A doença ulcerosa péptica é um defeito da mucosa, seja gástrica ou duodenal, podendo se estender além dela. Aproximadamente 70% das úlceras são assintomáticas, podendo ser descobertas apenas nas complicações, como hemorragia ou perfuração.
Quando sintomática, apresenta geralmente dor abdominal no hipocôndrio direito ou esquerdo. Classicamente, na úlcera duodenal, a dor ocorre 2 a 5 horas após a refeição e à noite.
Outros sintomas são empachamento pós-prandial, saciedade precoce, náuseas, pirose e regurgitação. O diagnóstico é feito a partir da suspeita clínica e estabelecido com a visualização da úlcera na endoscopia digestiva alta.
A Classificação de Johnson
Como é investigado
Realizada através da endoscopia digestiva alta que avalia a mucosa associada a biópsia para estudo histopatológico. Lembre-se que toda úlcera gástrica deve ser biopsiada para afastar a hipótese de ser câncer.
O controle de cura de úlcera gástrica ou duodenal será realizado após quatro a oito semanas. No caso de úlcera duodenal o controle de cura não precisa ser obrigatoriamente endoscópico, podendo ser realizado por métodos não invasivos (teste rápido da urease, pesquisa do antígeno fecal etc).
A Classificação
- Tipo I (60-70%): pequena curvatura junto a incisura angularis – normo ou hipocloridria;
- Tipo II (15%): gástrica ou duodenal – hipercloridria;
- Tipo III ( 20%): pré-pilórica até 3 cm do piloro – hipercloridria;
- Tipo IV (<5%): úlcera alta, corpo proximal ou cardia – normo ou hipocloridria; e
- Tipo V: várias úlceras, em qualquer região, causadas por ANES.
Tratamento Clínico
O tratamento é baseado no uso de IBPs, que geram melhora dos sintomas clínicos e levam a cicatrização da mucosa. Como adjuvante em alguns casos mais graves, podem ser utilizados citoprotetores como o sucralfato, misoprostol, bicarbonato de sódio, hidróxido de alumínio e bloqueadores H2.
Referência:
- Giordano-Nappi, José e Maluf Filho, FauzeAspectos endoscópicos no manejo da úlcera péptica gastroduodenal. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões [online]. 2008, v. 35, n. 2 [Acessado 12 Maio 2022] , pp. 124-131. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0100-69912008000200010>. Epub 27 Maio 2008. ISSN 1809-4546. https://doi.org/10.1590/S0100-69912008000200010.
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