Atropina: Não utilizado mais em PCR!

A atropina é um medicamento com diversas finalidades, que age bloqueando os receptores muscarínicos da acetilcolina e relaxando os músculos lisos dos órgãos internos. Vamos explorar mais sobre esse composto essencial:

O seu uso

A atropina é um remédio de uso injetável indicado para várias condições médicas:

  1. Intoxicação por inseticidas organofosforados ou carbamatos: A atropina atua como antídoto nesses casos, revertendo os efeitos tóxicos dessas substâncias.
  2. Arritmias cardíacas: Especialmente a bradicardia sinusal, a atropina é utilizada para aumentar a frequência cardíaca.
  3. Úlcera péptica: A atropina tem ação antiarrítmica e antiespasmódica, auxiliando no tratamento dessa condição.
  4. Cólica renal ou biliar: A atropina pode aliviar espasmos dolorosos nessas situações.
  5. Diminuição da produção de saliva e muco do trato respiratório durante a anestesia e intubação: É usada para preparar o paciente para procedimentos.
  6. Doença de Parkinson: Embora menos comum, a atropina pode ser empregada em alguns casos.
  7. Preparo para radiografias gastrointestinais: Ajuda a relaxar os músculos do trato gastrointestinal.

Descontinuação no Suporte Avançado de Vida na PCR

Recentemente, as diretrizes de suporte avançado de vida durante a parada cardiorrespiratória (PCR) passaram por mudanças significativas em relação ao uso da atropina. Eis o que mudou:

  • Uso rotineiro descontinuado: Anteriormente, a atropina era frequentemente administrada para tratar ritmos cardíacos lentos durante a PCR. No entanto, as novas diretrizes não recomendam mais seu uso rotineiro nesses casos.
  • Estudos e evidências: Pesquisas mostraram que a atropina não oferece benefícios terapêuticos significativos em ritmos elétricos sem pulso (como assistolia) ou bradicardia grave. Portanto, seu uso foi descontinuado em situações de PCR.

O que estão fazendo agora?

  • Priorizando a RCP de alta qualidade: A ressuscitação cardiopulmonar continua sendo a base do tratamento durante a PCR.
  • Evitando a Atropina: Em ritmos elétricos sem pulso ou bradicardia, considerando outras opções terapêuticas.
Referência:
  1. Gonzalez M, Timerman S, Gianotto-Oliveira R, Polastri T, Canesin M, Schimidt A, et al.. I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol [Internet]. 2013Aug;101(2):1–221. Available from: https://doi.org/10.5935/abc.2013S006