Carrinho de Curativo: O que deve conter?

Carrinho de Curativo

O carrinho de curativo deve ser equipado com os produtos e equipamentos protocolados na instituição. dependendo dos tipos de curativos a serem realizados.

Material

Soluções:

  • Solução Salina Isotônica (Soro Fisiológico/SF);
  • Água oxigenada;
  • Benzina e/ou éter;
  • Substâncias especiais de curativos – papaína. alginato. etc;

Materiais diversos:

  • Álcool iodado;
  • Tintura de Benjoin Coloidal;
  • Adesol;
  • PVP-I tópico;
  • Cuba-rim;
  • Gazes em pacotinhos individualizados (cinco por pacote);
  • Fitas adesivas;
  • Tesoura para corte de fitas adesivas;
  • Ataduras;
  • Luvas de procedimentos e estéreis;
  • Hastes flexíveis com ponta de algodão (Cotonetes”, Palinetes®. marcas de mercados, etc.) esterilizadas e embaladas individualmente;
  • Compressa cirúrgica de algodão estéril;
  • Se necessário, adicionar para determinados curativos: pasta de Questran. gaze vaselinada, pomada de óxido de zinco, outras;
  • Outros materiais conforme o tipo de necessidade;
  • Saco plástico para descarte de curativo sujo.

Regras gerais

  1. Qualquer material esterilizado deverá estar identificado e datado;
  2. O carrinho de curativo tem como função acondicionar os materiais citados acima;
  3. O carrinho não deverá ser levado a enfermarias para a realização dos curativos;
  4. Materiais contaminados não devem permanecer sobre ele;
  5. Quartos e pacientes infectados deverão ter uma bandeja individualizada contendo os materiais que se fizerem necessários;
  6. A desinfecção do carrinho de curativo deverá ser feita com álcool a 70% a cada 24 horas e quando se fizer necessário. Na presença de matéria orgânica remover com água e sabão e friccionar com álcool a 70% por. pelo menos. 30 segundos;

Fitas adesivas

Deverá ter esparadrapo, fita crepe, fitas plásticas (transparentes ou não), fitas permeáveis (Micropore®. por exemplo). etc. As fitas poderão ser estéreis com exceção do esparadrapo em curativos, sempre colocar gaze estéril sob o esparadrapo.

Após 72 horas, as fitas permeáveis poderão ser colocadas diretamente sobre as feridas pequenas, se não houver sinais de infecção. Sempre utilizar a melhor opção de fita adesiva para determinado tipo de curativo.

Gaze furacinada

A gaze furacinada somente é esterilizada a uma temperatura de 121 ºC. A nitrofurazona (Furacin), não resiste a uma temperatura maior que 60°C, perdendo seu poder bactericida. Então:

  • para uma ação emoliente, utilizar gaze vaselinada estéril;
  • para uma ação bactericida, utilizar um antisséptico tópico.

Soluções utilizadas para o tratamento de feridas

Todas as soluções utilizadas para curativos, quando abertas pela primeira vez, deverão ter anotado no próprio frasco, dia, hora e nome do técnico de enfermagem que a abriu. Esse procedimento é necessário para controle rigoroso da data de validade do produto.

Solução Salina Isotônica (Soro Fisiológico, SF a 0,9%)

Utilizada para infusões EV, gástricas, intraósseas, etc: Tem por finalidade a limpeza da ferida e áreas próximas. Depois de aberto, o frasco do soro deverá permanecer com sua abertura protegida com tampa estéril e sua validade será de, no máximo, 24 horas em geladeira ou 12 horas em temperatura ambiente.

Água oxigenada

É um antisséptico com ação oxidante fugaz na presença de matéria orgânica. Remove resíduos de sangue além de ser utilizada para desbridamento químico (age no tecido de granulação). Sofre ação da luz necessitando de frasco escuro ou embalagem original. Desprezar semanalmente.

Éter

Solução solvente, não antisséptica, irritante e tóxico à pele e mucosa. Utilizado com a finalidade de retirar a cola de fitas adesivas. Não deve ser friccionado sobre a incisão cirúrgica.

Polivinilpirrolidona-iodo a 10% (1% de iodo livre) – PVP-I

Antisséptico, cuja finalidade é remover e/ou destruir ou a reprodução de possíveis microrganismos presentes na ferida e área próxima.

Possui três formas de apresentação com indicações diferentes:

  • PVP-I tintura (PVP-I; álcool) para antissepsia de pele e demarcação do campo cirúrgico;
  • PVP-I degermante (PVP-I, solução degermante) para a degermação da pele;
  • PVP-I tópico (PVP-I, água) para antissepsia de mucosa e realização de curativos. Por ser solução aquosa pode ser contaminada por gram-negativos (principalmente Pseudomonas) necessitando, portanto, de troca de solução e dos frascos (por outros estéreis), semanalmente.

Líquido de Dakin

Solução de hipoclorito de sódio a 0,5%, tamponada, utilizada (desde a Primeira Guerra Mundial) para irrigação de feridas. Por ser tóxica e menos eficiente do que se supunha inicialmente, caiu em desuso (no curativo).

Ácido acético

Antisséptico (utilizado a 2%), tem ação sobre Pseudomonas e outros bacilos gram-negativos.

Tintura de benjoim coloidal

O Benjoim é uma resina que, ao ser aplicada na pele, forma uma película protetora, sendo utilizada  para proteção das áreas próximas às feridas e ostomias.

Pomada de Questran

Composta de óleo de amêndoas, colestiramina (Questran), benjoim e bentonita, tem indicação semelhante ao Benjoin coloidal. A vitamina ”A” que compõe essa pomada, auxilia na reepitelização da  pele.

Benzina

Solvente, derivada de petróleo, utilizada com os mesmos propósitos do éter e tem os mesmos efeitos tóxicos.

 

Veja também:

https://enfermagemilustrada.com/carrinho-de-emergencia-o-que-devo-saber/

Antibióticos e os Cuidados de Enfermagem

Antibióticos

Os Antibióticos são substâncias de origem natural ou sintética que exercem função antimicrobiana, ou seja, impedem o desenvolvimento ou matam micro-organismos patogênicos. Fazem parte dos grupos dos agentes anti-infecciosos. Podem ser produzidos por agentes vivos, como cogumelo e bactérias, ou ser elaborados sinteticamente. Agem predominantemente sobre as bactérias gran positivas e negativas, individualmente ou em ambas ao mesmo tempo. Ao atuar em ambos (Gran + ou -) é chamada de antibiótico de amplo espectro.

Os médicos podem escolher um antibiótico para tratar uma determinada infecção baseando-se na suposição sobre o tipo de bactéria que mais provavelmente é responsável pelo quadro. Além disso, a bactéria infectante é rotineiramente identificada em laboratório, o que auxilia o médico na escolha de um antibiótico. Contudo, os resultados desses exames geralmente levam um a dois dias para ficarem prontos e, por essa razão, eles não podem ser utilizados para guiar a escolha inicial. Mesmo quando uma bactéria é identificada e a sua sensibilidade aos antibióticos é determinada em laboratório, a escolha de um antibiótico não é simples. As sensibilidades observadas em laboratório nem sempre são as mesmas que aquelas do indivíduo infectado.

A eficácia do tratamento depende de fatores como o quão bem a droga é absorvida pela corrente sanguínea, o quanto da droga atinge diferentes líquidos corpóreos e o quão rapidamente o organismo elimina a droga. Além disso, a escolha de um antibiótico deve levar em conta a natureza e a gravidade da doença, os efeitos colaterais da droga, a possibilidade de alergias ou de outras reações medicamentosas graves e o custo da medicação.

Algumas vezes, há necessidade de combinações de antibióticos para o tratamento de infecções graves, particularmente quando a sensibilidade das bactérias aos antibióticos não é conhecida. Às vezes, dois antibióticos têm um efeito mais potente que apenas um e essas combinações podem ser utilizadas no tratamento de infecções causadas por bactérias de difícil erradicação (p.ex., por Pseudomonas).

Principais tipos de Antibióticos

– Grupo das penicilinas – as penicilinas são sólidos cristalizados, brancos ou amarelados, inodoros. Encontrados nas formas  F- G – k- 0- V. Indicados Nas infecções graves produzidas por microorganismos gran+; pré-operatório em paciente com alterações valvulares cardíacas, pacientes submetidos a tratamento com corticosteróide. Vias e administração Oral, IM ou EV.

–  Penicilina G Cristalina – (sódica ou potássica)- sódica hidrossolúvel, de ação rápida utilizada principalmente por via endovenosa, com dose de 4 a 6 horas. É excretada pelo rim, seu tempo de validade após a diluição e na temperatura ambiente é de 6 horas;

– Penicilina G Procaína – é lentamente absorvida e eliminada, sendo administrada exclusivamente por via intramuscular. As doses podem ser repetidas após 6 horas. Apresentação wicillin. Indicação tratamento de blenorragia.

– Penicilina G benzantina – de ação prolongada, e lentamente absorvida, indicada exclusivamente por via intramuscular. Indicada para tratamento de Sífilis e Febre Reumática;

– Penicilina Combinadas – despacilina: contém 30.000u de procaína e 100.000 de potássio;

– Penicilina: Semi-Sintéticas – penicilina V: Pen-ve-oral; ampicilina, amoxil, amoxamil;  carbenicilina; Pyopen, cloxacilina; bactopen; dicloxacicilina; declocil.

CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS

– ANTIBIÓTICOS-BACTERICIDAS: São antibióticos que destroem as bactérias:

  • Penicilinas;
  • Cefalosporinas;
  • Aminiglicosídeos;
  • Polimixina;
  • Rifampicinas;
  • Vancomicinas.

– ANTIBIÓTICOS BACTERIOSTÁTICOS: São antibióticos que inibem o crescimento de bactérias:

  • Macrolídeos;
  • Lincosamidas;
  • Poliênicos;
  • Largo aspectro.

AÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS

Prejudicam a formação da parede celular das bactérias: as bactérias se rompem devido a penetração de líquidos através da parede celular.

Ex: penicilina, ampicilina, amoxicilina.

– Interfere na síntese de cromossomos: interfere na produção de novos cromossomos. Ex: ciprofloxacino.

– Bloqueiam a síntese das proteínas: Impedem a formação de proteínas necessária para formação de novas células. Ex: tetraciclinas, gentamicina, azitromicina e eritromicina.

EFEITOS COLATERAIS DOS ANTIBIÓTICOS

  • Aumentam a resistência a micro-organismo;
  • Discrasia sanguínea;
  • Edema angioneurótica;
  • Reações cutâneas graves;
  • Choque anafilático.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM

  • Controle de sinais vitais;
  • Observar rigorosamente a dose prescrita, aparecimento de reações cutâneas; história de alergia ao medicamento;
  • Administrar antibióticos prescritos por via endovenosa, diluídos adequadamente para evitar flebite. A administração por via intramuscular deve ser profunda, para diminuir a dor e facilitar a absorção;
  • Estimular a hidratação (ingestão de líquidos), pois grande parte dos antibióticos é de eliminação renal;
  • As penicilinas não cristalinas devem ser aplicadas com agulhas 30×8 ou 30×9;
  • Oferecer antibióticos por via oral acompanhados de água ou após as refeições, para se evitar irritação gástrica.

Saiba mais em: Classes de Antibióticos

Veja mais sobre os Antibióticos em nosso canal YouTube:

Cuidados de Enfermagem Pós-Morte

Cuidados de Enfermagem Pós-Morte

É sempre difícil para toda a equipe de saúde falarmos sobre a morte.

Porém, a família e o paciente ficam desorientadas.

Portanto, cabe a Enfermagem proporcionar conforto ao paciente e compreensão a família.

O cliente em fase terminal

As pessoas enfrentam a morte de várias maneiras. Segundo alguns estudos pode-se esboçar em cinco estágios as reações emocionais de uma pessoa enfrentar a morte:

Negação: age como se nada estivesse acontecido e se recusa a aceitar o fato da perda. O profissional de saúde deve respeitar porem ter o cuidado de não estimular, compactuar ou reforçar a negação.

Raiva: o paciente já assimilou seu diagnóstico e prognóstico, mas se revolta por ter sido escolhido. Tenta arranjar um culpado por sua condenação. Nesta fase deve-se tentar compreender o momento emocional do paciente, dando espaço para que ele expresse seus sentimentos, não tomando as explosões de humor como agressões pessoais.

Barganha: tentativa de negociar o prazo de sua morte, através de promessas e orações. A pessoa já aceita o fato mas tenta adiá-lo. Deve-se respeitar e ajudar o paciente.

Depressão: aceita o fim próximo, fazendo uma revisão da vida, mostrando-se quieto e pensativo. E um instrumento na preparação da perda iminente, facilitando o estado de aceitação. Neste momento, as pessoas que o acompanham devem procurar ficar próximas e em silêncio.

Aceitação: a pessoa espera a evolução natural de sua doença. Poderá ter alguma esperança de sobreviver, mas não há angústia e sim paz e tranquilidade. Procura terminar o que deixou pela metade, fazer suas despedidas e se preparar para morrer.
Preparo do corpo após a morte

Material Necessário:

-Pacote de curativo;
-Algodão
-Ataduras
-Esparadrapo
-Etiquetas de identificação
-Hamper
-Lençol comum ou saco mortuário
-Biombo
-Vestimenta (conforme a rotina do hospital)

Técnica de preparo do corpo:

  • Cercar o leito com biombo;
  • Calcar luvas de procedimento;
  • Colocar o corpo em posição anatômica;
  • Fechar os olhos do paciente;
  • Colocar próteses dentárias (caso existam);
  • Sustentar a mandíbula com ataduras para manter a boca fechada;
  • Retirar colcha e colocar no hamper;
  • Despir o morto;
  • Retirar cateter venoso, sondas e cânulas (caso existam);
  • Tamponar os orifícios naturais do corpo;
  • Proceder a higienização do corpo;
  • Trocar curativos (se necessário);
  • Colocar etiqueta de identificação no tórax anterior;
  • Vestir o corpo (de acordo com a rotina do hospital);
  • Amarrar os pés e as mãos usando ataduras;
  • Virar o morto em decúbito lateral;
  • Retirar os lençol, traçados e oleado;
  • Envolver o corpo com lençol ou saco mortuário;
  • Colocar outra etiqueta do lado de fora do lençol ou saco mortuário na altura do tórax;
  • Transportar o corpo para o necrotério ou mortuário (de acordo com a rotina do hospital);
  • Lavar e guardar material permanente utilizado;
  • Proceder a limpeza da unidade;
  • Encaminhar os pertences do morto (de acordo com a rotina do hospital);
  • Retirar luvas;
  • Lavar as mãos;
  • Fazer as anotações no prontuário e o registro de enfermagem.

Não esquecer, em hipótese alguma, de anotar o horário do óbito e o nome do médico que atestou o óbito.

IMPORTANTE: O corpo humano merece respeito e dignidade de uma pessoa viva.

UTI Pediátrica

UTI Pediátrica

 

 

 

Traqueotomia X Traqueostomia: As Diferenças

Uma simples letra pode mudar o sentido destas duas palavras: A Traqueotomia Vs Traqueostomia. Certamente, é preciso tomar cuidado quando relata estes termos em seu relatório de enfermagem.

O termo previamente adotado traqueotomia significa incisão ou abertura da traqueia para exame, retirada de corpo estranho, inserção de agulhas de radium, ou para exérese de simples proliferação, após o que a traqueia é fechada.

Entretanto, fazer uma janela na traqueia para a inserção temporária ou permanente de uma cânula é o procedimento de traqueostomia, justamente porque palavras semelhantes são empregadas em outras regiões de referência a gastrostomia, colostomia, jejunostomia. A distinção talvez seja sutil, mas digna de descrição acurada.

Uma Pequena explicação Terminológica

Primeiramente, os termos técnicos terminados em tomia designam corte, secção, incisão, laparotomia, flebotomia, etc. A desinência tomia do grego tomé, corte, incisão.

Designa igualmente, de acordo com o idioma de origem, corte com ablação polipotomia, por exemplo.

E enfim, os termos técnicos terminados em stomia referem-se a criação ou formação de uma boca: gastrostomia, jejunostomia, etc.

A desinência stomia origina-se de grego stoma (geri. stomatos), cujo significado principal é a boca, e, por analogia, qualquer abertura que se lhe possa comparar.

O procedimento corrente e freqüente, que é  feito para resolver problemas respiratórios de qualquer espécie, fique o ducto aberto um minuto, uma hora, um dia, um mês, é sempre traqueotomia (sem s). A que fixa em definitivo a traqueia à pele por meio de sutura tal como em certos regiões do organismo, esta sim, é traqueostomia (com s).

 

Veja também:

https://enfermagemilustrada.com/entenda-sobre-a-traqueostomia/

Manuseando o Instrumental para Curativo e os tipos de curativo

Manuseando o Instrumental para Curativo e os tipos de curativo

Sabe como utilizar o instrumental para curativos?

 

 

O manuseio do instrumental de curativo é bem simples!

 

A técnica é de evitar que contamine o centro do instrumental, e saber pegar de um modo correto para que consiga segurar a gaze sem cair. É muito mais fácil o par de ferro do que a luva estéril, pois você tem as mãos livres para trabalhar com outros itens durante o curativo, e a luva estéril não.

 

 

Durante a execução do curativo, as pinças devem estar com as pontas para baixo em um campo estéril, prevenindo a contaminação; deve-se usar cada gaze uma só vez e evitar conversar durante o procedimento técnico.

 

 

Os procedimentos para realização do curativo, devem ser estabelecidos de acordo com a função do curativo e o grau de contaminação do local. Deve ser feita uma limpeza da pele adjacente à ferida, utilizando uma solução que contenha sabão, para desengordurar a área, o que removerá alguns patógenos e vai também melhorar a fixação do curativo à pele. A limpeza deve ser feita da área menos contaminada para a área mais contaminada, evitando-se movimentos de vai e vem.

 

Nas feridas cirúrgicas, a área mais contaminada é a pele localizada ao redor da ferida, enquanto que nas feridas infectadas a área mais contaminada é a do interior da ferida. Deve-se remover as crostas e os detritos com cuidado; lavar a ferida com soro fisiológico em jato, ou com PVPI aquoso (em feridas infectadas, quando houver sujidade e no local de inserção dos cateteres centrais); por fim fixar o curativo com atadura ou esparadrapo.

 

 

Em certos locais o esparadrapo não deve ser utilizado, devido à motilidade (articulações), presença de pelos (couro cabeludo) ou secreções.

 

Nesses locais deve-se utilizar ataduras. Esta vede ser colocada de maneira que não afrouxe nem comprima em demasia. O enfaixamento dos membros deve iniciar-se da região distal para a proximal e não deve trazer nenhum tipo de desconforto ao paciente.

 

O micropore deve ser inicialmente colocado sobre o centro do curativo e, então, pressionando suavemente para baixo em ambas as direções. Com isso evita-se o tracionamento excessivo da pele e futuras lesões.

 

O esparadrapo deve ser fixado sobre uma área limpa, isenta de pelos, desengordurada e seca; deve-se pincelar a pele com tintura de benjoim antes de colocar o esparadrapo. As bordas do esparadrapo devem ultrapassar a borda livre do curativo em 3 a 5 cm; a aderência do curativo à pele deve ser completa e sem dobras.

 

Nas articulações o esparadrapo deve ser colocado em ângulos retos, em direção ao movimento.Obedecendo as características acima descritas, existem os seguintes tipos de curativos padronizados:

 

CURATIVO LIMPO

– Ferida limpa e fechada, limpar primeiramente de dentro para fora!
– O curativo limpo e seco deve ser mantido oclusivo por 24 horas.
– Após este período, a incisão pode ser exposta e lavada com água e sabão.
– Utilizar PVP-I tópico somente para ablação dos pontos.

 

CURATIVO COM DRENO

– O curativo do dreno deve ser realizado separado do da incisão e o primeiro a ser realizado será sempre o do local menos contaminado.
– O curativo com drenos deve ser mantido limpo e seco. Isto significa que o número de trocas está diretamente relacionado com a quantidade de drenagem.
– Se houver incisão limpa e fechada, o curativo deve ser mantido oclusivo por 24 horas e após este período poderá permanecer exposta e lavada com água e sabão.
– Sistemas de drenagem aberta (p.e. penrose ou tubulares), devem ser mantidos ocluídos com bolsa estéril ou com gaze estéril por 72 horas.
– Após este período, a manutenção da bolsa estéril fica a critério médico.
– Alfinetes não são indicados como meio de evitar mobilização dos drenos penrose, pois enferrujam facilmente e propiciam a colonização do local.
– A mobilização do dreno fica a critério médico.
– Os drenos de sistema aberto devem ser protegidos durante o banho.

 

CURATIVO CONTAMINADO

Estas normas são para feridas infectadas e feridas abertas ou com perda de substância, com ou sem infecção. Por estarem abertas, estas lesões são altamente susceptíveis à contaminação exógena.
– O curativo deve ser oclusivo e mantido limpo e seco, sempre começando de fora para dentro (por ser menos contaminado do que a região interna da ferida).
– O número de trocas do curativo está diretamente relacionado à quantidade de drenagem, devendo ser trocado sempre que úmido para evitar colonização.
– O curativo deve ser protegido durante o banho.
– A limpeza da ferida deve ser mecânica com solução fisiológica estéril.
– A anti-sepsia deve ser realizada com PVP-I tópico.
– As soluções anti-sépticas degermantes são contra-indicadas em feridas abertas, pois os tensoativos afetam a permeabilidade das membranas celulares, produzem hemólise e são absorvidos pelas proteínas, interferindo prejudicialmente no processo cicatricial.
– Gaze vaselinada estéril é recomendada nos casos em que há necessidade de prevenir aderência nos tecidos.
– Em feridas com drenagem purulenta deve ser coletada cultura semanal (swab), para monitorização microbiológica.

Intubação Endotraqueal: Materiais a serem utilizados

Intubação Endotraqueal: Materiais a serem utilizados

O Procedimento de Intubação Endotraqueal torna-se comum, quando o quadro clínico do paciente torna-se hemodinamicamente instável. Portanto, é um procedimento invasivo e médico, e primariamente somente um profissional médico adequadamente treinado pode realizar este tipo de procedimento, em âmbito hospitalar.

Mas é fundamental que o técnico de enfermagem esteja preparado para este tipo de situação, como por exemplo, auxiliar em uma PCR na qual também o médico poderá situar em intubar um paciente, ou quando o paciente apresenta um quadro de desconforto respiratório, na qual irá migrar para a ventilação mecânica. O técnico de enfermagem precisa conhecer os equipamentos e materiais para que o momento deste procedimento, tenha mais facilidade e agilidade para prestar a assistência com exatidão.

Geralmente, o kit de intubação fica em conjunto com o carrinho de emergência, na qual sempre precisa estar verificada pelo técnico de enfermagem.

O que contém no Kit Intubação?

Primeiramente as cânulas endotraqueais, que nas quais são tubos nas quais são materiais estéreis, e flexíveis, contém uma numeração específica em diâmetro para cada tipo de traqueia, e precisam ser testados os balonetes (cuff) quando utiliza-se em um procedimento de intubação. Há diversas numerações, e precisa estar em mãos e perguntar ao médico qual é o mais propício a ser utilizado no momento do procedimento. Geralmente para testar os balonetes (cuff), insufla-se de 10 a 20ml de ar no balonete, até que o balão na ponta da cânula esteja suficientemente maleável (o balão ajuda a fixar a cânula na traqueia e evita escapes de ar), desinsuflando e entregando ao médico com o balonete vazio.

O conjunto de laringoscópio (Laringo e lâminas), é um equipamento mais utilizado durante o procedimento de intubação. É através dele, que o médico visualiza a cordas vocais do paciente, facilitando a introdução da cânula endotraqueal. As lâminas contém uma luz, geralmente de cor amarela, na qual ilumina a parte interior para uma melhor visualização. O técnico de enfermagem precisa sempre testar estas lâminas com o laringoscópio, evitando que forneca ao médico uma lâmina defeituosa, ou seja, sem iluminação eficaz. Caso a lâmina apresente algum defeito, comunicar ao Enfermeiro sobre o ocorrido, para a troca de uma outra lâmpada. As Lâminas também contém numerações específicas, de acordo com a anatomia do paciente, também é de extrema importância que o técnico de enfermagem pergunte ao médico qual é a melhor numeração para aquele paciente.

Sobretudo a seringa, preferencialmente de 20ml, é utilizada para após o procedimento, o médico insufle o balonete, para fixar-se interiormente na traqueia do paciente. O técnico de enfermagem precisa ter em mãos, para logo após oferecer ao médico.

Entretanto, o mandril ou fio-guia, é geralmente utilizado quando a intubação torna-se mais difícil,mesmo utilizando o laringoscópio, sendo um meio de guiar o médico até a entrada do pulmão. É um material estéril e flexível, tomando sempre cuidado ao abrir a embalagem para evitar contaminação.

A Xylocaína Gel tem como função amortecer o incomodo da invasão do procedimento ao paciente, sendo um anestésico local, e também é um meio de lubrificar a entrada, para que possa ser mais rápido e eficiente a introdução da cânula.

Os Óculos de proteção e Máscara descartável são equipamentos de proteção individual importantes neste procedimento. Tanto quanto o médico, quanto à aqueles que o auxiliam, precisam estar usando, porque ocorrem muitas vezes casos de paciente que apresentam vômitos em jato durante o procedimento, e secreções em VAS que possam espirrar nos profissionais durante o procedimento. Sempre ofereça ao médico antes de iniciar o procedimento, e sempre utilize antes de auxiliá-lo.

Contudo, o Cadarço tem como função de fixar a cânula endotraqueal após o procedimento.

Certamente, o Ambú com máscara sempre precisa estar montado e testado antes de iniciar o procedimento, pois o ambú contém peças pequenas importantes, sendo que na falta delas, o ambú não funcione de acordo como deveria. Geralmente é muito utilizado o ambú com a máscara antes da intubação, fornecendo oxigenação suficiente ao paciente, antes de obter o método invasivo. É importante que a régua de gases esteja montada com o kit de oxigênio, como o fluxômetro de O2 e umidificador, pois é necessário fornecer mais oxigênio que o comum ao paciente antes e depois do procedimento, até que se inicie a ventilação invasiva.

E então, a Sonda de Aspiração em sistema aberto é muito utilizado em casos extremos como secreção excessiva pela cânula endotraqueal, VAS, e até quando o paciente apresenta êmese, assim, evitando riscos de bronco aspiração.

Como em casos que necessite a aspiração, também é necessário que o técnico de enfermagem sempre deixe montado na régua de gases o kit de vácuo, com o fluxômetro e frasco de vacuômetro, devidamente testados. Todavia, não somente é utilizado para casos de intercorrências como este, o vacuômetro poderá ser utilizado em qualquer momento na qual o paciente precise.

Ademais, o Soro Fisiológico 0,9% de 10 ml tem em função neste procedimento para lavar cânula endotraqueal quando necessite aspirar o paciente, há casos que as secreções apresentam aspectos muito espessos e que o sistema de aspiração não consegue ser eficiente, ajudando a diluir um pouco da secreção com o soro fisiológico, para melhor função da aspiração.

E enfim,  a Gaze III tem como função a limpar sujidades que possam ocorrer durante o procedimento.

Lembre: Este procedimento requer uma equipe multidisciplinar, como médicos, fisioterapeutas, enfermeiros e técnicos de enfermagem, e todos trabalham em conjunto. Há casos quando não houver um fisioterapeuta disponível na unidade, o enfermeiro pode estar assumindo sua função até que chegue alguém. O Enfermeiro sempre orienta o técnico de enfermagem durante o procedimento, também havendo casos que Enfermeiros também poderão não estar disponíveis no momento, tendo o técnico de enfermagem que estiver atuando a esta intercorrência com o médico, solicite ao colega que chame o Enfermeiro responsável.

Veja também:

Unidade Manual de Respiração Artificial (AMBU) / Reanimador Manual

https://enfermagemilustrada.com/entenda-sobre-a-traqueostomia/

Administração Segura de Medicamentos

Administração Segura de Medicamentos

Quando falamos em processo medicamentoso na Administração Segura de Medicamentos, nós, profissionais da enfermagem, somos a última barreira para evitar que um erro aconteça.

Para nos ajudar, alguns instrumentos surgiram ao longo dos anos. O primeiro a ser criado, foi a perspectiva dos 5 certos: Medicação certa, Paciente certo, Dose certa, Via certa, Horário certo.

Com o passar do tempo, percebeu-se que além dos 5 certos, outros aspectos eram imprescindíveis para se garantir a administração segura de medicações. Hoje nós falamos em 9 certos para a administração de medicamentos, e os 6 certos para o preparo da medicação, de acordo com o PROTOCOLO DE SEGURANÇA NA PRESCRIÇÃO, USO E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS, do Ministério da Saúde.

Vale lembrar que diversos lugares falam em diversos tipos de certos, uns com 7,outros com 8, até 11 certos para a administração segura, o importante é saber que precisa seguir à risca os passos, e realizar a dupla checagem sempre.

Uma dica importante: Ao preparar quaisquer medicações, concentre-se em seu trabalho, evitando conversar durante os preparos, aparelhos sonoros ligados no fundo como rádios e TVs (nas quais desviam atenção), uso de celulares durante o preparo.

NUNCA ADMINISTRE MEDICAMENTOS PREPARADOS POR OUTRO COLEGA!

“Quem separa prepara, quem prepara administra, quem administra faz checagem e relata”.

Veja também:

Segurança do Paciente: Pulseira de Identificação

Dez Passos para a Segurança do Paciente

https://enfermagemilustrada.com/a-administracao-segura-de-medicamentos/

Equipo Macrogotas e Microgotas: As Diferenças

Macrogotas

Ao administrarmos medicações endovenosas, precisamos prestar muita atenção quanto ao tipo de equipo a ser utilizado, averiguando juntamente com a prescrição médica a dosagem a ser infundida, e o tempo ser administrado, isso aprendemos quanto às fórmulas de gotejamento.

Mas há diversos tipos de equipos de infusão, e entre elas os equipos de macrogotas e microgotas há uma diferença fundamental. Internamente, em sua câmara de gotejamento, o equipo de microgota tem sua estrutura menor e mais fina, para dar o formato do gotejamento gradativamente menor (lembrando, que 1 gota equivale a 3 microgotas), e o equipo macrogota, apresenta em formato mais grosseiro e maior, dando o formato da gota em sua estrutura normal (lembrando que 20 gotas equivale a 1 ml).

Devemos prestar muito atenção no momento da preparação do equipo quanto ao soro a ser administrado, não errando o tipo de equipo no momento de sua administração, pois as vazões são totalmente diferentes. Os equipos microgotas são muito utilizados em UTI Neo, UTI Pediátrico, quando as dosagens e vazões precisam ser mais controladas. É também utilizado em casos de administração de certos quimioterápicos.

Saiba mais sobre os equipos Macro e Microgotas em nosso canal YouTube:
 

Quer saber mais sobre gotejamento? Acesse:

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Regra de Três

Dica importante, pois é um dos itens que mais cai em provas de concurso, e provas admissionais em hospitais!

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#cainasprovas
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Regra de Três

Veja também:

A Regra de Três na Enfermagem