O Centro Cirúrgico é um lugar especial dentro do hospital, convenientemente preparado segundo um conjunto de requisitos que o tornam apto à prática da cirurgia.
Todas elas possuem características que definem o estilo de cirurgia e até mesmo o nível de complexidade.
Classificação quanto à urgência
- CIRURGIA ELETIVA: tratamento cirúrgico proposto, mas a realização pode aguardar ocasião propícia, ou seja, pode ser programado. Por ex.: mamoplastia, gastrectomia.
- CIRURGIA DE URGÊNCIA: tratamento cirúrgico que requer pronta atenção e deve ser realizado dentro de 24 a 48 horas. Por ex.: apendicectomia, brida intestinal.
- CIRURGIA DE EMERGÊNCIA: tratamento cirúrgico que requer atenção imediata por se tratar de uma situação crítica. Por ex.: ferimento por arma de fogo em região precordial, hematoma subdural.
Classificação quanto à finalidade do tratamento cirúrgico
- CIRURGIA CURATIVA: objetivo é extirpar ou corrigir a causa da doença, devolvendo a saúde ao paciente. Para essa finalidade, às vezes é necessário a retirada parcial ou total de um órgão. Ex.: apendicectomia.
- CIRURGIA PALIATIVA: tem a finalidade de atenuar ou buscar uma alternativa para aliviar o mal, mas não cura a doença. Ex.: gastrostomia.
- CIRURGIA DIAGNÓSTICA: realizada com o objetivo de ajudar no esclarecimento da doença. Ex.: laparotomia exploradora.
- CIRURGIA REPARADORA: reconstitui artificialmente uma parte do corpo lesada por enfermidade ou traumatismo. Ex.: enxerto de pele em queimados.
- CIRURGIA RECONSTRUTORA / COSMÉTICA / PLÁSTICA: realizada com objetivos estéticos ou reparadores, para fins de embelezamento. Ex.: rinoplastia, mamoplastia etc.
Classificação quanto ao porte cirúrgico (tempo de duração)
- PORTE I: com tempo de duração de até 2 horas. Por ex.: rinoplastia.
- PORTE II: cirurgias que duram de 2 a 4 horas. Por ex.: colecistectomia,gastrectomia.
- PORTE III: de 4 a 6 horas de duração. Por ex.: craniotomia.
- PORTE IV: com tempo de duração acima de 6 horas. Por ex.: transplante de fígado.
Classificação quanto a potencial contaminação
- CIRURGIA LIMPA: eletiva, primariamente fechada, sem a presença de dreno, não traumática. Realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório local. Cirurgias em que não ocorreram penetrações nos tratos digestivo, respiratório ou urinário. Por ex.: mamoplastia.
- CIRURGIA POTENCIALMENTE CONTAMINADA: realizada em tecidos colonizados por microbiota pouco numerosa ou em tecido de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório, e com falhas técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias com drenagem aberta enquadram-se nessa categoria. Ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. Por ex.: colecistectomia com colangiografia.
- CIRURGIA CONTAMINADA: cirurgia realizada em tecidos abertos e recentemente traumatizados, colonizados por microbiota bacteriana abundante, de descontaminação difícil ou impossível, presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda intenção ou grande contaminação a partir do tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária também se inclui nesta categoria. Por ex.: colectomia.
Cirurgias de acordo com a Associação Médica Brasileira (AMB)
Tem-se ainda a classificação de cirurgias conforma a tabela utilizada pelo sistema de cobrança dos hospitais segundo a Associação Médica Brasileira (AMB) que caracteriza de acordo com o procedimento anestésico. Varia do porte 0 a 8, sendo o porte zero, um procedimento com anestesia local e por ordem crescente, cresce a complexidade anestésica e consequentemente a cirúrgica.
As cirurgias também podem ser classificadas de acordo com a Associação Médica Brasileira (AMB), que diz:
Para a AMB as cirurgias são classificadas de porte 0 a 8, sendo o porte zero um procedimento com anestesia local e à medida que se utiliza a classificação em ordem crescente, existe também crescimento da complexidade cirúrgica. Portanto, trata-se de uma classificação com finalidade de cobrança do convênio e Serviço Único de Saúde (SUS), principalmente dos honorários médicos (anestesista e cirurgião), da instrumentação cirúrgica e da sala de operação.
Referências:
- MAGALHÃES, H. P. Técnica cirúrgica e cirurgia experimental. 1.ed. São Paulo: Sarvier, 1993.
- CIRINO, L. M. I. Manual de técnica cirúrgica para graduação. 1.ed. São Paulo: Sarvier, 2003.
- FULLER, J. R. Tecnologia cirúrgica: princípios e prática. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
- Conselho Federal de Medicina
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