Fatores de risco para Infecção Hospitalar

Hoje o papo é sério e super importante para a nossa prática diária: os fatores de risco para a infecção hospitalar, também conhecida como Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS).

Sei que o tema pode parecer denso, mas vamos desmistificar tudo para que a gente possa atuar de forma cada vez mais segura e eficaz na proteção dos nossos pacientes. Preparados para blindar o ambiente hospitalar contra os microrganismos indesejados?

O Que Aumenta a Chance da Infecção Acontecer? Desvendando os Fatores de Risco

A infecção hospitalar não escolhe paciente, mas existem algumas condições e situações que podem aumentar significativamente a probabilidade de ela ocorrer. Conhecer esses fatores de risco é o primeiro passo para implementarmos medidas preventivas eficazes. Podemos agrupar esses fatores em algumas categorias principais:

Fatores Relacionados ao Paciente:

  • Idade: Tanto os extremos da vida (recém-nascidos e idosos) apresentam maior vulnerabilidade ao desenvolvimento de infecções devido à imaturidade ou declínio do sistema imunológico.
  • Doenças de Base e Comorbidades: Pacientes com doenças crônicas como diabetes, insuficiência renal, doenças pulmonares, câncer e HIV/AIDS têm o sistema imunológico comprometido, o que dificulta a defesa do organismo contra agentes infecciosos.
  • Gravidade da Doença e Tempo de Internação: Pacientes gravemente enfermos e aqueles com longos períodos de internação estão mais expostos a procedimentos invasivos e à colonização por microrganismos presentes no ambiente hospitalar.
  • Estado Nutricional: A desnutrição enfraquece o sistema imunológico e prejudica a cicatrização, tornando o paciente mais suscetível a infecções.
  • Queimaduras Extensas: A perda da integridade da pele, que é uma importante barreira de defesa, aumenta significativamente o risco de infecção em pacientes queimados.
  • Uso de Imunossupressores e Corticosteroides: Medicamentos que suprimem o sistema imunológico, utilizados em transplantes, doenças autoimunes e outras condições, aumentam a vulnerabilidade a infecções.
  • Presença de Dispositivos Invasivos: Cateteres urinários, cateteres vasculares centrais e periféricos, sondas nasoenterais, drenos e ventiladores mecânicos rompem as barreiras naturais do corpo e oferecem uma porta de entrada para microrganismos.

Fatores Relacionados aos Procedimentos e Intervenções:

  • Procedimentos Invasivos: Qualquer procedimento que penetre a pele ou mucosas (cirurgias, punções, intubações) aumenta o risco de introdução de microrganismos no organismo do paciente.
  • Tempo de Duração do Procedimento: Procedimentos cirúrgicos mais longos estão associados a um maior risco de infecção do sítio cirúrgico.
  • Técnica Asséptica Inadequada: Falhas na adesão às técnicas de assepsia e antissepsia durante a realização de procedimentos e manipulação de dispositivos invasivos são uma das principais causas de infecção hospitalar.
  • Uso Indiscriminado de Antibióticos: O uso excessivo e inadequado de antibióticos contribui para o desenvolvimento de resistência bacteriana, tornando as infecções mais difíceis de tratar.
  • Transfusão de Hemocomponentes: Embora essencial em muitos casos, a transfusão pode, em raras situações, transmitir infecções.

Fatores Relacionados ao Ambiente Hospitalar e à Equipe de Saúde:

  • Higiene das Mãos Insuficiente: A não adesão ou a técnica inadequada de higiene das mãos pelos profissionais de saúde é uma das principais vias de transmissão de microrganismos no ambiente hospitalar.
  • Limpeza e Desinfecção Inadequadas: Falhas na limpeza e desinfecção de superfícies, equipamentos e materiais podem levar à persistência de microrganismos no ambiente.
  • Superlotação: A superlotação de leitos dificulta a manutenção da higiene e aumenta o contato entre pacientes, facilitando a disseminação de infecções.
  • Número Insuficiente de Profissionais: Uma equipe sobrecarregada pode ter dificuldades em seguir rigorosamente os protocolos de prevenção de infecções.
  • Falta de Educação e Treinamento: Profissionais não adequadamente treinados em medidas de prevenção de infecções podem não seguir as práticas recomendadas.
  • Colonização da Equipe de Saúde: Em raras situações, profissionais de saúde podem estar colonizados por microrganismos multirresistentes e transmiti-los aos pacientes.

Nosso Escudo Protetor: Os Cuidados de Enfermagem na Prevenção da IRAS

Como futuros profissionais de enfermagem, a prevenção da infecção hospitalar é uma das nossas maiores responsabilidades. Nossas ações diárias têm um impacto direto na segurança dos nossos pacientes. Alguns cuidados de enfermagem essenciais incluem:

  • Adesão Rigorosa à Higiene das Mãos: Realizar a higiene das mãos com água e sabão ou álcool em gel nos cinco momentos preconizados pela OMS: antes do contato com o paciente, antes de realizar procedimento asséptico, após risco de exposição a fluidos corporais, após contato com o paciente e após contato com áreas próximas ao paciente. Utilizar a técnica correta em cada situação.
  • Técnica Asséptica Impecável: Seguir rigorosamente as técnicas de assepsia e antissepsia durante a realização de curativos, administração de medicamentos injetáveis, inserção e manipulação de dispositivos invasivos. Garantir a esterilidade dos materiais utilizados.
  • Manutenção da Integridade da Pele e Mucosas: Realizar cuidados com a pele para prevenir lesões, especialmente em pacientes acamados. Promover a higiene oral adequada.
  • Cuidados com Dispositivos Invasivos: Seguir os protocolos para inserção, manutenção e remoção de cateteres, sondas e drenos. Realizar a higiene do sítio de inserção conforme as diretrizes e observar sinais de infecção local ou sistêmica. Manipular os dispositivos com técnica asséptica.
  • Administração Segura de Medicamentos: Preparar e administrar medicamentos de forma segura, seguindo os princípios dos nove certos da administração de medicamentos.
  • Manejo Adequado de Resíduos: Descartar materiais perfurocortantes em recipientes adequados e seguir os protocolos de descarte de resíduos contaminados.
  • Limpeza e Desinfecção de Equipamentos: Participar da limpeza e desinfecção de equipamentos utilizados no cuidado ao paciente, seguindo os protocolos institucionais.
  • Educação do Paciente e Família: Orientar pacientes e familiares sobre a importância da higiene das mãos, dos cuidados com dispositivos invasivos e de outras medidas preventivas.
  • Vigilância Epidemiológica: Estar atento à ocorrência de infecções nos pacientes sob seus cuidados e notificar a equipe de controle de infecção hospitalar conforme os protocolos institucionais.
  • Atualização Constante: Buscar continuamente conhecimento sobre as melhores práticas de prevenção de infecções.

Lembrem-se, a prevenção é sempre o melhor remédio! Nossa atuação consciente e baseada em evidências é a linha de frente na proteção dos nossos pacientes contra as infecções hospitalares.

Referências:

  1. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília: ANVISA, 2017. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/servicos-de-saude/publicacoes/caderno-4-medidas-de-prevencao-de-infeccao-relacionada-a-assistencia-a-saude.
  2. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). WHO Guidelines on Hand Hygiene in Health Care. Geneva: WHO, 2009. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241597906.
  3. SMELTZER, S. C.; BARE, B. G.; HINKLE, J. L.; CHEEVER, K. H. Brunner & Suddarth’s textbook of medical-surgical nursing. 14. ed. Philadelphia: Wolters Kluwer, 2018.

Pseudomonas: A Bactéria Versátil e Adaptável

A bactéria Pseudomonas é um dos microrganismos mais estudados e intrigantes da microbiologia. Conhecida por sua incrível resistência e versatilidade, ela pode ser tanto uma ameaça à saúde humana quanto uma aliada em aplicações biotecnológicas.

O Que é a Bactéria Pseudomonas?

O gênero Pseudomonas pertence à família Pseudomonadaceae e inclui mais de 200 espécies. A mais conhecida e estudada é a Pseudomonas aeruginosa, um patógeno oportunista que causa infecções em humanos, especialmente em pacientes com sistema imunológico comprometido.

Essas bactérias são Gram-negativas, em forma de bastonete, e possuem flagelos que lhes conferem mobilidade. Elas são aeróbias, ou seja, precisam de oxigênio para sobreviver, mas algumas espécies podem se adaptar a ambientes com pouco oxigênio.

Onde a Pseudomonas é Encontrada?

Pseudomonas é extremamente adaptável e pode ser encontrada em diversos ambientes:

  • Hospitais: É uma das principais causas de infecções hospitalares, especialmente em UTIs.
  • Solo e Água: Presente em solos úmidos e água estagnada.
  • Ambientes Domésticos: Pias, chuveiros, e até soluções de lentes de contato.
  • Plantas: Algumas espécies causam doenças em vegetais, como a podridão mole.

Por Que a Pseudomonas é Tão Resistente?

Pseudomonas é famosa por sua capacidade de sobreviver em condições adversas. Aqui estão alguns fatores que contribuem para sua resistência:

  1. Biofilmes: Ela forma biofilmes, uma espécie de “escudo protetor” que a torna resistente a antibióticos e ao sistema imunológico.
  2. Resistência a Antibióticos: Muitas espécies, especialmente a P. aeruginosa, são resistentes a múltiplos antibióticos, incluindo penicilinas e cefalosporinas.
  3. Adaptabilidade Metabólica: Ela pode utilizar uma ampla variedade de fontes de carbono e nitrogênio, o que permite sua sobrevivência em ambientes hostis.

Doenças Causadas pela Pseudomonas

Pseudomonas aeruginosa é um patógeno oportunista, ou seja, geralmente causa infecções em pessoas com sistema imunológico debilitado. Algumas das doenças mais comuns incluem:

  1. Infecções Respiratórias: Principalmente em pacientes com fibrose cística ou pneumonia associada à ventilação mecânica.
  2. Infecções de Feridas: Comum em queimaduras e feridas cirúrgicas.
  3. Infecções Urinárias: Associadas ao uso de cateteres.
  4. Sepse: Infecção generalizada que pode ser fatal.
  5. Otite Externa: Conhecida como “ouvido de nadador”, causada pela exposição a água contaminada.

Curiosidades Sobre a Pseudomonas

  1. Pigmentos Coloridos: A P. aeruginosa produz pigmentos como a piocianina (azul-esverdeado) e a piorrubina (avermelhado), que podem colorir culturas e até feridas.
  2. Amante do Ferro: Ela produz moléculas chamadas sideróforos para “roubar” ferro do hospedeiro, essencial para seu crescimento.
  3. Aplicações na Biotecnologia: Algumas espécies são usadas na biorremediação, ajudando a degradar poluentes como petróleo e pesticidas.
  4. Toxinas Potentes: Produz toxinas como a exotoxina A, que inibe a síntese de proteínas nas células humanas.

Como Prevenir Infecções por Pseudomonas?

A prevenção é crucial, especialmente em ambientes hospitalares. Aqui estão algumas medidas:

  • Higiene Rigorosa: Lavagem das mãos e esterilização de equipamentos médicos.
  • Cuidado com Água Estagnada: Evitar o uso de água contaminada em procedimentos médicos.
  • Uso Racional de Antibióticos: Para reduzir o surgimento de cepas resistentes.

A Pseudomonas na Ciência e na Medicina

Apesar de ser um patógeno perigoso, a Pseudomonas também tem aplicações positivas:

  • Biorremediação: Algumas espécies são usadas para limpar derramamentos de petróleo e degradar pesticidas.
  • Produção de Bioplásticos: Pesquisas exploram seu uso na produção de plásticos biodegradáveis.
  • Estudos de Resistência: Ela é um modelo importante para entender a resistência a antibióticos e desenvolver novas terapias.

Pseudomonas é um microrganismo incrivelmente versátil e resistente, que desafia a medicina e fascina os cientistas. Enquanto representa uma ameaça significativa para a saúde humana, também oferece oportunidades para avanços biotecnológicos e ambientais.

Referências:

  1. Pires, E. J. V. C., Silva Júnior, V. V. da ., Lopes, A. C. de S., Veras, D. L., Leite, L. E., & Maciel, M. A. V.. (2009). Análise epidemiológica de isolados clínicos de Pseudomonas aeruginosa provenientes de hospital universitário. Revista Brasileira De Terapia Intensiva, 21(4), 384–390. https://doi.org/10.1590/S0103-507X2009000400008
  2. Reynolds D, Kollef M. The Epidemiology and Pathogenesis and Treatment of Pseudomonas aeruginosa Infections: An Update. Drugs. 2021 Dec;81(18):2117-2131. doi: 10.1007/s40265-021-01635-6. Epub 2021 Nov 7. PMID: 34743315; PMCID: PMC8572145.

Desinfecção Hospitalar por Luz Ultravioleta (UV)

A segurança do paciente e a prevenção de infecções hospitalares são prioridades em qualquer instituição de saúde. Entre as tecnologias que vêm ganhando destaque nessa área está a desinfecção por luz ultravioleta (UV).

Mas como essa tecnologia funciona? Quais são seus benefícios e desafios?

Nesta publicação, vamos explorar tudo o que você precisa saber sobre a desinfecção hospitalar por luz UV.

O Que é a Desinfecção por Luz UV?

A luz ultravioleta (UV) é um tipo de radiação eletromagnética invisível ao olho humano. Ela é dividida em três categorias, de acordo com o comprimento de onda:

  • UVA: Usada em bronzeamento artificial.
  • UVB: Associada a queimaduras solares.
  • UVC: A mais eficaz para desinfecção, pois danifica o DNA e o RNA de microrganismos, impedindo sua reprodução.

A desinfecção por luz UV utiliza lâmpadas ou dispositivos que emitem luz UVC para eliminar bactérias, vírus, fungos e outros patógenos em superfícies e ambientes.

Como a Luz UV é Usada em Hospitais?

A luz UV é aplicada em hospitais de duas formas principais:

Desinfecção de Superfícies

  • Equipamentos médicos, como endoscópios e instrumentos cirúrgicos.
  • Superfícies de quartos, UTIs e salas de cirurgia.
  • Mobiliário hospitalar, como camas, mesas e cadeiras.

Desinfecção do Ar

  • Sistemas de ventilação e ar-condicionado.
  • Salas de espera e corredores.

Benefícios da Desinfecção por Luz UV

Eficácia Contra Microrganismos

A luz UV é capaz de eliminar até 99,9% dos patógenos, incluindo bactérias multirresistentes e vírus como o SARS-CoV-2 (causador da COVID-19).

Rapidez

A desinfecção ocorre em minutos, dependendo da intensidade da luz e da distância da fonte.

Não Uso de Produtos Químicos

É uma alternativa ecológica e segura, sem resíduos químicos ou risco de toxicidade.

Complementaridade

Pode ser usada em conjunto com métodos tradicionais de limpeza, como desinfetantes químicos, para aumentar a eficácia.

Desafios e Limitações

Acesso Direto à Luz

A luz UV só desinfeta superfícies e áreas diretamente expostas. Locais com sombras ou obstruções podem não ser atingidos.

Riscos à Saúde Humana

A exposição direta à luz UVC pode causar queimaduras na pele e danos aos olhos. Por isso, o uso requer cuidados especiais.

Custo Inicial Elevado

A aquisição de equipamentos de luz UV pode ser cara, embora o custo-benefício a longo prazo seja vantajoso.

Manutenção

As lâmpadas UV precisam ser substituídas periodicamente para manter sua eficácia.

Aplicações Práticas em Hospitais

Desinfecção de Quartos e Salas Cirúrgicas

Após a limpeza tradicional, robôs ou dispositivos móveis de luz UV são posicionados no ambiente para garantir uma desinfecção completa.

Esterilização de Equipamentos

Equipamentos sensíveis, como endoscópios, podem ser expostos à luz UV para eliminar patógenos sem danificar o material.

Purificação do Ar

Sistemas de luz UV instalados em dutos de ar-condicionado ajudam a reduzir a propagação de microrganismos pelo ar.

Cuidados de Enfermagem e Segurança

A equipe de enfermagem e outros profissionais devem seguir protocolos rigorosos ao utilizar a luz UV:

Proteção Pessoal

Usar equipamentos de proteção individual (EPIs), como óculos e luvas, ao manusear dispositivos de luz UV.

Sinalização

Garantir que áreas em desinfecção estejam claramente sinalizadas para evitar exposição acidental.

Treinamento

Capacitar a equipe sobre o uso correto e seguro dos equipamentos de luz UV.

Monitoramento

Verificar regularmente a eficácia das lâmpadas e substituí-las conforme necessário.

Futuro da Desinfecção por Luz UV

A tecnologia de luz UV está em constante evolução, com avanços como:

  • Robôs Autônomos: Equipamentos que se movem sozinhos para desinfetar ambientes.
  • Dispositivos Portáteis: Pequenos aparelhos para desinfecção rápida de superfícies e objetos.
  • Integração com IoT: Sistemas inteligentes que monitoram e controlam a desinfecção em tempo real.

A desinfecção hospitalar por luz ultravioleta é uma tecnologia promissora que combate infecções de forma eficiente e sustentável. Quando usada corretamente, ela pode reduzir significativamente os riscos de infecções hospitalares, protegendo pacientes e profissionais de saúde.

Referência:

  1. Freire, J. de O. P., Paes, G. O., Gonzalez, C. M., Barreiros, M. da G. C., & Ferreira, A. L. P.. (2024). Luz UVC como estratégia de desinfecção do ar e superfícies hospitalares. Acta Paulista De Enfermagem, 37, eAPE002191. https://doi.org/10.37689/acta-ape/2024AO00002191

Tipos de Infecções Hospitalares

As infecções hospitalares, também conhecidas como infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), representam um desafio significativo para a qualidade do cuidado e a segurança do paciente.

Apesar dos avanços na medicina, essas infecções continuam sendo uma preocupação global. Neste artigo, vamos explorar os diferentes tipos de infecções hospitalares e o papel crucial da enfermagem na prevenção e controle.

Tipos de Infecções Hospitalares

As infecções hospitalares podem ser classificadas de diversas formas, mas as mais comuns são:

Infecção Endógena

Originada de microrganismos presentes no próprio paciente, como bactérias da flora normal da pele ou trato intestinal. Fatores como imunossupressão e procedimentos invasivos podem favorecer o desenvolvimento dessas infecções.

Infecção Exógena

Causada por microrganismos provenientes do ambiente hospitalar, como equipamentos, superfícies ou profissionais de saúde.

Infecção Cruzada

Transmissão de um paciente para outro, geralmente através das mãos dos profissionais de saúde, dispositivos compartilhados ou de equipamentos contaminados.

Infecção Hospitalar

A infecção hospitalar, hoje chamada de IRAS, é toda manifestação clínica de infecção que se apresenta a partir de 72 horas do ingresso (entrada) em ambiente hospitalar quando se desconhece o período de incubação do agente etiológico (responsável pela infecção).

Cuidados de Enfermagem na Prevenção e Controle

A enfermagem desempenha um papel fundamental na prevenção e controle das infecções hospitalares. Algumas medidas essenciais incluem:

Higiene das mãos

A prática mais importante para prevenir a transmissão de microrganismos. A higienização das mãos deve ser realizada antes e após o contato com o paciente, antes e após realizar procedimentos assépticos, e sempre que as mãos estiverem visivelmente sujas.

Isolamento

Pacientes com infecções transmissíveis devem ser isolados para evitar a disseminação da infecção.

Técnica asséptica

A utilização correta de técnicas assépticas durante a realização de procedimentos invasivos é essencial para prevenir a introdução de microrganismos no organismo do paciente.

Controle de infecção

A equipe de enfermagem deve participar ativamente das atividades de controle de infecção, como a vigilância epidemiológica e a educação em saúde.

Educação do paciente

É fundamental orientar o paciente e seus familiares sobre a importância da higiene das mãos e outras medidas de prevenção.

Outras Medidas Importantes

Além dos cuidados de enfermagem, outras medidas são importantes para o controle das infecções hospitalares, como:

  • Desinfecção e esterilização de equipamentos: A limpeza e desinfecção adequadas dos equipamentos utilizados nos cuidados ao paciente são essenciais para evitar a contaminação.
  • Uso de antibióticos: A utilização racional de antibióticos é fundamental para prevenir o surgimento de bactérias resistentes.
  • Melhoria das condições físicas do hospital: A infraestrutura do hospital, como a ventilação e a limpeza, influencia diretamente na disseminação de microrganismos.

As infecções hospitalares representam um desafio complexo que exige a colaboração de todos os profissionais de saúde.

A enfermagem, como a primeira linha de cuidado, desempenha um papel crucial na prevenção e controle dessas infecções.

Através da implementação de medidas de higiene, técnicas assépticas e educação em saúde, é possível reduzir significativamente o risco de infecções hospitalares e garantir a segurança dos pacientes.

Referências:

  1. Cansian, T. M.. (1977). A ENFERMAGEM E O CONTROLE DA INFECÇÃO CRUZADA. Revista Brasileira De Enfermagem, 30(4), 412–422. https://doi.org/10.1590/0034-716719770004000009
  2. SciELO Brasil – As infecções hospitalares e sua relação com o desenvolvimento da assistência hospitalar: reflexões para análise de suas práticas atuais de controle. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rlae/a/sKDHyVx4N6dKQPPhQY47Qgr/.

Tipos de Antissépticos Hospitalares

Os antissépticos hospitalares são substâncias essenciais para a prevenção de infecções em ambientes de saúde. Eles atuam inibindo o crescimento de microrganismos, como bactérias, fungos e vírus, em superfícies e na pele.

Os tipos Mais utilizados

Clorexidina

  • Ação: Amplo espectro, eficaz contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, fungos e alguns vírus.
  • Formas de apresentação: Solução, gel, espuma.
  • Vantagens: Baixa toxicidade, persistência na pele, boa atividade contra biofilmes.
  • Indicações: Preparo da pele para cirurgias, limpeza de feridas, higiene das mãos.

Álcool Etílico/Isopropílico

  • Ação: Rápida ação bactericida e virucida.
  • Formas de apresentação: Solução alcoólica, gel alcoólico.
  • Vantagens: Secagem rápida, fácil aplicação.
  • Indicações: Higienização das mãos, limpeza de superfícies, preparo da pele para procedimentos invasivos.

Iodo

  • Ação: Amplo espectro, eficaz contra bactérias, fungos e vírus.
  • Formas de apresentação: Tintura de iodo, iodopovidona (solução, gel, espuma).
  • Vantagens: Alta eficácia, baixo custo.
  • Indicações: Preparo da pele para cirurgias, limpeza de feridas.

Triclosan

  • Ação: Amplo espectro, eficaz contra bactérias e fungos.
  • Formas de apresentação: Sabonetes, loções, produtos de limpeza.
  • Observação: Devido a preocupações com resistência bacteriana e impactos ambientais, o uso do triclosan tem sido restrito em muitos países.

Outros Antissépticos

Além dos mencionados, outros antissépticos podem ser utilizados em ambientes hospitalares, como:

  • Biguanidas: Semelhante à clorexidina, com boa atividade contra biofilmes.
  • Peróxido de hidrogênio: Utilizado para limpeza de superfícies e feridas.
  • Cloreto de benzalcônio: Eficaz contra bactérias e alguns vírus.

Comparativo entre os Antissépticos

Antisséptico Vantagens Desvantagens Indicações
Clorexidina Baixa toxicidade, persistência Pode manchar tecidos Preparo cirúrgico, limpeza de feridas
Álcool Etílico Rápida ação, fácil aplicação Inflamabilidade, resseca a pele Higienização das mãos, limpeza de superfícies
Iodo Amplo espectro, baixo custo Irritante, pode manchar Preparo cirúrgico, limpeza de feridas
Triclosan Amplo espectro Resistência bacteriana, impactos ambientais Antiga utilização em diversos produtos

Escolha do Antisséptico Ideal

A escolha do antisséptico ideal depende de diversos fatores, como:

  • Tipo de microrganismo: A escolha varia de acordo com o microrganismo alvo.
  • Local de aplicação: Pele, mucosa, superfícies.
  • Tempo de contato: Alguns antissépticos exigem maior tempo de contato para serem eficazes.
  • Condições do paciente: Idade, alergias, condições de saúde.

É fundamental que a escolha e o uso dos antissépticos sejam realizados por profissionais de saúde, seguindo as recomendações dos fabricantes e as normas de biossegurança.

Observações Importantes:

  • Resistência Bacteriana: O uso indiscriminado de antissépticos pode levar ao desenvolvimento de resistência bacteriana.
  • Impactos Ambientais: Alguns antissépticos podem causar danos ao meio ambiente.
  • Alergias: É possível desenvolver alergia a alguns antissépticos.

Referências:

  1. Vigilância Sanitária
  2. Hospital Israelita Albert Einstein
  3. Reis, L. M. dos ., Rabello, B. R., Ross, C., & Santos, L. M. R. dos .. (2011). Avaliação da atividade antimicrobiana de antissépticos e desinfetantes utilizados em um serviço público de saúde. Revista Brasileira De Enfermagem, 64(5), 870–875. https://doi.org/10.1590/S0034-71672011000500011

EPI: Sequência de Paramentação e Desparamentação

A sequência de paramentação e desparamentação de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é essencial para garantir a segurança dos profissionais de saúde durante o atendimento, sejam ele em isolamentos (e também sendo com suspeita de COVID-19).

A NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 04/2020 fornece diretrizes importantes para esse processo.

Paramentação (Colocação dos EPIs)

  1. (Higienizar as mãos antes de colocar EPI);
  2. Avental;
  3. Máscara;
  4. Óculos (se utilizado protetor facial colocar após a touca);
  5. Touca;
  6. (Higienizar as mãos antes de colocar EPI);
  7. Luvas.

Desparamentação (Retirada dos EPIs)

  1. Luvas;
  2. (Higienizar após remover EPI);
  3. Avental;
  4. Touca;
  5. (Higienizar após remover EPI);
  6. Óculos (se utilizado protetor facial remover antes da touca);
  7. Máscara;
  8. (Higienizar após remover EPI);

Lembrando que essas orientações são fundamentais para proteger os profissionais de saúde e minimizar a transmissão do vírus.

Referências:

  1. PO.OP_.007-01-Paramentação-e-desparamentação.pdf (ints.org.br)
  2. 2-18-Biossegurança-Paramentação-e-Desparamentação.pdf (coren-df.gov.br)
  3. Protocolo-de-Uso-de-Equipamentos-de-Proteção-Individual.pdf (saude.rn.gov.br)
  4. nota-tecnica-gvims_ggtes_anvisa-04_2020-25-02-para-o-site.pdf (www.gov.br)
  5. cartilha_epi.pdf (cofen.gov.br)

Paciente Colonizado Vs Infectado: As diferenças

As bactérias, assim como outros microrganismos, não estão sempre associadas à infecção, mas podem colonizar transitória ou permanentemente vários sítios corporais.

A diferença entre colonização e infecção leva em consideração não apenas o sítio corporal de onde o microrganismo foi isolado, mas também as condições clínicas do paciente.

Resumidamente, pode-se dizer que colonização é a presença de microrganismos sem que ocorram alterações nas funções normais do órgão/tecido ou resposta imune inflamatória; já na infecção, os microrganismos estão se multiplicando em grande quantidade e provocam alterações orgânicas.

Entenda as diferenças

Um paciente colonizado é aquele que tem uma bactéria em alguma parte do seu corpo, mas não apresenta sinais ou sintomas de infecção. A bactéria pode estar presente na pele, nas mucosas, nas feridas, nos cateteres ou em outros locais, mas não causa nenhum dano ao organismo. (Ex: testa positivo para bactéria Clostridium Difficile e pode ser agente de disseminação)

Um paciente infectado é aquele que tem uma bactéria que invade os tecidos ou os órgãos e provoca uma resposta inflamatória, com manifestações clínicas como febre, dor, vermelhidão, secreção ou alteração de exames laboratoriais. A infecção pode ser causada por bactérias comuns ou multirresistentes, que são aquelas que não são sensíveis a vários grupos de antibióticos.  (Ex: testa positivo para bactéria Clostridium Difficile porém já está em situação clínica vulnerável por outras doenças)

Como é diagnosticado?

O diagnóstico de colonização ou infecção depende da avaliação clínica do paciente e da realização de exames microbiológicos, como culturas de secreções ou de sangue. A colonização e a infecção podem ter implicações para o tratamento e a prevenção da transmissão de bactérias entre os pacientes e os profissionais de saúde.

A colonização pode ser detectada por meio de culturas de vigilância, que são exames realizados em pacientes de risco para identificar a presença de bactérias multirresistentes.
A infecção pode ser diagnosticada por meio de exames clínicos, laboratoriais e de imagem, que mostram evidências de comprometimento dos tecidos ou órgãos afetados pela bactéria.
Referências:
  1. EBSERH
  2. Secretaria de Saúde DF
  3. https://www.scielo.br/j/ape/a/J4qMbKZQVbZXsHgk5zjG4Kc/?lang=pt&format=pdf

Os tipos de limpeza do Centro Cirúrgico

A limpeza do centro cirúrgico é uma atividade fundamental para garantir a segurança dos pacientes e dos profissionais de saúde.

Os Tipos de limpeza

Existem quatro tipos de limpeza que devem ser realizados no centro cirúrgico, de acordo com as normas técnicas e sanitárias. São eles:

  • Limpeza preparatória: é a limpeza realizada antes do início das atividades cirúrgicas, com o objetivo de remover a sujidade acumulada durante o período noturno ou de inatividade do centro cirúrgico. Envolve a limpeza de todas as superfícies, equipamentos, mobiliários e materiais, utilizando produtos adequados e seguindo os protocolos de desinfecção.
  • Limpeza operatória: é a limpeza realizada durante as atividades cirúrgicas, com o objetivo de manter o ambiente limpo e organizado, evitando a contaminação cruzada e a proliferação de microrganismos. Envolve a limpeza dos instrumentais, das mesas cirúrgicas, dos campos operatórios, dos pisos e das paredes, utilizando produtos adequados e seguindo os protocolos de desinfecção.
  • Limpeza concorrente: é a limpeza realizada após cada procedimento cirúrgico, com o objetivo de preparar o ambiente para a próxima cirurgia, removendo os resíduos biológicos e os materiais descartáveis, e desinfetando as superfícies, equipamentos, mobiliários e materiais que serão reutilizados. Envolve a limpeza de todas as áreas do centro cirúrgico, utilizando produtos adequados e seguindo os protocolos de desinfecção.
  • Limpeza terminal: é a limpeza realizada ao final do expediente ou da jornada de trabalho, com o objetivo de eliminar a sujidade residual e reduzir a carga microbiana do ambiente. Envolve a limpeza de todas as áreas do centro cirúrgico, utilizando produtos adequados e seguindo os protocolos de desinfecção.

A limpeza do centro cirúrgico deve ser realizada por profissionais capacitados e treinados, que sigam as normas de biossegurança e utilizem os equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados.

A limpeza do centro cirúrgico é uma medida essencial para prevenir infecções hospitalares e garantir a qualidade da assistência prestada aos pacientes.

Referências:

  1. EBSERH
  2. EPS
  3. Portal Educação

Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC)

As Infecções de Sítio Cirúrgico (ISC) são aquelas decorrentes de uma complicação cirúrgica. Geralmente elas comprometem qualquer tecido, órgão ou cavidade envolvido na cirurgia e causam um grande impacto na recuperação do paciente, podendo comprometer a qualidade da assistência à saúde.

Por isso, é recomendado que elas sejam monitoradas com as ferramentas e diretrizes adequadas.

De acordo com estudos e pesquisas realizadas ao longo dos anos, as ISCs são uma grande causa de morbidade e mortalidade em pacientes que passam por cirurgias.

É estimado que as infecções em sítio cirúrgico são responsáveis por cerca de 38% do total das infecções hospitalares em pacientes cirúrgicos e 16% do total de infecções hospitalares, além de aumentarem em mais sete dias o tempo de internação.

Os Sinais

Entre os principais sinais de infecção em ferida cirúrgica, podemos citar:

  • Aumento da dor com o passar dos dias

Logo após a ferida, é normal sentir dor, contudo, ela deve diminuir ao decorrer dos dias. Se a dor aumentar, pode ser um sinal de infecção.

  •  Vermelhidão e inchaço que não diminuem na ferida ou em torno dela

Após a primeira semana a vermelhidão e inchaço devem diminuir, caso isso não aconteça é provável que um processo infeccioso tenha se iniciado.

  • Pele em torno da ferida febril

Uma das primeiras respostas do sistema imunológico de nosso corpo à infecção de microrganismos nocivos é a febre e sensação de calor em torno da ferida.

  • Presença de pus

A secreção de uma ferida não infeccionada é clara e não tem odor forte. A presença de secreção amarelada com mau cheiro é um claro sinal de infecção.

  • Prurido e sensação de ardor

A coceira pode ser um sinal de cicatrização, contudo, quando em excesso e acompanhada de ardor ela é um sinal de infecção.

Fontes de Infecção

Entre os principais tipos de infecções hospitalares, estão: as respiratórias, as urinárias, a septicemia e as de ferida cirúrgica.

Nesse sentido, vale ressaltar que as infecções cirúrgicas são, geralmente, decorrentes do local cirúrgico, da falha da técnica antisséptica por parte dos profissionais ou, ainda, da falha do reprocessamento de materiais e instrumentais que serão utilizados na cirurgia.

Vale ressaltar ainda que, as infecções pós-operatórias aumentam os números de morbidade e mortalidade, impactando a qualidade de vida de pacientes e aumentando os custos de internação.

Além disso, independente da fonte de infecção, aproximadamente 30% das infecções hospitalares podem ser evitadas com medidas de prevenção, por isso, adotá-las é essencial.

Medidas de Prevenção

Para evitar a ocorrência de infecção de sítio cirúrgico, é necessário seguir recomendações básicas de segurança:

Quanto ao preparo do paciente antes da cirurgia:

  • Realizar avaliação pré-operatória
  • Procurar reduzir o tempo de internação pré-operatória sempre que possível
  • Monitorar previamente qualquer doença pré-existente

Quanto à educação do paciente e seus familiares:

  • Ensinar como manejar a ferida cirúrgica, indicando soluções e como utilizá-las corretamente
  • Instruir sobre as medidas de prevenção de infecção cirúrgica
  • Indicar a dieta adequada, se necessário

Quanto ao banho:

  • Antes da realização da cirurgia, realizar o banho com asséptico, conforme a necessidade
  • Orientar o paciente quanto ao banho pré-operatório com água e sabão antes da realização do procedimento cirúrgico
  • Orientar o paciente e seus familiares quanto aos cuidados com o banho no pós-operatório, de forma a evitar problemas com a ferida cirúrgica

Quanto à antissepsia cirúrgica das mãos:

  • Antes de realizar a antissepsia, remover quaisquer acessórios das mãos e antebraços (anéis, relógios, etc.)
  • Manter as unhas sempre curtas e, em hipótese alguma, utilizar unhas artificiais
  • Com solução adequada e com efeito residual, realizar a antissepsia, eliminado a microbiota transitória e reduzindo a residente
  • Se possível, evitar o uso de escovas para realizar fricção, pois elas podem machucar a pele e expor bactérias que residem nas camadas mais profundas da derme

Quanto à paramentação cirúrgica:

  • Sempre usar máscara que cubra boca e nariz na sala cirúrgica
  • Sempre usar gorros que cubram completamente o cabelo na sala cirúrgica
  • Sempre usar capotes e vestimentas cirúrgicas adequadas na sala cirúrgica
  • Por último, após estar completamente paramentado e realizar a antissepsia, vestir as luvas estéreis
  • Caso as vestimentas estiverem sujas ou contaminadas por fluidos, trocá-las imediatamente.

Quanto aos cuidados com o ambiente da sala cirúrgica:

  • Manter a sala cirúrgica organizada antes, durante e após o procedimento
  • Realizar a limpeza e desinfecção completa após a finalização do procedimento
  • Realizar, diariamente, a limpeza terminal, que deve incluir não apenas pisos, paredes e teto mas, também, todas as demais superfícies, acessórios e objetos presentes na sala.

Quanto aos cuidados com a ferida operatória:

  • Em feridas com cicatrização por 1ª intenção: manter o curativo por 24 horas (exceto em casos de drenagem da ferida ou indicação específica da equipe médica)
  • Em feridas com cicatrização por 2ª e 3ª intenção: selecionar o curativo e momento de troca de acordo com as características da ferida (exsudato, tamanho, presença de infecção, etc.).
  • Caso o curativo se solte, molhe ou fique sujo, realizar a troca.

Evitando infecções

Fica claro que a prevenção de infecção em feridas realizadas em sítio cirúrgico depende de inúmeros fatores, que vão desde o preparo do paciente para o procedimento até os cuidados após a cirurgia, incluindo a educação para o autocuidado. Não podemos esquecer também da relevância da limpeza correta do ambiente hospitalar.

Sendo assim, o esforço para a prevenção de infecções é multidisciplinar e, para facilitá-lo, é essencial contar com soluções de qualidade, que contribuam com um processo de cicatrização mais simples, rápido e indolor para o paciente.

Atualmente, existem inúmeras soluções de limpeza antissépticas, desenvolvidas especialmente para limpeza de feridas, assim como curativos com ativos antimicrobianos, que ajudam a evitar e combater infecções.

Referências:

  1. Infecção em Sítio Cirúrgico – Secretaria de Estado da Saúde Coordenadoria de Controle de Doenças – CCD
  2. Infecção Em Cirurgia e Cirurgia das Infecções – Simpósio: Fundamentos em Clínica Cirúrgica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP
  3. Prevenção de Infecção Cirúrgica – Universidade Federal do Triângulo Mineiro – Hospital de Clínicas

Intervalo para troca de equipos: Saiba quais são!

Para estabelecer a frequência para a troca de equipos de soluções infundidas de maneira contínua ou intermitente deve-se considerar sempre a natureza do material com que é confeccionado o dispositivo e o tipo de fármaco e ou solução a ser infundida, e considerar além das recomendações dos guidelines nacionais e internacionais também as do fabricante.

Recomendações

A troca de equipos para infusão segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e a Infusion Nurses Society (INS) e a A Infusion Nurses Society Brasil recomendam:

  • Trocar os equipos comuns a intervalos máximos de 72 horas, a não ser que exista suspeita ou confirmação de infecção relacionada a cateter;
  • Na administração de emulsões lipídicas, trocar o equipo no máximo a cada 24 horas, salvo na presença de suspeita ou confirmação de infecção relacionada ao sistema de infusão;
  • Na administração de hemocomponentes e hemoderivados, trocar o equipo a cada bolsa infundida;
  • A troca de equipos comuns utilizados para infusão intermitente (incluindo buretas) deve ser feita a cada 24 horas, considerando que o número de manipulações nesse contexto é maior, salvo esta situação os equipos para infusão contínua sevem ser substituídos a intervalos que não excedam 72 horas.

Referências:

  1. Infusion Nurses Society. Infusion Nursing Standards of Practice. J Inf Nursing 2006; 29(1S):S1-S92
  2. Centers for Disease Control and Prevention: guidelines for the prevention of intravascular catheter-related infections. MMWR 2002: 51 (RR-10):1-29. 3. Infusion Nurses Society Brasil. Diretrizes práticas para terapia intravenosa. São Paulo, 2008.