A cirurgia bariátrica (gastroplastia) mais realizada no Brasil e no mundo atualmente é o Bypass Gástrico em Y de Roux ou Cirurgia de Fobi-Capella. É uma cirurgia que reduz o tamanho do estômago dividindo-o em dois, sendo assim, a parte maior é separada e não recebe mais alimentos.
Já a parte menor, que tem cerca de 30 ml é ligada diretamente a uma parte do intestino. Como o trajeto do alimento é reduzido, sua absorção também diminui. Como a parte do estômago que recebe o alimento fica bem menor, o paciente tem a sensação de saciedade mais cedo.
Efetividade
É uma das técnicas que apresenta melhor efetividade, porque a perda de peso é controlada podendo chegar a 40% do peso inicial. Nos 30 dias seguintes da cirurgia bariátrica, o paciente deve só se alimentar com líquidos. Só depois que os alimentos sólidos são introduzidos à dieta, sempre com orientação do cirurgião bariátrico e de um nutricionista.
O bom resultado da cirurgia bariátrica se dá através de um conjunto de fatores, entre eles: atividade física, redução da ingestão de calorias devido a menor capacidade do estômago e alterações anatômicas que, por exemplo, ocasiona uma alteração hormonal que auxilia na redução de apetite do paciente.
Como é feito?
O estômago é diminuído através de grampeamentos, sem retirar nenhuma parte do estômago nem do intestino – é apenas um desvio – reduzindo o espaço para o alimento e desviando o intestino inicial, o que acarreta alterações hormonais que dão saciedade e diminuem a fome.
Esses dois fatores juntos, a menor ingestão de alimentos e aumento da saciedade, além das mudanças de hábitos de vida orientadas pela equipe multidisciplinar, levam ao emagrecimento e controlam as doenças associadas, como a hipertensão arterial e o diabetes.
Pode ser realizada por videolaparoscopia ou aberta (por corte), podendo ser com anel ou sem anel. O anel de Silastic pode ser colocado, mas não é obrigatório e pode até ser contraindicado em algumas situações.
Alguns cuidados
- Ingestão correta de líquidos, para que não ocorra desidratação ou formação de cálculo renal, o consumo de comidas muito calóricas pode ocasionar tonturas e diarreias e por isso deve ser evitado;
- A reposição oral de vitaminas também deve ser feita, já que ocorre a alteração no caminho do alimento e a absorção de nutrientes pode estar diminuída;
- Orientar o paciente a monitorar sinais de desconforto respiratório, febre e acúmulo de secreções;
- Enfatizar a importância de não ingerir líquidos 15 minutos antes de cada refeição e até 90 minutos depois, para evitar desconforto gástrico, pois beber e comer juntos aumenta a distensão gástrica, o que resulta em sensação de estofamento e até vômitos. Reforçar que a ingestão de líquidos que, além de evitar a desidratação, auxilia na
perda de peso, deve ser feita gradativamente de acordo com a capacidade gástrica; - Avaliar débito urinário no sistema de drenagem fechada ou o desejo do paciente e a distensão vesical;
- Auscultar o abdome para determinar a presença e a localização dos ruídos hidroaéreos; Monitorizar presença de íleo paralítico (os ruídos hidroaéreos deverão retornar em média de 6 a 12 h após a cirurgia), flatulência, distensão abdominal;
- Orientar o paciente a comunicar desconforto em região supra púbica;
- Registrar a coloração, o odor, a consistência, a quantidade e a frequência das evacuações;
- Verificar presença, aspecto, características e frequência de eliminações intestinais;
- Observar e anotar eliminações e outras perdas como: diurese, vômitos, débitos de drenos, ingestão hídrica;
- Medir diariamente o débito do dreno de Blake; – Comunicar à equipe médica para tomar as condutas necessárias, como a necessidade de sondagem vesical de alívio;
- Reforçar que a atividade física é muito importante para os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, pois a perda de peso será mais rápida;
- Orientar o paciente para que evite esforços físicos excessivos nos primeiros 90 dias. Caminhadas leves, de curta distância (pela manhã, próximo ao almoço e à tarde), poderão ser feitas conforme a resistência, progredindo lentamente, aumentando 01 minuto por dia;
- Motivar e estimular a participação do paciente nas atividades de autocuidado;
- Estimular o paciente a participar de atividades de lazer logo que possível;
- Explicar a importância das estratégias para manter o sono eficaz.
Referências:
- BARTH, M. M ; JEFERSON, C. E. Cuidados de enfermagem pós-operatória de pacientes com bypass gástrico. American Journal of Critical Care, v.15, n. 4, jun., 2006.
- FONTES, Helio Augusto. Gastroplastia – O que é essa cirurgia, como é feita, resultados. Disponível em: < http://www.copacabanarunners.net/gastroplastia.html> .
- MOREIRA, Rosa Aparecida Nogueira et al. Diagnósticos de enfermagem, fatores relacionados e de risco no pós-operatório de cirurgia bariátrica. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 47, n. 1, p. 168-175, 2013.
- NEGRÃO, Renata de Jesus da Silva. Cirurgia bariátrica: revisão sistemática e cuidados de enfermagem no pós-operatório. 2006. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
NIBI, Fabiana Aparecida. Cuidados intensivos no pós-operatório imediato de cirurgia bariátrica. Revista Uninga. Maringa: PR. 2014.
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