A placenta é um órgão materno-fetal que começa a se desenvolver a partir da nidação, ou seja, implantação do blastocisto e é expulsa com o feto no momento do nascimento. É durante esse período de nove meses que este órgão proporciona nutrição, a troca gasosa, remoção de resíduos, uma fonte de células-tronco hematopoiéticas, endócrino e imunológico suporte para o feto em desenvolvimento.
A comunicação com a mãe ocorre a partir de cerca de 100-150 artérias uterinas maternas espiraladas localizados na placa basal.
Existem essencialmente 3 sistemas separados da aorta / venosas circulatórios: umbilical, sistêmicas e vitelínicas.
O sistema umbilical é perdido no momento do nascimento, o vitelina contribui para o sistema portal e sistêmica (embrionárias) é remodelado extensivamente para formar o sistema cardiovascular madura. A placenta humana tem cerca de 9 cm de diâmetro.
As placentas são uma característica essencial dos mamíferos placentários, mas também são encontrados em alguns não-mamíferos com níveis variáveis de desenvolvimento.
Mamíferos prototéricos ou metatericos (marsupiais) produzem uma placenta coriovitelinica que, enquanto está ligado à parede do útero, fornece nutrientes derivados principalmente a partir do saco amniótico.
Os tipos de células mais importantes da placenta são os trofoblastos, que fornecem os principais componentes estruturais e funcionais necessários para trazer os sistemas de sangue fetais e maternos em contato próximo um do outro.
Existem algumas variações na formação da placenta e cordão umbilical que podem trazer mudanças para a evolução da gestação e necessidade de cuidados, especialmente no final da gravidez e no parto. Alterações na placenta exigem atenção e profissionais com experiência para acompanhamento adequado.
Os Tipos e Variações da Placenta
- Bilobulada ou bipartida: ocorre quando há dois ou três lobos completamente separados. Cada lóbulo possui um cordão umbilical, que são unificados em seguida. Geralmente sem repercussão clínica;
- Inserção velamentosa do cordão umbilical: ocorre quando o cordão umbilical não está diretamente conectado à placenta, e somente seus vasos a atingem através das membranas, deixando artérias e veia desprotegidas. Pode ser causa de hemorragias, com perda de sangue fetal, no final da gestação e durante o trabalho de parto;
- Placenta em “raquete”: ocorre quando o cordão umbilical está preso à uma localização periférica da placenta e não próximo ao centro. Pode estar relacionado ao ganho de peso fetal abaixo do esperado, mas geralmente não tem repercussão clínica;
- Placenta sucenturiada: são as que apresentam um ou mais lóbulos extra. Podem ocasionar sangramento no final da gravidez e durante o trabalho de parto, mas a sua principal complicação está relacionada à retenção do lobo acessório após o parto causando hemorragias e infecção;
- Placenta circunvalada: ocorre quando a base da placenta fixada ao útero está restrita ou “presa” pelas membranas que a revestem, não permitindo que ela expanda a extensão necessária para acompanhar o desenvolvimento do bebê. Pode estar associada à bebês com baixo ganho de peso, parto prematuro e hemorragias no final da gravidez;
- Placenta circunmarginada: é uma variação da placenta de formato normal. É caracterizada pela extensão das membranas que a revestem além da sua borda. Não tem repercussão clínica;
- Placenta prévia: quando a placenta está localizada próximo ao canal no parto, impedindo a evolução do mesmo;
- Placenta acreta: quando a placenta, desempenhando sua função de “raiz”, penetra nas camadas mais profundas do útero. Geralmente associada à presença de cesariana anterior, mas também outras cicatrizes uterinas como curetagens e remoção de miomas. Pode causar hemorragias de intensidade variada durante o parto, sendo, às vezes, abundante; levando à histerectomia (remoção cirúrgica do útero).
Referências:
- Placenta Praevia and Placenta Accreta: Diagnosis and Management (Green-top Guideline No. 27a)
- Placenta praevia – BMJ Best Practice.
- Placenta previa: Epidemiology, clinical features, diagnosis, morbidity and mortality – UpToDate.
- Placenta previa: Management – UpToDate.
- Danforth’s Obstetrics and Gynecology Ninth Ed. Scott, James R., et al, Ch. 20.
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