Tala para imobilização de acesso venoso

O uso de tala em crianças com cateter venoso periférico (CVP) pode ser necessário para evitar que o cateter se mova ou se desconecte, causando complicações como sangramento, infiltração, trombose ou infecção.

O Parecer COREN-SP Nº 022/2020

Ante o acima exposto, entende-se que o uso de dispositivos de imobilização física, tipo tala, para proteger locais de acesso vascular em pacientes pediátricos é prática que oferece riscos e seu uso não deve ser rotineiro, e não deve ser utilizado com recém-nascidos e lactentes jovens.

Cabe ao enfermeiro avaliar os riscos e benefícios do uso de dispositivos de imobilização física do tipo tala na criança, caso haja indicação para sua aplicação, e esta deve ser executada conforme Protocolo Institucional, contendo informações sobre idade da criança, tipos de dispositivos indicados para imobilização, meios de proteção da criança, tempo e uso do dispositivo, avaliação periódica do local imobilizado em busca de sinais de complicação e de queixas de desconforto, obtenção da autorização da família e concordância da criança.

Reforça-se que a execução de toda e qualquer atividade deve estar embasada na Sistematização da Assistência de Enfermagem, por meio do Processo de Enfermagem, conforme Resolução Cofen nº 358/2009, com permanente avaliação do processo de trabalho e o registro adequado dos procedimentos realizados.

Os Cuidados

A tala deve ser aplicada com cuidado, respeitando a anatomia e a circulação do membro, e deve ser trocada periodicamente para avaliar a pele e o estado do cateter. A tala também deve ser confortável e segura para a criança, evitando que ela se sinta angustiada ou restrita.

Algumas dicas para o uso de tala em crianças com CVP são:

  • Escolher o material adequado para a tala, como gesso, plástico ou espuma, de acordo com a disponibilidade, o custo e a preferência da criança.
  • Medir o tamanho da tala de acordo com o comprimento e a largura do membro, deixando uma margem de 1 a 2 cm para evitar compressão excessiva.
  • Proteger a pele do membro com gaze ou algodão, especialmente nas áreas de maior atrito ou pressão, como cotovelos, pulsos, joelhos e tornozelos.
  • Fixar o cateter com fita semi permeável transparente estéril, evitando dobras ou torções que possam obstruir o fluxo sanguíneo ou causar irritação na pele.
  • Colocar a tala sobre o membro, envolvendo-o com atadura ou faixa elástica, sem apertar demais ou deixar folgas. A tala deve cobrir todo o membro, desde a articulação acima até a articulação abaixo do local do cateter.
  • Verificar a circulação do membro, observando se há alterações na cor, na temperatura, no pulso ou na sensibilidade. Se houver sinais de comprometimento vascular, como palidez, cianose, frieza ou dormência, a tala deve ser afrouxada ou removida imediatamente.
  • Orientar a criança e os familiares sobre os cuidados com a tala, como evitar molhar, sujar ou danificar o material, manter o membro elevado e imóvel, e comunicar qualquer desconforto ou alteração no membro ou no cateter.
  • Registrar o procedimento de aplicação da tala, anotando o tipo de material usado, o tamanho da tala, o local do cateter e as condições do membro antes e depois da imobilização.
  • Revisar a tala a cada 24 horas ou conforme a necessidade, verificando o estado da pele, do cateter e da circulação do membro. Se houver necessidade de trocar a tala, repetir os passos anteriores com cuidado e higiene.

Referências:

  1. Parecer COREN-SP
  2. EBSERH
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