Diferenças entre endemia, pandemia, epidemia e surto

Em saúde pública, algumas palavras costumam aparecer frequentemente nos noticiários, artigos científicos e até mesmo em conversas cotidianas: endemia, epidemia, pandemia e surto. Apesar de parecerem semelhantes, cada termo possui um significado específico e compreender essas diferenças é essencial para profissionais de saúde, principalmente para a enfermagem, que atua diretamente na vigilância, prevenção e assistência aos pacientes.

O Primeiro Alerta: O Surto

Um surto é o termo mais localizado. Ele se refere a um aumento repentino e inesperado do número de casos de uma doença em uma área específica, como uma escola, um hospital ou uma comunidade.

  • O que o caracteriza: Acontece em um local muito restrito. É um sinal de alerta de que algo está fora do controle.
  • Exemplo Comum: Vários casos de intoxicação alimentar após um evento em um restaurante ou o aumento de casos de sarampo em uma determinada escola. O surto é um problema local, mas que exige uma resposta rápida para não se espalhar.

A Ameaça Local: A Epidemia

Se o surto não for controlado e a doença se espalhar para uma área maior, como uma cidade, um estado ou uma região, temos uma epidemia. O número de casos é significativamente maior do que o esperado para aquela região.

  • O que a caracteriza: A doença se espalha rapidamente, atingindo uma grande quantidade de pessoas em uma área geograficamente delimitada. O nível de infecção é alarmante.
  • Exemplo Comum: Um grande aumento de casos de dengue durante o verão em uma cidade. A doença está se espalhando em uma escala que requer intervenção coordenada das autoridades de saúde.

O Perigo Global: A Pandemia

A palavra mais temida. Uma pandemia é uma epidemia que se espalhou por vários países ou continentes, afetando uma grande parte da população mundial.

  • O que a caracteriza: A disseminação da doença é global. Ela não está restrita a uma região, mas se espalha pelo mundo. O número de casos é enorme e o impacto é sentido em larga escala.
  • Exemplo Comum: O vírus da Influenza A (H1N1) em 2009 e, mais recentemente, a COVID-19. Ambas as doenças se espalharam por todos os continentes, impactando a vida de bilhões de pessoas e exigindo uma resposta global coordenada.

A Realidade Constante: A Endemia

Por fim, a endemia é o termo usado para descrever uma doença que existe de forma contínua e em uma frequência esperada dentro de uma área geográfica específica. A doença é “nativa” daquela região.

  • O que a caracteriza: A doença está sempre presente na população, em um nível que não causa alarme.
  • Exemplo Comum: A febre amarela na Amazônia ou a malária em certas regiões da África. A doença não desaparece, mas o número de casos se mantém estável, exigindo um monitoramento constante.

Cuidados de Enfermagem: Nossa Atuação em Cada Cenário

O nosso papel, como profissionais de enfermagem, é crucial em todas essas situações. A classificação da doença define o nosso nível de resposta:

  • No Surto: Atuamos na identificação e isolamento dos casos. A nossa principal função é cortar a cadeia de transmissão rapidamente.
  • Na Epidemia: A nossa atuação é mais abrangente. Participamos de campanhas de vacinação, organizamos o atendimento em hospitais e unidades de saúde e educamos a população sobre medidas de prevenção, como a higiene e o distanciamento.
  • Na Pandemia: A nossa atuação é na linha de frente, lidando com um número massivo de pacientes, implementando protocolos rigorosos de segurança e, muitas vezes, lidando com o estresse e a exaustão da equipe.
  • Na Endemia: O nosso papel é de vigilância contínua. Participamos de programas de controle, administramos vacinas e educamos a população sobre como prevenir a doença no dia a dia.

Outros cuidados

  • Educação em saúde: orientar a população sobre medidas de prevenção, higiene e vacinação.
  • Vigilância epidemiológica: notificar casos suspeitos e confirmados, colaborando com os sistemas de informação em saúde.
  • Isolamento e precauções: aplicar medidas de biossegurança para evitar a propagação da doença.
  • Assistência direta: prestar cuidados clínicos aos pacientes, respeitando protocolos específicos de cada doença.
  • Apoio psicossocial: acolher e orientar pacientes e familiares em situações de crise sanitária.

Entender as diferenças entre endemia, epidemia, surto e pandemia é essencial para que o estudante e o profissional de enfermagem consigam contextualizar melhor as situações de saúde pública e atuar de forma eficaz na prevenção, detecção precoce e no cuidado aos pacientes.

A enfermagem, por estar na linha de frente, desempenha papel estratégico não apenas no atendimento clínico, mas também na educação em saúde e na vigilância epidemiológica.

Referências:

  1. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC). Principles of Epidemiology in Public Health Practice. 3rd ed. Atlanta, GA: CDC, 2012. Disponível em: https://www.cdc.gov/csels/dsepd/ss1978/lesson1/section11.html
  2. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). International Health Regulations. 3rd ed. Geneva: WHO, 2005. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241580496
  3. BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. 5. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br. 
  4. OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde. Epidemias, endemias e pandemias: entenda a diferença. 2020. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/27-3-2020-epidemias-endemias-e-pandemias-entenda-diferenca. 
  5. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Emergencies preparedness, response: outbreaks and pandemics. 2020. Disponível em: https://www.who.int/emergencies/diseases.

Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento.

Com uma ampla variedade de manifestações, o autismo é chamado de “espectro” porque engloba diferentes níveis de gravidade e características únicas em cada indivíduo.

Nesta publicação, vamos explorar o que é o Espectro Autista, seus sinais e sintomas, e os cuidados de enfermagem essenciais para oferecer um atendimento humanizado e eficaz.

O Que é o Espectro Autista?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que se manifesta nos primeiros anos de vida. Ele afeta a maneira como a pessoa se comunica, interage com os outros e percebe o mundo ao seu redor.

O autismo é chamado de “espectro” porque abrange uma variedade de características e níveis de gravidade, desde casos leves até mais severos.

Sinais e Sintomas do Autismo

Os sinais do autismo geralmente aparecem antes dos três anos de idade e podem variar amplamente. Entre os mais comuns estão:

  • Dificuldades na Comunicação: Atraso na fala, uso repetitivo de palavras ou frases e dificuldade em manter conversas.
  • Desafios na Interação Social: Dificuldade em fazer contato visual, entender expressões faciais ou estabelecer relacionamentos.
  • Comportamentos Repetitivos: Movimentos como balançar as mãos, girar objetos ou seguir rotinas rígidas.
  • Sensibilidade Sensorial: Hipersensibilidade a sons, luzes, texturas ou cheiros.
  • Interesses Restritos: Foco intenso em assuntos específicos, como números, letras ou temas específicos.

Diagnóstico do Espectro Autista

O diagnóstico do TEA é clínico, baseado na observação do comportamento e no histórico do desenvolvimento da criança. Não há exames específicos para identificar o autismo, mas uma avaliação multidisciplinar com psicólogos, psiquiatras, fonoaudiólogos e outros profissionais é fundamental para um diagnóstico preciso e um plano de intervenção adequado.

Cuidados de Enfermagem no Atendimento a Pacientes com Autismo

A equipe de enfermagem desempenha um papel crucial no cuidado de pacientes com TEA, seja em consultas de rotina, internações hospitalares ou emergências. Aqui estão os principais cuidados a serem considerados:

Comunicação Efetiva

  • Utilize linguagem clara, objetiva e, se necessário, recursos visuais, como imagens ou pictogramas, para facilitar a comunicação.
  • Evite linguagem figurada ou sarcasmo, que pode ser difícil de entender para pessoas com autismo.

Ambiente Acolhedor

  • Reduza estímulos excessivos, como luzes brilhantes e barulhos altos, que podem causar sobrecarga sensorial.
  • Ofereça um espaço tranquilo e previsível para o paciente se sentir seguro.

Rotina e Previsibilidade

  • Informe o paciente antecipadamente sobre os procedimentos que serão realizados.
  • Mantenha uma sequência consistente de atividades sempre que possível.

Respeito às Sensibilidades Sensoriais

  • Peça permissão antes de tocar no paciente e explique cada passo do procedimento.
  • Esteja atento a sinais de desconforto, como cobrir os ouvidos ou evitar contato físico.

Apoio à Família

  • Oriente os familiares sobre os cuidados necessários e esclareça dúvidas.
  • Mostre-se disponível para apoiar os cuidadores durante o processo.

Educação Continuada

  • Busque capacitação sobre o TEA para entender as particularidades da condição e oferecer um atendimento mais qualificado.
  • Participe de treinamentos e workshops sobre autismo e inclusão.

A Importância da Humanização no Cuidado

O atendimento a pacientes com autismo exige sensibilidade e adaptação às necessidades individuais. A humanização do cuidado é essencial para garantir que esses pacientes se sintam respeitados e acolhidos em suas singularidades.

O autismo não é uma doença, mas uma forma diferente de ver e interagir com o mundo. Compreender e acolher essas diferenças é essencial para promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas no espectro autista. Para a equipe de enfermagem, o conhecimento e a empatia são ferramentas poderosas para oferecer um cuidado humanizado e eficaz.

Referências:

  1. Fernandes, C. S., Tomazelli, J., & Girianelli, V. R.. (2020). Diagnóstico de autismo no século XXI: evolução dos domínios nas categorizações nosológicas. Psicologia USP, 31, e200027. https://doi.org/10.1590/0103-6564e200027
  2. GONCALVES, Amanda Pilosio et al . Transtornos do espectro do autismo e psicanálise: revisitando a literatura. Tempo psicanal.,  Rio de Janeiro ,  v. 49, n. 2, p. 152-181,  dez.  2017 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382017000200008&lng=pt&nrm=iso&gt;.

  3. MAGALHÃES, Juliana Macêdo; LIMA, Francisca Susyane Viana; SILVA, Francisca Rosa de Oliveira; RODRIGUES, Ana Beatriz Mendes; GOMES, Adriana Vasconcelos. Assistência de enfermagem à criança autista: revisão integrativa. Enfermería Global, v. 19, n. 58, p. 531-541, 2020. Disponível em: https://scielo.isciii.es/pdf/eg/v19n58/pt_1695-6141-eg-19-58-531.pdf.

Órgãos que podem ser transplantados

A doação de órgãos ou de tecidos é o ato pelo qual manifesta-se a vontade de doar uma ou mais partes do com o objetivo de reestabelecer as funções de um órgão ou tecido doente, de outras pessoas.

É importante esclarecer que a possibilidade de transplante depende de diversos fatores, incluindo a saúde do doador, o tipo de órgão, a compatibilidade com o receptor e a disponibilidade de recursos médicos.

Órgãos que podem ser transplantados

Transplantes em vida:

  • Rim: O transplante renal é o mais comum entre os transplantes em vida. Um doador saudável pode doar um rim sem comprometer sua própria saúde.
  • Fígado: É possível doar uma parte do fígado em vida, já que o órgão se regenera. Essa opção é mais complexa e exige um acompanhamento médico rigoroso.
  • Pulmão: O transplante de um lobo pulmonar de um doador vivo é uma opção rara, mas viável em alguns casos.
  • Pâncreas: A doação de uma parte do pâncreas em vida é possível, mas menos frequente.

Transplantes após morte encefálica:

  • Coração: É possível transplantar o coração de um doador em morte encefálica para um receptor.
  • Pulmões: O transplante de pulmão é uma opção para pacientes com insuficiência respiratória grave.
  • Fígado: O transplante de fígado é uma opção para pacientes com doenças hepáticas graves.
  • Pâncreas: O transplante de pâncreas é uma opção para pacientes com diabetes tipo 1.
  • Intestino delgado: O transplante de intestino delgado é uma opção para pacientes com doenças intestinais graves.
  • Rins: Como mencionado anteriormente, o transplante de rins também pode ser realizado após a morte encefálica.

Transplantes de doador falecido:

  • Coração: O transplante de coração é uma opção para pacientes com insuficiência cardíaca grave.
  • Pulmões: O transplante de pulmão é uma opção para pacientes com doenças pulmonares graves.
  • Fígado: O transplante de fígado é uma opção para pacientes com doenças hepáticas graves.
  • Pâncreas: O transplante de pâncreas é uma opção para pacientes com diabetes tipo 1.
  • Intestino delgado: O transplante de intestino delgado é uma opção para pacientes com doenças intestinais graves.
  • Rins: O transplante de rins é uma opção para pacientes com insuficiência renal.
  • Córnea: A córnea, a parte transparente do olho, pode ser transplantada de doadores falecidos.
  • Tecidos: Outros tecidos, como pele, válvulas cardíacas, tendões e ossos, também podem ser transplantados de doadores falecidos.

É importante ressaltar que esta lista não é exaustiva e que as possibilidades de transplante podem variar de acordo com os protocolos médicos e as necessidades do paciente.

Quem pode doar?

Qualquer pessoa pode ser um potencial doador de órgãos. O que determina a possibilidade de transplante dos órgãos ou tecidos é a condição de saúde em que se encontre atualmente, independentemente da idade. Na ocasião da morte, a equipe médica fará uma avaliação do histórico médico e dos órgãos.

Para doar órgãos em vida é necessário:

  • ser um cidadão juridicamente capaz;
  • estar em condições de doar o órgão ou tecido sem comprometer a saúde e aptidões vitais;
  • apresentar condições adequadas de saúde, avaliadas por um médico que afaste a possibilidade de existir doenças que comprometam a saúde durante e após a doação;
  • querer doar um órgão ou tecido que seja duplo, como o rim, e não impeça o organismo do doador de continuar funcionando;
  • ter um receptor com indicação terapêutica indispensável de transplante;
  • ser parente de até quarto grau ou cônjuge. No caso de não parentes, a doação só poderá ser feita com autorização judicial.

Referências:

  1. Morte encefálica — Ministério da Saúde (www.gov.br)
  2. Manual-dos-transplantesebook-versao-2022_compressed-1.pdf (abto.org.br)
  3. Biblioteca Virtual em Saúde

Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública

A notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública é um instrumento legal que visa garantir o conhecimento e o monitoramento dessas situações, bem como subsidiar as ações de prevenção e controle.

A notificação compulsória é obrigatória para todos os profissionais de saúde e serviços que prestam assistência à população, conforme a Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016, do Ministério da Saúde.

Notificação Individual

A notificação compulsória deve ser realizada em até 24 horas após a suspeita ou confirmação do diagnóstico, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), ou por outros meios definidos pelas autoridades sanitárias.

A notificação compulsória contribui para a vigilância epidemiológica, que é o conjunto de atividades que permite coletar, analisar e interpretar dados sobre a ocorrência e a distribuição das doenças, agravos e eventos de saúde pública, bem como identificar os fatores determinantes e condicionantes desses problemas.

A vigilância epidemiológica orienta as medidas de intervenção necessárias para reduzir os riscos à saúde da população e melhorar a qualidade de vida.

 

Ficha de Notificação SINAN

 

Doenças de Notificação Imediata

PORTARIA NO – 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016

MINISTÉRIO DA SAÚDE

I. Caso suspeito ou confirmado de:
a) Botulismo
b) Carbúnculo ou Antraz
c) Cólera
d) Febre Amarela
e) Febre do Nilo Ocidental
f) Hantaviroses
g) Influenza humana por novo subtipo (pandêmico)
h) Peste
i) Poliomielite
j) Raiva Humana
l) Sarampo, em indivíduo com história de viagem ao exterior nos últimos 30 (trinta) dias ou de contato, no mesmo período, com alguém que viajou ao exterior
m) Síndrome Febril Íctero-hemorrágica Aguda
n) Síndrome Respiratória Aguda Grave
o) Varíola
p) Tularemia

II. Caso confirmado de:
a) Tétano Neonatal

III. Surto ou agregação de casos ou de óbitos por:
a) Agravos inusitados
b) Difteria
c) Doença de Chagas Aguda
d) Doença Meningocócica
e) Influenza Humana

IV. Epizootias e/ou morte de animais que podem preceder a ocorrência de doenças em humanos:
a) Epizootias em primatas não humanos
b) Outras epizootias de importância epidemiológica

Resultados laboratoriais devem ser notificados de forma imediata pelos Laboratórios de Saúde Pública dos Estados (LACEN) e Laboratórios de Referência Nacional ou Regional

I. Resultado de amostra individual por:
a) Botulismo
b) Carbúnculo ou Antraz
c) Cólera
d) Febre Amarela
e) Febre do Nilo Ocidental
f) Hantavirose
g) Influenza humana por novo subtipo (pandêmico)
h) Peste
i) Poliomielite
j) Raiva Humana
l) Sarampo
m) Síndrome Respiratória Aguda Grave
n) Varíola
o) Tularemia

II. Resultado de amostras procedentes de investigação de surtos:
a) Agravos inusitados
b) Doença de Chagas Aguda
c) Difteria
d) Doença Meningocócica
e) Influenza Humana

Instrumentos para registro e análise

 Dicionário de Dados

 Ficha Notificação Individual

 Ficha Notificação/Conclusão

 Instrucional de preenchimento da Ficha Individual

 Instrucional de preenchimento da Ficha Conclusão

Dados epidemiológicos e estatísticas

Tabulações de dados

Referências:

  1. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/2005/int0002_22_11_2005.html
  2. https://portalsinan.saude.gov.br/notificacoes
  3. https://www.saude.df.gov.br/notificacao-compulsoria
  4. https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/index.php?p=240955
  5. https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/notificacao-compulsoria/lista-nacional-de-notificacao-compulsoria-de-doencas-agravos-e-eventos-de-saude-publica