Bolha de Respiração Individual Controlada (BRIC®)

A fim de evitar o agravamento do quadro respiratório de doentes internados com Covid-19, pesquisadores brasileiros correm para desenvolver um novo aparelho de respiração assistida.

A Bolha de Respiração Individual Controlada (BRIC®), é o único produzido inteiramente no Brasil e aprovado pela Anvisa, é frequentemente utilizada com um ventilador mecânico, comumente presente nas UTIs.

Além das vantagens da Ventilação Não Invasiva (VNI) como menor tempo de internação, essa interface não expõe os profissionais à aerossóis e facilita a comunicação do paciente com a equipe. Portanto, A BRIC se torna uma aliada no combate ao COVID-19, e também pode ser utilizada no tratamento de outros doenças respiratórias.

Características

O BRIC® é uma bolha impermeável de uso individual, com conexões respiratórias. Não é um ventilador nem respirador, trata-se de uma interface entre paciente e ventilador mecânico ou outro dispositivo gerador de fluxo e pressão.

  • Impede a propagação do vírus nas instalações de tratamento;
  • Compatível com ventiladores de Ventilação Não Invasiva – VNI;
  • Protege a equipe multidisciplinar da saúde e pacientes com riscos de contaminação;
  • Pode ser utilizado em qualquer ambiente intra-hospitalar;
  • Permite oferta de O2 variado de 21% a 100% de acordo com a necessidade clínica;
  • Possui 04 válvulas de acesso para instalação de circuitos e filtros;
  • É possível instalar entrada e saída, conforme indicação do profissional;
  • As válvulas vêm com sistema para passagem de sonda e cateter intravenoso;
  • Janela de acesso ao paciente em caso de emergência;
  • 5 ilhoses para fixação de alças;
  • Almofada para conforto do paciente;
  • Sistema de Vedação “Estanque”.

O uso desse tipo  de interface melhora a oxigenação e diminui o esforço do paciente, uma vez que o mesmo se  encaixe em algumas indicações específicas, pode se beneficiar com esse tipo de terapia de ventilação não invasiva, ou seja, respirar com a ajuda do ventilador mecânico, mas sem a necessidade de ser intubado.

Referência:

  1. LifeTech Engenharia Hospitalar

Capacete ou Tenda HOOD: Para que serve?

A Tenda, Capacete ou Hood é um equipamento de acrílico ou de plástico, projetado com o objetivo de aumentar a concentração de oxigênio em torno da cabeça da criança e consequentemente oferecer uma maior concentração de oxigênio inspirado, devendo sempre permitir a saída de CO2 expirado, através da difusão pelas aberturas ou com uso de altos fluxos de gases.

Existem vários modelos de hood, com diferentes tamanhos e formas, os quais são selecionados conforme o peso do recém-nascido.

O hood pequeno é indicado para recém-nascidos com menos de 1000 gramas, o hood médio é indicado para recém-nascidos de 1000 a 3600 gramas, e o hood grande é usado em recém nascidos com mais de 3600 gramas.

Sua Utilização

A partir da década de 60, o hood passou a ser um equipamento de administrar oxigênio suplementar muito utilizado nas unidades de cuidado intensivo, berçários e unidades de internação de pediatria, com eficiência clínica variada, pois o oxigênio, por ser uma droga que melhorava a hipoxemia, apresentava vários efeitos colaterais, devendo ser realizada uma frequente monitorização da concentração de oxigênio, da umidade e da temperatura dentro deste microambiente.

Ainda hoje, quando se deseja valores estáveis de FiO2 e uma fração parcial de oxigênio inspirado (FiO2) acima de 21% e até 90%, os hoods são frequentemente indicados para lactentes, recém-nascidos a termo e prematuros.

As Desvantagens

O uso do hood como sistema fornecedor de oxigênio apresenta algumas desvantagens como a necessidade de um adequado posicionamento do paciente dentro do hood e deste dentro da incubadora, para que receba a concentração de oxigênio prevista.

Outras desvantagens estão associadas à:

  • Dificuldade de visualização da face da criança quando se usa elevada umidificação;
  • Altos níveis de ruídos devido ao uso de altos fluxos de gases;
  • Risco de infecção devido à constante umidade e condensação dos gases principalmente quando é usado por longos períodos; risco teórico de acúmulo de CO2 se o hood estiver todo fechado.

Os Cuidados de Enfermagem

  • Higienizar as mãos;
  • Instalar o ventilador e o umidificador aquecido (entre 32°- 36°);
  • Adequar o fluxo de mistura gasosa aquecida e umidificada na concentração adequada à necessidade do recém-nascido;
  • Ajustar o fluxo;
  • Colocar a traqueia da saída inspiratória no oxy-hood, tenda ou capacete;
  • Aspirar as vias aéreas superiores quando necessário;
  • Posicionar o Recém-nascido com ajuda de coxins, acomodando sua cabeça no interior do capacete;
  • Lavar as mãos;
  • Registrar na evolução

Alguns Pontos Importantes

  • O fluxo deverá ser ajustado de acordo com o tamanho do hood, podendo variar de 5l/min. a 15/lmin;
  • Quando retirar o recém-nascido do capacete para realização de outras técnicas ou cuidados, manter a traqueia de saída inspiratória de oxigênio próximo a narina.

Referências:

  1. LAHÓZ, A.L.C. et al. Fisioterapia em UTI pediátrica e neonatal. Baueri; São Paulo: Manole, 2009;
  2. TAMEZ, R.N.; SILVA, M.J.P. Enfermagem na UTI-neonatal: assistência ao recém-nascido de alto risco. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
  3. MARTIN, Sandra Haueisen. O uso do hood na oxigenoterapia e o risco de acúmulo de dióxido de carbono. 2003. 109 p. Dissertação (Mestrado). Enfermagem. Escola de Enfermagem da UFMG, Belo Horizonte, 2003;
  4. PROCIANOY, R. S. Oxigenoterapia inalatória, in: MIYOSHI, M. H.; GUINSBURG, R.; ISRAEL, B. Distúrbios no Período neonatal. São Paulo: Ed. Atheneu, 1998, cap. 37, p. 397-399.

Circuito para Ventilação Mecânica: Entenda sua Função!

ventilação mecânica ou suporte ventilatório, consiste em um método de suporte para pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada.

circuito de ventilação mecânica é uma tubulação que fica conectada ao aparelho de suporte ventilatório, para levar ar aos pacientes incapazes de realizar uma respiração independente e natural.

Circuito Para Ventilação Invasiva

Os circuitos de ventilação invasiva, comumente são chamados de circuito ativo ou circuito de ramo duplo. Isso porque especificamente, este circuito contém duas tubulações, sendo um para administrar o fluxo de ar da inspiração e outro para administrar o fluxo de ar da expiração.

Seu funcionamento é destinado ao uso em pacientes entubados ou com traqueostomia, cujo todo o ciclo respiratório é desenvolvido pelo aparelho de ventilação mecânica, a fim de manter a estabilidade da oxigenação do paciente, e a vitalidade do organismo.

Alguns modelos de ventilação mecânica, contém encaixes específicos, por isso, é preciso ficar atento quanto a compatibilidade da tubulação com o tipo de circuito para ventilação invasiva.

Componentes do Circuito

O circuito respiratório se diferencia por sua estrutura, porém, os equipamentos básicos que o compõe são os são:

  • Traqueia de silicone (Ou Ramo para Inspiração/Expiração);
  • Dreno coletor de água para circuito;
  • Conector Y para o circuito escolhido.

Ao escolher um circuito respiratório é necessário conferir a compatibilidade com o ventilador, uma vez que os encaixes podem ser diferentes em cada modelo ou marca de aparelho de ventilação mecânica.

Troca e Montagem do Circuito: Reponsabilidades dentro da Equipe de Enfermagem

A equipe de enfermagem, desde que devidamente capacitada, pode realizar a montagem do VM, o teste do equipamento, a troca de circuito e o desmonte do dispositivo ventilatório. Estes procedimentos não são exclusivos da equipe de enfermagem, podendo ser realizados por outros profissionais da equipe multiprofissional em conformidade com sua legislação profissional.

Para padronização das práticas dos profissionais que compõe a equipe multiprofissional nos setores de cuidados aos pacientes graves/críticos e para sua segurança, reforça-se que as instituições de saúde programem as ações de enfermagem com base na Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), conforme resolução nº 358/2009 e atualizem os protocolos específicos para tal procedimento, o qual deverá seguir os processos institucionais de apreciação e validação.

Cuidados de Enfermagem

Material Necessário:

  • 01 respirador completo;
  • 01 circuito para respirador;
  • 01 copo de umidificação e extensão;
  • 01 ambú com bag;
  • 01 fluxômetro de O2;
  • 02 águas destilada  250ml;
  • 01 equipo simples (para pediatria);
  • 01 luva esterilizada;
  • 01 pacote de gaze estéril;
  • 01 manômetro de oxigênio;
  • 01 manômetro de ar comprimido;
  • 01 filtro HME( adultos);
  • 01 etiqueta para identificação da data de montagem / troca.

Pré – Execução:

  • Lavar as mãos;
  • Reunir material necessário e colocar em bandeja.

Execução:

  • Identificar-se para o paciente e/ou acompanhante;
  • Confirmar o nome e o leito do paciente;
  • Orientar o paciente e/ou acompanhante quanto ao procedimento;
  • Calçar as luvas;
  • Montar o circuito de forma asséptica, protegendo a saída do paciente com gaze estéril;
  • Colocar água no copo umidificador até o limite ideal de uso;
  • Ligar o respirador e realizar teste de funcionamento;
  • Ajustar os alarmes de acordo com os parâmetros a serem utilizados pelo paciente (caso paciente novo solicitar médico plantonista ou fisioterapeuta ) ;
  • Conectar o circuito à cânula do paciente de forma adequada;
  • Identificar data, hora e pessoa que realizou a montagem em etiqueta específica ;
  • Promover monitorização cardíaca e oximetria constantes;
  • Manter o paciente confortável e o ambiente organizado;
  • Trocar extensões seguindo tabela de orientação do SCIH.

Pós – Execução:

  • Lavar as mãos;
  • Encaminhar o material para local pré-determinado;
  • Manter o circuito do respirador, após o procedimento de extubação, protegido com gaze estéril ao lado do leito por 24 horas;
  • Realizar as anotações necessárias.

Avaliação:

  • Estabilização dos gazes sanguíneos e dos parâmetros de monitorização de oximetria;
  • Manter ventilação de acordo com quadro clínico do paciente e que proporcione conforto ao mesmo.

Riscos / Tomada de Decisão:

  • Barotrauma: conferir alarmes do respirador sempre que o mesmo disparar, checando todos os parâmetros;
  • Contaminação do circuito: realizar troca de circuitos;
  • Alteração na rede elétrica ou rede de gazes:  manter aparelho conectado a rede elétrica, mesmo quando não estiver em uso, realizar ventilação manual até estabilização da rede elétrica ou de gazes;
  • Desconexão acidental com perda da ventilação e risco de hipoxemia: conferir alarmes do respirador sempre que o mesmo disparar, checando todos os parâmetros.

Referências:

  1. PARECER TÉCNICO COREN-DF Nº 11/2019;
  2. Portal da Enfermagem;
  3. Blog CPAPS

Filtro Respiratório Umidificador: Entenda sua importância

Os Filtros Respiratórios Umidificadores,  são dispositivos utilizados em conjunto com ventiladores mecânicos e aparelhos de anestesia, para pacientes sob ventilação mecânica artificial, cuja função é aquecer e umidificar os gases medicinais, protegendo assim o sistema respiratório do paciente, além de atuar como barreira, filtrando bactérias e vírus, sendo então, indicado para controlar a disseminação infecciosa pois evita a infecção cruzada paciente – ventilador.

A Importância da Utilização

Nas Unidades de Terapia Intensiva e no Centro Cirúrgico, durante anestesia, é comum pacientes estarem submetidos à ventilação mecânica, nesse momento o risco de lesões do sistema respiratório se eleva, pois as funções fisiológicas de aquecimento e umidificação não estão sendo realizadas.

Os gases medicinais são totalmente desprovidos de calor e umidade e a ação exercida por eles ao paciente pode não ser tão benéfica, sendo assim, estes filtros são eficazes na preservação da temperatura do sistema respiratório e umidade da via aérea, além de diminuir o acúmulo de liquido no circuito e desta forma reduzir a contaminação do sistema respiratório, combinando propriedades de umidificação com propriedades de retenção bacteriana através de membranas que, desta forma, protegem pacientes mecanicamente ventilados.

Os Tipos de Filtros

Os Filtros HME (Heat and moisture exchanger/Trocador de calor e umidade)

São definidos pela American Society for Testing and Materials, como umidificadores passivos, todavia os filtros HME, segundo a literatura médica mundial, são agrupados em três grandes categorias:

  • Umidificadores com condensadores higroscópicos sem propriedades de filtração antimicrobiana, apenas realizam a troca de calor e umidade;
  • Umidificadores hidrofóbicos que atuam como barreira, mas com pobre poder de produção de umidificação;
  • Umidificadores mistos, ou seja, higroscópico e hidrofóbico possuem adequada propriedade de produção de umidade e calor e ótima ação de barreira microbiológica exercida por membrana eletrostática. Esta categoria acaba recebendo, por alguns autores, a nomenclatura HMEF, ou seja, trocador de calor e umidade com poder de filtração.

Os Filtros HEPA (High Efficiency Particulate Air/Ar em partículas de alta eficiência)

O dispositivo de filtragem de alta eficiência de partículas adentra à categoria dos filtros hidrofóbicos, pois em geral são constituídos por membranas de fibra de vidro ou cerâmica, atuando como barreira mecânica, sendo destinado à proteção do equipamento ventilatório, a fim de garantir que o mesmo não seja contaminado e, internamente, que seus componentes funcionem adequadamente.

Em que situações ambos são utilizados?

Os Filtros HME em todas suas versões (adulto, pediátrico e neonatal), são filtros MISTOS, bidirecional, sua membrana filtrante é eletrostática, com poro de 0,02µm, garantindo assim bloqueio de aerossóis, podem ser utilizados de maneira tranquila e segura em pacientes suspeitos e/ou confirmados com coronavírus, sua eficácia de filtragem BFE é de 99,9999% e a VFE de 99,9998%.

Os Filtros HEPA, possuem volumetria ampla (150 a 1500 ml), dessa forma atende de forma vasta o público pediátrico e adulto. Sua membrana filtrante é constituída por fibra de vidro plissada com poro de 0,02µm, que de maneira mecânica bloqueia a passagem de aerossóis, a BFE é de 99,9999% e a VFE de 99,9998%.

O uso associado do Filtro HME, na conexão Y, com o Filtro HEPA, na saída exalatória, aumenta ainda mais a proteção contra a disseminação de aerossóis, sendo recomendado o uso, em concordância com diversas recomendações mundiais.

O Espaço Morto

A Traqueia corrugada ou Espaço Morto fornece uma mobilidade melhorada ao manuseio do circuito ventilatório acoplado ao sistema de filtragem juntamente com o tubo orotraqueal, diminuindo riscos de exteriorização acidental do tubo e do sistema ventilatório acoplado ao paciente, além de que, o, possibilita visualização de obstruções, permite acompanhar o funcionamento do filtro através do contato visual do condensado e conectores ISO cônicos.

Alguns Cuidados com os filtros que são recomendados:

  • Manter o produto em ambiente limpo, seco e arejado;
  • Proteger da umidade e da luz solar direta;
  • Recomendado uso máximo de 48 horas;
  • Caso haja sujidade antes do tempo máximo de uso, deverá ser descartado e instalado um novo sistema de filtragem;
  • Descartar preferencialmente em lixo hospitalar infectante.

Referências:

  1.  Esquinas A., 2012 – Humidicication in the Intensive Care Unit – The essentials. Springer;
  2. Galvão A. M. et al 2006 – Estudo comparativo entre os sistemas de umidificação aquoso aquecido e trocador de calor e de umidade na via aérea artificial de pacientes em ventilação mecânica invasiva. Rev. bras. fisioter., São Carlos, v. 10, n. 3, p. 303-308, jul./set. 2006;
  3. Gatiboni S. et al, – Umidificação dos gases inspirados na ventilação mecânica em crianças. – Scientia Medica, Porto Alegre, v. 18, n. 2, p. 87-91, abr./jun. 2008.;
  4. Lucato J., 2005 – Avaliação e comparação dos diferentes tipos de trocadores de calor e umidade. – Tese de Doutorado, Faculdade de Medicina de Universidade de São Paulo. / Sociedade Argentina de Terapia Intensiva / Sociedade Chilena de Medicina Intensiva / Federação Mundial das Sociedades de Anestesiologistas

Tubo Laríngeo (TL)

O Tubo Laríngeo é uma evolução do Combitube, sendo menos traumático e mais, uma vez que apenas 1 válvula se insufla 2 balonetes.

Outra evolução, dessa vez em relação à máscara laríngea, é que seu número é escolhido pela altura e não pelo peso ideal, minimizando contas e erros.

Deverá ser lubrificado e introduzido na linha média da boca, até que a linha proximal demarcada em seu tubo, próximo ao conector de 15 mm pela mesma via, devendo a pressão ser menor que 60 cmH2O.

Vantagens

Em relação a Máscara Laríngea:

  • Escolha do tamanho de acordo com a altura e não pelo peso ideal, minimizando as contas;
  • Não necessita introduzir o dedo na boca do paciente;
  • Introduzido até marcação e não até sentir resistência;
  • Os de segunda geração, permitem a passagem de sonda gástrica mais calibrosa que a máscara laríngea.

 

Os Tamanhos

O tamanho do tubo laríngeo é escolhido de acordo com a tabela a seguir:

Tamanho Paciente Altura
0 Neonatal < 5kg
1 Bebê 5-12 kg
2 Pediátrico 12-25 kg
2,5 Pediátrico 125-150 cm
3 Adulto < 155 cm
4 Adulto 155-180 cm
5 Adulto > 180 cm

Referência:

  1. Via Aérea Difícil

Veja também:

A Máscara Laríngea (ML)

Inalação em Ventilação Mecânica: Como fazer?

Pacientes com doenças pulmonares obstrutivas frequentemente necessitam de suporte ventilatório através de ventilação mecânica invasiva ou não invasiva, dependendo da gravidade da exacerbação.

O uso de bronco dilatadores inalatórios pode reduzir significativamente a resistência das vias aéreas, contribuindo para a melhora da mecânica respiratória e da sincronia do paciente com o respirador.

Mas, como fazer a inaloterapia em um paciente intubado ou traqueostomizado?

O que preciso para realizar uma inaloterapia em pacientes sob V.M?

  • 1 tubo T;
  • 1 conector universal 22 x 22 para acoplar ao tubo T;
  • 1 frasco/copo inalador simples;
  • 1 extensor para régua de gases.

Como é montado o sistema ao V.M?

  • Deve-se primeiramente deixar o tubo T com o conector universal previamente montados e reservados para o uso;
  • Montar o frasco inalador com a medicação prescrita pelo médico e deixá-lo reservado à bandeja;
  • Deixar previamente montado a extensão da inalação à régua de gases no leito do paciente (Oxigênio ou Ar Comprimido);
  • Conectar a extensão e o tubo T ao frasco inalador;
  • Ir ao paciente, já com todo o sistema montado, remover o filtro e conectar o sistema de inalação juntamente ao circuito ventilatório (conector Y);
  • Evitar assincronia de disparo do ciclo inspiratório;
  • Sincronizar a administração com inspiração;
  • Quando usada uma fonte externa de fluxo, usar de 6 a 8 l/min

Muitos pacientes com DPOC necessitam suporte ventilatório com VM invasiva ou VNI. A oferta das drogas inalatórias nesse contexto é complexa. Múltiplos são os fatores que influenciam a eficácia dos broncodilatadores quando administrados em VM. Para uma melhor efetividade da droga, recomenda-se a prescrição da dose adequada para a via inalatória, na apresentação conforme sua disponibilidade.

É importante atentar para as medidas que podem melhorar a eficácia das medicações, como o uso de espaçador, a sincronia do paciente, o intervalo adequado entre as doses e o ajuste dos parâmetros ventilatórios durante a administração.

Referência:
  1. Terapia inalatória em ventilação mecânica (ISSN 1806-3713© 2015 Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia J Bras Pneumol. 2015;41(5):467-472http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132015000000035

Máscara Não Reinalante

A Máscara Não Reinalante é um dispositivo muito utilizado em salas de emergência e UTI, onde a princípio compõem por uma máscara facial com duas portas de exalações, uma delas contendo uma válvula unidirecional.

Conectada à máscara, há uma bolsa reservatório flexível com uma válvula unidirecional entre a bolsa e a máscara, e uma extensão de O2.

A FiO2 varia de 60 a 100%, com fluxo mínimo de 6L/min e com fluxo máximo de 15 l/min.

A Desvantagem

Alguns estudos relatam que o paciente pode reinalar o ar expirado, o que não faz jus ao seu nome. Além de que, não costuma ficar perfeitamente acoplada à face do paciente, portanto, é comum que não alcance uma FiO2 de 100%, ainda mais que a utilização prolongada pode ser desconfortável devido ao peso do equipamento sob o paciente e a vedação necessária, ou seja, muitas vezes pode lesionar o rosto do paciente.

Alguns Cuidados de Enfermagem

  • Separar máscara facial de tamanho adequado para o paciente;
  • Monitorizar (oxímetro de pulso) e avaliar paciente;
  • Checar funcionamento da rede de oxigênio;
  • Acoplar umidificador de gases no fluxômetro de O2 previamente instalado na rede de gases;
  • Acoplar a máscara facial no paciente, envolvendo a boca e o nariz, e ajustar elástico ao redor da cabeça e clipe metálico no nariz;
  • Ajustar fluxo de O2 de modo que os valores de SpO2 sejam satisfatórios;
  • Certificar-se pela avaliação do paciente de que houve melhora do quadro;
  • Registrar no prontuário o início do suporte;

Quanto aos cuidados com o Dispositivo

  • A máscara de reservatório é de uso individual e descartável;
  • Certificar-se de que o equipamento esteja completo e em perfeito estado para sua utilização;
  • Manter fluxo mínimo de 6 l/min, para evitar o colabamento do reservatório;
  • Realizar o desmame da oxigenoterapia adequadamente, reduzindo gradativamente o fluxo de oxigênio ofertado;
  • Atenção contínua a sinais de toxicidade pelo uso prolongado e/ou em altas concentrações de oxigênio;
  • Na persistência de baixos níveis de SpO2 e/ou dispneia, comunicar a equipe médica e considerar a necessidade de outro sistema ou de suporte ventilatório;
  • Em caso de intercorrência clínica, comunicar a equipe médica, e registrar o ocorrido em prontuário;
  • Em caso de não funcionamento adequado do equipamento, cancelar o procedimento e solicitar troca e/ou reposição do mesmo.

Referências:

  1. Pebmed
  2. COSTA, A. P. B. M.; PERES, D.B. Aerossolterapia e oxigenoterapia em pediatria e neonatologia. In: Profisio Pediátrica e Neonatal: cardiorrespiratória e terapia intensiva, 2012, 1(1):107-151.
  3. LEAL, A.G.C.; SILVA, R.J.; ANDRADE, L.B. Aerossolterapia em pediatria e em neonatologia. In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva;
  4. MARTINS, J.A.; e org. PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia Pediátrica e Neonatal: Cardiorrespiratória e Terapia Intensiva: Ciclo 3. v. 1. Porto Alegre: Artmed/Panamericana; 2014. p. 9-28.
  5. PRADO, C.; VALE, L. A. Fisioterapia neonatal e pediátrica. REBELO, C. M.; HADDAD, L. B. Oxigenoterapia e ventilação manual. Barueri, SP : Manole, 2012.
  6. REBELO, C. M.; HADDAD, L. B. Oxigenoterapia e ventilação manual. In: PRADO, C.; VALE, L.A. Fisioterapia neonatal e pediátrica.. Barueri, SP : Manole, 2012.
  7. REIS, L.F.F. Uso terapêutico do oxigênio em terapia intensiva. In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva; DIAS, C.M.; MARTINS, J.A. (Org.). PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto: Ciclo4. Porto Alegre: Artmed/Panamericana; 2014. p. 69-96. (Sistema de Educação em Saúde Continuada a Distância, v. 3).
  8. SARMENTO, G. J. V. Fisioterapia respiratória em pediatria e neonatologia. Barueri, SP: Manole, 2007.

Capnografia

A Capnografia é uma tecnologia que permite ter uma imagem gráfica e uma medida objetiva do estado ventilatório de um doente.

É monitorado a concentração ou pressão parcial de dióxido de carbono nos gases respiratórios. Seu principal desenvolvimento tem sido uma ferramenta de monitoramento para uso durante anestesia e terapia intensiva. Geralmente é apresentado como um gráfico de CO expiratório durante o ciclo respiratório por um sensor aplicado nas vias áreas do paciente ou pela aspiração de uma amostra de ar nas vias aéreas processada por um sensor.

A capnografia é utilizada como parâmetro indicativo de acidose respiratória incipiente e como ferramenta no auxilio ao desmame do respirador. Uma capnografia com valor zero significa que o paciente não está respirando, ou algumas vezes pode também representar uma desconexão do equipamento ou mau funcionamento.

Valores Normais

O valor normal do capnógrafo é de 35 a 45 mmHg. Uma diminuição da capnografia indica hipotermia, choque hipovolêmico, diminuição da atividade muscular, hipotireoidismo, anestesia geral, hiperventilação alveolar ou até um mau funcionamento do equipamento.

Um aumento da capnografia indica hipertermia ou sepse, aumento da atividade muscular, hipertireoidismo, hipoventilação alveolar e também pode ser mau funcionamento do equipamento.

Devemos estar atento não apenas aos valores apresentados em monitores, mas sim na clínica do paciente, permitindo distinguir uma alteração clínica de uma “monitorite”.

Curvas (Ondas) da Capnografia

Vamos conhecer uma curva de capnografia normal. No ponto marcado :

– A-B = Linha de base, fase inspiratória;
– B-C = Começo da expiração;
– C-D = Platô da expiração (pico máximo expiratório);
– D = Concentração final expiratória, ETCO2;
– D-E = Começo da fase inspiratória.

Através da curva do capnógrafo, podemos identificar e intervir rapidamente nas complicações respiratórias.

1. Uma diminuição de CO2 por um período prolongado pode estar ligado ao:

• Aumento da freqüência respiratória;
• Aumento do volume corrente;
• Diminuição do metabolismo e diminuição do consumo O2;
• Queda da temperatura corporal.

2. Um aumento de CO2 por um tempo prolongado pode estar ligado ao:

• Diminuição da freqüência respiratória;
• Diminuição do volume corrente;
• Aumento do metabolismo e aumento do consumo O2;
• Rápido aumento da temperatura corporal (hipertermia maligna).

3. Uma elevação da linha basal indica reinalação do CO2:

• Defeito da válvula respiratória;
• Tempo respiratório curto;
• Fluxo inspiratório inadequado;
• Funcionamento inadequado do sistema de absorção do CO2.

4. Obstrução do Fluxo por:

• Broncoespasmo;
• Oclusão da Vias Aéreas Superiores;
• Oclusão do Circuito Ventilatório.

5. Quando começa a terminar o efeito do relaxante muscular, e o paciente retorna a ventilação espontânea, aparecem umas ranhuras nas ondas da capnografia;

6. Há um escape de ar devido a má insuflação ou perfuração do cuff;

7. Intubação esofágica;

Cuidados de enfermagem

• Alguns equipamentos necessitam de calibração do capnógrafo, antes da instalação na cânula traqueal do paciente, deve-se proceder conforme o fabricante;
• Realizar higiene do sensor com álcool a 70% a cada troca do equipamento por paciente;
• Evitar obstrução do capilar do capnógrafo por muco em condensação, com o tempo o valor CO2 diminui;
• Evitar a condensação de vapor de água no circuito do ventilador, para que as leituras não sejam falsamente elevadas;
• Ao encontrar valores alterados comunicar imediatamente ao médico e/ou a enfermeira.

Referências:

1. Miller RD. Miller’s Anesthesia 7th Ed. Churchill Livingstone.
2. West JB. The Essentials of Respiratory Physiology 9th Ed. Lippincott Williams & Wilkins.
3. N Engl J Med. 2012 Nov 8;367(19):e27. doi: 10.1056/NEJMvcm1105237.
4. Reich DL. Monitoring in Anesthesia and Perioperative Care 1st Ed. Cambridge University Press.
5. Gravenstein JS, Jaffe MB, Gravenstein N, Paulus DA. Capnography 2nd Ed. Cambridge University Press.
6. Soto RG, Fu ES, Vila H Jr, Miguel RV. Capnography accurately detects apnea during monitored anesthesia care. Anesth Analg. 2004. Aug;99(2):379-82.

Hipóxia e Hipoxemia: Entenda as duas condições Clínicas

Hipóxia e Hipoxemia

Quando seu corpo não tem oxigênio suficiente, você pode obter hipoxemia ou hipóxia. Estas são condições perigosas. Sem oxigênio, o seu cérebro, fígado e outros órgãos podem ser danificados, poucos minutos depois do início dos sintomas.

Hipoxemia (baixa de oxigênio em seu sangue ) pode causar hipóxia (baixa de oxigênio em seus tecidos) quando o seu sangue não carrega oxigênio suficiente para os tecidos para atender às necessidades do seu corpo. A palavra hipóxia é por vezes utilizado para descrever ambos os problemas.

Hipoxemia é geralmente definida como diminuição da pressão parcial de oxigênio no sangue,sem outras especificações, que incluem tanto a concentração de oxigênio dissolvido, e oxigênio ligado à hemoglobina. Inclusão deste último incluem anemia como uma possível causa de hipoxemia (que, no entanto não é o caso geral).

Hipoxemia é diferente de hipóxia, que é uma disponibilidade de oxigênio anormalmente baixos para o corpo, ou um tecido ou órgão individuais.Ainda assim, a hipóxia pode ser causada por hipoxemia, tais é referido como “hipóxia hipoxêmica”, que se distingue por exemplo, hipóxia anêmica.Por causa do uso incorreto freqüentes de hipoxemia, é às vezes erroneamente indicado como “hipóxia hipóxica”.

Entendendo sobre a Inaloterapia

Inaloterapia

A Inaloterapia também faz parte da Oxigenoterapia, mas objetiva-se em manter a umidade das vias aéreas adequadas, para a garantia de uma respiração apropriada, podendo ser subdividida em fluidificação e a broncodilatação.

É indicada para administração de medicamentos, principalmente os bronco dilatadores e os muco líticos, e ou para suplementar o oxigênio no sistema respiratório do paciente. Com o uso da Inaloterapia, pode-se mobilizar e fluidificar as secreções mucosas, aliviar o edema da mucosa, reduzir o broncoespasmo e até reduzir processos inflamatórios por nebulizações de antibióticos.

Na forma não invasiva, pode-se realizar a umidificação, administração de oxigênio e medicamentos por meio de nebulizações, por via de máscara inalatória, enquanto por via invasiva (paciente intubado ou traqueostomizado), deve-se utilizar um conector próprio ao circuito ventilatório, o conector MDI (Tubo “T”), conectando o frasco de inalação na terceira via do conector, sem perder a ventilação e não dar perdas ao paciente.

Os medicamentos também podem ser administrados por aerossóis propelidos a freon, um gás que gera alta pressão e produz uma névoa com a solução medicamentosa. Nas unidades de tratamento intensivo (UTIs), são utilizadas nebulizações contínuas para umidificar as vias aéreas e administrar oxigênio, principalmente para os pacientes que foram extubados e ainda apresentam valores diminuídos da pressão parcial de oxigênio, a hipoxemia.

A inaloterapia em geral pode provocar infecções ou superinfecções, em frequência maior que a suspeitada, por contaminação do equipamento (organismos gram-negativos) e pelas alterações na fagocitose e transporte provocados pelo oxigênio em alta tensão.

COMO REALIZAR A INALOTERAPIA?

Materiais necessários para o procedimento:

  • Bandeja;
  • Inalador;
  • Fluxômetro,
  • SF 0,9% ou Água (AD);
  • Medicamento prescrito.

Realizando o procedimento em método não invasivo:

  1. Higienizar como Mãos;
  2. Conferir a prescrição e reunir todo o material e levar junto ao paciente;
  3. Colocar o SF 0,9% ou AD no reservatório do inalador e medicação;
  4. Orientar o paciente sobre o procedimento;
  5. Colocar o paciente em posição de “Fowler”;
  6. Montar o sistema e conectar o inalador a rede de oxigênio ou ar comprimido através do fluxômetro;
  7. Regular o fluxo de oxigênio ou ar comprimido de acordo com a prescrição através do fluxômetro, verificando se há saída de névoa do inalador;
  8. Colocar a máscara sobre a face do paciente delicadamente e orientá-lo a respirar tranquilamente;
  9. Manter a nebulização/inalação durante o tempo indicado e observar o paciente;
  10. Deixar o paciente do Confortável;
  11. Recolher o material para limpeza e guarda;
  12. Higienizar as mãos;
  13. Checar o Procedimento;
  14. Realizar Anotações de Enfermagem no Prontuário.

Realizando o procedimento em método invasivo:

  1. Higienizar como Mãos;
  2. Conferir a prescrição e reunir todo o material e levar junto ao paciente;
  3. Colocar o SF 0,9% ou AD no reservatório do inalador e medicação;
  4. Orientar o paciente sobre o procedimento caso o mesmo estiver consciente;
  5. Colocar o paciente em posição de “Fowler”;
  6. Montar o sistema e conectar o inalador a rede de oxigênio ou ar comprimido através do fluxômetro;
  7. Regular o fluxo de oxigênio ou ar comprimido de acordo com a prescrição através do fluxômetro, verificando se há saída de névoa do inalador;
  8. Instale o conector MDI (Tubo T) na saída do inalador, e desconecte o circuito do paciente, e rapidamente, conecte o tubo T já com a inalação ligada no tubo do paciente, e reconecte o circuito novamente junto ao tubo T (se o paciente obtiver de filtro bacteriológico no circuito, retire enquanto estiver realizando a inalação, pois a eficácia da medicação diminuirá com o filtro bacteriológico conectado ao paciente);
  9. Manter a nebulização/inalação durante o tempo indicado e observar o paciente, e após o término do mesmo, realizar a desconexão do inalador com o tubo T e instalar o filtro bacteriológico novamente, reconectando ao paciente rapidamente;
  10. Deixar o paciente do Confortável;
  11. Recolher o material para limpeza e guarda;
  12. Higienizar as mãos;
  13. Checar o Procedimento;
  14. Realizar Anotações de Enfermagem no Prontuário.