Máscara Facial Neonatal

Há muito mais no processo de fornecimento de VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA INTERMITENTE do que simplesmente escolher uma máscara de tamanho correto: Posição da cabeça, retenção da máscara, pressão aplicada, taxa de ventilação e experiência clínica também para determinar a eficácia da VPPI.

No entanto, usar um tamanho de máscara adequado é importante e é destacado em programas de treinamento, a fim de evitar vazamento de oxigênio e a falta de vedação no rosto do RN para promover uma oxigenação eficaz.

Por isso, existem diversos tamanhos e tipos de máscaras faciais de reanimação para ser utilizada ao ajuste de variedades de pacientes, pois é necessário considerar cuidadosamente o tamanho, o ajuste e a fixação da máscara, pois uma boa vedação com vazamento minimizado é importante para estabelecer uma ventilação eficaz.

Tamanhos e Tipos

As máscaras faciais estão disponíveis em três tamanhos, para o RN a termo, para o prematuro e para o prematuro extremo, e em dois formatos, o redondo e o anatômico, sendo mais importante o tamanho do que o formato para o ajuste na face do RN.

Pesquisas mostram que as máscaras de 35 milímetros de diâmetro são mais adequadas para bebês com menos de 29 semanas de idade gestacional, enquanto as máscaras com diâmetro de 42 milímetros são recomendadas para bebês entre 27 e 33 semanas de idade gestacional.

Referências:

  1. Diretrizes de 2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria – Reanimação do recém-nascido maior ou igual a 34 semanas em sala de parto. Sociedade Brasileira de Pediatria, Programa de Reanimação Neonatal.

Cateter Nasal de Alto Fluxo (CNAF)

O Cateter Nasal de Alto Fluxo, também chamado de Cânula Nasal de Alto Fluxo (CNAF), é um dispositivo de suporte de oxigênio umidificado e aquecido a fluxos tão altos quanto 60L/min via um cateter nasal largo.

É usado em pacientes críticos em diversos cenários, como IRespA hipoxêmica e hipercápnica, pós extubação, pré oxigenação para intubação orotraqueal (IOT), ou mesmo no intuito de se evitar IOT em pacientes imunossuprimidos.

Benefícios

Teoricamente, o CNAF traz vantagens fisiológicas ao suporte de O2 convencional, como redução do trabalho respiratório devido aos fluxos do dispositivo serem compatíveis com o fluxo inspiratório, melhor sincronia toracoabdominal e esforço respiratório mais eficaz associados à redução do espaço morto anatômico, maior facilidade no clareamento de secreções, menor risco de atelectasias e melhor oxigenação.

O dispositivo inclui uma fonte de gás (usualmente um gerador de fluxo com um blender de ar comprimido e oxigênio), capaz de gerar fluxos até 60L/min com frações inspiradas de O2 que variam de 21 – 100%, um umidificador aquecido, um circuito inspiratório único e um prong nasal largo.

Mecanismo de funcionamento

  • O CNAF permite a eliminação do espaço morto da nasofaringe, o que contribui para estabelecer uma fração melhorada de gases alveolares em relação tanto ao dióxido de carbono quanto ao oxigênio;
  • Promove o fornecimento de um fluxo adequado para sustentar a inspiração, de maneira que reduz o trabalho respiratório e inspiratório;
  • O fornecimento de gás adequadamente aquecido e umidificado às vias aéreas condutoras melhora a condutância e a complacência pulmonar em comparação ao gás seco e frio. Além disso, reduz o trabalho metabólico associado ao condicionamento de gases;
  • O alto fluxo por meio da nasofaringe pode ser usado para fornecer pressão de distensão final.

O fluxo aquecido e umidificado promove maior conforto e elevado fluxo de ar, o qual vai direto para a nasofaringe e faz com que o espaço morto seja diminuído devido à menor fração de CO2, melhorando a ventilação alveolar e o trabalho respiratório.

Assim, após entender o mecanismo, fica fácil saber quais são as principais vantagens do CNAF: ele possui valores mais altos e estáveis de FiO2, o espaço morto anatômico é diminuído por meio de lavagem do espaço nasofaringe, uma fração maior da ventilação/minuto participa da troca gasosa, e os esforços respiratórios ficam mais eficientes.

Indicação

Em 2020, a Intensive Care Medicine publicou um guideline sobre CNAF que mostra quais são as principais indicações de uso. Confira as recomendações com base nos quadros dos pacientes abaixo.

Recomendação forte: insuficiência respiratória hipoxêmica aguda

Neste quadro, comparando o CNAF com as terapias de oxigênio convencionais, as principais diferenças são:

  • redução nas taxas de intubação;
  • aumento do suporte respiratório, podendo ter um pequeno efeito no conforto e na dispneia.

Recomendação moderada: insuficiência respiratória aguda pós-extubação

Nesta situação, o CNAF foi sugerido após extubação para pacientes intubados por mais de 24 horas e com qualquer característica de alto risco, entre as citadas abaixo, para reintubação:

  • idade > 65 anos;
  • insuficiência cardíaca congestiva (ICC);
  • DPOC moderada a grave;
  • APACHE II > 12;
  • IMC > 30;
  • permeabilidade ou secreção das vias aéreas;
  • dificuldade de desmame;
  • duas ou mais comorbidades;
  • ventilação mecânica > 7 dias.

Desvantagens

A principal preocupação deve ser em retardar a intubação por mascarar uma piora clínica do paciente. O estudo observacional mostrou que os pacientes intubados após 48 horas de tratamento tiveram mortalidade mais elevada que os que foram intubados nas primeiras 48 horas.

A grande diferença entre o CNAF e a ventilação não invasiva (VNI) é que não há possibilidade de monitoramento de pressões ou volumes, com chance de ocasionar uma lesão pulmonar em pacientes que respiram com altos volumes.

O principal ponto é que, embora o CNAF seja uma opção promissora na unidade de terapia intensiva, são necessários estudos adicionais para definir, de forma mais precisa, quais são os pacientes com maior oportunidade de se beneficiarem a partir do uso da oxigenoterapia nasal de alto fluxo.

É de extrema importância que a indicação seja adequada, e o paciente esteja em um ambiente com uma equipe que consiga monitorar de perto o curso clínico, treinada para reconhecer os primeiros sinais de falha.

Referências:

  1. Cummings MJ, Baldwin MR, Abrams D, et al.: Epidemiology, clinical course, and outcomes of critically ill adults with COVID-19 in New York City: a prospective cohort study. The Lancet 2020; 395:1763–1770
  2. Gattinoni L, Coppola S, Cressoni M, et al.: Covid-19 Does Not Lead to a “Typical” Acute Respiratory Distress Syndrome. Am J Respir Crit Care Med 2020; rccm.202003-0817LE
  3. Alhazzani W, Møller MH, Arabi YM, et al.: Surviving Sepsis Campaign: guidelines on the management of critically ill adults with Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) [Internet]. Intensive Care Med 2020; Available from: http://link.springer.com/10.1007/s00134-020-06022-5
  4. Perkins GD, Ji C, Connolly BA, et al.: Effect of Noninvasive Respiratory Strategies on Intubation or Mortality Among Patients With Acute Hypoxemic Respiratory Failure and COVID-19: The RECOVERY-RS Randomized Clinical Trial. JAMA 2022; 327:546
  5. Ospina-Tascón GA, Calderón-Tapia LE, García AF, et al.: Effect of High-Flow Oxygen Therapy vs Conventional Oxygen Therapy on Invasive Mechanical Ventilation and Clinical Recovery in Patients With Severe COVID-19: A Randomized Clinical Trial. JAMA 2021; 326:2161
  6. Lewis SR, Baker PE, Parker R, et al.: High-flow nasal cannulae for respiratory support in adult intensive care patients [Internet]. Cochrane Database Syst Rev 2021; 2021[cited 2022 Jul 3] Available from: http://doi.wiley.com/10.1002/14651858.CD010172.pub3
  7. Frat J-P, Thille AW, Mercat A, et al.: High-Flow Oxygen through Nasal Cannula in Acute Hypoxemic Respiratory Failure. N Engl J Med 2015; 372:2185–2196
  8. Baldomero AK, Melzer AC, Greer N, et al.: Effectiveness and Harms of High-Flow Nasal Oxygen for Acute Respiratory Failure: An Evidence Report for a Clinical Guideline From the American College of Physicians. Ann Intern Med 2021; 174:952–966
  9. Thille AW, Muller G, Gacouin A, et al.: Effect of Postextubation High-Flow Nasal Oxygen With Noninvasive Ventilation vs High-Flow Nasal Oxygen Alone on Reintubation Among Patients at High Risk of Extubation Failure: A Randomized Clinical Trial. JAMA 2019; 322:1465
  10. Guitton C, Ehrmann S, Volteau C, et al.: Nasal high-flow preoxygenation for endotracheal intubation in the critically ill patient: a randomized clinical trial. Intensive Care Med 2019; 45:447–458
  11. Frat J-P, Ricard J-D, Quenot J-P, et al.: Non-invasive ventilation versus high-flow nasal cannula oxygen therapy with apnoeic oxygenation for preoxygenation before intubation of patients with acute hypoxaemic respiratory failure: a randomised, multicentre, open-label trial. Lancet Respir Med 2019; 7:303–312

Medidas de Trocas Gasosas

As trocas gasosas são medidas por vários meios, como por exemplo a oximetria de pulso e a amostra de gasometria arterial. São medidas de parâmetros importantes para diagnosticar Insuficiência Respiratória e entre outras patologias respiratórias.

FiO2 (Fração Inspirada de Oxigênio)

A fração inspirada de oxigênio (FiO2) é um parâmetro de ventilação mecânica frequentemente utilizado para otimizar a oxigenação tecidual. Entretanto, um ajuste inadequado da FiO2 pode causar hipoxia ou hiperoxia e, consequentemente, efeitos nocivos ao organismo.

Por exemplo, ar atmosférico possui FIO2 de 21%.

PaO2 (Pressão Parcial de Oxigênio)

A pressão parcial de oxigênio indica o percentual de oxigênio que está livre no sangue, o que reflete a hematose: a troca de oxigênio alvéolo-capilar. Se encontra em valores normais entre 80 mmHg a 100 mmHg.

SaO2 (Quantidade de Oxigênio ligado à Hemoglobina)

A SaO2 é a porcentagem de oxigênio que seu sangue está transportando, comparada com o máximo da sua capacidade de transporte. Idealmente, mais de 89% das suas células vermelhas devem estar transportando oxigênio. Idealmente, mais de 89% das suas células vermelhas devem estar transportando oxigênio.

Referências:

  1. https://sbpt.org.br/portal/publico-geral/
  2. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/exames-de-fun%C3%A7%C3%A3o-pulmonar/medi%C3%A7%C3%A3o-da-troca-gasosa

Oxigenoterapia: Baixo e Alto fluxo

Há dois tipos de oxigenoterapia que, por definição, é a administração de oxigênio como proposta terapêutica a níveis pressóricos acima do encontrado na atmosfera. Têm por finalidade corrigir ou atenuar quadros de deficiência de oxigênio ou hipóxia.

De acordo com a necessidade do paciente e com seu quadro clínico, o profissional indica os seguintes tipos de oxigenoterapia:

  1. Baixo Fluxo:  É caracterizado por fornecer fluxo de oxigênio complementar, suprindo as necessidades do paciente.Sendo que as principais interfaces utilizadas são: cateter tipo óculos ou máscaras para oxigenoterapia, para aqueles pacientes cujas alterações de saturação são mais brandas.
  2. Alto fluxo: Entre os tipos de oxigenoterapia, esse é responsável por ofertar um fluxo maior de oxigênio, atendendo à necessidade do paciente.

A principal interface utilizada é a máscara tipo venturi, em que é possível regular o fluxo de ar e o controle da fração de oxigênio inspirada, e o cateter nasal de alto fluxo (CNAP).

Objetivos principais da oxigenoterapia:

  • Corrigir e reduzir os sintomas decorrentes da hipoxemia e melhorar a difusão de O2;
  • Melhorar a oxigenação tecidual em casos de transporte ineficiente;
  • Reduzir o trabalho cardiopulmonar;
  • Corrigir pressões gasométricas (PaO2 80 – 100 mmHg e SapO2 90 – 100%);

Em quadros de hipoxemia, notamos sintomas como cianose de extremidades, desorientação, agitação psicomotora e taquidispnéia. Sendo assim, a observação clínica do paciente é fundamental no momento da indicação dos tipos de oxigenoterapia e dequal tratamento seguir.

Segundo a American Association for Respiratory Care (AARC), indica-se oxigenoterapia nos casos de:

  • Pressão de Oxigênio e Saturação Baixas (PaO2 <60mmHg ou SpO2 <90% em ar ambiente);
  • SpO2 <88% durante deambulação, exercícios ou sono em portadores de doenças cardiorrespiratórias;
  • Infarto Agudo do Miocárdio (IAM); entre outros.

Após uma avaliação completa do quadro clínico e a identificação de qual dos tipos de oxigenoterapia seguir, e a evolução no caso específico do paciente, pode-se orientar o uso de oxigenoterapia.

Considera-se também os exames laboratoriais de gasometria arterial, a fim de entender qual a necessidade de fração inspirada de oxigênio (FiO2).

Referências:

  1. Dres, M., & Demoule, A.. (2017). O que todo intensivista deve saber sobre oxigenoterapia nasal de alto fluxo em pacientes críticos. Revista Brasileira De Terapia Intensiva, 29(4), 399–403. https://doi.org/10.5935/0103-507X.20170060
  2. CRAVEN, R. F.; HIRNLE, C. J. Fundamentos de Enfermagem: saúde e função humanas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. Disponível em : http://www2.ebserh.gov.br/documents/147715/0/POP+19+Oxigenoterapia+hospitalar+aprovado.pdf/ccd04e6e-2aa9-4f59-a8a3-ac7b3eb14f30. 
  3. POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Fundamentos de enfermagem: conceitos, processo e prática. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
  4. SMELTZER, S. C.; BARE, B. G.; BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

Bolha de Respiração Individual Controlada (BRIC®)

A fim de evitar o agravamento do quadro respiratório de doentes internados com Covid-19, pesquisadores brasileiros correm para desenvolver um novo aparelho de respiração assistida.

A Bolha de Respiração Individual Controlada (BRIC®), é o único produzido inteiramente no Brasil e aprovado pela Anvisa, é frequentemente utilizada com um ventilador mecânico, comumente presente nas UTIs.

Além das vantagens da Ventilação Não Invasiva (VNI) como menor tempo de internação, essa interface não expõe os profissionais à aerossóis e facilita a comunicação do paciente com a equipe. Portanto, A BRIC se torna uma aliada no combate ao COVID-19, e também pode ser utilizada no tratamento de outros doenças respiratórias.

Características

O BRIC® é uma bolha impermeável de uso individual, com conexões respiratórias. Não é um ventilador nem respirador, trata-se de uma interface entre paciente e ventilador mecânico ou outro dispositivo gerador de fluxo e pressão.

  • Impede a propagação do vírus nas instalações de tratamento;
  • Compatível com ventiladores de Ventilação Não Invasiva – VNI;
  • Protege a equipe multidisciplinar da saúde e pacientes com riscos de contaminação;
  • Pode ser utilizado em qualquer ambiente intra-hospitalar;
  • Permite oferta de O2 variado de 21% a 100% de acordo com a necessidade clínica;
  • Possui 04 válvulas de acesso para instalação de circuitos e filtros;
  • É possível instalar entrada e saída, conforme indicação do profissional;
  • As válvulas vêm com sistema para passagem de sonda e cateter intravenoso;
  • Janela de acesso ao paciente em caso de emergência;
  • 5 ilhoses para fixação de alças;
  • Almofada para conforto do paciente;
  • Sistema de Vedação “Estanque”.

O uso desse tipo  de interface melhora a oxigenação e diminui o esforço do paciente, uma vez que o mesmo se  encaixe em algumas indicações específicas, pode se beneficiar com esse tipo de terapia de ventilação não invasiva, ou seja, respirar com a ajuda do ventilador mecânico, mas sem a necessidade de ser intubado.

Referência:

  1. LifeTech Engenharia Hospitalar

Capacete ou Tenda HOOD: Para que serve?

A Tenda, Capacete ou Hood é um equipamento de acrílico ou de plástico, projetado com o objetivo de aumentar a concentração de oxigênio em torno da cabeça da criança e consequentemente oferecer uma maior concentração de oxigênio inspirado, devendo sempre permitir a saída de CO2 expirado, através da difusão pelas aberturas ou com uso de altos fluxos de gases.

Existem vários modelos de hood, com diferentes tamanhos e formas, os quais são selecionados conforme o peso do recém-nascido.

O hood pequeno é indicado para recém-nascidos com menos de 1000 gramas, o hood médio é indicado para recém-nascidos de 1000 a 3600 gramas, e o hood grande é usado em recém nascidos com mais de 3600 gramas.

Sua Utilização

A partir da década de 60, o hood passou a ser um equipamento de administrar oxigênio suplementar muito utilizado nas unidades de cuidado intensivo, berçários e unidades de internação de pediatria, com eficiência clínica variada, pois o oxigênio, por ser uma droga que melhorava a hipoxemia, apresentava vários efeitos colaterais, devendo ser realizada uma frequente monitorização da concentração de oxigênio, da umidade e da temperatura dentro deste microambiente.

Ainda hoje, quando se deseja valores estáveis de FiO2 e uma fração parcial de oxigênio inspirado (FiO2) acima de 21% e até 90%, os hoods são frequentemente indicados para lactentes, recém-nascidos a termo e prematuros.

As Desvantagens

O uso do hood como sistema fornecedor de oxigênio apresenta algumas desvantagens como a necessidade de um adequado posicionamento do paciente dentro do hood e deste dentro da incubadora, para que receba a concentração de oxigênio prevista.

Outras desvantagens estão associadas à:

  • Dificuldade de visualização da face da criança quando se usa elevada umidificação;
  • Altos níveis de ruídos devido ao uso de altos fluxos de gases;
  • Risco de infecção devido à constante umidade e condensação dos gases principalmente quando é usado por longos períodos; risco teórico de acúmulo de CO2 se o hood estiver todo fechado.

Os Cuidados de Enfermagem

  • Higienizar as mãos;
  • Instalar o ventilador e o umidificador aquecido (entre 32°- 36°);
  • Adequar o fluxo de mistura gasosa aquecida e umidificada na concentração adequada à necessidade do recém-nascido;
  • Ajustar o fluxo;
  • Colocar a traqueia da saída inspiratória no oxy-hood, tenda ou capacete;
  • Aspirar as vias aéreas superiores quando necessário;
  • Posicionar o Recém-nascido com ajuda de coxins, acomodando sua cabeça no interior do capacete;
  • Lavar as mãos;
  • Registrar na evolução

Alguns Pontos Importantes

  • O fluxo deverá ser ajustado de acordo com o tamanho do hood, podendo variar de 5l/min. a 15/lmin;
  • Quando retirar o recém-nascido do capacete para realização de outras técnicas ou cuidados, manter a traqueia de saída inspiratória de oxigênio próximo a narina.

Referências:

  1. LAHÓZ, A.L.C. et al. Fisioterapia em UTI pediátrica e neonatal. Baueri; São Paulo: Manole, 2009;
  2. TAMEZ, R.N.; SILVA, M.J.P. Enfermagem na UTI-neonatal: assistência ao recém-nascido de alto risco. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
  3. MARTIN, Sandra Haueisen. O uso do hood na oxigenoterapia e o risco de acúmulo de dióxido de carbono. 2003. 109 p. Dissertação (Mestrado). Enfermagem. Escola de Enfermagem da UFMG, Belo Horizonte, 2003;
  4. PROCIANOY, R. S. Oxigenoterapia inalatória, in: MIYOSHI, M. H.; GUINSBURG, R.; ISRAEL, B. Distúrbios no Período neonatal. São Paulo: Ed. Atheneu, 1998, cap. 37, p. 397-399.

Circuito para Ventilação Mecânica: Entenda sua Função!

ventilação mecânica ou suporte ventilatório, consiste em um método de suporte para pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada.

circuito de ventilação mecânica é uma tubulação que fica conectada ao aparelho de suporte ventilatório, para levar ar aos pacientes incapazes de realizar uma respiração independente e natural.

Circuito Para Ventilação Invasiva

Os circuitos de ventilação invasiva, comumente são chamados de circuito ativo ou circuito de ramo duplo. Isso porque especificamente, este circuito contém duas tubulações, sendo um para administrar o fluxo de ar da inspiração e outro para administrar o fluxo de ar da expiração.

Seu funcionamento é destinado ao uso em pacientes entubados ou com traqueostomia, cujo todo o ciclo respiratório é desenvolvido pelo aparelho de ventilação mecânica, a fim de manter a estabilidade da oxigenação do paciente, e a vitalidade do organismo.

Alguns modelos de ventilação mecânica, contém encaixes específicos, por isso, é preciso ficar atento quanto a compatibilidade da tubulação com o tipo de circuito para ventilação invasiva.

Componentes do Circuito

O circuito respiratório se diferencia por sua estrutura, porém, os equipamentos básicos que o compõe são os são:

  • Traqueia de silicone (Ou Ramo para Inspiração/Expiração);
  • Dreno coletor de água para circuito;
  • Conector Y para o circuito escolhido.

Ao escolher um circuito respiratório é necessário conferir a compatibilidade com o ventilador, uma vez que os encaixes podem ser diferentes em cada modelo ou marca de aparelho de ventilação mecânica.

Troca e Montagem do Circuito: Reponsabilidades dentro da Equipe de Enfermagem

A equipe de enfermagem, desde que devidamente capacitada, pode realizar a montagem do VM, o teste do equipamento, a troca de circuito e o desmonte do dispositivo ventilatório. Estes procedimentos não são exclusivos da equipe de enfermagem, podendo ser realizados por outros profissionais da equipe multiprofissional em conformidade com sua legislação profissional.

Para padronização das práticas dos profissionais que compõe a equipe multiprofissional nos setores de cuidados aos pacientes graves/críticos e para sua segurança, reforça-se que as instituições de saúde programem as ações de enfermagem com base na Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), conforme resolução nº 358/2009 e atualizem os protocolos específicos para tal procedimento, o qual deverá seguir os processos institucionais de apreciação e validação.

Cuidados de Enfermagem

Material Necessário:

  • 01 respirador completo;
  • 01 circuito para respirador;
  • 01 copo de umidificação e extensão;
  • 01 ambú com bag;
  • 01 fluxômetro de O2;
  • 02 águas destilada  250ml;
  • 01 equipo simples (para pediatria);
  • 01 luva esterilizada;
  • 01 pacote de gaze estéril;
  • 01 manômetro de oxigênio;
  • 01 manômetro de ar comprimido;
  • 01 filtro HME( adultos);
  • 01 etiqueta para identificação da data de montagem / troca.

Pré – Execução:

  • Lavar as mãos;
  • Reunir material necessário e colocar em bandeja.

Execução:

  • Identificar-se para o paciente e/ou acompanhante;
  • Confirmar o nome e o leito do paciente;
  • Orientar o paciente e/ou acompanhante quanto ao procedimento;
  • Calçar as luvas;
  • Montar o circuito de forma asséptica, protegendo a saída do paciente com gaze estéril;
  • Colocar água no copo umidificador até o limite ideal de uso;
  • Ligar o respirador e realizar teste de funcionamento;
  • Ajustar os alarmes de acordo com os parâmetros a serem utilizados pelo paciente (caso paciente novo solicitar médico plantonista ou fisioterapeuta ) ;
  • Conectar o circuito à cânula do paciente de forma adequada;
  • Identificar data, hora e pessoa que realizou a montagem em etiqueta específica ;
  • Promover monitorização cardíaca e oximetria constantes;
  • Manter o paciente confortável e o ambiente organizado;
  • Trocar extensões seguindo tabela de orientação do SCIH.

Pós – Execução:

  • Lavar as mãos;
  • Encaminhar o material para local pré-determinado;
  • Manter o circuito do respirador, após o procedimento de extubação, protegido com gaze estéril ao lado do leito por 24 horas;
  • Realizar as anotações necessárias.

Avaliação:

  • Estabilização dos gazes sanguíneos e dos parâmetros de monitorização de oximetria;
  • Manter ventilação de acordo com quadro clínico do paciente e que proporcione conforto ao mesmo.

Riscos / Tomada de Decisão:

  • Barotrauma: conferir alarmes do respirador sempre que o mesmo disparar, checando todos os parâmetros;
  • Contaminação do circuito: realizar troca de circuitos;
  • Alteração na rede elétrica ou rede de gazes:  manter aparelho conectado a rede elétrica, mesmo quando não estiver em uso, realizar ventilação manual até estabilização da rede elétrica ou de gazes;
  • Desconexão acidental com perda da ventilação e risco de hipoxemia: conferir alarmes do respirador sempre que o mesmo disparar, checando todos os parâmetros.

Referências:

  1. PARECER TÉCNICO COREN-DF Nº 11/2019;
  2. Portal da Enfermagem;
  3. Blog CPAPS

Filtro Respiratório Umidificador: Entenda sua importância

Os Filtros Respiratórios Umidificadores,  são dispositivos utilizados em conjunto com ventiladores mecânicos e aparelhos de anestesia, para pacientes sob ventilação mecânica artificial, cuja função é aquecer e umidificar os gases medicinais, protegendo assim o sistema respiratório do paciente, além de atuar como barreira, filtrando bactérias e vírus, sendo então, indicado para controlar a disseminação infecciosa pois evita a infecção cruzada paciente – ventilador.

A Importância da Utilização

Nas Unidades de Terapia Intensiva e no Centro Cirúrgico, durante anestesia, é comum pacientes estarem submetidos à ventilação mecânica, nesse momento o risco de lesões do sistema respiratório se eleva, pois as funções fisiológicas de aquecimento e umidificação não estão sendo realizadas.

Os gases medicinais são totalmente desprovidos de calor e umidade e a ação exercida por eles ao paciente pode não ser tão benéfica, sendo assim, estes filtros são eficazes na preservação da temperatura do sistema respiratório e umidade da via aérea, além de diminuir o acúmulo de liquido no circuito e desta forma reduzir a contaminação do sistema respiratório, combinando propriedades de umidificação com propriedades de retenção bacteriana através de membranas que, desta forma, protegem pacientes mecanicamente ventilados.

Os Tipos de Filtros

Os Filtros HME (Heat and moisture exchanger/Trocador de calor e umidade)

São definidos pela American Society for Testing and Materials, como umidificadores passivos, todavia os filtros HME, segundo a literatura médica mundial, são agrupados em três grandes categorias:

  • Umidificadores com condensadores higroscópicos sem propriedades de filtração antimicrobiana, apenas realizam a troca de calor e umidade;
  • Umidificadores hidrofóbicos que atuam como barreira, mas com pobre poder de produção de umidificação;
  • Umidificadores mistos, ou seja, higroscópico e hidrofóbico possuem adequada propriedade de produção de umidade e calor e ótima ação de barreira microbiológica exercida por membrana eletrostática. Esta categoria acaba recebendo, por alguns autores, a nomenclatura HMEF, ou seja, trocador de calor e umidade com poder de filtração.

Os Filtros HEPA (High Efficiency Particulate Air/Ar em partículas de alta eficiência)

O dispositivo de filtragem de alta eficiência de partículas adentra à categoria dos filtros hidrofóbicos, pois em geral são constituídos por membranas de fibra de vidro ou cerâmica, atuando como barreira mecânica, sendo destinado à proteção do equipamento ventilatório, a fim de garantir que o mesmo não seja contaminado e, internamente, que seus componentes funcionem adequadamente.

Em que situações ambos são utilizados?

Os Filtros HME em todas suas versões (adulto, pediátrico e neonatal), são filtros MISTOS, bidirecional, sua membrana filtrante é eletrostática, com poro de 0,02µm, garantindo assim bloqueio de aerossóis, podem ser utilizados de maneira tranquila e segura em pacientes suspeitos e/ou confirmados com coronavírus, sua eficácia de filtragem BFE é de 99,9999% e a VFE de 99,9998%.

Os Filtros HEPA, possuem volumetria ampla (150 a 1500 ml), dessa forma atende de forma vasta o público pediátrico e adulto. Sua membrana filtrante é constituída por fibra de vidro plissada com poro de 0,02µm, que de maneira mecânica bloqueia a passagem de aerossóis, a BFE é de 99,9999% e a VFE de 99,9998%.

O uso associado do Filtro HME, na conexão Y, com o Filtro HEPA, na saída exalatória, aumenta ainda mais a proteção contra a disseminação de aerossóis, sendo recomendado o uso, em concordância com diversas recomendações mundiais.

O Espaço Morto

A Traqueia corrugada ou Espaço Morto fornece uma mobilidade melhorada ao manuseio do circuito ventilatório acoplado ao sistema de filtragem juntamente com o tubo orotraqueal, diminuindo riscos de exteriorização acidental do tubo e do sistema ventilatório acoplado ao paciente, além de que, o, possibilita visualização de obstruções, permite acompanhar o funcionamento do filtro através do contato visual do condensado e conectores ISO cônicos.

Alguns Cuidados com os filtros que são recomendados:

  • Manter o produto em ambiente limpo, seco e arejado;
  • Proteger da umidade e da luz solar direta;
  • Recomendado uso máximo de 48 horas;
  • Caso haja sujidade antes do tempo máximo de uso, deverá ser descartado e instalado um novo sistema de filtragem;
  • Descartar preferencialmente em lixo hospitalar infectante.

Referências:

  1.  Esquinas A., 2012 – Humidicication in the Intensive Care Unit – The essentials. Springer;
  2. Galvão A. M. et al 2006 – Estudo comparativo entre os sistemas de umidificação aquoso aquecido e trocador de calor e de umidade na via aérea artificial de pacientes em ventilação mecânica invasiva. Rev. bras. fisioter., São Carlos, v. 10, n. 3, p. 303-308, jul./set. 2006;
  3. Gatiboni S. et al, – Umidificação dos gases inspirados na ventilação mecânica em crianças. – Scientia Medica, Porto Alegre, v. 18, n. 2, p. 87-91, abr./jun. 2008.;
  4. Lucato J., 2005 – Avaliação e comparação dos diferentes tipos de trocadores de calor e umidade. – Tese de Doutorado, Faculdade de Medicina de Universidade de São Paulo. / Sociedade Argentina de Terapia Intensiva / Sociedade Chilena de Medicina Intensiva / Federação Mundial das Sociedades de Anestesiologistas

Tubo Laríngeo (TL)

O Tubo Laríngeo é uma evolução do Combitube, sendo menos traumático e mais, uma vez que apenas 1 válvula se insufla 2 balonetes.

Outra evolução, dessa vez em relação à máscara laríngea, é que seu número é escolhido pela altura e não pelo peso ideal, minimizando contas e erros.

Deverá ser lubrificado e introduzido na linha média da boca, até que a linha proximal demarcada em seu tubo, próximo ao conector de 15 mm pela mesma via, devendo a pressão ser menor que 60 cmH2O.

Vantagens

Em relação a Máscara Laríngea:

  • Escolha do tamanho de acordo com a altura e não pelo peso ideal, minimizando as contas;
  • Não necessita introduzir o dedo na boca do paciente;
  • Introduzido até marcação e não até sentir resistência;
  • Os de segunda geração, permitem a passagem de sonda gástrica mais calibrosa que a máscara laríngea.

 

Os Tamanhos

O tamanho do tubo laríngeo é escolhido de acordo com a tabela a seguir:

Tamanho Paciente Altura
0 Neonatal < 5kg
1 Bebê 5-12 kg
2 Pediátrico 12-25 kg
2,5 Pediátrico 125-150 cm
3 Adulto < 155 cm
4 Adulto 155-180 cm
5 Adulto > 180 cm

Referência:

  1. Via Aérea Difícil

Veja também:

A Máscara Laríngea (ML)

Inalação em Ventilação Mecânica: Como fazer?

Pacientes com doenças pulmonares obstrutivas frequentemente necessitam de suporte ventilatório através de ventilação mecânica invasiva ou não invasiva, dependendo da gravidade da exacerbação.

O uso de bronco dilatadores inalatórios pode reduzir significativamente a resistência das vias aéreas, contribuindo para a melhora da mecânica respiratória e da sincronia do paciente com o respirador.

Mas, como fazer a inaloterapia em um paciente intubado ou traqueostomizado?

O que preciso para realizar uma inaloterapia em pacientes sob V.M?

  • 1 tubo T;
  • 1 conector universal 22 x 22 para acoplar ao tubo T;
  • 1 frasco/copo inalador simples;
  • 1 extensor para régua de gases.

Como é montado o sistema ao V.M?

  • Deve-se primeiramente deixar o tubo T com o conector universal previamente montados e reservados para o uso;
  • Montar o frasco inalador com a medicação prescrita pelo médico e deixá-lo reservado à bandeja;
  • Deixar previamente montado a extensão da inalação à régua de gases no leito do paciente (Oxigênio ou Ar Comprimido);
  • Conectar a extensão e o tubo T ao frasco inalador;
  • Ir ao paciente, já com todo o sistema montado, remover o filtro e conectar o sistema de inalação juntamente ao circuito ventilatório (conector Y);
  • Evitar assincronia de disparo do ciclo inspiratório;
  • Sincronizar a administração com inspiração;
  • Quando usada uma fonte externa de fluxo, usar de 6 a 8 l/min

Muitos pacientes com DPOC necessitam suporte ventilatório com VM invasiva ou VNI. A oferta das drogas inalatórias nesse contexto é complexa. Múltiplos são os fatores que influenciam a eficácia dos broncodilatadores quando administrados em VM. Para uma melhor efetividade da droga, recomenda-se a prescrição da dose adequada para a via inalatória, na apresentação conforme sua disponibilidade.

É importante atentar para as medidas que podem melhorar a eficácia das medicações, como o uso de espaçador, a sincronia do paciente, o intervalo adequado entre as doses e o ajuste dos parâmetros ventilatórios durante a administração.

Referência:
  1. Terapia inalatória em ventilação mecânica (ISSN 1806-3713© 2015 Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia J Bras Pneumol. 2015;41(5):467-472http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132015000000035