A passagem de sonda nasogástrica é a inserção de uma sonda plástica ou de borracha, flexível, podendo ser curta ou longa, pela boca ou nariz, para:
- Descomprimir o estômago e remover gás e líquidos;
- Diagnosticar a motilidade intestinal;
- Administrar medicamentos e alimentos;
- Tratar uma obstrução ou um local com sangramento;
- Obter conteúdo gástrico para análise.
Condições ou necessidades que requerem utilização de sonda:
- Preparação pré-operatória com dieta elementar;
- Problemas gastrintestinais com dieta elementar;
- Terapia para o câncer;
- Cuidado na convalescença;
- Coma;
- Condições hipermetabólicas;
- Cirurgia maxilofacial ou cervical.
Tipos de Sonda Nasogástrica
A sonda nasogástrica é introduzida através do nariz ou boca até o estômago. As mais comumente usadas são: sonda de Levine, gástrica simples, Nutriflex, a Moss e a Sengstaken-Blakemore (S-B).
– Sonda de Levine: é uma das mais usadas, existindo no mercado tanto tubos de plástico como de borracha, com orifícios laterais próximos à ponta, são passadas normalmente pelas narinas. Apresenta uma única luz (números 14 a 18). A sonda é usada para remover líquidos e gases do trato gastrintestinal superior em adultos, obter uma amostra do conteúdo gástrico para estudos laboratoriais e administrar alimentos e medicamentos diretamente no trato gastrintestinal.
A colocação da sonda pode ser checada depois de colocada aspirando-se o conteúdo gástrico e checando-se o ph do material retirado. O ph do aspirado gástrico é ácido (± 3); o ph do aspirado intestinal (± 6,5), e o ph do aspirado respiratório é mais alcalino (7 ou mais). Uma radiografia é o único meio seguro de se verificar a posição da sonda;
– Sonda gástrica simples (“Salem-VENTROL”): é uma sonda radiopaca, de plástico claro, dotada de duas luzes. É usada para descomprimir o estômago e mantê-lo vazio;
– Sonda Nutriflex: é uma sonda usada para nutrição. Possui 76 cm de comprimento e uma ponta pesada de mercúrio para facilitar sua inserção. É protegida por um lubrificante que é ativado quando é umidificado;
– Sonda de MOSS: é uma sonda de descompressão gástrica de 90 cm de comprimento, três luzes e somente um balão que serve para fixar a sonda ao estômago quando inflado. O cateter de descompressão serve para aspiração gástrica e esofagiana, como também para lavagem. A terceira luz é uma via para alimentação duodenal;
– Sonda S-B: é usada para tratar sangramento de varizes esofagianas. Tem 3 luzes e 2 balões; duas das luzes são utilizadas para inflar os balões, enquanto a terceira é usada para lavagem gástrica e para monitorizar o sangramento.
SNG Aberta X Fechada
– Sonda Nasogástrica Aberta: Quando o objetivo é drenar líquidos intra-gástrico, a saber: esverdeado (bile), borra de café (bile + sangue), sanguinolenta (vivo, escuro), amarelado. Sonda Levine nº 20 ou 22. Podemos exemplificar cirurgias onde no pós operatório se deseja o repouso do sistema digestivo e também em casos de intoxicação exógena, onde o conteúdo ingerido precisa ser removido rapidamente.
– Sonda Nasogástrica Fechada: Utilizada com finalidade de alimentação, quando por alguma razão o paciente não pode utilizar a boca no processo de digestão. Ex: câncer de língua, anorexia, repouso pós- cirúrgico. Sonda Levine nº 16 ou 18.
MATERIAL
- Sonda Nasogástrica (também chamada de Levine) de numeração 10, 12, 14, 16, 18 (adulto);
- Esparadrapo;
- Xilocaína gel;
- Gaze;
- Par de luvas;
- Seringa de 20cc;
- Estetoscópio;
- Toalha de rosto de uso pessoal;
Caso a Sonda Nasogástrica seja aberta adicione: extensão, saco coletor.
PROCEDIMENTO
- Explicar a procedimento ao paciente;
- Colocá-lo em posição de Fowler;
- Colocar a toalha sob o pescoço;
- Calçar as luvas;
- Abrir a sonda;
- Medir o comprimento da sonda: da asa do nariz, ao lóbulo da orelha e para baixo até a ponta do apêndice xifóide;
- Marcar o local com o esparadrapo;
- Passar xilocaína gel aproximadamente uns 10 cm;
- Introduzir a sonda s por uma das narinas;
- Flexionar o pescoço aproximando ao tórax, pedindo ao paciente para realizar movimentos de deglutição;
- Introduzir a sonda até o ponto do esparadrapo;
- Conectar a seringa à extremidade da SNG. Colocar o diafragma do estetoscópio sobre o hipocôndrio e injetar 15 a 20 cm³ de ar, enquanto auscultar o abdome do paciente;
Ou
- Conectar a seringa à sonda e aspirar verificando se reflui conteúdo. Se não for obtido o conteúdo gástrico, coloque o paciente em decúbito lateral esquerdo (DLE) e aspire normalmente;
- Proporcionar cuidados nasais e bucais;
- Deixar o paciente confortável;
- Desprezar o material;
- Lavar as mãos;
- Anotar tipo, tamanho, data, hora e a via de inserção da sonda;
- Anotar o material drenado, incluindo o volume, cor características, consistência e odor de qualquer matéria eliminada no prontuário;
Obs: Não é mais utilizada a teste de localização com copo de água segundo orientação do COREN.
PROCEDIMENTO PARA RETIRADA DA SONDA
- Explicar o procedimento ao cliente;
- Avaliar o funcionamento intestinal auscultando para ver se há peristaltismo ou flatos;
- Ajudar o cliente a assumir a posição semi-Fowler;
- Lavar as mãos e calce luvas;
- Usar uma seringa com 10 ml de soro fisiológico a 0,9%, para irrigar a sonda;
- Certificar de que a sonda não está com conteúdo gástrico;
- Soltar a sonda da bochecha do cliente e, em seguida, abra o alfinete de segurança, liberando a roupa do cliente;
- Fechar a sonda, dobrando-a em sua mão;Pedir ao cliente para prender a respiração, para fechar a epiglote;
- Cobrir e retirar imediatamente a sonda;
- Ajudar o cliente a fazer uma higiene bucal completa;
- Anotar a data e a hora de retirada da sonda no prontuário;
CUIDADOS IMPORTANTES
A equipe de enfermagem é responsável pela manutenção da Sonda e precisa atentar-se em:
– Verificar a tolerância da dieta e/ou medicamento a ser administrados pela sonda;
– Aspirar conteúdo gástrico antes da administração da dieta e/ou medicamento para verificar presença de resíduos;
– Infusão de certa quantidade de água na sonda após administração da dieta e/ou medicamento com o intuito de evitar obstruções;
– Realizar troca em caso de danos na sonda, colocar sempre a data e a hora ao trocar a sonda, sempre ter o cuidado com lavagem das mãos;
– Trocar a fixação da sonda diariamente, observando seu posicionamento e verificando introdução ou tração da sonda sem acidentes;
Quem pode realizar este procedimento?
Dentro da equipe de enfermagem, compete ao enfermeiro a realização de procedimento de maior complexidade conforme o disposto na Lei 7498/863. Ainda em relação ao procedimento de sondagem, a Resolução COFEN 453/2014, em seu anexo, estabelece que compete ao enfermeiro estabelecer a via de nutrição enteral, mesma via adotada para o procedimento da lavagem gástrica, sendo assim, competindo ao técnico de enfermagem:
a) Participar de treinamento, conforme programas estabelecidos, garantindo a capacitação e atualização referente às boas práticas da Terapia Nutricional;
b) Promover cuidados gerais ao paciente de acordo com a prescrição de enfermagem ou protocolo pré-estabelecido;
c) Comunicar ao Enfermeiro qualquer intercorrência advinda da TNP;
d) Proceder o registro das ações efetuadas, no prontuário do paciente, de forma clara, precisa e pontual.
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