Os Tipos de Dor: Conheça!

Existem Diferentes Tipos de Dor. Além disso, o corpo processa a dor de maneiras diferentes. Por esse motivo, existem várias opções de tratamento exclusivas para atender às complexidades de cada tipo.

Ao identificar o tipo de dor, seu médico pode selecionar o tipo de tratamento com mais eficácia e ajudar a controlar sua dor mais rapidamente.

Em que Consiste a Dor?

A dor é uma sensação desconfortável desencadeada pelo sistema nervoso em resposta aos danos nos tecidos ou a outros danos ao corpo. A sensação de dor pode ser:

  • Surda;
  • Incômoda;
  • Aguda;
  • Pontiaguda;
  • Queimação;
  • Alfinetes e agulhas.

Os Tipos mais Comuns de Dor

Existem quatro categorias amplas de dor:

  • Dor nociceptiva: normalmente, resultado de lesão do tecido. Os tipos comuns de dor nociceptiva são a dor da artrite, a dor mecânica nas costas ou a dor pós-cirúrgica;
  • Dor inflamatória: uma inflamação anormal causada por uma resposta inadequada do sistema imunológico do corpo. As condições nesta categoria incluem gota e artrite reumatoide;
  • Dor neuropática: dor causada por irritação do nervo. Isso inclui condições como neuropatia, dor radicular e neuralgia do trigêmeo;
  • Dor funcional: sem origem óbvia, mas com quadros de dor. Exemplos de tais condições são fibromialgia e síndrome do intestino irritável.

A dor também pode ser dividida em aguda e crônica:

A dor aguda é sentida rapidamente em resposta à doença ou lesão. A dor aguda serve para alertar o corpo de que algo está errado e que uma ação deve ser tomada, como afastar o braço de uma chama. A dor aguda geralmente desaparece dentro de um curto período de tempo, uma vez que a condição subjacente é tratada;

dor crônica é definida como durando mais de três meses. A dor crônica geralmente começa como uma dor aguda que se prolonga além do curso natural da cura ou após medidas terem sido tomadas para tratar a causa da dor.

Outros Tipos de Dor

A pesquisa sobre o diagnóstico e o tratamento da dor continua em andamento. Portanto, conforme o estudo da dor foi se aprofundando, outros subtipos foram sendo descritos, possibilitando um diagnóstico mais preciso para um tratamento mais adequado.

Dor Inflamatória Nociceptiva

A dor inflamatória nociceptiva está associada aos danos nos tecidos em que ocorre uma resposta inflamatória. A inflamação é uma resposta coordenada do sistema corporal, projetada para ajudar a curar os danos nos tecidos.

A resposta inflamatória é bem coordenada e envolve produtos químicos do sangue, produtos químicos do sistema imunológico e alguns produtos químicos liberados de fibras nervosas especializadas. Esses produtos químicos se comunicam entre si para ajudar a coordenar a reparação dos tecidos.

Pode haver sinais de lesão do tecido, como inchaço, vermelhidão e posteriormente púrpura ou amarelecimento da pele, maior sensibilidade ao toque e movimento. Esses sinais fazem parte da cicatrização do tecido.

Dor Referida

A dor referida é a dor percebida em um local diferente do local do estímulo doloroso. Geralmente, se origina em um dos órgãos viscerais, mas é sentida na pele ou, às vezes, em outra área no interior do corpo.

Seu mecanismo provavelmente se deve ao fato de que os sinais de dor das vísceras viajam pelas mesmas vias neurais usadas pelos sinais de dor da pele. O resultado é a percepção da dor originada na pele e não em um órgão visceral profundamente arraigado ou em uma estrutura neural.

Dor Nociplástica

Esse tipo de dor pode refletir alterações no funcionamento dos sistemas nervoso e imunológico. Quando isso acontece, a dor pode ser amplificada, generalizada, envolver vários tecidos (corpo, vísceras) e ser mais intensa, dada a quantidade de dano nervoso.

Outros sintomas comuns são fadiga, sono insuficiente, problemas de memória e mau humor. Esse tipo de dor é frequentemente associado a condições como fibromialgia, dor pélvica crônica, dores de cabeça do tipo tensional ou lombalgia crônica.

A dor nociplástica não responde à maioria dos medicamentos e geralmente requer um programa de cuidados sob medida que envolve o tratamento de fatores que podem contribuir para a dor contínua (estilo de vida, humor, atividade, trabalho, fatores sociais).

A maioria das dores pode ser tratada com sucesso por uma abordagem multidisciplinar ou combinada com base no tipo ou tipos de dor envolvidos. Portanto, seja sua dor aguda ou crônica, o médico especialista em dor pode ajudá-lo em seu tratamento.

Dor Visceral

A dor visceral é, por definição, dor sentida como vindo dos órgãos internos do corpo. Existem várias etiologias para a dor sentida em órgãos internos, incluindo:

  • Inflamação (aguda e crônica), inclusive inflamação causada por irritantes mecânicos (por ex., cálculos renais)
  • Infecção
  • Interrupção de processos mecânicos normais (por ex., falta de mobilidade gastrointestinal)
  • Neoplasias (benignas ou malignas)
  • Alterações nos nervos que transportam as sensações das vísceras
  • Ιsquemia

A dor visceral pode ter várias formas e os processos que podem estar associados a condições com risco de vida ou rapidamente reversíveis devem ser considerados em todas as apresentações. No entanto, eventos isolados com apresentação aguda e resolução espontânea são comuns. O nível da investigação deve ser guiado pela prudência e pela persistência ou recorrência dos sintomas.

Tradicionalmente, a dor visceral crônica é classificada como “orgânica”, causada por lesão patológica detectável por medidas diagnósticas normais, ou “funcional”, quando a etiologia é obscura e pode ser causada por mudanças indefinidas na hipersensibilidade visceral em nível central ou periférico.

Dor Somática

A Dor somática ocorre quando os estímulos que vão produzir a sensação de dor provêm da periferia do corpo (pele, músculos, periósteo, articulações) ou de tecidos de suporte do organismo.

A dor somática pode ser:

  • Superficial Profunda;
  • Inicial atrasada câimbras musculares, cefaleias , dores de articulações, dor em pontada ou aguda dor em queimação;
  • Pele Tecido Conjuntivo;
  • Ossos, articulações;
  • Músculos

A dor somática é sentida com alto grau de discriminação, sendo amplamente representada na área somatosensorial. É transmitida de acordo com a distribuição anatômica das vias nociceptivas e pode ser SUPERFICIAL CUTÂNEA e PROFUNDA de acordo com a estrutura envolvida na lesão.

Referências:

  1. Bonica JJ. The management of pain, 2. ed. Philadelphia: Lea & Febiger; 1990.
  2. Teixeira MJ, Braum Filho JL, Márquez JO, Yeng LT. dor: contexto interdisciplinar. Curitiba: Editora Maio; 2003.

Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS)

O termo Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) foi proposto para descrever a reação inflamatória desencadeada pelo organismo frente a qualquer agressão infecciosa ou não-infecciosa.

Definição Clínica

A SIRS se caracteriza pela presença de ao menos dois dos seguintes critérios clínicos:

  1. Temperatura corporal > 38 °C (febre) ou <36 °C (hipotermia)
  2. Frequência respiratória > 20 incursões respiratórias/minuto (taquipneia) ou uma pressão parcial de CO2 no sangue arterial < 32mmHg.
  3. Frequência cardíaca > 90 batimentos cardíacos/minuto (taquicardia)
  4. Aumento ou redução significativos do número de células brancas (leucócitos) no sangue periférico (>12.000 ou <4.000 células/mm3), ou presença de mais 10% leucócitos jovens (bastões).

Aspectos Históricos

Em 1991, devido à enorme variedade de termos médicos em uso, especialistas de duas sociedades americanas ligadas ao estudo da sepse se reuniram em uma conferência para criar avaliar a literatura corrente e sugerir definições que fossem mais adequadas, descritivas e universalmente aceitas nesta área. Termos como “septicemia” foram abandonados, em detrimento dos atualmente em uso.

Fisiopatologia (mecanismos de instalação)

A SIRS pode surgir eventualmente em condições clínicas benignas, como por exemplo em uma infecção de vias aéreas superiores (laringite, amigdalite) ou após cirurgias. Entretanto, quando ocorre em pacientes cujos sistemas de defesa do organismo encontram-se comprometidos torna-se uma condição de elevada gravidade.

Quando associada a infecção que foi comprovada laboratoriamente, tem-se então definição de sepse ou sepsis.

Sepse associada a diminuição da pressão arterial (hipotensão arterial) de difícil tratamento ou refratária é definida como choque séptico. À associação de SRIS com sinais de insuficiência orgânica concomitante que afete ao menos um dos órgãos vitais, dá-se o nome de sepse severa.

A insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas é a mais temida e ameaçadora complicação da SRIS. Como o próprio nome indica, nesta complicação mais de um dos órgãos vitais é acometido e se torna disfuncional. Os índices de mortalidade em geral superam 50% dos pacientes acometidos.

Tratamento

Não existem terapias específicas para o tratamento da SIRS. Pacientes com diagnóstico de sepse, sepse severa ou choque séptico necessitam de tratamento de suporte intensivo, de preferência em unidade de terapia intensiva.

Nos casos em que existe suspeita ou confirmação de processo infeccioso, a administração de antibióticos deve ser iniciada prontamente segundo critérios médicos.

Referências:

  1. https://doi.org/10.1590/S0104-42301999000100015
  2. Elias Knobel (2006). Condutas no paciente grave 3 ed. [S.l.]: Atheneu. ISBN 8573798254

Complacência Pulmonar: O que é?

A complacência dos pulmões ou complacência pulmonar é o grau de extensão dos pulmões para cada aumento da pressão transpulmonar (diferença entre pressão intra-alveolar e a pressão pleural).

Em um adulto a complacência total é cerca de 200 mililitros de ar para cada centímetro de pressão de água.

Associações à Complacência Pulmonar

  • fibrose está associada com uma diminuição da complacência pulmonar.
  • enfisema/DPOC estão associados com um aumento da complacência pulmonar.

A complacência é maxima em volumes pulmonares moderados, e muito baixa em volumes que são muito baixos ou muito altos.

Como é feito o Cálculo?

Para calcular a complacência estática, necessitamos de três variáveis: volume corrente expiratório (aferido no ventilador mecânico), pressão de platô e a pressão positiva ao final da expiração (carinhosamente chamada de PEEP e ajustada pelo operador).

A complacência pulmonar é calculada usando a seguinte equação, onde ΔV é a mudança no volume e ΔP é a mudança na pressão:

► C= Volume / (Palv- PEEP) L/cmH2O

Exemplo: PEEP= 5 cm H2O Vt= 0,50L

PP= 15 cm H2O
Csr= 0,50L/(15 – 5) cm H2O = 0,05 L/cm
H2O-(50ml/cm H2O)
Nl= 60 a 100ml/cmH2O

Em pacientes submetidos à ventilação mecânica, os valores entre 70-80 mL/cmH2 são considerados normais e os valores inferiores a < 50 mL/cmH2 são considerados baixos.

A redução da complacência pulmonar pode ser encontrada em inúmeras patologias, sendo um exemplo típico a SDRA (síndrome do desconforto respiratório do adulto).

Nessa patologia, observamos o preenchimento alveolar por infiltrado inflamatório (plasma, hemácias, leucócitos e plaquetas).

O parênquima pulmonar fica pesado e perde a elasticidade, tornando-se duro ou pouco complacente. Exemplos de redução da complacência pulmonar: pneumotórax, edema pulmonar, derrame pleural volumoso, fibrose pulmonar, dentre outros.

Nos exemplos de redução da complacência pulmonar, observamos que em geral o pulmão é uma estrutura elástica, capaz de acomodar o volume de ar.

Referências:

  1. Diretrizes Brasileiras de Ventilação Mecânica – AMIB – 2013.
  2. Morato, J. B.; Sandri, P.; Guimarães, H. P. Emergências de Bolso – Volume 2 – ABC da Ventilação Mecânica – 2015.

Shunt Pulmonar: O que é?


Um Shunt Pulmonar é uma condição fisiológica que resulta quando os alvéolos do pulmão são perfundidos normalmente com sangue, mas a ventilação (o fornecimento de ar) falha em suprir a região perfundida.

Como Acontece?

Um shunt pulmonar geralmente ocorre quando os alvéolos se enchem de líquido, fazendo com que partes do pulmão não sejam ventiladas embora ainda sejam perfundidas.

Na perfusão, o sangue carregado de oxigênio vai dos pulmões até o lado esquerdo do coração, por meio das veias pulmonares. O coração se encarrega de bombear esse sangue oxigenado para o resto do corpo. O sangue pobre em oxigênio e rico em gás carbônico, por sua vez, é bombeado pela artéria pulmonar, do coração até os pulmões, para que o dióxido de carbono possa ser expelido.

Para que essas trocas gasosas ocorram de forma adequada, há uma relação padrão entre a ventilação e a perfusão. Ou seja, é necessário que haja a circulação sanguínea nos alvéolos, mas é necessário também que haja ventilação na proporção esperada, para que esse sangue chegue oxigenado em níveis satisfatórios ao coração.

O efeito shunt acontece quando essa relação está desequilibrada e a perfusão excede a ventilação, causando hipoxemia, que é a insuficiência de oxigênio no sangue.

As Causas

O efeito shunt pode ter origens diversas, como a presença de líquido nos alvéolos decorrente de uma embolia pulmonar ou mesmo um quadro de insuficiência respiratória.

Shunt intrapulmonar é a principal causa de hipoxemia (oxigênio sanguíneo inadequado) em edema pulmonar e condições como a pneumonia, em que os pulmões tornam-se consolidados. A fração de shunt é a percentagem de sangue posto para fora pelo coração que não é completamente oxigenada. Um pequeno grau de shunt é normal e pode ser descrito como “shunt fisiológico”. Em uma pessoa normal e saudável, o shunt fisiológico raramente é superior a 4%, em condições patológicas, como contusão pulmonar, a fração de shunt é significativamente maior e até mesmo respirar oxigênio a 100% não oxigena completamente o sangue.

Sintomas

Os sintomas mais comuns são aqueles próprios da insuficiência respiratória, como fraqueza, tontura, dores no peito, dificuldade para respirar, alteração dos batimentos cardíacos, entre outros.

Tratamento

O tratamento vai depender do que causou o efeito shunt. Mas em muitos casos, como aqueles em que a origem é uma insuficiência respiratória, a ventilação mecânica será um recurso essencial ao tratamento, justamente porque permite substituir, total ou parcialmente, as funções respiratórias do paciente, enquanto ele, sozinho, não consegue mantê-las. Ao garantir a adequada ventilação pulmonar, o equipamento restabelece os níveis de oxigenação desejados e auxilia a recuperação clínica.

Referências:

  1. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

Edema: Por que os pacientes na UTI ficam inchados?

edema

Uma das coisas que mais assusta e chama a atenção dos familiares é o edema (inchaço) generalizado que os pacientes internados apresentam. O edema é nada mais do que excesso de água na pele.

Como identificar um edema?

A presença de edema com depressão (sinal de godet) é percebida a pressionar a ponta do dedo na área edemaciada sobre uma proeminência óssea, como tornozelos, região pré-tibial (canela) e sacral. Se esta depressão não desaparecer em 15 segundos, este edema está presente.

Pacientes com doenças graves costumam apresentam um quadro de inflamação em todo o organismo. Nossos vasos sanguíneos apresentam poros microscópicos que permitem a passagem de água de dentro para fora e de fora para dentro, conforme o organismo ache necessário.Quando estamos com um estado de inflamação sistêmica, esses poros aumentam de tamanho, permitindo a passagem além do desejado de água do sangue para os tecidos, principalmente para a pele.

Além da inflamação dos vasos sanguíneos, mais três fatores contribuem para o edema:

– Redução da produção de urina, o que provoca retenção de líquidos.
– Administração excessiva de líquidos através de soros e medicamentos.
– Diminuição das proteínas no sangue, que ajudam a segurar a água dentro dos vasos.

Apesar de assustar, o edema da pele por si só não traz grandes riscos. Ele é basicamente uma consequência do estado grave do paciente. Conforme há melhora do quadro clínico, o organismo consegue restaurar a distribuição normal da água corporal. Em geral, quando recebem alta hospitalar, os pacientes já não estão mais inchados.

Quais são os cuidados básicos de enfermagem para pacientes nesta situação?

– Elevar os membros com auxílio de coxins;
– Praticar a massagem de conforto ao paciente, fazendo movimentos circulares, para ajudar a drenar estes líquidos retidos no membros;
– Estimular o paciente, se deambulante, a fazer movimentos circulatórios nos membros afetados, se não deambulante, auxiliar o mesmo com os movimentos;
– Estimular a mudança de decúbito frequente, pois ajuda a estimular a drenagem destes líquidos retidos.
– Atentar para a ingesta de líquidos, e realizar o balanço hídrico.

 

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Anasarca: O que é?

Anasarca

Sabemos que Anasarca é uma terminologia comumente utilizada na enfermagem e na medicina, mas devemos saber que a anasarca não é uma doença, mas um sintoma que pode acontecer no curso de várias doenças, caracterizado por um inchaço distribuído por todo corpo, devido ao acúmulo de fluido no espaço extracelular e no interior das próprias células.

Quais são as causas?

Algumas das doenças mais graves que podem levar a este sintoma podem causar a morte, por não eliminarem todas as toxinas do organismo e porque os órgãos não mais realizam adequadamente suas funções. Entre as doenças que podem causar anasarca estão, entre outras, a insuficiência cardíaca congestiva, síndrome nefrótica, cirrose, insuficiência renal crônica, glomerulonefrite, queimaduras e desnutrição. Algumas drogas também podem causar anasarca ou edemas locais.

A sua Fisiopatologia

A água fica distribuída em dois compartimentos do corpo: no compartimento intracelular fica um volume correspondente a cerca de 40% do peso corpóreo e no compartimento extracelular cerca de 20%, sendo 5% intravascular e 15% intersticial. A movimentação de líquido do interior dos vasos capilares para o espaço intersticial causa o edema. A anasarca torna-se clinicamente detectável quando pelo menos cinco litros em um adulto foram transferidos para o interstício. Há vários mecanismos envolvidos nessa transferência, mas a retenção de sódio e água constitui fator importante em todo quadro de anasarca.

Seus Principais sintomas

A anasarca é rara em jovens e neles quase sempre é consequência de uma doença renal (glomerulonefrite, síndrome nefrótica). Geralmente a anasarca se inicia pelos pés e pernas (edema ortostático). Se ocorrer comprometimento inicial da face, ele provavelmente é de origem renal e se começa por ascite (acúmulo de líquido no abdômen), sugere origem hepática. O edema geralmente é progressivo, de longa duração e é agudizado por distúrbios infecciosos hidroeletrolíticos.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da anasarca deve levar em conta a história médica e o exame físico do paciente. Os exames laboratoriais devem considerar as etiologias mais frequentes. Como exames de triagem devem ser pedidos: exame da função renal, proteínas totais e frações, exame de urina, perfil hepático, eletro ou ecocardiograma, radiografia de tórax e dosagem de eletrólitos. Um diagnóstico diferencial entre as patologias que podem ocasionar quadros de anasarca nem sempre é fácil, porque elas são muitas.

Como é feito o tratamento?

O tratamento da anasarca deve ser principalmente dirigido à doença causadora. No entanto, tratamentos de alívio dos sintomas com diuréticos, diálise ou paracentese podem ser necessários, uma vez que o paciente pode sentir muito desconforto. A alimentação do paciente também deve ser controlada de acordo com a doença de base. Assim, por exemplo, a ingestão de proteínas não é recomendada no caso de falência hepática, porque sobrecarrega o fígado e a ingestão de sal deve ser restringida se o problema for renal. A ingestão de líquidos não deve ultrapassar um litro por dia, nos casos graves. É importante também tratar os fatores de descompensação, como infecções, distúrbios hidro eletrolíticos, arritmias, infarto agudo do miocárdio ou piora das disfunções orgânicas.

Como prevenir a anasarca?

A melhor maneira de prevenir a anasarca é tratar adequadamente a doença de base.

Como evolui a anasarca?

Embora por si só a anasarca não leve à morte, a doença que a causa pode ter consequências letais.

Quais são as complicações possíveis da anasarca?

A anasarca em si já é uma complicação de uma patologia de base, frequentemente cardíaca, renal ou hepática.

A Anasarca e o Cacifo, Sinal de Cacifo ou Sinal de Godet

O Cacifo, sinal de cacifo ou sinal de Godet é um sinal clínico avaliado por meio da pressão digital sobre a pele, por pelo menos 5 segundos, a fim de se evidenciar edema. É considerado positivo se a depressão (“cacifo”) formada não se desfizer imediatamente após a descompressão. Pode tanto estar relacionado a edemas localizados, mais comumente em membros inferiores, como também a estados de edema generalizado, denominados de anasarca. O edema pode ser quantificado a partir deste sinal, em função do tempo de retorno da pele após a compressão e da profundidade do cacifo formado.

Algumas Intervenções de Enfermagem com paciente em Anasarca

  1. Avaliar o estado hídrico através de:
    – Pesar diária;
    – Fazer balanço hídrico rigoroso;
    – Observar do turgor cutâneo e presença de edema;
    – Observar o ingurgitamento das veias do pescoço, esforço respiratório;
  2. Limitar da ingesta hídrica ao volume prescrito;
  3. Orientar ao paciente em relação à restrição hídrica;
  4. Realizar ou incentivar a higiene oral frequente.
  5. Estimular a realizar a fisioterapia motora para a melhora do edema.

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