anestesia geral;
  • Em pacientes com musculatura de deglutição enfraquecida;
  • Sangramento gastrointestinal;
  • Bloqueio gastrointestinal;
  • Provável refluxo gastroesofágico.

Quando os pacientes são colocados sob ordem de NPO antes de uma cirurgia por anestesia geral, os médicos geralmente adicionam a exceção de que os pacientes são permitidos a tomar uma quantidade pequena de água junto com sua medicação usual.

Essa é a única exceção para um estado NPO pré-cirúrgico de um paciente. Desta maneira, se um paciente ingerir acidentalmente comida ou líquidos, a cirurgia geralmente é cancelada ou atrasada em por algumas horas.

Tempo de jejum

O número de horas de jejum é proporcional ao tempo de digestão do último alimento consumido:

  • Líquidos sem parte sólida (chá, sucos, água…): 2 horas
  • Lanche leve (pão, frutas, leite): 6 horas
  • Refeição típica de hospital (grãos, verduras e legumes…): 8 horas

Porém, a digestão depende da quantidade de fibras, da idade do paciente e de sua produção de enzimas, então certas carnes consumidas sem fibras podem durar dias para serem digeridas e causarem problemas em pacientes com patologias digestivas.

Referências:

  1. http://www.proz.com/kudoz/spanish_to_english/medical_general/2257865-dieta_absoluta.html
  2. http://medical-dictionary.thefreedictionary.com/NPO
  3. http://www.meac.ufc.br/arquivos/biblioteca_cientifica/File/PROTOCOLOS%20OBSTETRICIA/protocolojejum.pdf

Fricção e Cisalhamento: O que são?

O Cisalhamento é causado pela combinação da gravidade e fricção.

Exerce uma força paralela à pele e resulta da gravidade que empurra o corpo para baixo e da fricção ou resistência entre o paciente e a superfície de suporte.

Quando a cabeceira é elevada, a pele adere-se ao leito da cama, embora o esqueleto empurre o corpo para baixo. Os vasos sanguíneos são esticados ou acotovelados dificultando ou interrompendo o fluxo sanguíneo e causando danos por isquemia. O cisalhamento causa a maior parte do dano observado nas lesões por pressão.

Já a Fricção, se a ação da fricção for isolada, a possibilidade de danos estará restrita à epiderme e derme e ao estrato córneo. Resulta em uma lesão semelhante a uma queimadura leve e ocorre com maior frequência em pacientes agitados. A forma mais grave de dano por fricção ocorre associada ao cisalhamento.

O cisalhamento causa a maior parte do dano observado nas lesões de pressão.

Fatores para causa de LPP

A umidade cutânea (mais comumente oriunda de incontinência urinária ou fecal) pode gerar maceração da pele, expondo ao risco de desenvolvimento de lesão.

Outros fatores relacionados ao desenvolvimento de lesões por pressão incluem desnutrição, idade avançada, condições de saúde que ocasionam baixa perfusão tecidual (hipotensão, tabagismo, hipertermia, anemia) e estados psicossociais, em particular a secreção de cortisol induzida por estresse.

Veja também:

Classificação da Lesão por Pressão conforme NPUAP

Qual é o benefício do uso do Colchão “Caixa de Ovo”?

Coxim ou Coxins: Prevenção de Lesão por Pressão

Escala de Braden

Referências:

  1. EBSERH

Comadre: Como colocar e retirar

A comadre é um dispositivo utilizado em ambiente hospitalar, como também no domicílio do paciente para auxiliar o paciente a realizar suas necessidades fisiológicas quando ele está impossibilitado de locomover-se.

O setor responsável pela utilização desse tipo de instrumento é aquele que presta assistência direta ao paciente, neste caso a equipe de enfermagem torna-se a responsável.

Como realizar o procedimento?

Com o auxílio do paciente

  1. Cobrir a comadre com papel toalha ou papel higiênico;
  2. Solicitar ao paciente para ficar em decúbito dorsal, com os joelhos fletidos e os pés sobre a cama “empurrando” a cama, com os pés o paciente levanta as nádegas e com a outra mão coloque a comadre sob ele;
  3. Colocar um dos braços sob a região lombar ajudando-o a levantar as nádegas e com a outra mão coloque a comadre sob ele;
  4. Se o paciente não tiver condições de fazer a sua higiene, limpar e/ou secar após qualquer eliminação. Fazer higiene com água morna e sabão líquido;
  5. Ao desprezar as eliminações, verificar o conteúdo quanto à sua característica e fazer as anotações necessárias.

Sem auxílio do paciente

  1. Cobrir a comadre com papel toalha ou papel higiênico;
  2. Virar o paciente de lado, ajustar a comadre nas nádegas, virando-o sobre a mesma;
  3. Limpar e/ou secar após qualquer eliminação. Após evacuação, fazer higiene com água morna e sabão líquido;
  4. Ao retirar a comadre proceder da mesma maneira: virar para o lado, retirar a comadre e colocar novamente o paciente na posição desejada.

Periodicidade

A ocorrência desse procedimento está de acordo com a necessidade de higienização do paciente em que há possibilidade de levantar-se sozinho.

Material utilizado

  • Bandeja;
  • Papel higiênico;
  • Papel toalha;
  • Recipiente com água morna;
  • Sabão líquido

Observações: nos casos de pacientes subnutridos ou caquéticos, deve-se acolchoar bem a comadre para evitar lesões de pele, principalmente na região sacral.

Referência:

  1. SILVA, C. S. J. Procedimento Operacional Padrão – POP Enfermagem: colocação e retirada de comadre/aparadeira. Aracaju: Universidade Federal de Sergipe. Campus da Saúde Professor João Cardoso Nascimento Júnior, 2010.