A Caxumba ou Parotidite Epidêmica, é uma infecção viral que afeta as glândulas parótidas – um dos três pares de glândulas que produzes saliva. As parótidas estão situadas entre suas orelhas e à frente delas. A caxumba é muito mais comum em crianças, e pode afetar uma das glândulas ou as duas.
Causas
A caxumba é causada por um vírus, que se espalha de pessoa para pessoa por meio de saliva infectada. Se você não tomou a vacina, pode contrair caxumba ao conversar muito próximo da pessoa infectada, beijá-la ou então compartilhar utensílios como talheres, copos e pratos.
Uma vez infectada com caxumba, a pessoa pode contaminar outros no período entre seis dias antes do início dos sintomas até cerca de 9 dias após início dos sintomas. O período de incubação (tempo até o início dos sintomas) pode ser de 14 a 25 dias, sendo mais comum ocorrer entre 16 a 18 dias.
O ser humano é o único hospedeiro natural da caxumba. Isso quer dizer que só é possível contrair pelo contato com outra pessoa infectada, não sendo possível contraí-la de animais ou plantas.
Sintomas de Caxumba
Algumas pessoas podem ter a doença sem apresentar qualquer sintoma, ou então sinais muito brandos da doença. Quando os sintomas de caxumba se desenvolvem, eles usualmente aparecem após duas ou três semanas do contato com o vírus. O primeiro e mais importante sintoma é o inchaço das glândulas salivares. Outros sintomas incluem:
- Inchaço e dor nas glândulas salivares (paroditite), podendo ser em ambos os lados ou em apenas um deles;
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Fadiga e fraqueza;
- Perda de apetite;
- Dor ao mastigar e engolir.
Diagnóstico de Caxumba
Caso haja suspeita de caxumba, o medico coleta uma amostra de sangue para investigar a presença da doença. Isso porque seu sistema imunológico produz anticorpos para combater a infecção, e estes circulam pelo seu sangue. Então, se você tem caxumba, o exame de sangue irá mostrar que os anticorpos estão sendo produzidos para combater o vírus.
Após receber o diagnóstico de caxumba, você pode querer fazer algumas perguntas e tirar suas dúvidas. Seguem algumas sugestões:
- Que tipo de tratamento que você recomendaria?
- Em quanto tempo os sintomas devem melhorar?
- Existem remédios caseiros cuidados que poderiam ajudar a aliviar os sintomas?
- Por quanto tempo a criança pode transmitir a doença?
- O que fazer para reduzir o risco de infectar outras pessoas?.
Na consulta médica
Consulte um médico caso seu filho apresente sinais de caxumba. Fazer uma lista com algumas informações pode ajudar no diagnóstico:
- Histórico de sintomas, incluindo quando eles começaram e qual sua gravidade
- Se a criança foi exposta recentemente a alguém infectado
- Outros problemas de saúde que a criança tenha
- Medicamentos ou suplementos que ela esteja tomando.
O medico também fará uma série de questões, e estar preparado para respondê-las pode ajudar a agilizar a consulta e otimizar o tempo:
- Quais são os sintomas? Quando eles começaram?
- Eles ficaram melhores ou piores com o tempo?
- Há sinais de dor abdominal ou nos testículos?
- Outras pessoas à sua volta estão apresentando os mesmos sintomas ou sentira a mesma coisa semanas atrás?
- A criança está vacinada?
- Ela foi tratada recentemente para alguma doença? Quais medicações recebeu?
- Ela possui alguma condição médica crônica?
- A criança precisa tomar algum medicamento ou suplemento contínuo? Qual?
- Ela frequenta a escolar ou creche?
- Você está grávida ou amamentando?.
Enquanto você espera um diagnostico, pode fazer compressas e usar medicamentos para aliviar a dor, como ibuprofeno e paracetamol. Entretanto, não dê aspirina para a criança, uma vez que esse medicamento associado a infecções virais pode aumentar o risco de Síndrome de Reye em crianças e adolescentes.
Tratamento de Caxumba
Assim como a maioria das infecções virais, a caxumba é tratada naturalmente pelo organismo. Felizmente, a maioria dos adultos e crianças se recupera da caxumba sem grandes complicações em duas semanas.
De forma geral, você não é considerado mais contagioso uma semana após o diagnóstico e pode retornar as atividades cotidianas.
Após a doença ser curada, a pessoa é considerada imune à caxumba.
Complicações possíveis
As complicações da caxumba são potencialmente sérias, mas raras. A maioria das complicações da caxumba envolvem inflamação e inchaço em alguma parte do corpo, tais como:
- Testículos
- Pâncreas, causando náusea a vômitos
- Ovários e seios
- Cérebro, podendo se tornar grave
- Meningite, que pode ocorrer se o vírus da caxumba se espalha através de sua corrente sanguínea para infectar o seu sistema nervoso central.
Outras complicações incluem:
- Perda de audição em um ou ambos os ouvidos, em casos raros
- Complicações fetais, caso uma mulher grávida contraia a doença no primeiro trimestre de gestação.
Chame o seu médico se a criança se desenvolve:
- Febre de 39 C ou maior
- Problemas para comer ou beber
- Confusão ou desorientação
- Dor abdominal
- Dor e inchaço dos testículos.
Convivendo/ Prognóstico
Se você ou seu filho tem caxumba, o tempo e o repouso são os melhores tratamentos. Você pode tomar algumas medidas para aliviar a dor e desconforto e evitar que a doença se espalhe:
- Fique na cama até que a febre vá embora
- Mantenha você ou seu filho em isolamento para evitar que a doença seja transmitida a outras pessoas
- Em caso de dor, algum medicamento analgésico, como paracetamol
- Faça uma compressa quente ou fria para aliviar a dor
- Evite alimentos que exigem muita mastigação. Em vez disso, tente sopas ou alimentos macios, como purê de batata
- Evite alimentos ácidos, como frutas cítricas ou sucos, que estimulam a produção de saliva
- Beba muitos líquidos.
Cuidados de Enfermagem em Âmbito Hospitalar
– Colocar o paciente em isolamento respiratório conforme protocolo de CCIH;
– Manter repouso no leito;
– Fazer higiene oral e gargarejo frequente;
– Administrar dieta pastosa devido a dieta para mastigar;
– Observar presença de orquite e ooforite;
– Fazer controle freqüente de temperatura;
– Observar e comunicar sinais de alterações no comportamento;
– Manter precauções respiratórias, principalmente máscara e luvas, durante o período de transmissão.
Por que o Brasil voltou a ter surtos de caxumba?
No Brasil, a vacina contra caxumba faz parte do calendário obrigatório de vacinação desde 1992, com as vacinas tríplice viral e tetra viral. Até 2006, porém, a vacina tríplice viral, que protege contra caxumba, sarampo e rubéola, era aplicada em apenas uma dose. Mas a imunização contra a doença requer duas – hoje, ela é aplicada duas vezes em pessoas até 19 anos. Por isso, parte da população não está imunizada.
Por que há surtos mesmo com a vacinação?
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, a eficácia de uma dose da vacina contra caxumba é de 66% e, de duas doses, 88%. A eficácia é calculada comparando-se a incidência da doença em populações vacinadas e não vacinadas. Entre a população que não é vacinada, muito mais pessoas ficam doentes se expostas ao vírus. Isso não significa que não possa haver contágio entre as pessoas que se vacinaram – essa chance existe – mas ela é estatisticamente muito menor. Por exemplo: imagine um grupo de 1.000 pessoas, das quais 950 receberam a vacina e 50, não. Do grupo vacinado, 29 pessoas (ou seja, 3%) podem ficar doentes. Do grupo não vacinado, o número chega a 15 (ou seja, 30%) A incidência da doença entre quem não foi vacinado, portanto, é muito maior. Se ninguém fosse vacinado, o número de casos total poderia ser dez vezes superior.
Essa é a projeção do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês), que explica porque surtos acontecem mesmo em populações vacinadas. Segundo o CDC, surtos podem ocorrer em qualquer época do ano. Ambientes cheios, como transporte público, dormitórios coletivos e salas de aula são ambientes propícios para a propagação da doença.
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