Cardiotocografia

A cardiotocografia anteparto é um exame de vitalidade fetal. É uma das maneiras que o seu bebê tem para avisar se está tudo bem ou se existe algum problema que possa estar afetando o seu bem estar.

Consiste no registro por cerca de 20 minutos da frequência cardíaca fetal, das contrações uterinas e da movimentação fetal.

Exemplo de cardiotocografia: em azul temos o registro da frequência cardíaca fetal e em vermelho vemos o registro das contrações uterinas.

São colocados dois cintos com sensores no abdômen da mãe, um irá captar a frequência cardíaca e o outro a contratilidade uterina.

Diferente dos exames de ultrassonografia, o equipamento será instalado por uma técnica e o médico apenas saudará o traçado posteriormente. Além disso um botão para registro dos movimentos fetais fica na mão da mãe durante o exame e deve ser apertado toda vez que a mãe percebe uma movimentação do bebê.

O exame pode ser realizado antes do trabalho e parto (cardiotocografia anteparto) ou durante o trabalho de parto (cardiotocografia intraparto).  Os principais itens avaliados na cardiotocografia anteparto são:

  • Presença ou não de contrações;
  • Linha de base (frequência cardíaca fetal média);
  • A variabilidade da linha de base (o quanto varia a frequência cardíaca ao longo do tempo);
  • A presença de acelerações transitórias (aumento da frequência cardíaca fetal logo após a movimentação fetal);
  • A presença de desacelerações (o que é mais frequentemente observado na cardiotocografia intraparto).

Cuidados de Enfermagem

Materiais Necessários

  • Gel condutor;
  • Tirantes ou faixas elásticas para sustentação dos eletrodos;
  • Lençol;
  • Papel toalha;
  • Equipamentos de proteção individual;
  • Álcool a 70%;
  • Hamper para roupas sujas;
  • Biombo;
  • Avental (se necessário);
  • Atadura de crepom e esparadrapo (se necessário).

Procedimento

  • Higienizar as mãos (ver POP de Higienização das Mãos).
  • Cobrir a maca com lençol limpo.
  • Chamar o paciente e confirmar o nome e número do prontuário no cartão de pré natal.
  • Apresentar-se a paciente e explicar o procedimento que será realizado, esclarecendo todas suas dúvidas antes de iniciar a execução.
  • Fornecer avental para o paciente se trocar, quando necessário.
  • Reunir material necessário para o exame, aproximando ao leito da paciente mesa auxiliar do Cardiotocógrafo.
  • Higienizar as mãos.
  • Paramentar-se com EPI, de acordo com as normas institucionais.
  • Posicionar a paciente em uma das seguintes posições: lateral reclinada, semi-sentada (de 30° até 45° ) ou vertical. Estas posições evitam a compressão da veia cava e da aorta.
  • Preservar a privacidade da paciente com a utilização de lençol e biombo.
  • Colocar as duas faixas elásticas ao redor do abdome da paciente;
  • Posicionar um transdutor “toco” no fundo uterino, sem gel condutor, e fixá-lo com uma das faixas elásticas.
  • Colocar o gel condutor e o transdutor “cárdio” em dorso fetal.
  • Ligar o aparelho e procurar o melhor foco com o transdutor lubrificado com gel.
  • Fixar a faixa elástica na presença de batimentos cardíacos fetais.
  • Preencher os dados da gestante no aparelho (nome completo e prontuário).
  • Ajustar a velocidade de registro do equipamento para 1 cm/min.
  • Ajustar a linha de base do eletrodo “toco” para 20 mmHg.
  • Explicar à gestante que ela deverá apertar o marcador de eventos ao perceber movimentos fetais.
  • Iniciar a impressão do traçado a partir da pressão do botão de início.
  • Marcar no papel eventos ocorridos: sinais vitais, sintomas maternos, medicações administradas e mudança de decúbito.
  • Aguardar por 20 minutos, podendo o exame ser estendido por tempo indefinido de acordo com avaliação médica.
  • Retirar o papel com o registro realizado e desligar o cardiotocógrafo.
  • Retirar as faixas elásticas e os eletrodos.
  • Remover o gel condutor com o auxílio de um papel toalha.
  • Manter a paciente em uma posição que lhe seja confortável se for necessário que ela permaneça em observação. Caso contrário, auxiliar que ela se levante da maca.
  • Retirar as luvas de procedimento.
  • Realizar higienização das mãos.
  • Preencher os dados da gestante e do exame (nome, nº prontuário, início e término).
  • Colocar luvas de procedimento.
  • Realizar a desinfecção do transdutor com Surfanios Premium NPC®.
  • Retirar o lençol da maca, se paciente for transferida para internação ou se exame de rotina.
  • Realizar a desinfecção da maca com álcool a 70%.
  • Retirar e desprezar luvas de procedimento.
  • Realizar higienização das mãos.

Referências:

  1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY. Procedimento operacional padrão. Cardiotocografia anteparto. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-nordeste/hulw-ufpb/acesso-a-informacao/gestao-documental/pop-procedimento-operacional-padrao/2021/umiunidade-materno-infantil/pop-umi-009-cardiotocografia-anteparto.pdf/view
  2. GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ. HOSPITAL REGIONAL DO SERTÃO CENTRAL. Procedimento operacional padrão. Cardiotocografia. 2020. Disponível em: https://www.isgh.org.br/intranet/images/Dctos/PDF/POPs/TIMBRADO_HRSC/ENFERMAGEM/POP_ISGH_HRSC_ENF_037_CARDIOTOGRAFIA_2020.pdf
  3. Ministério da Educação – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago Florianópolis-SC Procedimentos Operacionais Padrão: Unidade de Diagnóstico por Imagem (UDI), Atualizado em junho 2020. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sul/hu-ufsc/acesso-ainformacao/pops/gerencia-de-atencao-a-saude/unidade-de-diagnostico-por-imagem/1-procedimento-operacional-padrao-da-unidade-de-diagnostico-por-imagem-hu-ufscebserh.pdf

 

Conheça os Esquemas de Sulfatação na Eclâmpsia!

As síndromes hipertensivas na gestação merecem especial destaque no cenário da saúde pública mundial. Atualmente, representam a terceira causa de mortalidade materna no mundo, perdendo apenas para hemorragia pós-parto e infecção pós-parto, respectivamente.

No Brasil é a primeira causa. Em países desenvolvidos, aproximadamente de duas a oito em cada 100 gestantes vão desenvolver o evento enquanto no Brasil, pode-se chegar a 10% dos casos. Devido à gravidade da doença, é considerada como causa de internamento em unidade de terapia intensiva e, por vezes, incluída como critério de morbidade materna grave.

A condição de eclâmpsia consiste na manifestação convulsiva de estado grave da pré-eclâmpsia (PE), desenvolvendo-se de maneira isolada nesse estado clínico ou ainda presente nas gestações com hipertensão arterial já preexistente.

Sulfatação

As pacientes com eclâmpsia devem ser sulfatadas imediatamente, em meio ao quadro de convulsão gestacional, ou ainda antes, especificamente em casos de PE grave associado a
sinais iminência de eclâmpsia.

E os principais esquemas de sulfatação, que atualmente são utilizados seriam os esquemas de Pritchard, Zuspan e Sibai.

Esquema de Zuspan

Zuspan descreveu um dos mais utilizados esquemas de administração do sulfato de magnésio, o endovenoso, no qual é administrada uma dose inicial de 4g de sulfato de magnésio e uma dose contínua de manutenção de 1g por hora, ambas aplicadas por via intravenosa, que deve ser mantido por pelo menos 24 horas.

A dose de manutenção de sulfato de magnésio do esquema de Zuspan não coloca-se como sendo suficiente para o atingimento e manutenção de concentrações terapêuticas e, assim, evidenciou a proposição de aumentar a concentração da dose de manutenção para 2g por hora, em infusão contínua, por ao menos 24 horas, intencionando especificamente atingir as mesmas concentrações séricas proposta pelo tratamento por via intramuscular dimensionado por Pritchard.

Esquema de Pritchard

Expõe que, o esquema proposto por Pritchard a dose inicial é de 10g de sulfato de magnésio por via intramuscular em conjunto com 4g infundida por via intravenosa em “bolus”, destarte, a dose de manutenção é de 5g via intramuscular a ser aplicada a cada 4 horas possuem inicialmente níveis de concentração terapêutica adequado para controle convulsivo nas gestantes.

Ainda, depreende que o modelo de Pritchard traz determinações ao fato de que, a concentração sérica do íon magnésio, para proporcionar prevenção ou tratamento da condição de eclâmpsia, deve ser categoricamente maior do que a concentração sérica normal, sendo importante o esclarecimento de que esta concentração deve alcançar variação entre 4,8 e 8,4mg/dL, o que de fato ocorre durante aplicação da dose de ataque neste esquema.

Esquema de Sibai

Como o esquema proposto por Sibai apresenta doses altas de MgSO4 e próximas aos níveis tóxicos, poucos se estimularam a utilizá-lo, o que necessita ainda de novas investigações.

A importância da utilização da bomba de infusão contínua, oferecendo uma alternativa à administração intramuscular de sulfato de magnésio (tal como propõe Pritchard), levando a menos náuseas, dor de cabeça, risco de hematomas e abscesso derivado da aplicação e dor em geral, além de diminuir efeitos colaterais e de circunstâncias como toxicidade, oligúria (diminuição da produção de urina) ou de insuficiência renal.

Referência:

  1. Ruano, Rodrigo & Alves, Eliane & Zugaib, Marcelo. (2004). Sulfato de magnésio (MgSO4) no tratamento e prevenção da eclâmpsia: qual esquema adotar?. Revista Da Associacao Medica Brasileira – REV ASSOC MED BRAS. 50. 10.1590/S0104-42302004000300018. 

Aspiração Manual Intra Uterina (AMIU)

AMIU ou “Aspiração Manual Intra-Uterina”, é um procedimento médico, rápido, simples e seguro de esvaziamento uterino, indicado preferencialmente pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde como o método mais seguro para o tratamento do aborto incompleto e para a biópsia endometrial.

Este procedimento é realizado pelo chamado “Kit AMIU”, que consiste num aspirador à vácuo (seringa de válvula dupla) acoplado a cânulas de plástico semi-flexíveis de diferentes espessuras (de 4mm – 12mm).

Vantagens

Comprovadamente superior à curetagem, esse procedimento médico apresenta vantagens importantes sobre aquela, tais como:

  • Menor necessidade de recursos para controle da dor;
  • Habilitação profissional médica simplificada;
  • Possibilidade de realização fora do centro cirúrgico;
  • Menor tempo de permanência hospitalar;
  • Alta eficácia no esvaziamento uterino;
  • Menor incidência de complicações.

Como é realizado o AMIU?

Para realizar o procedimento, é necessário que o colo do útero esteja dilatado. Dessa forma, quando a dilatação não ocorre naturalmente (como no abortamento incompleto), pode ser feita por meio do uso de comprimidos que são colocados no colo uterino e estimulam sua abertura.

A curetagem é um procedimento rápido, em que a paciente é submetida à uma anestesia (que pode ser raquidiana, peridural ou geral), com duração média de 15 minutos. Uma complicação possível, porém pouco frequente, é a perfuração uterina. Entretanto, na maioria das vezes o procedimento ocorre sem problemas. Por isso, a paciente costuma ter alta em até 24 horas.

Pós operatório

Cólicas e sangramento podem ocorrer, porém em uma intensidade menor. As recomendações para o pós-operatório são semelhantes às recomendações da curetagem.

Curetagem Vs. AMIU: Quais são as diferenças?

Enquanto a AMIU é feita com uma cânula acoplada a uma seringa que aspira os resíduos internos, podendo ser feito num espaço ambulatorial, a Curetagem consiste na raspagem do útero. Com isso, aumentam as chances de perfuração uterina e de consequências que comprometem uma próxima gestação.

Referência:

  1. Ministério da Saúde

Dequitação da Placenta

Dequitação da placenta é a expulsão ou saída da placenta de dentro do útero chamado de terceiro período do parto que ocorre após a saída e nascimento do bebê.

Após o nascimento tem um tempo médio de até 30 minutos para ocorrer a expulsão da placenta de dentro do útero.

Como ocorre?

Nesta fase, a placenta – que nutriu o bebê durante toda a gestação – é expulsa pela vagina.

O processo pode durar de 5 a 30 minutos, sendo mais lento em mulheres que estão tendo o primeiro parto. A saída da placenta ocorre por um mecanismo natural do corpo e sentirá uma cólica durante a saída.

Esse processo será ajudado pela equipe que acompanha. Após a saída da placenta, o sangramento é maior e vai diminuindo ao longo dos dias.

Referências:

  1. Cargill YM, MacKinnon CJ, Arsenault MY, et al: Guidelines for operative vaginal birth. J Obstet Gynaecol Can 26 (8):747–761, 2004.

Lóquios Pós-Parto

Os lóquios são perdas, inicialmente de sangue e, numa segunda fase, de outros tecidos também, o que faz com que mudem a sua aparência. Os lóquios começam imediatamente depois do parto e podem prolongar-se até ao final do puerpério, os clássicos 40 dias depois do nascimento.

Imediatamente após a fase de expulsão do bebê, o útero contrai-se e coloca-se na zona situada em cima do umbigo. Entre 10 a 15 dias depois do parto, o útero já fica ao nível da púbis e, no final do puerpério, já recuperou as suas dimensões normais. O peso do útero também muda: se, quando o bebê nasce, pesa cerca de um quilo, depois de 40 dias volta aos 60-90 gramas de sempre.

Mas a que se deve esta mudança? As responsáveis são as células musculares do útero que reduzem o seu volume, diminuem de número e alisam-se produzindo as perdas que recebem o nome de lóquios.

Quais são as causas dos lóquios?

Os lóquios ou perdas de sangue são provocados por três fenômenos:

  • A expulsão da placenta, o órgão que forneceu oxigênio e nutrientes ao feto durante a gravidez. No ponto do útero onde estava presa a placenta forma-se uma ferida que começa a sangrar. Por isso, vão para esta zona uma grande quantidade de glóbulos brancos de modo a formarem uma barreira de defesa face aos possíveis germes que poderiam provocar uma infeção na ferida. À medida que se forma este escudo protetor, as perdas de sangue produzidas pela ferida vão-se reduzindo. Este processo costuma terminar em cerca de quatro semanas após o parto. Não obstante, não se trata de um processo normal de cicatrização mas sim de uma reconstrução dos tecidos. Se sobre o ponto em que estava presa a placenta se formasse uma cicatriz, no futuro não seria possível a implantação de um novo óvulo fecundado.
  • A eliminação da capa que reveste o útero durante a gravidez constitui o segundo elemento responsável pela existência de lóquios. Esta capa é composta por um tecido abundante que, com a sua presença, torna o útero um lugar acolhedor para o feto e que é expulso na maior parte no momento do parto. A capa mais profunda deste tecido elimina-se lentamente produzindo os lóquios.
  • A destruição por lise de parte das fibras do útero, quando termina a gestação, dá lugar a parte dessa secreção chamada lóquios.

Os tipos de Lóquios

A cor desses lóquios se modificam durante puerpério. Conforme a segunda imagem observamos:

  • Até o 3 ° dia uma cor rubra (vermelho), quantidade semelhante ao fluxo menstrual;
  • Após o 3º ou 4º dia até o 10° dia, a cor é FUSCA (acastanhado);
  • Até o 21º dia, observa-se a cor Flava (amarelado) e a partir de 21°dia alba (branca).

Os lóquios possuem odor característicos semelhantes ao sangue menstrual, qualquer modificação desse odor para – odor fétido – pode indicar uma infecção puerperal sendo necessário buscar orientação de um especialista.

Cuidados de Enfermagem

  • Verificar os sinais vitais (pulso, respiração, temperatura e pressão arterial), de 6/6 horas.
  • Observar o estado das mucosas e hidratação. Estimular ingestão hídrica nas primeiras 48 horas.
  • Encorajar a deambulação precoce (6 horas para parto vaginal e 12 horas para cesariana).
  • Verificar altura do fundo uterino, observando sua consistência e localização, bem como as características da incisão operatória quando o parto for cesáreo.
  • Inspecionar diariamente o períneo e o estado dos genitais externos: condições de higiene, cicatrização da episiotomia/laceração, presença de edema, hematoma e sinais de inflamação.
  • Observar continuamente e registrar lóquios: cor, odor, quantidade e aspecto.
  • Fazer ou orientar para higiene vulvar e perineal com água corrente após as micções e evacuações.
  • Avaliar continuamente o estado das mamas e mamilos: consistência, temperatura, sinais de apojadura, ingurgitamento, trauma mamilar, bloqueio de ductos, produção láctea, entre outros.
  • Controlar micção, características da urina, volume, frequência e distúrbios urinários, especialmente nas primeiras 24 a 72 horas. Em caso de sonda vesical, observar cuidados com a mesma.
  • Controlar e registrar diariamente a função intestinal: presença de peristaltismo, frequência e distúrbios no padrão de eliminação. Na ocorrência de hemorroida, observar tamanho, desconforto e sensibilidade.
  • Observar continuamente membros inferiores, atentando para os sinais precoces de tromboses e flebites.
  • Discutir com a puérpera os conceitos relacionados à alimentação e à higiene corporal;
  • Avaliar o estado emocional da puérpera e sua aceitação da maternidade, procurando identificar o grau de interação com o recém-nascido e de integração familiar.
  • Dar suporte emocional e ajuda prática.
  • Identificar o grau de conhecimento da puérpera em relação aos cuidados com o recém-nascido: curativo do coto umbilical, banho, vestuário, alimentação e imunização.
  • Respeitar a autonomia da mulher e sua liberdade de escolha.
  • Ministrar medicamentos prescritos, observando efeitos colaterais e adversos. Em caso de fluidoterapia, realizar controle e cuidados para esta.

Referências:

  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção a saúde. Pré-Natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada:manual Técnico. Brasília: Ministério da Saúde, versão revisada, 2006. Disponível AQUI.

Cloasma Gravídico

O cloasma, também conhecido como cloasma gravídico, corresponde a manchas escuras que surgem na pele durante a gravidez, principalmente na testa, no lábio superior e no nariz, e está relacionado com as alterações hormonais típicas da gestação, no entanto o seu aparecimento também pode ser favorecido pela exposição da pele ao sol sem a devida proteção, por exemplo.

O cloasma gravídico normalmente desaparece alguns meses após o parto sem que seja necessário qualquer tratamento, porém o dermatologista pode recomendar o uso de alguns cremes durante e após a gravidez para evitar o surgimento do cloasma, atenuar ou promover o desaparecimento de forma mais rápida.

Como identificar o cloasma gravídico?

O cloasma gravídico surge entre o primeiro e segundo trimestre de gestação e pode ser identificado como uma mancha escura e com bordas e pigmentação irregular que surgem com maior frequência na testa, bochecha, nariz e lábio superior.

Em algumas mulheres, as manchas tendem a ficar mais evidentes quando existe exposição solar, o que também pode fazer com que essas manchas fiquem mais escuras.

Qual a diferença entre o cloasma e o melasma?

Tanto o cloasma quanto o melasma podem ser caracterizados por manchas escuras que surgem na pele, principalmente no rosto, no entanto o cloasma é um tipo de melasma que surgem apenas durante a gravidez.

De forma geral, o melasma pode surgir em pessoas que fazem uso de anticoncepcionais, que possuem predisposição genética ou alterações vasculares, por exemplo.

Por que aparece?

O cloasma gravídico é uma alteração típica da gravidez e que acontece principalmente devido às alterações hormonais que acontecem nesse período, estando principalmente relacionado com o aumento da concentração de estrogênio circulante.

Como consequência do aumento dos níveis de estrogênio, é possível haver estimulação de um hormônio que atua diretamente nas células produtoras de melanina, levando ao aparecimento das manchas da gravidez, incluindo a linha nigra, que é uma linha escura que pode surgir na barriga das gestantes.

Essas manchas são mais evidentes em mulheres que se expõem de forma regular ao sol sem a devida proteção, como por exemplo bonés, chapéus ou viseiras, óculos de sol e protetor solar, principalmente, isso porque os raios solares também podem estimular a produção desse hormônio e, assim, favorecer também o surgimento do cloasma.

Como é o tratamento?

Apesar do cloasma gravídico desaparecer naturalmente alguns meses após o parto, é recomendado que a mulher seja acompanhada pelo dermatologista, pois o médico poderá indicar formas de diminuir o risco do desenvolvimento do cloasma e de clarear as manchas, podendo ser recomendado o uso de protetor solar, hidratantes naturais e cremes com ácido azeláico e/ou ácido salicílico em baixas concentrações.

Após o parto, caso não haja melhora do cloasma, o dermatologista pode indicar, após o período de amamentação, o uso de alguns cremes ou loções para clareamento que podem conter hidroquinona ou retinoides, que devem ser aplicadas diretamente na mancha de acordo com a recomendação do médico, sendo também orientado evitar a exposição ao sol para não provocar mais manchas.

Além disso, depois do período de amamentação, o médico pode recomendar a realização de alguns procedimentos estéticos que também podem promover a eliminação das manchas, como peeling, tratamento a laser e microdermoabrasão, por exemplo.

Referências:

  1. URASAKI, Maristela B. M. Alterações fisiológicas da pele percebidas por gestantes assistidas em serviços públicos de saúde. Acta Paul Enferm. Vol 23. 4 ed; 519-525, 2010
  2. PURIM, Kátia Sheylla M.; AVELAR, Maria Fernanda S. Fotoproteção, melasma e qualidade de vida em gestantes. Rev Bras Ginecol Obstet. Vol 34. 5 ed; 228-234, 2012
  3. FERNANDES, Lana B.; MENDONÇA, Carolina R.; AMARAL, Waldemar N. Alterações dermatológicas na gravidez: revisão da literatura. FEMINA. Vol 42. 2 ed; 2014

Câncer de Ovário

O câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero. A quase totalidade das neoplasias ovarianas (95%) é derivada das células epiteliais (que revestem o ovário).

O restante provém de células germinativas (que formam os óvulos) e células estromais (que produzem a maior parte dos hormônios femininos).

Risco de Incidência

  • Idade – A incidência de carcinoma epitelial de ovário aumenta com o avanço da idade.
  • Fatores reprodutivos e hormonais – O risco de câncer de ovário é aumentado em mulheres com infertilidade e reduzido naquelas que tomam contraceptivos orais (pílula anticoncepcional) ou que tiveram vários filhos. Por outro lado, mulheres que nunca tiveram filhos parecem ter risco aumentado para câncer de ovário.
  • A menarca (primeira menstruação) precoce (antes dos 12 anos) e a idade tardia na menopausa (após os 52 anos) podem estar associadas a risco aumentado de câncer de ovário.
  • A infertilidade é fator de risco para o câncer de ovário, mas a indução da ovulação para o tratamento da infertilidade não parece aumentar o risco de desenvolver a doença.
  • O risco de câncer de ovário com terapia hormonal pós-menopausa aparenta ser pequeno.
  • História familiar – Histórico familiar de cânceres de ovário, colorretal e de mama está associado a risco aumentado de câncer de ovário.
  • Fatores genéticos – Mutações em genes, como BRCA1 e BRCA2, estão relacionadas a risco elevado de câncer de mama e de ovário.
  • Excesso de gordura corporal – Aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de ovário.

Sinais e Sintomas

Na fase inicial, o câncer de ovário não causa sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode causar pressão, dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas; náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante.

Detecção Precoce

A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de ovário traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado.

Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer é possível em apenas parte dos casos, pois a maioria só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas da doença. Os sinais e sintomas mais comuns e que devem ser investigados são:

  • Inchaço abdominal
  • Dor abdominal
  • Perda de apetite e de peso, fadiga
  • Mudanças no hábito intestinal e/ou urinário

Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados, principalmente se não melhorarem em poucos dias.

Prevenção

As mulheres devem estar atentas aos fatores de risco, manter o peso corporal saudável e consultar regularmente o seu médico, principalmente a partir dos 50 anos.

O exame preventivo ginecológico (Papanicolaou) não detecta o câncer de ovário, já que é específico para detectar o câncer do colo do útero.

Os Tipos de Câncer

Tendo como origem nas células epiteliais, os seguintes quadros são possíveis:

  • Carcinoma seroso de alto grau (70 a 80% de todos os tumores de ovário);
  • Carcinoma endometrióide;
  • Carcinoma de células claras;
  • Carcinoma mucinoso;
  • Carcinoma seroso de baixo grau;
  • Tumor borderline.

 Já os quadros que têm origem nas células germinativas são estes:

  • Coriocarcinoma;
  • Teratoma Imaturo;
  • Tumor de seio endodérmico;
  • Disgerminoma;
  • Carcinoma embrionário.

Por fim, os quadros com origem nas células estromais são estes:

  • Tumores da célula da granulosa
  • Tumores de Sertoli-Leydig

Tratamento

Cirurgia

A cirurgia tem papel fundamental no tratamento, diagnóstico e estadiamento. Na maioria dos casos, é necessário a ressecção dos dois ovários, das duas trompas, do útero, do omento (parte do peritônio) e às vezes de linfonodos.

Dependendo do volume de doença, pode haver necessidade de cirurgias ainda mais amplas. O objetivo é, sempre que possível, retirar toda doença macroscópica observada durante o ato cirúrgico.

Sabe-se que quanto menor volume de doença residual, melhor o prognóstico.

Quimioterapia

A quimioterapia pode ser utilizada de maneira complementar a cirurgia, para diminuir o risco de recidiva de doença. Ou pode ser usada com intenção de controle de doença quando essa não tem possibilidade de ressecção completa.

A classe farmacológica da platina é a mais ativa na neoplasia de ovário. Sendo utilizada tanto no tratamento adjuvante, neoadjuvante e no paliativo.

Terapia alvo

Um dos avanços recentes no tratamento do câncer de ovário, é o uso de terapia alvo com a medicação Olaparibe. Pacientes que possuam a mutação no gene BRCA1 ou BRCA 2 podem ter indicação dessa medicação, que impede as células tumorais de consertar os danos no DNA tumoral e com isso ocorre morte celular.

Referência:

  1. INCA

Salpingectomia

A salpingectomia é o procedimento cirúrgico para remoção uni ou bilateral das tubas uterinas. Fundamentais para o processo reprodutivo, as tubas uterinas são responsáveis pela captação dos óvulos – é onde normalmente ocorre a fecundação –, assim como pelo transporte deles e dos espermatozoides até o útero, após a fecundação.

Indicações

Uma das indicações da cirurgia é a gestação ectópica, ou seja, quando a gravidez se desenvolve dentro da trompa. À medida que o embrião se desenvolve, a tendência é que haja a ruptura da trompa, provocando sangramentos intensos, que configuram uma ameaça à vida da gestante.

Fazem parte do grupo de risco mulheres que desenvolvem a hidrossalpinge, um distúrbio onde a trompa perde sua função de transporte do óvulo e fica dilatada às custas do acúmulo de líquido – que pode ser sangue ou pus – o que provoca a obstrução das tubas.

Finalmente, o procedimento costuma ser indicado com frequência para pacientes que apresentam dificuldades para engravidar e estão em programação de FIV (fertilização in vitro). A salpingectomia também é necessária quando há o aparecimento de nódulos, especialmente quando a origem deles é indefinida.

Como é feito o procedimento e seus cuidados pós operatório?

Na maioria dos casos, é possível realizar o procedimento por meio de uma videolaparoscopia, ou seja, a técnica é minimamente invasiva. Sob anestesia geral, são feitas pequenas incisões na paciente, por meio da qual será inserida uma microcâmera.

No pós-operatório, pode haver alternância entre sensações de calor e frio, mas o médico tende a prescrever medicamentos para amenizar este incômodo. Caso o especialista prescreva alguma dieta, é importante que ela seja rigorosamente seguida.

É pertinente questionar o profissional sobre possíveis restrições à prática de atividade sexual. Do mesmo modo, é válido evitar a realização de grandes esforços físicos. Numa outra frente, pode ser necessário o uso de meias compressivas para prevenir a ocorrência de tromboses.

Salpingectomia e Laqueadura são a mesma coisa?

Embora ambos os procedimentos sejam realizados nas tubas uterinas, é importante ressaltar que há uma diferença entre a salpingectomia e a laqueadura ou ligadura de trompas.

Ao contrário da salpingectomia, na cirurgia de esterilização feminina não há remoção do órgão: é feito um corte ou retirado um fragmento das trompas, com o único propósito de impedir o encontro de óvulos e espermatozoides.

Referências:

  1. Dr. Luiz Flávio

Rede de Haller

Rede de Haller é um sinal clínico que surge com a gravidez e refere-se ao aumento da circulação venosa formando uma rede visível sob a pele transparente das mamas, constituindo um sinal de presunção da gravidez.

A rede venosa de Haller decorre do aumento da vascularização mamária e representa a visualização de maior trama vascular na mama, geralmente identificada a partir de 16 semanas, ou seja, há um aumento da vascularização do tecido subcutâneo da mama que nos possibilita a visibilidade dos vasos venosos que se mostram entrelaçados em forma de malha.

Referência:

  1. Wikipedia

Miomectomia

miomectomia é o procedimento cirúrgico de remoção de miomas uterinos (ou leiomiomas), tumores benignos que podem se formar em diferentes locais do útero e provocar sintomas na mulher, embora a doença seja, na grande maioria dos casos, assintomática.

Classificação

  • Submucosos – aqueles que se desenvolvem dentro da cavidade uterina;
  • Intramurais – acometem o miométrio, a parede do útero;
  • Subserosos – formam-se na região mais externa do útero.

Indicação

Esse procedimento cirúrgico é indicado para o tratamento conservador dos miomas uterinos, mantendo-se o útero, preservando o órgão reprodutivo feminino. Sua indicação depende do tipo de mioma, da quantidade e das dimensões dos nódulos, assim como dos sintomas descritos pela paciente.

Dentro da cirurgia minimamente invasiva, a miomectomia por laparoscopia é, de modo geral, indicada para miomas intramurais e subserosos, enquanto a miomectomia histeroscópica é indicada para os miomas submucosos.

miomectomia abdominal por laparotomia é indicada em casos muito específicos, mas atualmente é pouco utilizada, uma vez que a laparoscopia e a histeroscopia cirúrgica permitem a operação de praticamente todos os tipos de miomas.

A cirurgia robótica pode ser uma alternativa à miomectomia laparoscópica, entretanto sem benefícios adicionais para a paciente quando comparada às laparoscopias realizadas por cirurgiões capacitados.

Técnicas cirúrgicas para remoção dos miomas

Existem três técnicas cirúrgicas que possibilitam a retirada dos miomas:

  • Miomectomia por laparoscopia;
  • Miomectomia abdominal;
  • Miomectomia histeroscópica.

Miomectomia por laparoscopia

A laparoscopia é uma cirurgia endoscópica minimamente invasiva indicada para o tratamento de diversas condições e doenças, como determinados tipos de miomas.

Na laparoscopia, fazemos algumas pequenas incisões, geralmente com tamanho máximo de 1 cm no abdômen para introduzir uma microcâmera (laparoscópio) e outros instrumentos para a retirada dos miomas.

A laparoscopia é uma técnica cirúrgica avançada realizada sob anestesia geral que permite diversos tipos de intervenções sem grandes agressões ao corpo, com menores incisões, menor tempo de internação hospitalar e retomada mais rápida das atividades habituais.

Miomectomia abdominal

miomectomia abdominal é realizada por laparotomia. Diferentemente da laparoscopia, na laparotomia é realizada uma incisão no abdômen da mulher e o cirurgião faz a intervenção direta nos miomas, sem o auxílio do sistema ótico utilizado na laparoscopia.

miomectomia por laparotomia também é feita sob anestesia geral.

Miomectomia histeroscópica

miomectomia histeroscópica também é uma cirurgia minimamente invasiva, na qual a câmera e o instrumento de trabalho são introduzidos no útero pela vagina após a dilatação do colo uterino.

Feita sob sedação, em ambiente hospitalar, distende-se a cavidade endometrial com soro fisiológico, o que permite o acesso e a visualização da cavidade uterina.

Prescinde de cicatrizes, permitindo uma recuperação rápida das pacientes, exigindo uma internação rápida.

Está indicada para o tratamento dos miomas submucosos.

Cuidados no Pós-operatório

A laparoscopia e a histeroscopia são procedimentos menos invasivos. Assim sendo, a mulher recebe alta precoce, geralmente no mesmo dia ou no dia seguinte ao procedimento, e necessitando manter repouso menor quando comparado com a laparotomia, geralmente retornando às suas atividades profissionais em 10 dias e às atividades físicas após 30 dias.

Referência:

  1. Womens.es

 

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