Instrumentação Cirúrgica

O que é?

É  uma atividade de enfermagem, não sendo entretanto, ato privativo da mesma, e que o profissional de enfermagem, atuando como instrumentador cirúrgico, por força de lei, subordina-se exclusivamente, ao responsável técnico pela unidade. (Resolução nº 214/1998 do COFEN).

Tipos de Cirurgia

1.Diagnósticos : No caso de biópsia ou de uma laparotomia

2.Curativas: Remover tumoração ou removido um apêndice inflamado

3.Reparadora : Múltiplos ferimentos que precisam ser reparadoras.

4.Reconstrutora :No caso de mamoplastia ou plástica de face.

5.Paliativa : Quando precisa ser aliviada alguma dor que envolva procedimento cirúrgico.

Ex: Tubo de Gastronomia é inserido para acompanhar a capacidade de deglutir alimentos.

TEMPOS CIRÚRGICOS OU OPERATÓRIOS

São procedimentos ou manobras consecutivas realizadas pelo cirurgião, desde o início até o término da cirurgia. De um modo geral as intervenções cirúrgicas são realizadas em quatro tempos básicos.
1 ) DIÉRESE
2) HEMOSTASIA
3) CIRURGIA PROPRIAMENTE DITA
4) SÍNTESE
Obs: Algumas vezes apenas um tempo cirúrgico pode estar presente, como por exemplo, na abertura de um abscesso ou na sutura de um corte ocasionado acidentalmente.

1) Diérese : (Dividir, cortar, separar) Separação dos planos anatômicos ou tecidos para possibilitar a abordagem de um órgão ou região (cavitária ou superfície), é o rompimento da continuidade dos tecidos.

Pode ser classificada em:

-Mecânica (instrumentos cortantes)
– Física (recursos especiais)

Mecânica pode ser:

-Punção – Drenar coleções de líquidos ou coletar fragmentos de tecidos, (agulhas, trocaters)
– Secção – Dividir ou cortar tecidos com uso de material cortante (bisturi, tesouras, lâminas) = Segmentação de tecidos
– Divulsão – Afastamento dos tecidos nos planos anatômicos sem cortá-los (afastadores, tesouras com ponta romba)
– Curetagem – Raspagem da superfície do órgão (cureta)
– Dilatação – Processo para se aumentar o diâmetro de estruturas físicas anatômicas (dilatadores específicos)
– Descolamento – Separação dos tecidos de um espaço anatômico (pinças descoladoras, descoladores específicos)

Física pode ser:

– Térmica – Realizada com uso do calor, cuja fonte é a energia elétrica (bisturi elétrico)
– Crioterapia – Resfriamento brusco e intenso da área a ser realizada a cirurgia (nitrogênio líquido)
-Laser – realiza-se por meio de um feixe de radiação, ondas luminosas de raios infravermelhos concentrados e de alta potência. Há vários sistemas laser, mas, o mais utilizado na cirurgia é o laser de CO2, que pode ser facilmente absorvido pela água existente no tecido humano.

2) HEMOSTASIA: (hemo=sangue; stasis=deter) – Processo pelo qual se previne, detém ou impede o sangramento. Pode ser feito por meio de:

– Pinçamento de vasos
– Ligadura de vasos
-Eletrocoagulação
-Compressão
-Hemostasia prévia, preventiva ou pré-operatória:
Medicamentosa = baseada nos exames laboratoriais
Cirúrgica = interromper em caráter provisório o fluxo de sangue para a ferida cirúrgica para prevenir ou diminuir a perda sanguínea (garrote pneumático, faixa de smarch)
– Hemostasia temporária – Feita durante a intervenção cirúrgica para deter ou impedir temporariamente o fluxo de sangue no local da cirurgia (compressão por instrumentais – pinças, aplicação de medicações, uso de hemostáticos)
– Hemostasia definitiva – Obliteração do vaso sanguíneo em caráter permanente (sutura, bisturi – eletrocoagulação, laqueadura, uso de hemostáticos)

3) Cirurgia propriamente dita ou Exérese – Tempo cirúrgico fundamental, onde efetivamente é realizado o tratamento cirúrgico – momento em que o cirurgião realiza a intervenção cirúrgica no órgão ou tecido desejado, visando o diagnóstico, o controle ou a resolução da intercorrência, reconstituindo a área, procurando deixá-la da forma mais fisiológica possível.

4) Síntese cirúrgica (junção, união) – aproximar ou coaptar bordas de uma lesão, com a finalidade de estabelecer a contigüidade do processo de cicatrização, é a união dos tecidos. O resultado da síntese será mais fisiológico quanto mais anatômica for a dierese (separação). Pode ser classificada em:

I) Cruenta : Coaptação, aproximação, união dos tecidos realizada por meio de sutura permanente ou removível. São utilizados instrumentos apropriados : agulhas de sutura, fios de sutura etc…
II) Incruenta : Aproximação dos tecidos, a união das bordas, é feita por meio de gesso, adesivo ou atadura.
III) Imediata : Coaptação ou união das bordas da incisão é feita imediatamente após o término da cirurgia.
IV) Mediata : Aproximação dos tecidos, das bordas é feita após algum tempo de incisão ( algum tempo depois da lesão).
V) Completa : Coaptação, aproximação, união dos tecidos é feita em toda a dimensão/extensão da incisão cirúrgica.
VI) Incompleta : Aproximação dos tecidos não ocorre em toda a extensão da lesão, mantem-se uma pequena abertura para a colocação de um dreno.

O processo mais comum de síntese é a sutura que pode ser:
– Temporária – quando há necessidade de remover os fios cirúrgicos da ferida após fechamento ou aderência dos bordos desta.
– Definitiva ou permanente – quando os fios cirúrgicos não precisam ser removidos, pois, permanecem encapsulados no interior dos tecidos.

 

Classificação do Instrumental Cirúrgico:

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Intrumentos de Diérese
O Bisturi é um instrumento pérfuro-cortante, utilizado para perfurar e cortar. O de lâmina fixa (fig 21.1) caiu em completo desuso. O de lâmina móvel (fig 21.2)emprega lâminas descartáveis que são trocadas sempre que necessário.
As tesouras são classificadas quanto à forma das lâminas. A tesoura reta (fig 21.3) é usada para sítense, como corte de fios e não para diérese. A tesoura curva(fig 21.4) é um instrumento de diérese amplamente usada, especialmente em dissecções, porém é mais traumática que o bisturi, assim deve ser evitada em tecidos delicados.
Instrumentos de Hemostasia
As pinças hemostáticas curvas (pinça Kelly curva) são mais versáteis e seu fomato facilita o pinçamento e ligadura de vasos com menor risco d lesão nos tecidos adjacentes.
As pinças hemostáticas retas (pinça Kelly reta) além de serem usadas na hemostasia, também são utilizadas para o pinçamento de fios cirúrgicos.
pinça mixter facilita o reparo e a ligadura de vasos de acesso mais difícil, como nas cavidades.
 As pinças intestinais permitem maior aderência às alças intestinais que são delicadas e lisas, sem lesá-las e sem deixar escapar seu conteúdo.
pinça De Bakey é comumente usada em cirurgia vascular periférica.
Intrumentos de Sítense
porta-agulha de Hegar é empunhado (manuseado) como as pinças hemostáticas e as tesouras.
porta-agulha de Mathieu é empunhado (manuseado) com toda a mão envolvendo sua haste.
Intrumentos de Preensão
pinça de Backaus é usada para prender campos os cirúrgicos e outros instrumentos.
pinça anatômica (fig 21.36) é um instrumento delicado utilizado para segurar tecidos delicados no ato da dissecção. A pinça dente-de-rato (fig 21.37) é utilizada para segurar a pele e os dentes evitam que a pele escape da pinça.
pinça de Allis é usada para preensão de vários tecidos, principalmente os delicados e escorregadios.
pinça de Durval (fig 21.39) e a pinça de coração (fig 21.40) são usadas para preensão de vísceras.
pinça de Pozzi é usada para segurar o colo ou corpo uterino.
pinça de Desjardins é utilizada, em especial, na preensão da vesícula biliar.
 
Instrumentos Auxiliares
O Afastador de Farabeuf (fig 21.43) e o Afastador de Volkmann (fig 21.44) são utilizados em pequenas aberturas ou como auxiliares de grande laparotomias.
Os afastadores de Doyen são úteis na exposição do campo operatório e necessita de tração manual constante.

Funções do instrumentador

  • conferir os materiais e equipamentos necessários ao ato cirúrgico;
  • paramentar-se, de acordo com técnica asséptica, cerca de 15 minutos antes do início da cirurgia;
  • conhecer os instrumentos cirúrgicos por seus nomes e colocá-los sobre a mesa, de acordo com sua utilização nos tempos cirúrgicos;
  • preparar agulhas e fios adequados a cada tempo; auxiliar cirurgião e assistentes na paramentação;
  • auxiliar na colocação dos campos operatórios;
  • prever e solicitar material complementar ao circulante de sala;
  • responsabilizar-se pela assepsia, limpeza e acomodação ordenada e metódica dos instrumentais, desde o início até o fim da operação;
  • entregar o instrumento com presteza, de acordo com sinal manual ou pedido verbal da equipe;
  • sincronizar tempos e ações manuais com o cirurgião e o assistente;
  • desprezar o material contaminado;
  • observar e controlar para que nenhum material permaneça no campo operatório;
  • auxiliar no curativo e no encaminhamento do paciente à devida unidade;
  • conferir o material após o uso;
  • retirar o material da SO e encaminhá-lo à CME.

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Projeto de Lei 642/2007: Dispõe sobre a regulamentação da profissão do instrumentador Estabelece que o exercício da profissão é privativo daqueles que tenham concluído curso de Instrumentação Cirúrgica, ministrado no Brasil, por escola oficial ou reconhecida pelo governo federal; ou no exterior, desde que o diploma seja revalidado no Brasil. Também podem exercer a atividade aqueles que já atuam na Profissão há pelo menos dois anos, contados da data em que a lei entrar em vigor.

Conselho Federal de Enfermagem (COFEN – Resolução 214/98) * Instrumentação Cirúrgica → atividade de enfermagem, não sendo ato privativo do enfermeiro * Profissional de enfermagem, atuando como instrumentador cirúrgico, subordina-se diretamente ao enfermeiro da unidade (COREN – SP).

Cuidados Pré-Operatórios :

Cuidados realizados antes da cirurgia antes da cirurgia, o paciente deve ser internado com antecedência.

1.Observar o estado do paciente , se tem secreção , se está com tosse , ou sinal de infecção, no caso de contactar o enfermeiro ou o Médico;

2.Pedir ao paciente que deixe de fumar nos dias anteriores da cirurgia , explicar o efeito que causa nas vias respiratórias , é possível de infecção;

3.Observar o surgimento de febre ou qualquer alteração dos sinais vitais

4.Orientar o paciente a realizar exercícios respiratórios para aumentar a ventilação , isso ajudanos cuidados pós-cirúrgicos, após recuperar da anestesia.

5.Coletar e encaminhar exames laboratoriais

6.Acompanhar o paciente quando forem fazer exames tais como Radiografia ou Eletrocardiogramas;

7.Observar a atitude do paciente , no caso de estar abatido, ou em estado de agitação informar ao Enfermeiro ou ao Médico;

8.Orientar o acompanhante ,isso contribui para que fique mais tranqüilo e relaxado

9.Anotar no prontuário qualquer anormalidade

Cuidados Pré-Operatórios Imediatos:

São os cuidados realizados doze horas de antecedência da Cirurgia

1.Jejum por doze horas antes cirurgia , o cartaz ,deverá ser colocado visível indicando o jejum;

2.Banho na noite anterior , ou pela manhã

3.Clister na noite anterior

4.Ministrar medicamento Pré- Operatório

5.Colher amostra de sangue e urina para controlar evolução dos procedimentos cirúrgicos realizados no paciente

6.Retirar próteses não fixas , óculos ,jóias , adornos ,guardando-os de maneira adequada e indicando a localização dos pacientes e de seus familiares

7.Caso o paciente use lente , orientar limpeza , caso não traga orientar limpeza com S.F ,indicando qual corresponde ao olho D e E;

8.Necessidade Espiritual devemos atender conforme o pedido do paciente

9.Preparo da pele com tricomia do local a ser operado e limpeza com antiséptico em região definida;

Tricotomia

1.Material :

Aparelhos descartáveis, água morna com sabão esponja, a região ser depilada toalha para secar, e toalha grande para evitar que se molhe a cama;

Primeiramente ensaboar a região e em seguida passar o aparelho no sentido contrário do pelo, pelôs longos, corta-se primeiramente com a tesoura.

Verificar arranhão na pele

Limpeza com anti-séptica em geral iodo , deixar agire depois agir e depois cobrir com campo estéril

14.Transoperatórios :

Durante a cirurgia os membros da Equipe que já se escovaram deverão manusear apenas os objetos esterilizados

A pele do paciente deverá ser meticulosamente limpa , o restante do corpo deverá ser coberta por lençóis estéries e permanece estéries ;

Os artigos estéries não utilizados devem ser descartados ou reesterelizados

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