Cirurgia Bariátrica

A cirurgia bariátrica, também conhecida como cirurgia da obesidade, cirurgia metabólica ou redução de estômago, reúne técnicas com respaldo científico destinadas ao tratamento da obesidade e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele.

O conceito metabólico foi incorporado pela importância que a cirurgia adquiriu no tratamento das doenças associadas, principalmente no diabetes e na hipertensão arterial.

Os benefícios da cirurgia bariátrica são perda de peso, remissão das doenças associadas à obesidade, como diabetes e hipertensão, aumento da longevidade e melhoria na qualidade de vida.

Os riscos são os mesmos de outras cirurgias abdominais, por isso deve ser feita em hospital com estrutura adequada e por médicos especialistas.

Vale lembrar, porém, que apesar dos inúmeros benefícios a cirurgia bariátrica é apenas o primeiro passo de uma jornada rumo a uma vida saudável.

O paciente precisará passar por uma mudança de hábitos, abandonando antigos costumes nocivos e adotando uma forma de vida mais saudável, que inclui dieta equilibrada e prática de exercícios.

Indicação

A cirurgia da obesidade é indicada para pacientes que se encaixam em parâmetros determinados pelo Índice de Massa Corporal (IMC), que é calculado dividindo-se o peso em quilogramas pela altura em metros ao quadrado.

Indica-se tratamento cirúrgico aos pacientes com IMC:

  • acima de 40;
  • entre 35 e 40 na presença de doenças associadas (hipertensão arterial, diabetes tipo 2, apnéia do sono, osteopatias, dislipidemia, etc…).

Não há restrições em relação à idade, para pessoas entre 18 e 65 anos. Em adolescentes e idosos, considerados casos de exceção, recomenda-se uma avaliação detalhada feita pelo cirurgião e por uma equipe multidisciplinar. A família deve acompanhar o paciente durante todo o período, especialmente na recuperação.

Tipos de Bariátrica

Os principais tipos são:

  • Banda gástrica ajustável: consiste em colocar um anel de silicone em volta do estômago, diminuindo seu tamanho e limitando a ingestão de alimentos. É o tipo menos invasivo e permite ajustar o tamanho do anel conforme a necessidade do paciente. Porém, tem uma perda de peso menor e pode causar complicações como deslizamento ou infecção do anel.
  •  Gastrectomia vertical ou sleeve: consiste em retirar cerca de 80% do estômago, deixando-o em forma de tubo. É um tipo irreversível que reduz a capacidade do estômago e a produção de hormônios que estimulam a fome. Tem uma perda de peso maior que a banda gástrica e menos complicações nutricionais que o bypass. Porém, pode causar refluxo, sangramento ou vazamento da sutura do estômago.
  • Bypass gástrico: consiste em dividir o estômago em duas partes, sendo uma menor que se conecta diretamente ao intestino delgado, formando um desvio. É um tipo misto que reduz a capacidade do estômago e a absorção de calorias pelo intestino. Tem uma perda de peso maior que os outros tipos e melhora doenças como diabetes e hipertensão. Porém, é irreversível e pode causar deficiências nutricionais, úlceras ou obstruções intestinais.
  • Derivação biliopancreática: consiste em retirar parte do estômago e do intestino delgado, deixando apenas uma pequena porção para a digestão dos alimentos. É um tipo predominantemente disabsortivo que reduz drasticamente a absorção de calorias pelo intestino. Tem uma perda de peso muito grande e pode ser indicado para casos de obesidade extrema. Porém, é irreversível e pode causar diarreia, desnutrição, cálculos biliares ou osteoporose.

Antes, Durante e Depois

Atualmente a cirurgia bariátrica é um procedimento bastante seguro e que além da perda de peso e melhora das doenças associadas e leva a melhora na qualidade de vida.

Pré-Operatório

O preparo pré-operatório otimiza a segurança e os resultados da cirurgia bariátrica. É pedido ao paciente que se esforce para perder um pouco de peso antes da cirurgia, pois alguns quilos a menos podem oferecer melhores condições à anestesia geral e à operação.

No pré operatório, o paciente deve realizar uma série de exames como endoscopia digestiva, ultrassom abdominal e exames de sangue, além de passar em consulta com todos os profissionais da equipe multidisciplinar (cirurgião, nutricionista, psicóloga ou psiquiatra, endocrinologista e cardiologista).

A Cirurgia

Na operação por laparoscopia são realizadas de cinco a sete furinhos. Insufla-se a cavidade abdominal com gás carbônico, criando assim espaço dentro dela para que o cirurgião possa trabalhar com o auxilio de uma videocâmera, instrumentos e grampeadores especiais.

A cirurgia leva de 1h a 2 h, em média, e o paciente recebe alta em 36 horas.

Pós-Operatório

O paciente deve fazer consultas e exames periódicos no pós operatório. Além das consultas com o cirurgião, o acompanhamento com o endocrinologista, a nutricionista e a psicóloga são fundamentais para o sucesso do tratamento.

Nas operações realizadas por videolaparoscopia, o período pós operatório costuma ser tranquilo, com pequeno desconforto nos locais das incisões. É muito importante salientar que a dieta líquida deve ser seguida rigorosamente nos primeiros dias. Após esse período, haverá nova orientação nutricional com evolução da dieta. Em decorrência da restrição gástrica, mínimas quantidades de alimento várias vezes ao dia são suficientes para gerar saciedade plena.

Apesar de raras, hoje em dia, a cirurgia pode gerar complicações como infecção, tromboses, deiscências (separações) de suturas, fístulas (desprendimento do grampos), obstrução intestinal, hérnia no local do corte, abscessos (infecções internas) e pneumonia. Portanto, um bom preparo pré-operatório e uma boa equipe cirurgia são importantes para melhores resultados.

Referências:

  1. https://www.tuasaude.com/obesidade-e-cirurgia-bariatrica/
  2. https://www.minhabariatrica.com.br/tipos-de-cirurgia-bariatrica/
  3. https://www.cirurgiabariatricaconvenio.com.br/quais-sao-os-tipos-de-cirurgia-bariatrica-e-qual-e-o-melhor-para-voce
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