Conheça os Esquemas de Sulfatação na Eclâmpsia!

As síndromes hipertensivas na gestação merecem especial destaque no cenário da saúde pública mundial. Atualmente, representam a terceira causa de mortalidade materna no mundo, perdendo apenas para hemorragia pós-parto e infecção pós-parto, respectivamente.

No Brasil é a primeira causa. Em países desenvolvidos, aproximadamente de duas a oito em cada 100 gestantes vão desenvolver o evento enquanto no Brasil, pode-se chegar a 10% dos casos. Devido à gravidade da doença, é considerada como causa de internamento em unidade de terapia intensiva e, por vezes, incluída como critério de morbidade materna grave.

A condição de eclâmpsia consiste na manifestação convulsiva de estado grave da pré-eclâmpsia (PE), desenvolvendo-se de maneira isolada nesse estado clínico ou ainda presente nas gestações com hipertensão arterial já preexistente.

Sulfatação

As pacientes com eclâmpsia devem ser sulfatadas imediatamente, em meio ao quadro de convulsão gestacional, ou ainda antes, especificamente em casos de PE grave associado a
sinais iminência de eclâmpsia.

E os principais esquemas de sulfatação, que atualmente são utilizados seriam os esquemas de Pritchard, Zuspan e Sibai.

Esquema de Zuspan

Zuspan descreveu um dos mais utilizados esquemas de administração do sulfato de magnésio, o endovenoso, no qual é administrada uma dose inicial de 4g de sulfato de magnésio e uma dose contínua de manutenção de 1g por hora, ambas aplicadas por via intravenosa, que deve ser mantido por pelo menos 24 horas.

A dose de manutenção de sulfato de magnésio do esquema de Zuspan não coloca-se como sendo suficiente para o atingimento e manutenção de concentrações terapêuticas e, assim, evidenciou a proposição de aumentar a concentração da dose de manutenção para 2g por hora, em infusão contínua, por ao menos 24 horas, intencionando especificamente atingir as mesmas concentrações séricas proposta pelo tratamento por via intramuscular dimensionado por Pritchard.

Esquema de Pritchard

Expõe que, o esquema proposto por Pritchard a dose inicial é de 10g de sulfato de magnésio por via intramuscular em conjunto com 4g infundida por via intravenosa em “bolus”, destarte, a dose de manutenção é de 5g via intramuscular a ser aplicada a cada 4 horas possuem inicialmente níveis de concentração terapêutica adequado para controle convulsivo nas gestantes.

Ainda, depreende que o modelo de Pritchard traz determinações ao fato de que, a concentração sérica do íon magnésio, para proporcionar prevenção ou tratamento da condição de eclâmpsia, deve ser categoricamente maior do que a concentração sérica normal, sendo importante o esclarecimento de que esta concentração deve alcançar variação entre 4,8 e 8,4mg/dL, o que de fato ocorre durante aplicação da dose de ataque neste esquema.

Esquema de Sibai

Como o esquema proposto por Sibai apresenta doses altas de MgSO4 e próximas aos níveis tóxicos, poucos se estimularam a utilizá-lo, o que necessita ainda de novas investigações.

A importância da utilização da bomba de infusão contínua, oferecendo uma alternativa à administração intramuscular de sulfato de magnésio (tal como propõe Pritchard), levando a menos náuseas, dor de cabeça, risco de hematomas e abscesso derivado da aplicação e dor em geral, além de diminuir efeitos colaterais e de circunstâncias como toxicidade, oligúria (diminuição da produção de urina) ou de insuficiência renal.

Referência:

  1. Ruano, Rodrigo & Alves, Eliane & Zugaib, Marcelo. (2004). Sulfato de magnésio (MgSO4) no tratamento e prevenção da eclâmpsia: qual esquema adotar?. Revista Da Associacao Medica Brasileira – REV ASSOC MED BRAS. 50. 10.1590/S0104-42302004000300018.