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Enfermeiras do RS desenvolvem pulseira de aferição para grávidas com hipertensão

Alunas do Mestrado Profissional em Enfermagem da Unisinos, Campus de Porto Alegre, desenvolveram um dispositivo que auxilia o monitoramento de mulheres grávidas que estejam com pressão alta ou diagnosticadas com risco. O desafio agora é buscar apoio e financiamento para que a Pulseira de Aferição para Grávidas Hipertensas (PAGH) se torne realidade para as pacientes.

A ideia é das enfermeiras Flávia Sales e Janaína Pinheiro e surgiu no segundo semestre de 2021, quando docentes do curso propuseram a criação de um produto que usasse a tecnologia a serviço da saúde.

As enfermeiras, então, projetaram uma pulseira que faz a aferição da pressão arterial várias vezes ao dia e permite que as informações sejam acessadas remotamente por médicos e enfermeiros que acompanham a gestante no pré-natal.

“A pulseira realiza o monitoramento da pressão arterial em gestante hipertensa de forma semi- contínua e os dados são enviados para uma nuvem, via bluetooth, onde a equipe de saúde terá acesso ao dado e enviará as orientações para gestante via aplicativo”, explica a enfermeira Janaína Pinheiro.

A expectativa é de que, com financiamento, a pulseira poderá estar no mercado em média de um a dois anos. As enfermeiras também buscam apoio do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de editais de fomento. Conforme Janaína, alguns já estão em análise.

Desta forma, será possível fazer diagnósticos como o de pré-eclâmpsia, que é a hipertensão na gestação, com mais rapidez. Entre os possíveis benefícios do uso da pulseira, Janaína destaca a redução de morte materna e de recém-nascidos, a redução de sequelas e de infecção hospitalar, a segurança para a gestante e a família e diminuição de custo. Ela lembra o fator emocional degradante nas famílias após um parto prematuro, o que poderá ser evitado com a identificação dos riscos.

“As pacientes que tiverem a pressão alterada terão a indicação do uso da pulseira. A paciente não precisará ir ao sistema de saúde para fazer a aferição”, prevê a enfermeira, caso o dispositivo seja adotado.

Como a proposta mostrou relevância para o mercado de negócios e qualidade de vida de usuárias, o projeto foi inscrito no Prêmio Roser de Empreendedorismo e Inovação de 2021, e ganhou o primeiro lugar. A competição nacional é promovida pela Unisinos, por meio da Unidade de Inovação e Tecnologia e do Parque Tecnológico de São Leopoldo (Tecnosinos), e executada pela aceleradora Ventiur. Com a vitória, o grupo garantiu vaga para o processo de pré-aceleração Ventiur e seis meses de incubação no Tecnosinos.

A previsão é de que o período de incubação ocorra no segundo semestre deste ano, quando serão desenvolvidos o protótipo da pulseira e o aplicativo que integra o funcionamento do sistema. A busca agora é por apoiadores e financiadores do projeto. Os custos do dispositivo ainda estão sendo avaliados.

De acordo com Janaína, o pedido de patente já foi feito, mas não há prazo para resposta. Um estudo de anterioridade foi realizado para saber se a proposta é inovadora e viável, com pesquisa feita em plataformas no Brasil e no mundo. Esse é um procedimento padrão antes de fazer o pedido de patente.

Para esta segunda etapa, o grupo ganhou a participação da engenheira elétrica Vitória Francesca Zilli e do acadêmico da área de administração e inteligência de mercado Marcelo Bueno. Eles procuram outros participantes para integrar a equipe e ajudar a desenvolver o produto. Para participar da seleção, basta entrar em contato através do e-mail projetoprismatech@gmail.com.

Fonte: G1

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Christiane Ribeiro
Técnico de Enfermagem Intensivista (há 13 anos), atuante em UTI Adulto: Geral, Cardiológica, COVID-19. Além de ser profissional de saúde, sou ilustradora digital, e nos tempos livres dedico à ilustrações da saúde para estudantes e profissionais, e também sou uma influenciadora digital na enfermagem.
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