Conheça os Tipos de Necrose

A Necrose é o resultado da desnaturação de proteínas que estão dentro da célula e da ação das enzimas que extravasam dos lisossomos da própria célula, quando a membrana plasmática é letalmente lesionada, ou dos lisossomos dos leucócitos que são recrutados ao iniciar o processo inflamatório devido a lesão.

Nos tecidos, a necrose apresenta padrões morfológicos distintos que podem esclarecer a causa da lesão.

Os Tipos de Necrose

Necrose de Coagulação

Neste tipo de necrose os tecidos apresentam uma textura firme, pois supostamente a lesão desnatura as proteínas da membrana e as enzimas evitando a proteólise das células mortas. Quando as enzimas não desnaturadas digerem as organelas, são formados vários vacúolos no citoplasma fazendo com que a lesão tenha um aspecto de que foi roída.

Durante este processo de necrose, ocorre a calcificação de resíduos de gordura, esta calcificação forma sais de cálcio, fazendo com que a célula morta finalmente se calcifique.

Uma causa frequente de necrose de coagulação é a isquemia, ou seja, a redução parcial ou total do fluxo sanguíneo para um órgão ou região do corpo, comprometendo as funções metabólicas celulares, pela hipoxemia ou anoxia, falta de nutrientes e a não eliminação dos excretas.

Necrose de Liquefação

Ocasionalmente ocorre quando há infecção bacteriana ou fúngica, pois os microrganismos invasores estimulam um maior recrutamento de leucócitos no local e consequentemente maior liberação de enzimas. O tecido morto é digerido, formando uma massa viscosa e líquida, com aspecto cremoso amarelado comumente chamado de pus.

necrose por liquefação pode ser chamada também de necrose coliquativa. Ocorre por digestão enzimática do tecido, seja pelo próprio organismo ou por microrganismos, ou outras células não pertencentes àquele tecido. Mas, independente da forma, há uma digestão desse tecido.

Necrose Gangrenosa

É praticamente a junção de outros dois tipos de necrose, em geral ocorre em membros como os inferiores por exemplo. Ocorre a necrose coagulativa por falta de suprimento de oxigênio levando as células a sofrerem hipóxia e junto com a necrose coagulativa, ocorre a necrose liquefativa devido a infecção por microrganismos oportunistas, fazendo com mais leucócitos sejam recrutados ao local da lesão.

Ela corresponde a junção de vários eventos. Ocorre quando um tecido perde seu suplemento sanguíneo, geralmente a de coagulação, e após isso acontece uma invasão bacteriana, gerando mais necrose liquefativa que resulta na necrose gangrenosa.

Necrose Caseosa

Apresentada microscopicamente por uma coleção de células mortas rompidas e fragmentadas, restos de grânulos amorfos delimitados por uma borda inflamatória bem distinta. Este tipo de necrose é conhecido como granuloma e sua aparência é de aspecto esbranquiçado semelhante ao queijo, é encontrada com maior frequência em infecções tuberculosas.

Este tipo necrose possui alguns agentes causadores, como Francisella tularensis, Histoplasma capsulatum, Paracoccidioides brasiliensis, e Mycobacterium tuberculosis (Bacilo de Koch – o causador da tuberculose), sendo o último o mais frequente.

Necrose Gordurosa

Ocorre geralmente em casos de pancreatite aguda, onde há destruição das células de gordura devido a ação da enzima lipase que  são liberadas pelo pâncreas, estas enzimas escapam das células acinares e liquefazem a membrana dos tecidos adiposos da cavidade peritoneal. Os ácidos graxos liberados combinam-se com o cálcio ocorrendo a saponificação da gordura, formando áreas esbranquiçadas.

Esse é um tipo especial de necrose que ocorre em áreas de destruição de gorduras por causa da ação de lipases.

Necrose Fibrinóide

Ocorre em reações imunes dentro dos vasos sanguíneos, o complexo antígeno e anticorpos são combinados com a fibrina formando uma lesão de aspecto amorfo e róseo-brilhante.

Suas causas incluem essencialmente nas doenças auto-imunes, nas paredes dos vasos e curiosamente nas úlceras pépticas.

Veja Também:

A Necrose

Referências:

  1. ABBAS et al. Robbins & Cotran – Patologia: Bases Patológicas das Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
  2. HANSEL, D; DINTZIS, R. Z. Fundamentos de patologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

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