Pancitopenia: O que é?

Pancitopenia é definida como uma diminuição de todas as três linhagens de células sanguíneas e que pode manifestar-se com sintomas resultantes de anemia, leucopenia e trombocitopenia. Porém, os pacientes podem ser assintomáticos.

O que causa a Pancitopenia?

Pode-se agrupar as causas de pancitopenia em três amplas categorias:

  • Produção prejudicada que inclui tanto falência de medula óssea quanto infiltração medular;
  • Destruição periférica de diferentes linhagens (incluindo sequestro esplênico);
  • Uma combinação de ambas.

Esses três processos podem ser distinguidos entre si por testes hematológicos, que devem incluir um hemograma, análise da distensão sanguínea e contagem de reticulócitos.

A contagem de plaquetas reticuladas e a fração de plaquetas imaturas, apesar de não serem comumente utilizadas, podem ajudar a distinguir se a pancitopenia é devido à diminuição da produção ou ao aumento da destruição.

Produção prejudicada

  • Anemia aplástica – congênita e adquirida;
  • Infiltração da medula óssea (metástase, mielofibrose, doenças granulomatosas e metabólicas);
  • Deficiência nutricional (vitamina B12, ácido fólico, cobre, ferro etc.);
  • Síndromes mielodisplásicas.

Destruição periférica

  • Pancitopenia hemolítica autoimune;
  • Sequestro esplênico.

Produção prejudicada e destruição periférica

  • Hemoglobinúria paroxística noturna (HPN);
  • Lúpus Eritematoso Sistêmico;
  • Medicamentos;
  • Leucemias;
  • Síndrome hemofagocítica;
  • Infecções;
  • Doença do enxerto contra hospedeiro associada à transfusão.

Como pode ser tratado?

O tratamento para a pancitopenia deve ser feito de acordo com as orientações do clínico geral ou hematologista de acordo com a causa da pancitopenia, que pode incluir o uso de corticoides, imunossupressores, antibióticos, transfusões sanguíneas, ou a retirada do baço, por exemplo, que somente são indicados de acordo com a necessidade de cada paciente.

Sinais e Sintomas

Os sinais e sintomas de pancitopenia estão relacionados com a redução das hemácias, leucócitos e plaquetas no sangue, sendo os principais:

Redução da hemácias Redução dos leucócitos Redução de plaquetas
Resulta em anemia, provocando palidez, fraqueza, cansaço, tontura, palpitações. Prejudica a ação do sistema imune, aumento a tendência a infecções e febre. Dificulta a coagulação do sangue, aumentando o risco de sangramento, e leva ao aparecimento de equimoses, hematomas, petequias, hemorragias.

A depender do caso, também podem haver sinais e sintomas resultantes da doença que provoca a pancitopenia, como aumento do abdômen devido ao baço aumentado, gânglios linfáticos aumentados, malformações no ossos ou alterações na pele, por exemplo.

Como é diagnosticado?

O diagnóstico da pancitopenia é feito através do hemograma, em que são verificados os níveis de hemácias, leucócitos e plaquetas diminuídos no sangue. No entanto, é importante também identificar a causa que levou à pancitopenia, o que deve ser feito através da avaliação do clínico geral ou do hematologista por meio da observação da história clínica e do exame físico realizado no paciente. Além disso, pode ser recomendada a realização de outros exames para identificar a causa da pancitopenia, como:

  • Pesquisa de ferro sérico, ferritina, saturação de transferrina e contagem de reticulócitos;
  • Dosagem de vitamina B12 e ácido fólico;
  • Pesquisa de infecções;
  • Perfil de coagulação do sangue;
  • Testes imunológicos, como Coombs direto;
  • Mielograma, em que se aspira a medula óssea para se obter mais informações sobre as características da células deste local.
  • Biópsia da medula óssea, que avalia as características das células, presença de infiltrações por câncer ou outras doenças e fibrose.

Também podem ser solicitados exames específicos para a doença que o médico suspeita, como é o caso da imunoeletroforese para o mieloma múltiplo ou cultura da medula óssea para identificar infecções, como a leishmaniose, por exemplo.

Cuidados de Enfermagem

  • Identificar fatores de risco para sangramento;
  • Evitar administração de medicamento IV e IM;
  • Monitorar ssvv;
  • Avaliar exames hematológicos;
  • Estimular o corte das unhas;
  • Manter o paciente seco, livre de secreções e eliminações;
  • Estimular deambulação;
  • Orientar sobre o uso de hidratante;
  • Avaliar a capacidade de aprendizado do acompanhante;
  • Estabelecer um ambiente de confiança e respeito para estimular o aprendizado;
  • Orientar a família quanto a doença e ao tratamento do paciente;
  • Orientar o paciente quanto a lavagem das mãos;
  • Realizar palpação dos linfonodos diariamente;
  • Orientar quanto a higiene corporal pelo menos 1 vez ao dia;
  • Avaliar estado nutricional diariamente;
  • Monitorizar sinais e sintomas de infecção;
  • Auscultar ruídos hidroaéreos e peristalse;
  • Estimular o consumo de alimentos laxativos da dieta;
  • Monitorar ingestão de líquidos no intervalo das refeições;
  • Encorajar deambulação;
  • Investigar hábitos de evacuação;
  • Realizar massagem abdominal em sentidos circulares do colo ascendente, transverso e descendente.

Referências:

  1. HOFFBRAND, A.V. Fundamentos em hematologia de Hoffbrand [recurso eletrônico]. 7ed.- Porto Alegre: Artmed, 2018.358p.
  2. http://www.ncbi.nlm.nih.gov
  3. http://www.medicinenet.com
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