Diferenças Entre Morte Suspeita e Não Suspeita

Na prática da enfermagem, especialmente em ambientes de pronto-atendimento, unidades de internação e cuidados domiciliares, o profissional pode se deparar com situações de óbito. Nesses momentos, é fundamental compreender a diferença entre morte suspeita e morte não suspeita, pois essa classificação impacta diretamente nos trâmites legais, nas condutas da equipe de saúde e na emissão da documentação oficial.

Muitas vezes, esse conhecimento não é suficientemente explorado durante a graduação, mas ele é essencial para o futuro enfermeiro atuar de forma segura e ética, respeitando os protocolos de saúde e a legislação vigente.

Morte Suspeita (ou Morte Não Natural)

A morte suspeita é aquela que levanta dúvidas sobre sua causa. Ela não pode ser atribuída a um processo natural da doença e exige uma investigação para determinar se houve um evento externo que a tenha causado.

O que a Caracteriza

  • Causa Desconhecida: A pessoa morre sem um diagnóstico prévio ou sem um histórico de doença que justifique o óbito.
  • Indícios de Violência: Há sinais de trauma físico, asfixia, envenenamento ou qualquer outra forma de violência.
  • Circunstâncias Incomuns: A morte ocorre de forma inesperada, como um acidente (de trânsito, de trabalho), um suicídio, ou em um local onde não havia assistência médica.

Exemplos Comuns

Um paciente que cai de uma maca, uma morte súbita em um jovem sem histórico de doenças, um paciente que comete suicídio, ou uma morte causada por um erro no procedimento.

Como Funciona

Em casos de morte suspeita, a Declaração de Óbito (DO) não pode ser emitida por um médico assistente. O corpo deve ser encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), onde um médico legista realizará a necropsia para determinar a causa da morte. A polícia também é acionada para investigar as circunstâncias do óbito.

Morte Não Suspeita (ou Morte Natural)

A morte não suspeita, também conhecida como morte natural, é aquela que ocorre devido a uma causa conhecida e comprovada, geralmente relacionada a uma doença ou a complicações de um quadro clínico.

O que a Caracteriza

  • Causa Conhecida: O paciente tinha um diagnóstico, estava sob tratamento e o óbito foi uma consequência direta da sua condição.
  • Vínculo Assistencial: A morte ocorre em um ambiente de saúde (hospital, clínica) onde o paciente estava recebendo cuidados.
  • Sem Indícios de Violência: Não há sinais de trauma, lesão ou qualquer indício de que a morte tenha sido provocada por agentes externos.

Exemplos Comuns

Um paciente com câncer em estágio avançado que evolui para o óbito, um paciente com insuficiência cardíaca que sofre uma parada cardíaca, ou um paciente idoso com comorbidades que falece em casa.

Como Funciona

 Em casos de morte não suspeita, a Declaração de Óbito (DO), documento legal que atesta a morte e sua causa, é emitida pelo médico assistente, que acompanhava o paciente. Se a morte ocorrer em casa, o médico da família ou do serviço de saúde (como o SAMU) pode emitir o documento.

Importância Para a Enfermagem

Para a enfermagem, reconhecer a diferença entre morte suspeita e não suspeita é essencial porque:

  1. Documentação: o enfermeiro participa da notificação do óbito e precisa identificar corretamente a situação para que o fluxo legal seja seguido.
  2. Preservação do corpo: em casos de morte suspeita, o corpo deve ser preservado sem manipulações desnecessárias, para não comprometer futuras investigações.
  3. Comunicação ética: orientar familiares sobre os próximos passos de forma clara e acolhedora, evitando informações confusas ou inadequadas.
  4. Segurança legal: agir de acordo com a legislação protege o profissional e a instituição contra possíveis implicações jurídicas.

Cuidados de Enfermagem Diante de Cada Situação

Em caso de morte não suspeita:

  • Confirmar o óbito junto à equipe médica.
  • Realizar cuidados pós-morte (higienização, posicionamento adequado, retirada de dispositivos invasivos se autorizado).
  • Apoiar os familiares no processo de luto.
  • Garantir dignidade ao corpo até sua liberação.

Em caso de morte suspeita:

  • Preservar o corpo na posição encontrada, evitando manipulações desnecessárias.
  • Notificar imediatamente a equipe médica e a chefia de enfermagem.
  • Comunicar as autoridades competentes, conforme protocolos institucionais.
  • Apoiar a família com acolhimento, explicando que a situação será encaminhada para investigação oficial.

A distinção entre morte suspeita e não suspeita é muito mais do que uma questão burocrática: trata-se de um ponto fundamental no exercício profissional da enfermagem. O enfermeiro deve agir com responsabilidade, ética e conhecimento técnico, respeitando tanto o paciente quanto os familiares.

Além disso, é papel da enfermagem garantir que os trâmites legais sejam seguidos corretamente, colaborando com a equipe multiprofissional e assegurando que nenhum caso de morte suspeita seja negligenciado.

Referências:

  1. BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN nº 599/2018 – Normatiza a atuação da equipe de enfermagem frente ao óbito. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-599-2018_59834.html.
  2. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Vigilância do Óbito. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br.
  3. SOUZA, M. R.; SANTOS, R. M. A importância do enfermeiro no processo de notificação e investigação de óbitos. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 73, n. 2, p. 1-7, 2020. DOI: 10.1590/0034-7167-2018-0487. 
  4. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM). Resolução CFM nº 1.779/2005. Disponível em: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1025&Itemid=121. (Esta resolução aborda a emissão da Declaração de Óbito).
  5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de Instruções para o Preenchimento da Declaração de Óbito. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2011. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_instrucoes_preenchimento_do.pdf.

Quick Pause: A nova abordagem para treinamentos em hospitais

No dia a dia hospitalar, tudo acontece em ritmo acelerado. Entre plantões, emergências, visitas médicas e cuidados com pacientes, é difícil encontrar tempo para pausas longas ou atividades que fujam da rotina.

Nesse contexto, surge uma proposta que vem ganhando cada vez mais espaço nas instituições de saúde: o formato de treinamento Quick Pause, também conhecido como “Pausa Rápida”.

Trata-se de uma estratégia simples, porém extremamente eficaz, que oferece aprendizado contínuo sem comprometer o fluxo intenso de trabalho dos profissionais da saúde.

Mas afinal, o que é exatamente esse tipo de treinamento?

E por que ele está se tornando tão importante dentro dos hospitais?

O que é o Quick Pause?

O Quick Pause é um modelo de treinamento breve, com duração média entre 5 a 15 minutos, realizado diretamente no local de trabalho. Pode acontecer ao lado do leito, durante reuniões de equipe, nos corredores do hospital ou até mesmo em áreas de descanso.

Ao contrário dos treinamentos tradicionais, que muitas vezes demandam deslocamento, logística e um tempo prolongado de dedicação, o Quick Pause é pensado para ser rápido, prático e eficaz. O objetivo é fornecer informações relevantes de forma imediata e aplicável, contribuindo para a atualização constante dos profissionais.

Por que ele é tão útil no ambiente hospitalar?

O tempo é um recurso escasso

Em hospitais, cada minuto conta. Interromper uma equipe inteira para um treinamento longo pode ser inviável, especialmente em momentos de alta demanda. O Quick Pause resolve essa questão oferecendo um formato enxuto, direto ao ponto.

Favorece a aprendizagem no local de trabalho

Por ser realizado no próprio ambiente hospitalar, esse tipo de treinamento não exige deslocamentos e ainda permite que os aprendizados sejam imediatamente relacionados com situações reais. Isso aumenta a absorção do conteúdo e sua aplicação na prática.

Reforça diretrizes importantes

Questões como higienização das mãos, uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), segurança do paciente, administração de medicamentos e outros temas críticos podem ser rapidamente revisitados e reforçados. São assuntos que, embora já conhecidos, precisam ser constantemente lembrados.

Atualiza sem sobrecarregar

Um dos grandes méritos do Quick Pause é permitir a atualização de conhecimentos de forma leve. Como são encontros rápidos, eles não geram a sensação de sobrecarga — pelo contrário, são percebidos como oportunidades de aprendizado contínuo e acessível.

Mais aceitação por parte da equipe

Profissionais da saúde costumam reagir melhor a treinamentos objetivos e interativos. Quando o tempo é respeitado e o conteúdo é útil, a tendência é que a participação e o engajamento aumentem.

Um recurso que pode (e deve) ser frequente

A flexibilidade é outro ponto forte desse modelo. O Quick Pause pode ser feito em qualquer turno, alcançando profissionais de diferentes horários e especialidades. Essa adaptabilidade permite que a estratégia seja aplicada com maior frequência, sem comprometer o andamento das atividades hospitalares.

Além disso, é possível personalizar o conteúdo conforme as necessidades da equipe. Por exemplo, se um setor enfrenta dificuldades com a administração segura de medicamentos, esse pode ser o foco da próxima pausa educativa.

Discussão de casos reais e fortalecimento da equipe

Alguns Quick Pauses podem incluir discussões rápidas de casos clínicos reais, o que aumenta a aplicabilidade do conteúdo e estimula a tomada de decisões embasadas. Também servem como espaço para troca de experiências e fortalecimento da comunicação entre as equipes multiprofissionais.

Não precisa de muitos recursos

Um dos grandes benefícios do Quick Pause é que ele não exige equipamentos complexos ou salas específicas. Pode ser feito com materiais simples, como cartazes, vídeos curtos, simulações rápidas, checklists e apresentações breves. Isso facilita a implementação e reduz os custos.

O treinamento Quick Pause representa uma evolução no modo de ensinar e aprender dentro do hospital. Ao respeitar o tempo e o ritmo dos profissionais, ele promove a aprendizagem de forma contínua, prática e sustentável.

Mais do que uma estratégia de capacitação, o Quick Pause incentiva uma cultura de aperfeiçoamento constante, que se reflete diretamente na segurança do paciente e na qualidade da assistência prestada. Para quem está iniciando a carreira na enfermagem ou deseja melhorar a rotina educacional da equipe, vale a pena conhecer e aplicar essa metodologia.

Referências:

  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos. Brasília: MS, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/seguranca_paciente_medicamentos.pdf
  2. OLIVEIRA, A. C.; PAIVA, M. H. S.; COSTA, S. F. D. Segurança do Paciente: conhecendo os riscos nas práticas de enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2018.
  3. SCHMITT, C. M. et al. Educação em saúde no ambiente hospitalar: práticas educativas e o cuidado com o trabalhador. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 74, n. Suppl 1, e20201356, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/jZcy9XkWkxZrbd8hQ8bNHZr/
  4. INSTITUTE FOR HEALTHCARE IMPROVEMENT (IHI). How-to Guide: Implementing the Seven Steps Approach to Improving Patient Safety. Cambridge, MA: IHI, 2009. (Embora mais amplo, aborda a importância de intervenções rápidas e aprendizado contínuo). Disponível em: 

Classificação da Hipotermia

hipotermia é definida como a queda da temperatura corporal central abaixo de 35°C, podendo levar a complicações graves, incluindo arritmias cardíacas, falência de órgãos e morte. A classificação da hipotermia em leve, moderada e grave é essencial para determinar a abordagem terapêutica adequada.

Este artigo detalha cada estágio, seus sinais clínicos e os cuidados específicos de enfermagem necessários para um manejo eficaz.

Hipotermia Leve (32°C – 35°C)

Sinais e Sintomas

  • Tremores intensos (mecanismo de geração de calor);
  • Pele fria e pálida;
  • Taquicardia e taquipneia compensatórias;
  • Confusão leve e dificuldade de coordenação;
  • Pressão arterial normal ou levemente elevada.

Cuidados de Enfermagem

  • Aquecimento passivo:
    • Remover roupas molhadas e cobrir com cobertores secos.
    • Ambiente aquecido (25°C – 28°C).
  • Monitorar temperatura central (termômetro esofágico ou retal).
  • Oferecer líquidos quentes (se o paciente estiver consciente).
  • Evitar movimentos bruscos (risco de arritmia).

Hipotermia Moderada (28°C – 32°C)

Sinais e Sintomas

  • Tremores cessam (depleção de energia muscular);
  • Bradicardia e bradipneia;
  • Diminuição do nível de consciência (letargia, estupor);
  • Dilatação pupilar (midríase);
  • Hipotensão e diminuição do débito urinário;
  • Risco de fibrilação ventricular.

Cuidados de Enfermagem

  • Aquecimento ativo externo:
    • Manta térmica, compressas aquecidas (evitar queimaduras).
    • Oxigênio umidificado e aquecido (42°C – 46°C).
  • Monitorização cardíaca contínua (risco de arritmias).
  • Acesso venoso para fluidos aquecidos (soro fisiológico a 40°C – 42°C).
  • Preparo para intubação orotraqueal (depressão respiratória).

Hipotermia Grave (<28°C)

Sinais e Sintomas

  • Inconsciência (coma);
  • Arritmias graves (Fibrilação Ventricular, Assistolia);
  • Ausência de reflexos;
  • Pressão arterial indetectável;
  • Edema pulmonar e falência renal aguda;
  • Rigor mortis paradoxal (pode ser confundido com óbito).

Cuidados de Enfermagem

  • Aquecimento ativo interno:
    • Infusão intravenosa de soluções aquecidas.
    • Lavagem peritoneal ou pleural com fluido aquecido.
    • ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea) em casos extremos.
  • Suporte avançado de vida (ACLS) com ênfase em:
    • Desfibrilação pode ser ineficaz abaixo de 30°C.
    • CPR prolongado até aquecimento (>30°C).
  • Evitar manipulação excessiva (risco de fibrilação ventricular).

Cuidados Gerais de Enfermagem

Prevenção de Complicações

  • Monitorização contínua: ECG, temperatura central, diurese.
  • Evitar rewarming shock (vasodilatação abrupta → hipotensão).
  • Avaliar lesões associadas (congelamento, trauma).

Educação ao Paciente e Familiares

  • Grupos de risco (idosos, alcoólatras, sem-teto).
  • Roupas adequadas para ambientes frios.
  • Reconhecer sinais precoces de hipotermia.

A classificação da hipotermia em leve, moderada e grave direciona a intervenção terapêutica, desde medidas simples de aquecimento até suporte avançado de vida. A enfermagem desempenha papel crucial no monitoramento, reaquecimento seguro e prevenção de complicações, melhorando o prognóstico dos pacientes.

Referências:

  1. ZAFREN, K. et al. Wilderness Medical Society Practice Guidelines for the Out-of-Hospital Evaluation and Treatment of Accidental Hypothermia. Wilderness & Environmental Medicine, v. 30, n. 4, p. S47-S69, 2019. Disponível em: https://www.wemjournal.org/article/S1080-6032(19)30170-6/fulltext.
  2. RASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de Manejo da Hipotermia Acidental. Brasília, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude.
  3. BROWN, D. J. A. et al. Accidental Hypothermia. New England Journal of Medicine, v. 367, n. 20, p. 1930-1938, 2012. Disponível em: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMra1114208.
  4. AMERICAN HEART ASSOCIATION (AHA). Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation, v. 142, n. 16, 2020. Disponível em: https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000916

Emergência e Urgência Hipertensiva: Entenda as Diferenças

A hipertensão arterial, ou pressão alta, é uma condição crônica muito comum. Muitos convivem com ela de forma controlada, com medicação e hábitos saudáveis. Mas, e quando a pressão sobe de repente para níveis altíssimos?

Aí, a situação muda de figura e podemos estar diante de um quadro que exige nossa atenção imediata: as crises hipertensivas.

Dentro das crises, existem duas condições que, embora pareçam semelhantes, têm implicações muito diferentes e exigem abordagens distintas: a emergência hipertensiva e a urgência hipertensiva.

Para nós, profissionais de enfermagem e estudantes de enfermagem, compreender essas diferenças é crucial para uma avaliação rápida e uma conduta que pode salvar a vida ou prevenir danos graves a órgãos.

Vamos desvendar cada uma delas?

O que é uma Crise Hipertensiva?

Crise hipertensiva é o termo utilizado para descrever uma elevação acentuada da pressão arterial, geralmente com valores acima de 180/120 mmHg. Essa condição pode se apresentar com ou sem sinais de lesão aguda em órgãos-alvo como o coração, cérebro, rins ou vasos sanguíneos.

A crise hipertensiva se divide em dois tipos principais:

  • Urgência hipertensiva: quando há elevação da pressão arterial sem sinais de dano imediato a órgãos-alvo.
  • Emergência hipertensiva: quando a elevação pressórica vem acompanhada de comprometimento agudo e progressivo de órgãos vitais.

Emergência Hipertensiva: O Perigo Iminente (Dano em Órgão-Alvo)

Imagine a pressão subindo tanto que começa a “quebrar” ou comprometer o funcionamento de órgãos vitais. Isso é uma emergência hipertensiva. Nela, a pressão arterial elevadíssima está causando ou ameaçando causar danos agudos e progressivos a órgãos como cérebro, coração, rins ou olhos.

Características Principais:

    • Valores de PA: Geralmente PA Sistólica ge 180 mmHg e/ou PA Diastólica ge 120 mmHg.
    • Presença de Lesão em Órgão-Alvo: Este é o critério DEFINIDOR. Não é apenas a pressão alta, mas o efeito que ela está causando no corpo.
    • Sintomas Graves: Os sintomas refletem o comprometimento dos órgãos.
    • Tratamento: Redução imediata e controlada da PA (em minutos a 1 hora), geralmente com medicamentos administrados por via intravenosa (IV) em ambiente de UTI ou emergência. A queda deve ser gradual para evitar hipoperfusão (falta de sangue) em órgãos, mas rápida o suficiente para cessar o dano.

Exemplos de Lesões de Órgão-Alvo e Sintomas:

    • Cérebro:
      • Encefalopatia Hipertensiva: Dor de cabeça intensa, confusão mental, convulsões, coma.
      • AVC (Acidente Vascular Cerebral): Fraqueza ou paralisia de um lado do corpo, dificuldade para falar, desvio de rima labial, alterações visuais súbitas.
      • Hemorragia Intracerebral: Sangramento no cérebro.
    • Coração:
      • Infarto Agudo do Miocárdio (IAM): Dor no peito (angina), que pode irradiar para braço, pescoço.
      • Edema Agudo de Pulmão (EAP): Falta de ar intensa, tosse com expectoração rosada, respiração ofegante.
      • Dissecção Aguda da Aorta: Dor torácica súbita e excruciante, que pode se irradiar para as costas.
    • Rins:
      • Insuficiência Renal Aguda: Diminuição acentuada da produção de urina, inchaço.
    • Olhos:
      • Retinopatia Hipertensiva: Visão turva, perda súbita da visão.
    • Outras: Eclâmpsia (em gestantes), crise adrenérgica.

Cuidados de Enfermagem na Emergência Hipertensiva:

    • Prioridade Absoluta: O paciente com emergência hipertensiva é uma prioridade CÓDIGO VERMELHO.
    • Monitorização Contínua: Monitorar a PA de forma invasiva (cateter arterial) ou não invasiva (aferição frequente), frequência cardíaca, saturação de oxigênio e nível de consciência.
    • Acesso Venoso: Garantir pelo menos dois acessos venosos calibrosos.
    • Administração de Medicação IV: Preparar e infundir medicamentos como Nitroprussiato de Sódio, Labetalol, Nicardipino, conforme prescrição médica, monitorando a resposta do paciente. Esses medicamentos exigem diluição e bomba de infusão.
    • Avaliação Neurológica: Realizar escalas neurológicas (Glasgow, NIHSS, se aplicável) e observar alterações.
    • Sinais e Sintomas: Estar atento aos sintomas relatados pelo paciente e a qualquer mudança no seu quadro.
    • Conforto e Segurança: Manter o paciente em repouso no leito, com cabeceira elevada se houver dispneia, e oferecer suporte emocional.
    • Registro Detalhado: Documentar os horários das aferições de PA, as medicações administradas, as doses e a resposta do paciente.

Urgência Hipertensiva: O Alerta Amarelo (Sem Dano em Órgão-Alvo)

Na urgência hipertensiva, a pressão arterial também está muito alta (geralmente nos mesmos níveis ou um pouco menores que na emergência: PA Sistólica ge 180 mmHg e/ou PA Diastólica ge 120 mmHg), mas a principal diferença é que NÃO há evidência de lesão aguda ou progressiva em órgãos-alvo. Os sintomas, se presentes, são mais inespecíficos.

Características Principais:

    • Valores de PA: Geralmente PA Sistólica ge 180 mmHg e/ou PA Diastólica ge 120 mmHg.
    • Ausência de Lesão Aguda em Órgão-Alvo: Este é o critério DEFINIDOR.
    • Sintomas Inespecíficos: Dor de cabeça leve a moderada, tontura, zumbido no ouvido, sangramento nasal (epistaxe), ansiedade.
    • Tratamento: Redução gradual da PA (em horas a dias), geralmente com medicamentos por via oral (VO). O objetivo é reduzir a pressão em 24-48 horas, sem pressa, para evitar hipoperfusão.
    • Manejo: Pode ser feito em ambulatório ou pronto-socorro, sem necessidade de UTI inicialmente.

Cuidados de Enfermagem na Urgência Hipertensiva:

    • Aferição Precisa da PA: Realizar várias aferições de PA, em ambos os braços, para confirmar os valores.
    • Avaliação de Sintomas: Perguntar sobre dor de cabeça, tontura, alterações visuais, e principalmente, investigar ativamente a presença de sintomas de lesão em órgão-alvo (dispneia, dor no peito, fraqueza em membros, confusão). A ausência desses é o que diferencia da emergência.
    • Acalmar o Paciente: Muitos pacientes ficam ansiosos com a pressão alta, o que pode piorar o quadro. Um ambiente calmo e acolhedor é importante.
    • Administração de Medicação VO: Preparar e administrar medicamentos anti-hipertensivos orais (ex: Captopril, Nifedipino de liberação lenta, Clonidina) conforme prescrição médica.
    • Reavaliação Periódica: Reafirmar a PA e reavaliar os sintomas a cada 30-60 minutos após a administração do medicamento oral, até que a pressão esteja em níveis mais seguros.
    • Orientação ao Paciente: Explicar sobre a importância da adesão ao tratamento, da dieta com baixo teor de sódio, da prática de exercícios e do acompanhamento médico regular.
    • Não Usar Nifedipino Cápsula Sublingual: Essa prática não é recomendada por causar queda brusca e descontrolada da PA, com risco de AVC e IAM.

Como é feito o tratamento?

O tratamento varia de acordo com o tipo de crise hipertensiva.

Na urgência hipertensiva, são utilizados antihipertensivos orais, como captopril, clonidina ou atenolol, com monitoramento em observação por algumas horas.

Já nas emergências hipertensivas, o paciente deve receber antihipertensivos intravenosos de ação rápida, como nitroprussiato de sódio, labetalol ou nitroglicerina, com redução da pressão em ambiente controlado e monitorizado, geralmente na UTI.

O Que Nos Leva a Confundir e Como Evitar?

A confusão entre emergência e urgência é comum porque ambos os quadros apresentam PA muito alta. O segredo para diferenciar é sempre procurar por SINAIS E SINTOMAS DE LESÃO EM ÓRGÃO-ALVO. Se a pressão está alta, mas o paciente está assintomático ou com sintomas leves e inespecíficos, é urgência. Se a pressão está alta e o paciente está com dor no peito, falta de ar, alteração neurológica, é emergência.

Nossa avaliação precisa e a comunicação clara com o médico são a chave para o sucesso no manejo dessas situações. Um erro de classificação pode levar a um tratamento inadequado, com consequências graves para o paciente.

Cuidados de Enfermagem

A enfermagem desempenha um papel essencial no reconhecimento, intervenção e monitoramento de pacientes em crise hipertensiva. Entre os principais cuidados, destacam-se:

Avaliação inicial

  • Verificar os sinais vitais com frequência, especialmente a pressão arterial em intervalos curtos.
  • Avaliar a presença de sintomas neurológicos, dor torácica, dispneia ou alterações na consciência.
  • Observar sinais de edema periférico, palidez, sudorese ou alterações visuais.

Administração medicamentosa

  • Administrar os medicamentos conforme prescrição médica, respeitando a via (oral ou intravenosa) e o tempo correto de infusão.
  • Monitorar os efeitos adversos dos anti-hipertensivos, como hipotensão súbita ou bradicardia.

Apoio emocional

  • Oferecer acolhimento ao paciente, explicando de forma simples o que está acontecendo.
  • Controlar o ambiente para reduzir estímulos estressores, como barulho ou agitação.

Registro e comunicação

  • Registrar todas as alterações no prontuário.
  • Comunicar imediatamente à equipe médica qualquer mudança no estado clínico do paciente.

Entender a diferença entre urgência e emergência hipertensiva é fundamental para que a equipe de enfermagem possa agir com rapidez e precisão. Em ambos os casos, o papel do enfermeiro e do técnico de enfermagem é decisivo na estabilização do paciente e na prevenção de complicações graves.

O conhecimento teórico aliado à prática clínica permite oferecer um cuidado mais seguro, humanizado e eficiente, contribuindo diretamente para a redução da mortalidade por causas cardiovasculares.

Referências:

  1. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (SBC). 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 116, n. 3, p. 516-658, mar. 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/S9Xg4JjV9Qz2Z5T8D9kC7qH/?lang=pt
  2. BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica: Hipertensão Arterial Sistêmica. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013. 
  3. SMELTZER, S. C.; BARE, B. G.; HINKLE, J. L.; CHEEVER, K. H. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
  4. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de Atendimento das Emergências Hipertensivas. 2022.
  5. SILVA, M. T. et al. Avaliação das Emergências Hipertensivas em Serviços de Urgência. Revista Brasileira de Clínica Médica, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 56-63, 2021. Disponível em: https://www.rbcm.org.br
  6. PEARCE, C. J. et al. Crises Hipertensivas: Diagnóstico e Manejo. The New England Journal of Medicine. 2019. Disponível em: https://www.nejm.org

Os Tipos de Alta Hospitalares

Para nós, estudantes de enfermagem, acompanhar a jornada do paciente dentro do hospital é uma parte fundamental do aprendizado.

Mas essa jornada tem um ponto final: a alta hospitalar. E acreditem, não existe apenas um jeito de um paciente deixar o hospital. Existem diferentes tipos de alta, cada um com suas particularidades e implicações para o cuidado.

Entender essas nuances é essencial para garantirmos uma transição segura e adequada para o paciente e sua família. Vamos juntos desmistificar os tipos de alta e o nosso papel nesse processo?

O Ciclo se Completa: A Importância da Alta Hospitalar

A alta hospitalar marca a conclusão da fase de tratamento agudo dentro da instituição. É o momento em que o paciente, após receber os cuidados necessários, apresenta condições clínicas para continuar sua recuperação em outro ambiente, seja em casa, em outra instituição de saúde ou sob cuidados paliativos.

Uma alta bem planejada e executada é crucial para garantir a continuidade do tratamento, prevenir complicações e promover a autonomia do paciente. Para nós, profissionais de enfermagem, participar ativamente desse processo é uma demonstração de cuidado integral e de responsabilidade profissional.

Alta Médica: O “OK” do Médico para Seguir em Frente

A alta médica é o tipo mais comum e esperado de saída do hospital. Ela ocorre quando o médico responsável avalia que o paciente atingiu os critérios de estabilidade clínica, que a condição que motivou a internação está resolvida ou controlada o suficiente para o seguimento ambulatorial ou domiciliar. A decisão da alta médica é estritamente clínica e baseada na avaliação do profissional.

Nosso papel aqui é fundamental: mesmo antes da decisão formal da alta, estamos acompanhando de perto a evolução do paciente, observando sinais de melhora, administrando a medicação prescrita e fornecendo os cuidados necessários. Após a comunicação da alta médica, preparamos o paciente para a saída, revisamos as orientações médicas e de enfermagem, esclarecemos dúvidas do paciente e da família sobre o plano de cuidados domiciliar, agendamentos de consultas de seguimento e fornecemos informações sobre medicamentos, dieta e atividades permitidas. Garantir que o paciente e seus cuidadores se sintam seguros e informados para dar continuidade ao tratamento em casa é uma das nossas prioridades.

Alta Administrativa: Questões Burocráticas que Impactam a Saída

A alta administrativa ocorre por motivos não clínicos, geralmente relacionados a questões burocráticas ou administrativas da instituição ou do plano de saúde do paciente. Isso pode acontecer, por exemplo, quando o tempo de internação autorizado pelo convênio se esgota e não há justificativa clínica para prorrogação, ou em casos de transferências compulsórias por questões contratuais.

Nessas situações, nosso papel é de mediador e defensor do paciente. Precisamos entender a situação, explicar claramente ao paciente e à família os motivos da alta administrativa, buscar alternativas dentro da instituição ou junto ao serviço social para garantir uma transição o mais suave possível e assegurar que o paciente não seja prejudicado na continuidade do seu tratamento. A comunicação eficaz e a busca por soluções que atendam às necessidades do paciente são cruciais nesse tipo de alta.

Alta por Transferência: Seguindo o Cuidado em Outro Nível

A alta por transferência ocorre quando o paciente necessita de cuidados em outro nível de complexidade ou em outra especialidade não disponível na instituição atual. Isso pode envolver a transferência para uma unidade de terapia intensiva em outro hospital, para uma clínica de reabilitação, para um hospital especializado ou até mesmo para uma instituição de longa permanência.

Nesse processo, a nossa atuação é essencial para garantir a segurança e a continuidade do cuidado. Precisamos preparar um resumo completo do histórico do paciente, dos exames realizados, do tratamento instituído, da evolução clínica e dos cuidados de enfermagem prestados. Garantir a comunicação eficaz com a equipe que receberá o paciente, fornecer todas as informações relevantes e acompanhar a transferência, quando necessário, são passos importantes para uma transição bem-sucedida.

Evasão: A Saída sem Consentimento e suas Implicações

A evasão ou alta a pedido contra o parecer médico ocorre quando o paciente decide deixar o hospital sem a autorização da equipe médica, mesmo sendo orientado sobre os riscos dessa decisão para sua saúde. Essa situação pode ser motivada por diversos fatores, como discordância com o tratamento, questões pessoais ou financeiras.

Nossa responsabilidade aqui é informar claramente o paciente sobre os riscos da evasão, registrar no prontuário a sua decisão e as orientações fornecidas, colher a assinatura do paciente (ou de um responsável, se aplicável) em um termo de responsabilidade e comunicar imediatamente a equipe médica. É importante tentar entender os motivos da decisão do paciente e, se possível, oferecer alternativas ou esclarecimentos que possam reconsiderar sua saída.

Desistência do Tratamento: Uma Decisão Difícil e Respeitada

A desistência do tratamento é uma situação delicada em que o paciente, capaz e orientado, manifesta o desejo de interromper o tratamento médico proposto. Essa decisão deve ser tomada de forma livre e esclarecida, após o paciente receber todas as informações sobre os riscos e benefícios da continuidade do tratamento e as possíveis consequências da sua decisão.

Nosso papel é garantir que o paciente tenha todas as informações necessárias para tomar essa decisão, oferecer apoio emocional, esclarecer dúvidas e registrar detalhadamente no prontuário a manifestação da vontade do paciente e as orientações fornecidas pela equipe médica e de enfermagem. É fundamental respeitar a autonomia do paciente, mesmo que discordemos da sua decisão, e garantir que ele receba os cuidados paliativos adequados, se necessário.

Óbito: O Fim da Jornada e o Cuidado na Despedida

O óbito marca o fim da vida do paciente dentro da instituição hospitalar. Embora não seja um tipo de “alta” no sentido tradicional, é a última forma de saída do paciente do hospital e exige cuidados específicos da equipe de enfermagem.

Nesse momento delicado, nosso papel é oferecer conforto e apoio à família, seguir os protocolos institucionais para a confirmação do óbito, preparar o corpo do paciente com dignidade e respeito, realizar os cuidados pós-morte e auxiliar nos trâmites burocráticos necessários. A empatia, o respeito e a sensibilidade são fundamentais nesse momento de despedida.

A Enfermagem na Transição: Garantindo um Cuidado Contínuo e Seguro

Em todos os tipos de alta hospitalar, a enfermagem desempenha um papel crucial na transição do cuidado. Seja fornecendo informações, mediando conflitos, garantindo a segurança ou oferecendo apoio emocional, nossa atuação é fundamental para que a saída do paciente do hospital ocorra da melhor forma possível, respeitando suas necessidades e garantindo a continuidade do cuidado em outros ambientes.

Entender os diferentes tipos de alta e o nosso papel em cada um deles é um passo importante para nos tornarmos profissionais de enfermagem completos e comprometidos com o bem-estar dos nossos pacientes.

Referências: 

  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão no SUS (HumanizaSUS). Brasília: Ministério da Saúde, 2004. (Consultar diretrizes sobre o processo de alta hospitalar). Disponível em: https://www.google.com/search?q=https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humanizacao_pnh_folheto.pdf.
  2. HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS. Processo de Alta Hospitalar. São Paulo: Hospital Sírio-Libanês, [s.d.]. Disponível em: https://www.google.com/search?q=https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/sua-internacao/Paginas/processo-de-alta.aspx.
  3. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CLÍNICA MÉDICA. Diretrizes para a Alta Hospitalar. São Paulo: SBCM, [s.d.]. Disponível em: https://www.google.com/search?q=https://sbcm.org.br/.

Intervenções de Enfermagem na Violência Contra Idosos

A violência contra idosos é um problema de saúde pública grave e complexo, que exige atenção e ações efetivas de todos os profissionais da saúde, em especial dos enfermeiros.

Como primeiros profissionais a entrar em contato com essas vítimas, os enfermeiros desempenham um papel fundamental na identificação, prevenção e cuidado dessas pessoas.

Qual o papel do enfermeiro na prevenção e cuidado de idosos vítimas de violência?

O enfermeiro atua em diversas frentes para proteger os idosos da violência:

Identificação

O primeiro passo é identificar os sinais de violência, que podem ser físicos, psicológicos, sexuais, financeiros ou negligência. É importante estar atento a lesões inexplicáveis, mudanças comportamentais, retraimento social, desnutrição e sinais de negligência nos cuidados pessoais.

Comunicação

 Estabelecer um ambiente de confiança com o idoso é essencial para que ele se sinta seguro em relatar a violência sofrida. A comunicação clara, empática e respeitosa é fundamental.

Avaliação

 Realizar uma avaliação completa do idoso, incluindo a coleta de dados sobre a história de vida, a situação familiar e social, e os tipos de violência sofridos.

Documentação

 É crucial documentar todas as informações relevantes, incluindo as lesões, os relatos do idoso e as ações realizadas. Essa documentação servirá como prova em caso de denúncia.

Notificação

 A notificação obrigatória dos casos de violência contra idosos é fundamental para garantir que as medidas de proteção sejam tomadas e que o agressor seja responsabilizado.

Encaminhamento

O enfermeiro deve encaminhar o idoso para os serviços especializados, como assistentes sociais, psicólogos e outros profissionais que possam oferecer o suporte necessário.

Educação

 Promover a educação em saúde para a comunidade sobre a prevenção da violência contra idosos é fundamental para mudar a cultura e criar uma sociedade mais justa e protetora.

Advocacia

 O enfermeiro deve atuar como defensor dos direitos dos idosos, buscando garantir que eles tenham acesso aos serviços de saúde e proteção social.

Quais são as principais intervenções de enfermagem?

  • Promoção da saúde: Oferecer orientações sobre hábitos de vida saudáveis, prevenção de quedas, alimentação adequada e atividades físicas.
  • Prevenção de quedas: Avaliar os riscos de quedas e implementar medidas para prevenir acidentes.
  • Promoção da autonomia: Incentivar a autonomia do idoso, sempre que possível, e oferecer suporte para que ele possa tomar suas próprias decisões.
  • Fortalecimento da rede social: Estimular a participação do idoso em atividades sociais e o contato com familiares e amigos.
  • Promoção da saúde mental: Oferecer suporte psicológico e emocional para o idoso e sua família.

Desafios e Considerações

O enfrentamento da violência contra idosos é um desafio complexo que envolve diversos fatores sociais, culturais e econômicos. Os enfermeiros podem encontrar dificuldades como:

  • Subnotificação: Muitos casos de violência não são denunciados.
  • Falta de recursos: Os serviços de saúde e assistência social podem estar sobrecarregados e com recursos limitados.
  • Resistência da família: A família pode negar a violência ou ter dificuldade em aceitar ajuda externa.
  • Falta de preparo dos profissionais: Nem todos os profissionais de saúde estão preparados para lidar com a violência contra idosos.

A violência contra idosos é uma violação dos direitos humanos e um problema de saúde pública grave.

Os enfermeiros desempenham um papel fundamental na identificação, prevenção e cuidado dessas vítimas. Ao adotar uma postura ativa e humanizada, os enfermeiros podem contribuir significativamente para a melhoria da qualidade de vida dos idosos e para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.

Referências:

  1. Oliveira, K. S. M., Carvalho, F. P. B. de ., Oliveira, L. C. de ., Simpson, C. A., Silva, F. T. L. da ., & Martins, A. G. C.. (2018). Violência contra idosos: concepções dos profissionais de enfermagem acerca da detecção e prevenção. Revista Gaúcha De Enfermagem, 39, e57462. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2018.57462
  2. Santos, J. de S., Santos, R. da C., Araújo-Monteiro, G. K. N. de ., Santos, R. C. dos ., Costa, G. M. C., Guerrero-Castañeda, R. F., & Souto, R. Q.. (2021). Cuidado de enfermagem forense ao idoso em situações de violência: revisão de escopo. Acta Paulista De Enfermagem, 34, eAPE002425. https://doi.org/10.37689/acta-ape/2021AR02425

Síndrome de Burnout na Enfermagem

A enfermagem é uma das profissões mais nobres e essenciais para o funcionamento do sistema de saúde. No entanto, a alta carga de trabalho, a exposição constante ao sofrimento humano e a pressão por resultados podem levar ao esgotamento físico e emocional, conhecido como Síndrome de Burnout.

Nesta publicação, vamos explorar o que é a Síndrome de Burnout, seus sintomas, causas e, principalmente, como preveni-la e cuidar da saúde mental dos profissionais de enfermagem.

O Que é a Síndrome de Burnout?

A Síndrome de Burnout é um distúrbio psicológico caracterizado por um estado de esgotamento profissional, resultante do estresse crônico no trabalho. Ela foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional.

Na enfermagem, o Burnout é especialmente preocupante devido à natureza exigente e emocionalmente desgastante da profissão.

Sintomas da Síndrome de Burnout

Os sintomas do Burnout podem ser físicos, emocionais e comportamentais. Entre os mais comuns estão:

Sintomas Físicos

  • Fadiga constante.
  • Dores de cabeça e musculares.
  • Distúrbios do sono (insônia ou excesso de sono).
  • Problemas gastrointestinais.

Sintomas Emocionais

  • Sensação de esgotamento e exaustão.
  • Irritabilidade e impaciência.
  • Sentimentos de impotência e desesperança.
  • Dificuldade de concentração.

Sintomas Comportamentais

  • Isolamento social.
  • Absenteísmo no trabalho.
  • Diminuição da produtividade.
  • Atitudes negativas em relação aos pacientes e colegas.

Causas do Burnout na Enfermagem

Vários fatores contribuem para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout entre os profissionais de enfermagem:

  1. Carga de Trabalho Excessiva: Longas jornadas e alta demanda de tarefas.
  2. Falta de Recursos: Escassez de materiais, equipamentos e pessoal.
  3. Exposição ao Sofrimento: Lidar diariamente com a dor e a morte.
  4. Pressão por Resultados: Necessidade de tomar decisões rápidas e precisas.
  5. Falta de Reconhecimento: Pouca valorização do trabalho da equipe de enfermagem.
  6. Conflitos Interpessoais: Relações tensas com colegas ou superiores.

Como Prevenir a Síndrome de Burnout?

A prevenção do Burnout requer ações individuais e institucionais. Aqui estão algumas estratégias:

No Nível Individual

  1. Autocuidado: Reserve tempo para atividades que tragam prazer e relaxamento, como hobbies, exercícios físicos e meditação.
  2. Estabeleça Limites: Aprenda a dizer “não” quando necessário e evite levar trabalho para casa.
  3. Busque Apoio: Converse com colegas, amigos ou familiares sobre suas dificuldades.
  4. Invista em Formação: Participe de cursos e treinamentos para se sentir mais seguro e capacitado.

No Nível Institucional

  1. Promova um Ambiente Saudável: Incentive a comunicação aberta e o trabalho em equipe.
  2. Ofereça Suporte Psicológico: Disponibilize programas de assistência ao funcionário (PAE).
  3. Reduza a Carga de Trabalho: Contrate mais profissionais e organize escalas equilibradas.
  4. Reconheça e Valorize: Celebre conquistas e reconheça o esforço da equipe.

Cuidados para Quem Já Vive com Burnout

Se você ou alguém que você conhece está enfrentando a Síndrome de Burnout, é importante buscar ajuda. Aqui estão algumas ações:

  1. Procure um Psicólogo: A terapia pode ajudar a entender e lidar com as causas do esgotamento.
  2. Consulte um Médico: Em alguns casos, pode ser necessário tratamento medicamentoso.
  3. Reduza a Exposição ao Estresse: Converse com seus superiores sobre a possibilidade de ajustar suas funções.
  4. Pratique Mindfulness: Técnicas de atenção plena podem ajudar a reduzir a ansiedade e o estresse.

A Importância da Conscientização

A Síndrome de Burnout não é um sinal de fraqueza, mas uma consequência de um ambiente de trabalho desgastante. É essencial que os profissionais de enfermagem e as instituições de saúde reconheçam o problema e trabalhem juntos para criar um ambiente mais saudável e sustentável.

A Síndrome de Burnout é uma realidade preocupante na enfermagem, mas pode ser prevenida e tratada com ações individuais e coletivas. Cuidar da saúde mental dos profissionais de enfermagem não é apenas uma questão de bem-estar, mas também de qualidade no atendimento aos pacientes.

Referência:

  1. PERNICIOTTI, Patrícia et al . Síndrome de Burnout nos profissionais de saúde: atualização sobre definições, fatores de risco e estratégias de prevenção. Rev. SBPH, São Paulo , v. 23, n. 1, p. 35-52, jun. 2020 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582020000100005&lng=pt&nrm=iso&gt;.

Pulseiras de Risco Hospitalares

As pulseiras de risco hospitalares são identificadores coloridos utilizados para alertar a equipe de saúde sobre condições específicas de um paciente, como risco de queda, alergias, lesão por pressão e necessidade de preservação de membro.

Elas desempenham um papel fundamental na prevenção de incidentes e na garantia da segurança do paciente durante a hospitalização.

Tipos de Pulseiras e seus Significados

A padronização das cores e símbolos utilizados nas pulseiras varia de acordo com cada instituição, mas a ideia central é a mesma: comunicar de forma rápida e eficiente os riscos associados a cada paciente.

Risco de Queda

    • Cor: Geralmente amarela ou laranja.
    • Símbolo: Um ícone representando uma pessoa caindo ou um símbolo de equilíbrio.
    • Indica: Pacientes com maior probabilidade de cair, como idosos, pessoas com mobilidade reduzida ou que utilizam medicamentos que podem causar tontura.

Alergia

    • Cor: Vermelha ou rosa.
    • Símbolo: Um ícone de exclamação dentro de um triângulo ou um símbolo de alergia.
    • Indica: Pacientes com alergia a medicamentos, alimentos, látex ou outras substâncias. A pulseira pode especificar a substância causadora da alergia.

Lesão por Pressão

    • Cor: Roxa ou lilás.
    • Símbolo: Um ícone representando uma ferida ou uma área sob pressão.
    • Indica: Pacientes com risco aumentado de desenvolver úlceras por pressão, como aqueles que permanecem acamados por longos períodos ou com problemas de circulação.

Preservação de Membro

    • Cor: Azul ou verde.
    • Símbolo: Um ícone representando um membro (braço ou perna) ou uma faixa em torno de um membro.
    • Indica: Pacientes com risco de perda de um membro, como aqueles com problemas circulatórios graves ou que necessitam de enxertos, pacientes mastectomizadas que precisam preservar o lado do membro, não puncionar membro em que irá realizar exame de cateterismo.

Outras informações que podem constar na pulseira

  • Nome do paciente: Essencial para a identificação correta.
  • Data de nascimento: Ajuda a evitar erros de identificação, especialmente em pacientes com nomes comuns.
  • Alergias específicas: Lista detalhada das substâncias às quais o paciente é alérgico.
  • Restrições dietéticas: Indicações sobre a dieta especial do paciente.
  • Nome do médico: Facilita a comunicação entre a equipe de enfermagem e o médico responsável.

Importância das pulseiras de risco

  • Melhora na comunicação: As pulseiras garantem que todas as informações relevantes sobre o paciente sejam facilmente acessíveis a todos os profissionais de saúde envolvidos.
  • Prevenção de erros: Reduz o risco de administrar medicamentos errados, realizar procedimentos inadequados ou causar lesões ao paciente.
  • Melhora na qualidade do cuidado: Permite que a equipe de saúde forneça um cuidado mais individualizado e seguro, adaptando as intervenções às necessidades específicas de cada paciente.
  • Empoderamento do paciente: Ao usar a pulseira, o paciente se sente mais seguro e confiante na equipe de saúde.

As pulseiras de risco hospitalares são ferramentas simples, mas eficazes, que contribuem significativamente para a segurança do paciente. Ao utilizar essas pulseiras de forma correta e consistente, as instituições de saúde podem reduzir o número de eventos adversos e garantir que todos os pacientes recebam o cuidado de alta qualidade que merecem.

Referências:

  1. HOFFMEISTER, Louíse Viecili; MOURA, Gisela Maria Schebella Souto de. Uso de pulseiras de identificação em pacientes internados em um hospital universitário. Rev. Latino-Am. Enfermagem, jan.-fev. 2015, v. 23, n. 1, p. 36-43. DOI: 10.1590/0104-1169.0144.2522.
  2. COREN-SP. Orientação Fundamentada nº 073. 2018. Disponível em: https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2018/04/Orienta%C3%A7%C3%A3o-Fundamentada-073-.pdf

Riscos Ocupacionais na Enfermagem

Os profissionais de enfermagem estão expostos a uma variedade de riscos ocupacionais durante o exercício de suas funções. Esses riscos podem comprometer a saúde e a integridade física e mental dos trabalhadores, impactando diretamente sua qualidade de vida e a segurança dos pacientes.

Principais Riscos Ocupacionais na Enfermagem

Riscos Biológicos

  • Exposição a agentes infecciosos: Contato com sangue, fluidos corporais, secreções e excreções, além de pacientes com doenças infecciosas, expõe os profissionais de enfermagem a vírus, bactérias, fungos e parasitas.
  • Doenças transmissíveis: Hepatite B e C, HIV, tuberculose, sarampo, rubéola, caxumba, gripe, COVID-19, entre outras.
  • Riscos específicos para áreas de atuação: Maternidade (hepatite B, sífilis), pediatria (sarampo, rubéola, caxumba), oncologia (infecções oportunistas), UTI (bactérias multirresistentes), saúde mental (risco de violência).

Riscos Químicos

  • Medicamentos: Exposição a medicamentos citotóxicos, anestésicos, antissépticos, antibióticos, antivirais, etc., durante a administração, manipulação e descarte.
  • Reagentes de laboratório: Uso de soluções químicas para análise laboratorial e outros procedimentos.
  • Produtos de limpeza: Desinfetantes, detergentes, alvejantes, solventes, etc., utilizados na higienização de ambientes e materiais.

Riscos Físicos

  • Esforço físico excessivo: Movimentação de pacientes, equipamentos pesados, realização de procedimentos que exigem força física.
  • Exposição a ruídos: Ambientes hospitalares com níveis elevados de ruído, equipamentos médicos, alarmes, etc.
  • Vibrações: Uso de instrumentos cirúrgicos, equipamentos médicos que vibram, etc.
  • Radiações ionizantes: Exposição a raios X, gama e outros tipos de radiação em procedimentos médicos

Riscos Ergonômicos

  • Posturas inadequadas: Posições prolongadas, movimentos repetitivos, trabalho em pé ou sentado por longos períodos.
  • Mobília inadequada: Cadeiras, mesas, equipamentos e outros objetos que não se adaptam às necessidades do trabalho.
  • Organização inadequada do ambiente: Falta de espaço, iluminação inadequada, excesso de materiais, etc.
  • Equipamentos inadequados: Ferramentas pesadas, complexas ou com design inadequado, dificultando a realização de tarefas.

Riscos Acidentais e Psicossociais

  • Acidentes com materiais perfurocortantes: Agulhas, bisturis e outros materiais perfurantes podem causar ferimentos e a exposição a agentes patogênicos como vírus da hepatite B, C e HIV.
  • Quedas: A movimentação de pacientes, a utilização de escadas e a presença de obstáculos no ambiente de trabalho aumentam o risco de quedas e fraturas.
  • Queimaduras: O contato com líquidos quentes, substâncias químicas e equipamentos médicos podem causar queimaduras de diversos graus.
  • Choques elétricos: O uso inadequado de equipamentos elétricos e a presença de fios desencapados aumentam o risco de choques elétricos.
  • Acidentes com produtos químicos: A manipulação de medicamentos, soluções desinfetantes e outros produtos químicos pode causar irritações na pele, mucosas e vias respiratórias.
  • Acidentes com equipamentos: O mau funcionamento de equipamentos médicos, a falta de manutenção e o uso inadequado podem causar acidentes e ferimentos.
  • Carga de trabalho excessiva: Horas extras, plantões longos, falta de pessoal, etc.
  • Pressão do trabalho: Dificuldades de lidar com situações de urgência e emergência, responsabilidades e decisões complexas.
  • Conflitos interpessoais: Relações tensas com colegas, superiores, pacientes e familiares.
  • Falta de reconhecimento profissional: Baixa remuneração, falta de valorização da profissão.
  • Assédio moral e sexual: Comportamentos abusivos, humilhantes e discriminatórios.

Fatores que Aumentam os Riscos

  • Falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): Uso inadequado ou ausência de luvas, máscaras, óculos de proteção, aventais e outros EPIs.
  • Condições de Trabalho Precárias: Ambientes de trabalho insalubres, falta de higiene, equipamentos inadequados.
  • Subdimensionamento de Pessoal: Sobrecarga de trabalho e falta de tempo para realizar as tarefas com segurança.
  • Falta de Treinamento: Desconhecimento dos riscos e das medidas de prevenção.

Prevenção dos Riscos Ocupacionais

  • Uso correto dos EPIs: É fundamental utilizar os EPIs adequados para cada atividade e realizar a manutenção periódica.
  • Melhoria das condições de trabalho: Garantir ambientes de trabalho seguros, bem iluminados e ventilados, com equipamentos em bom estado de conservação.
  • Promoção da saúde: Incentivar hábitos saudáveis como alimentação equilibrada, prática de atividade física e descanso adequado.
  • Capacitação dos profissionais: Oferecer treinamentos periódicos sobre segurança do trabalho e prevenção de acidentes.
  • Gestão de riscos: Realizar avaliação de riscos regularmente e implementar medidas de controle para minimizar os perigos.

A prevenção dos riscos ocupacionais na enfermagem é fundamental para garantir a saúde e a segurança dos profissionais, além de contribuir para a qualidade da assistência prestada aos pacientes.

Referência:

  1. Silva MKD, Zeitoune RCG. Riscos ocupacionais na perspectiva da enfermagem. Esc Anna Nery Rev Enferm 2009 abr-jun; 13 (2): 279- 86

Declaração de Óbito: Como é feito?

A Declaração de Óbito (DO) é um documento-padrão usado em todo o território nacional. Ela é emitida pelo médico que vinha prestando assistência ao paciente, sempre que possível. No entanto, em algumas situações específicas, outras pessoas ou serviços também podem emitir a declaração.

Quem Preenche a Declaração de Óbito?

O médico que estava cuidando do paciente é o responsável ideal para preencher a DO. Se o médico não estiver disponível, outros profissionais de saúde, como enfermeiros ou técnicos de enfermagem, podem preenchê-la.

Em casos específicos, como óbitos ocorridos fora de estabelecimentos de saúde, a declaração pode ser preenchida por familiares ou até mesmo pelo Serviço de Verificação de Óbito (quando disponível).

Como é Feito o Preenchimento

    • A DO é impressa em três vias autocopiativas, com diferentes cores (branca primeira via, amarela segunda via e rosa terceira via).
    • Ela deve ser preenchida para todos os óbitos, inclusive os fetais, ocorridos em estabelecimentos de saúde, domicílios ou outros locais.
    • O preenchimento inclui informações sobre a causa da morte, dados pessoais do falecido e detalhes sobre o local e a data do óbito.

Fluxos da Declaração de Óbito

  1. Óbito por Causa Natural Ocorrido em Estabelecimento de Saúde:
    • Quando o falecimento ocorre em um hospital ou clínica, o médico que estava cuidando do paciente é o responsável ideal para preencher a DO.
    • O preenchimento inclui informações sobre a causa da morte, dados pessoais do falecido e detalhes sobre o local e a data do óbito.
  2. Óbito por Causa Natural Ocorrido Fora do Estabelecimento de Saúde e com Assistência Médica:
    • Se o óbito ocorreu em casa ou em outro local fora de um estabelecimento de saúde, mas com assistência médica, o profissional de saúde que prestou assistência pode preencher a DO.
    • Novamente, informações sobre a causa da morte, dados pessoais e detalhes do óbito são necessários.
  3. Óbito por Causa Natural, Sem Assistência Médica, em Localidade com Serviço de Verificação de Óbito:
    • Quando o falecimento ocorre sem assistência médica, mas em uma área com Serviço de Verificação de Óbito (SVO), o preenchimento pode ser feito por um familiar ou pelo próprio SVO.
    • O SVO é responsável por verificar a causa da morte.
  4. Óbito por Causa Natural Ocorrido Fora de Estabelecimento de Saúde, Sem Assistência Médica, em Localidade sem Serviço de Verificação de Óbito:
    • Se o óbito ocorreu em casa ou em outro local sem assistência médica e sem SVO, o preenchimento pode ser feito por um familiar.
    • Essa situação requer atenção especial para garantir informações precisas.
  5. Óbito por Causa Natural Ocorrido em Localidade sem Médico:
    • Em áreas remotas sem médicos, outros profissionais de saúde ou até mesmo familiares podem preencher a DO.
    • A causa da morte deve ser registrada com base nos sintomas e circunstâncias.
  6. Óbito por Causa Natural Ocorrido em Aldeia Indígena com Assistência Médica:
    • Nas aldeias indígenas, o preenchimento pode ser feito por profissionais de saúde ou líderes comunitários.
    • A DO deve refletir a realidade local.
  7. Óbito por Causa Acidental ou Violenta Ocorrido em Localidade com Instituto Médico-Legal (IML):
    • Quando a morte é acidental ou violenta, o IML é responsável pelo preenchimento.
    • Informações detalhadas sobre a causa e circunstâncias devem ser incluídas.
  8. Óbito por Causa Acidental ou Violenta Ocorrido em Localidade sem Instituto Médico-Legal:
    • Se não há IML na região, outros profissionais podem preencher a DO, mas com atenção aos detalhes.

Atestado de Óbito e Declaração de Óbito são a mesma coisa?

Não. Declaração de Óbito é documento federal de preenchimento privativo de médico e que serve para reduzir a texto uma determinada situação referida a um óbito, confirmando sua ocorrência e causas.

Já o “atestado de óbito” (certidão), é um documento emitido por cartório que comprova ou garante a existência ou não de uma situação de direito. Ou seja, que informa e dá fé sobre a existência da declaração em um óbito registrada naquele tabelionato.

Lembrando que a DO é um documento essencial para fins legais e estatísticos, e seu correto preenchimento é fundamental para garantir informações precisas sobre a mortalidade no país.

O que é SVO?

O Serviço de Verificação de Óbito (SVO) é um serviço público estratégico para determinar a causa de morte.

Ele colabora para o diagnóstico da situação de saúde do país, auxiliando na promoção de ações para esclarecer as causas de óbitos, com ou sem assistência médica.

Além disso, o SVO emite a Declaração de Óbito para os óbitos com ocorrência domiciliar quando não há cobertura do serviço de saúde.

 

  1. Entenda a diferença entre certidão de óbito e atestado de óbito – Portal CNJ
  2. Entenda a diferença entre certidão de óbito e atestado de óbito | Jusbrasil
  3. Ministério da Saúde
  4. manual_declaracao_obitos.pdf (saude.gov.br)
  5. Manual de instruções para preenchimento de Declaração de Óbito tem versão atualizada – Portal CRM-PR (crmpr.org.br)
  6. Óbito no domicílio: quem e como preencher a declaração de óbito? – TelessaúdeRS-UFRGS