Classificação BI-RADS

A classificação BI-RADS (Breast Imaging Reporting and Data System) é um sistema padronizado utilizado em exames de imagem das mamas, como mamografias e ultrassonografias. Ela auxilia os radiologistas a descrever os achados encontrados nos exames e a comunicar os resultados aos médicos e pacientes de forma clara e concisa.

Objetivo principal do BI-RADS

  • Padronizar a comunicação: Garantir que todos os radiologistas utilizem a mesma linguagem ao descrever os achados nos exames de imagem das mamas.
  • Avaliar o risco: Classificar as lesões encontradas em categorias que reflitam o risco de câncer de mama.
  • Orientar o manejo clínico: Auxiliar os médicos a decidir sobre os próximos passos, como a necessidade de exames complementares ou biópsia.

As categorias do BI-RADS variam de 0 a 6 e representam o seguinte:

  • BI-RADS 0: Indeterminado: O exame não foi conclusivo e são necessários exames complementares para uma avaliação mais precisa.
  • BI-RADS 1: Negativo: Não foram encontradas alterações sugestivas de câncer.
  • BI-RADS 2: Benigno: A lesão encontrada é altamente provável de ser benigna e não requer acompanhamento adicional, a menos que haja mudanças clínicas.
  • BI-RADS 3: Provavelmente benigno: A lesão tem características benignas, mas recomenda-se um acompanhamento regular com exames de imagem.
  • BI-RADS 4: Suspeito: A lesão é suspeita de malignidade e uma biópsia é recomendada para confirmar o diagnóstico.
  • BI-RADS 5: Altamente sugestivo de malignidade: A lesão tem características altamente sugestivas de câncer e a biópsia é fortemente recomendada.
  • BI-RADS 6: Malignidade confirmada por biópsia: A biópsia confirmou a presença de câncer.

Como interpretar os resultados do BI-RADS

A classificação BI-RADS não é um diagnóstico definitivo, mas sim uma ferramenta para auxiliar na avaliação do risco de câncer de mama. É importante lembrar que:

  • BI-RADS 0 e 1: Geralmente não indicam a necessidade de biópsia, mas podem exigir exames complementares.
  • BI-RADS 2 e 3: Geralmente indicam um baixo risco de câncer, mas o acompanhamento regular é recomendado.
  • BI-RADS 4 e 5: Indicam um alto risco de câncer e a biópsia é fortemente recomendada.
  • BI-RADS 6: Confirma o diagnóstico de câncer de mama.

Fatores que influenciam a classificação BI-RADS

  • Características da lesão: Tamanho, forma, margens, densidade, calcificações.
  • Densidade da mama: Mamas densas podem dificultar a visualização de algumas lesões.
  • Histórico familiar e fatores de risco: Idade, histórico familiar de câncer de mama, etc.

A importância do BI-RADS

O BI-RADS é uma ferramenta fundamental para a detecção precoce do câncer de mama. Ao padronizar a comunicação entre os profissionais de saúde, ele permite um diagnóstico mais preciso e um tratamento mais eficaz.

Referências:

  1. Vieira, A. V., & Toigo, F. T.. (2002). Classificação BI-RADS™: categorização de 4.968 mamografias. Radiologia Brasileira, 35(4), 205–208. https://doi.org/10.1590/S0100-39842002000400005
  2. Godinho, E. R., & Koch, H. A.. (2004). Breast imaging reporting and data system (BI-RADS™): como tem sido utilizado?. Radiologia Brasileira, 37(6), 413–417. https://doi.org/10.1590/S0100-39842004000600006

Radiodermite

A radiodermite é uma reação da pele ao tratamento com radiação, como a radioterapia utilizada no tratamento do câncer. Essa reação ocorre devido à sensibilidade das células da pele à radiação, que pode causar danos e inflamação.

Sintomas

Os sintomas da radiodermite podem variar de pessoa para pessoa e dependem da dose de radiação, da área tratada e da sensibilidade individual. Os sintomas mais comuns incluem:

  • Vermelhidão: A pele na área tratada fica avermelhada, semelhante a uma queimadura solar.
  • Coceira: A pele pode coçar intensamente, causando desconforto.
  • Descamação: A pele pode descamar, tanto de forma seca quanto úmida, formando feridas.
  • Inchaço: A área tratada pode ficar inchada.
  • Dor: Em casos mais graves, pode haver dor intensa.
  • Perda de pelos: Os pelos na área tratada podem cair.

Graus da radiodermite

A radiodermite é classificada em graus, que indicam a gravidade da reação:

  • Grau I: Vermelhidão leve ou descamação seca da pele, que podem ser associados a prurido e quedas de pelos ou cabelos.
  • Grau II: Vermelhidão moderada e edema intenso, que pode ocasionar uma descamação úmida limitada às dobras da pele.
  • Grau III: Descamação úmida extensas em outras localizações e inchaço no local.
  • Grau IV: Ulceração, hemorragia e necrose.

Fatores de risco

Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver radiodermite, como:

  • Dose de radiação: Quanto maior a dose, maior o risco.
  • Área tratada: Áreas com pele mais fina, como o rosto, são mais suscetíveis.
  • Sensibilidade individual: Algumas pessoas são mais sensíveis à radiação do que outras.
  • Uso de outros medicamentos: Alguns medicamentos podem aumentar a sensibilidade da pele à radiação.

Tratamento

O tratamento da radiodermite varia de acordo com a gravidade dos sintomas e pode incluir:

  • Hidratantes: Para aliviar a pele seca e coceira.
  • Corticosteroides tópicos: Para reduzir a inflamação.
  • Curativos: Para proteger a pele e promover a cicatrização.
  • Antibióticos: Para prevenir infecções.
  • Analgésicos: Para aliviar a dor.

Prevenção

Embora não seja possível evitar completamente a radiodermite, algumas medidas podem ajudar a minimizar o risco, como:

  • Hidratação da pele: Manter a pele bem hidratada antes, durante e após o tratamento.
  • Proteção da pele: Evitar exposição ao sol e a produtos irritantes.
  • Comunicar os sintomas: Informar o médico sobre qualquer sintoma da radiodermite para que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível.

Cuidados de Enfermagem

Avaliação e Monitorização:

  • Histórico: Investigar a história da exposição à radiação, incluindo tipo, dose, data e duração da exposição.
  • Exame físico: Avaliar a pele quanto a vermelhidão, descamação, inchaço, ulcerações, pigmentação anormal, telangiectasias (vasos sanguíneos dilatados) e crescimento de cabelos anormais.
  • Sintomas: Monitorizar a dor, prurido, sensibilidade e outros sintomas.

Intervenções:

  • Proteção da pele:
    • Evitar exposição ao sol: Usar protetor solar com FPS alto, roupas de proteção e permanecer em ambientes com sombra.
    • Hidratação da pele: Usar hidratantes sem perfume e hipoalergênicos para manter a pele hidratada e evitar rachaduras.
    • Limpeza da pele: Limpar a pele com água morna e sabonete suave. Evitar produtos abrasivos ou irritantes.
    • Evitar calor e frio extremos: Banhos muito quentes ou frios podem agravar a radiodermite.
    • Evitar roupas apertadas: Roupas apertadas podem aumentar a irritação e a dor.
  • Alívio dos sintomas:
    • Controle da dor: Usar analgésicos orais ou tópicos para controlar a dor.
    • Controle do prurido: Usar anti-histamínicos ou cremes antipruriginosos.
    • Gerenciamento de infecções: Monitorizar a pele quanto a sinais de infecção, como vermelhidão, inchaço, dor e pus.
    • Prevenção de úlceras: Cuidados com a pele para prevenir o desenvolvimento de úlceras, incluindo proteção contra pressão, controle do atrito e manutenção da pele limpa e hidratada.
    • Promoção da cicatrização: Utilizar curativos apropriados, como compressas úmidas ou curativos hidrocoloides, para promover a cicatrização das úlceras.
  • Educação do paciente:
    • Instruções sobre cuidados com a pele: Explicar os cuidados necessários para proteger a pele e aliviar os sintomas.
    • Orientação sobre os riscos de exposição à radiação: Informar o paciente sobre os riscos de exposição à radiação e a importância de evitar a exposição adicional.
    • Identificação de recursos: Fornecer informações sobre recursos de suporte, como grupos de apoio e serviços de aconselhamento.

Referências:

  1. Maria Teresa Silva Souza, MTSS; Glenda Agra, GA. Universidade Federal de Campina Grande-Cuité/CES. CUIDADOS DE ENFERMAGEM À PESSOA COM RADIODERMITES: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 69, n. 1, p. 105-111, jan./fev. 2016.
  2. Cardozo, A. dos S., Simões, F. V., Santos, V. O., Portela, L. F., & Silva, R. C. da .. (2020). SEVERE RADIODERMATITIS AND RISK FACTORS ASSOCIATED IN HEAD AND NECK CANCER PATIENTS. Texto & Contexto – Enfermagem, 29, e20180343. https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2018-0343

Tomografia Computadorizada: Entenda sua Importância

A Tomografia Computadorizada (TC) é um exame que permite a obtenção de imagens detalhadas de tecidos, ossos e órgãos. As imagens, que são como “fatias do corpo”, são geradas com raios-X e processadas pelo computador, auxiliando o médico no diagnóstico de lesões e doenças.

O Procedimento

A realização do procedimento é muito simples: o paciente fica deitado em uma maca que desliza para uma moldura circular, onde será emitido o feixe de raios-X.

São obtidas milhares de imagens enquanto o tomógrafo gira, o que resulta em uma imagem de seção transversal completa do corpo.

Um técnico acompanha o exame e dá orientações ao indivíduo, como a necessidade de ficar imóvel e de prender a respiração em momentos específicos para a captura precisa das imagens.

Indicações de uso

São detectados alterações muito sutis em tecidos, ossos, órgãos e outras estruturas do tórax, abdômen, coluna e cérebro.

É um procedimento bastante indicado no diagnóstico de tumores, aferindo sua localização, extensão e agressividade.

  • tomografia de abdômen e de pelve: utilizada para a investigação de tumores e abscessos. Pode ser útil também para a detecção de malformação renal, pancreatite, lesões no fígado, além de outras doenças;
  • tomografia de crânio: utilizada para a detecção de traumas, nódulos, hemorragias, infecções, hidrocefalia e aneurismas;
  • tomografia de tórax: utilizada para investigação de tumores, doenças vasculares e infecções;
  • tomografia de membros superiores e inferiores: utilizada para avaliação de lesões musculares e fraturas, além de detecção de tumores e infecções.

Sendo um exame muito importante para a emergência, pois permite o diagnóstico rápido de lesões cerebrais, hemorragias internas, derrames e outras doenças cardíacas.

Preparo Pré Exame

Para a realização do exame, é indicado jejum de 6 horas. Em alguns casos, é necessária a aplicação de contraste, geralmente o iodo, que é injetado na veia e permite a obtenção de imagens mais nítidas.

O contraste é contraindicado para pacientes com histórico de alergia à substância.

Contraindicações

Todas as pessoas podem realizar o exame, inclusive quem tem marcapasso.

A contraindicação é para as gestantes, que devem, preferencialmente, fazer outros exames no lugar da tomografia computadorizada, pois é o procedimento com maior exposição à radiação.

No entanto, se a realização desse procedimento for essencial, há formas de proteção para a paciente.

Para detectar uma série de lesões e várias doenças graves, é importante a realização da tomografia computadorizada. O exame é seguro e consegue obter imagens bastante detalhadas de várias estruturas do corpo.

Cuidados de Enfermagem

  • Devem ser avaliados antes que o paciente se submeta a uma avaliação de imagens por meio do exame TC, realizando uma anamnese para identificar possíveis condições que podem se tornar uma contraindicação para a realização do exame;
  • Atentar à alergia ao contraste: Deve ser realizada uma avaliação minuciosa do paciente atentando para possíveis alergias ou qualquer reação que possa vir a aparecer informando imediatamente ao médico;
  • As limitações ao uso da TC: Pessoas obesas, com peso superior a 150 Kg, devido aos problemas de movimentação do equipamento, os distúrbios neurológicos, como o Mal de Parkinson ou qualquer outra afecção que ocasione movimentos involuntários;
  • Extremos de idade: Também devem ser avaliados pela equipe de Enfermagem, sendo que crianças de um até quatro anos de idade apresentam dificuldades de compreensão das necessidades de imobilizações prolongadas para a realização do exame, assim, pode ser recomendada a sedação;
  • Deve orientar o paciente também quanto às etapas do exame, mostrando-o a vestimenta que deverá ser usada, como o avental e explicar a necessidade do uso de meios de contrastes;
  • As orientações preferencialmente devem ser ditas na presença dos familiares ou acompanhantes para deixá-los mais tranquilos;
  • Cabe à enfermeira da unidade de diagnóstico por imagem planejar e controlar o fluxo diário de pacientes, realizar visita ao paciente no pré-exame, orientando-o sobre o procedimento em que irá se submeter, e no pós-exame avaliando o risco de alergias e reações anafiláticas;

Referências:

  1. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RE nº 64. Diário Oficial da União, Brasília, 10 abr. 2003.
  2. BUSHBERG, J. T.; SEIBERT, J. A.; LEIDHOLFT JUNIOR, E. M.; BOONE, J. M. The essential physics of medical imaging. 2. ed. Philadelphia, PA: Lippincott Willians & Wilkins, 2002.
  3. Fleckenstein, P. Anatomia em diagnóstico por imagens. Ed. Manole, 2004.

O Negatoscópio

Negatoscópio de parede é um dos equipamentos hospitalares indispensáveis em qualquer clínica ou hospital. Composto de uma placa translúcida, é provido de um dispositivo de iluminação que serve para examinar, por transparência, as chapas radiográficas ou para realizar uma observação dos negativos, obtidos por raios-x.

Os Tipos de Negatoscópio

Durante o processo de diagnóstico de um exame de raio-x, o Negatoscópio de mesa é um dos principais equipamentos utilizados pelos especialistas para examinar os pacientes com maior precisão. Há diversos tipos de Negatoscópio presentes no mercado para atender às suas necessidades:

  • Negatoscópio odontológico: permite estabelecer uma visualização detalhada dos elementos bucais durante a análise das radiografias;
  • Negatoscópio mamográfico: é necessário ter uma boa e intensa iluminação, para poder visualizar densidades translúcidas dos tons com vários detalhes;
  • Negatoscópio 2 corpos: equipamento com iluminação especial, pode ser utilizado fixo na parede ou posicionado na mesa.

Existem versões do Negatoscópio de mesa, portátil e Negatoscópio de parede.

O Negatoscópio de parede permite o controle da área a ser visualizada do exame radiográfico a partir da sua iluminação, sendo assim, é capaz de dar uma visão mais detalhada ao especialista, facilitando o seu trabalho e aumentando a segurança do procedimento a ser realizado.

Boa iluminação é essencial no equipamento, pois permite maior precisão nos diagnósticos. Mas o seu bom funcionamento e sua intensidade dependem de alguns fatores — entre eles, a temperatura do ambiente, as horas em que as lâmpadas ficam ligadas, a sua potência, o tipo e a espessura do material.