Notícias da Enfermagem

Alunos de Enfermagem da FEMA têm aula prática de exame Papanicolau

Foi realizada, durante a 3ª semana de junho, uma aula prática de exames físicos para os alunos do 3º ano do curso de Enfermagem da Fundação Educacional do Município de Assis (FEMA), durante uma aula da disciplina de Saúde da Mulher. A aula prática, aplicada em ambiente simulado, utilizou modelos anatômicos de alta fidelidade, visando […]

Semiologia: O Exame Físico e as Etapas

Levantar informações sobre o estado de saúde do paciente: eis a função dos exames físicos. É ele que indica eventuais anormalidades e fornece subsídios para o diagnóstico e assistência satisfatória da enfermagem.

As Etapas do Exame Físico

Inspeção

Avaliar o corpo quanto à forma, cor, simetria, odor e presença de anormalidades.

Palpação

Avaliar temperatura, estado de hidratação, textura, forma, movimento, áreas de sensibilidade e pulsação. Palpar órgãos, glândulas, vasos, pele, músculos e ossos, afim de detectar a presença ou ausência de massas, pulsação, aumento de um órgão, aumento ou diminuição da sensibilidade, edema, espasmo ou rigidez muscular, elasticidade, vibração de sons vocais, crepitação, umidade e diferenças de texturas.

Ausculta

Ouvir os sons corporais, procurando identificar anormalidades. Realizar a ausculta do ápice para base, de forma comparativa e simétrica, na região anterior e posterior do tórax.

Percussão

Golpear a superfície do corpo de forma rápida, porém aguda para produzir sons que permitam ao examinador determinar a posição, tamanho, densidade de uma estrutura adjacente.

Ausculta pulmonar – principais ruídos adventícios

  • Crepitantes: tem o ruído interrompido e de tom alto, semelhante ao som que se produz quando se atrita uma mecha de cabelo próximo ao ouvido, geralmente associado ao líquido presente em vias de pequeno calibre ou interalveolar;
  • Estertores bolhosos: assemelham-se ao rompimento de pequenas bolhas e podem ser auscultado na inspiração ou na expiração, são produzidos na presença de substâncias líquidas na traqueia, nos brônquios, nos bronquíolos, ou no tecido pulmonar;
  • Ronco: estertor contínuo e prolongado, presente na inspiração, mas também pode ser audíveis na expiração. O som é grave, intenso, semelhante ao ronco observado durante o sono;
  • Sibilos: semelhante a um chiado ou assobio, são decorrentes da passagem de ar por vias aéreas estreitas. Auscultados na inspiração e na expiração. Quando intensos, podem ser audíveis sem estetoscópio;
  • Cornagem ou estridor: é a respiração ruidosa devido à obstrução no nível da laringe ou traqueia, mais percebido na fase inspiratória. Pode ser decorrente de edema de glote, corpos estranhos e estenose de traqueia.

Obs: Na ausculta atentar ainda para a presença de tiragens (intercostais, subdiafragmáticas, fúrcula, batimento de asa nasal e cianose).

Ausculta Cardíaca

Avaliar os sons cardíacos quanto à qualidade (devem ser nítidos e distintos, não abafados, difusos ou distantes. Quanto à intensidade, não devem ser fracos ou muito fortes, quanto a frequência, deve ser igual a do pulso radial e o ritmo deve ser regular e uniforme.

Cuidados Especiais

  • Quando realizar a palpação, apalpe por último áreas de sensibilidade para a criança;
  • Realizar a ausculta em ambiente silencioso e aquecer o estetoscópio.

Realizando o Procedimento

Material Necessário

  • Estetoscópio;
  • Balança adulta, pediátrica ou neonatal;
  • Fita métrica;
  • Termômetro;
  • Espátula;
  • Lanterna;
  • Relógio;
  • Régua antropométrica.

Procedimento

  • Preparar o ambiente e material necessário;
  • Explicar o adulto ou criança o procedimento;
  • Aquecer as mãos;
  • Em caso de pediatria oferecer brinquedos, livros ou outra forma de distração para tranquilizar e aumentar a adesão da criança ao exame físico;
  • Fazer uma avaliação geral da cabeça aos pés do paciente e recolher as informações subjetivas, repassadas pela própria criança, pelos profissionais ou pelos familiares.

Referências:

  1. WONG, D.L. Enfermagem pediátrica. 9ª. Edição. Editora Elsevier. Rio de Janeiro, 2014.
  2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. – Brasília:
    Ministério da Saúde, 2012.
  3. PORTO, C.C. Semiologia Médica. 7ª ed. Rio de janeiro. Guanabara, 2014

Esterilização e seus Tipos

A esterilização é um processo que visa destruir todas as formas de vida microbianas que possam contaminar produtos, materiais e objetos voltados para a saúde. Portanto, são eliminados durante a esterilização organismos como vírus, bactérias fungos.

Dizemos que o processo de esterilização foi eficaz quando a probabilidade de sobrevivência dos microrganismos for menor do que 1:1.000.000.

A esterilização garante:

  • Segurança para pacientes e profissionais
  • Obediência às normas legais estabelecidas pela Anvisa
  • Maior vida útil aos materiais médicos
  • Economia e otimização de recursos

O Processo: Tipos de Esterilização

Existem várias formas de realizar a esterilização. No entanto, a decisão de qual processo utilizar deve ser baseada no tipo de material e no risco de contaminação.

Os métodos de esterilização podem ser divididos em químicos (compostos fenólicos, clorexidina, halogênios, álcoois, peróxidos, óxido de etileno, formaldeído, glutaraldeído e ácido peracético) e físicos (calor, filtração e radiação). Para a escolha do melhor método, deve-se levar em consideração, além da compatibilidade do material, a efetividade, toxicidade, facilidade de uso, custos, entre outros.

Métodos químicos de esterilização

É indicada para artigos críticos e termossensíveis, ou seja, aqueles que não resistem às altas temperaturas dos processos físicos.

Dentre os métodos químicos, alguns deles podem ser utilizados tanto para desinfectar como para esterilizar, depende apenas do tempo de exposição e concentração do agente. Os mais utilizados para produtos laboratoriais e hospitalares são:

  • Óxido de Etileno (ETO): é um gás vastamente utilizado na esterilização de materiais laboratoriais e hospitalares de uso único por causa do seu bom custo/benefício. Sua ação se dá pela reação com uma proteína no núcleo da célula, impedindo a reprodução. Todos os produtos devem ser colocados em embalagens permeáveis a gases para permitir que o ETO penetre. Seu uso não danifica os materiais e pode ser utilizado em vários tipos de materiais, inclusive os termossensíveis. Contudo, ele é altamente tóxico e agressivo ao ambiente externo.
  • Ácido Peracético: tem ação rápida, baixa toxicidade e é biodegradável. Porém, danifica metais. Uma grande vantagem é ser efetivo mesmo na presença de matéria orgânica (ou seja, os materiais não precisam ser previamente limpos). Em compensação, os materiais devem ser utilizados imediatamente após a esterilização por esse método, por isso não é muito utilizado.
  • Peróxido de hidrogênio (água oxigenada): em concentração de 3% e 6% tem ação rápida, é biodegradável e atóxico, mas tem alta ação corrosiva. Sua ação é mais eficaz em capilares hemodializadores e lentes de contato, mas esse processo não é muito utilizado.
  • Formaldeído: pode ser utilizado na forma gasosa e líquida e, para ter ação esporicida, necessita de um longo tempo de exposição. É indicado para cateteres, drenos e tubos, laparoscópios, artroscópios e ventriloscópios, enxertos de acrílico. Por ser carcinogênico e irritante das mucosas, seu uso está mais restrito.
  • Glutaraldeído: líquido com potente ação biocida e pode ser utilizado em materiais termossensíveis, mas necessita de um longo tempo de exposição para ser esporicida. É muito utilizado por ter baixo custo e baixo poder corrosivo, porém é irritante das vias aéreas; pode causar queimaduras na pele, membrana e mucosas; e materiais porosos podem reter o produto. Enxertos de acrílico, cateteres, drenos e tubos de poliestireno são os materiais rotineiramente esterilizados por esse processo.

Métodos físicos de esterilização

A esterilização por processos físicos pode ser através de calor úmido, calor seco ou radiação. A esterilização por radiação tem sido utilizada em nível industrial, para artigos médicos-hospitalares. Ela permite uma esterilização a baixa temperatura, mas é um método de alto custo. Para materiais que resistam a altas temperaturas a esterilização por calor é o método de escolha, pois não forma produtos tóxicos, é seguro e de baixo custo.

  • Radiação ionizante: destrói o DNA formando radicais super-reativos (superóxidos), matando ou inativando os micro-organismos (quando são incapazes de se reproduzir). Muitos materiais são compatíveis com esse tipo de esterilização, pois não há aumento da temperatura nesse processo. Caso dos materiais termossensíveis e tecidos biológicos para transplantes. Apesar de parecer, a radiação não é transmitida para os produtos processados. É um processo livre de resíduos e ecológico, pois não gera emissões tóxicas ou resíduos, além de não causar impactos na qualidade do ar ou da água. Destacaremos dois tipos delas:
    • Radiação Gama: a energia é gerada por fontes de Cobalto 60. Esse processo tem alto poder de penetração, permitindo que os produtos sejam esterilizados já na embalagem final, sem necessidade de manipulação.
    • E-beam (feixe de elétrons): utilizado preferencialmente para o processamento de produtos de alto volume/baixa densidade, como seringas médicas, ou produtos de baixo volume/alto valor, como dispositivos cardiotorácicos. Além disso, pode ser utilizado para produtos biológicos e tecidos. Podem ser esterilizados na embalagem final, pois a radiação E-beam também possui alto poder de penetração. A grande vantagem desse tipo de radioesterilização é que necessita menor tempo de exposição, evitando rompimentos e efeitos de envelhecimento a longo prazo que podem acontecer com polipropileno quando submetido à radiação prolongada
  • Calor úmido (ex.: autoclavagem, fervura e pasteurização): provoca a desnaturação e coagulação das proteínas e fluidificação dos lipídeos. Não pode ser utilizado em materiais termossensíveis, nem para materiais que oxidam com água. A autoclavagem é muito utilizada nos vários setores de serviços da saúde por ser de custo acessível e de fácil utilização. Além disso, consegue esterilizar uma infinidade de materiais, inclusive tecidos e soluções.
  • Calor seco (ex.: estufa, flambagem e incineração): provoca a oxidação dos constituintes celulares orgânicos. Penetra nas substâncias de uma forma mais lenta que o calor úmido e por isso exige temperaturas mais elevadas e tempos mais longos. Não pode ser utilizado para materiais termossensíveis.
  • Filtração: utilizada para soluções e gases termolábeis, quando atravessam superfícies filtrantes com poros bem pequenos, como velas porosas, discos de amianto, filtros de vidro poroso, de celulose, e filtros “millipore” (membranas de acetato de celulose ou de policarbonato).
  • Radiação não-ionizante (ex.: luz UV): altera a replicação do DNA no momento da reprodução. Muito utilizado em lâmpadas germicidas encontradas em centros cirúrgicos, enfermarias, berçários, capelas de fluxo laminar. Tem como desvantagens: baixo poder de penetração e efeitos deletérios sobre a pele e olhos, causando queimaduras graves.

Validação dos processos de esterilização

Indicadores químicos e biológicos servem para verificar se o processo de esterilização está validado. Os indicadores químicos incluem o teste de Bowie e Dick, que testa a eficácia do vácuo na autoclave. Existem os indicadores colocados dentro do pacote, que avalia a penetração do agente esterilizante; e as fitas termocrômicas, que são colocados na parte externa dos pacotes e ficam listradas após a esterilização por calor.

O uso da fita é recomendado em todos os pacotes ou caixas, uma vez que indicam pelo menos se o material passou pelo processo.

Entretanto, os indicadores biológicos são os mais seguros com relação à qualidade da esterilização. Podem ser tiras impregnadas com esporos ou suspensões-padrão de esporos bacterianos, que são submetidos à esterilização juntamente com os materiais a serem processados em autoclaves, estufas e câmaras de irradiação. Terminado o ciclo de esterilização, os indicadores são colocados em meios de cultura adequados para verificação do desenvolvimento destes esporos. Se não houver crescimento, significa que o processo de esterilização está validado.

Atualmente, existem também as tiras de esporos com meio de cultura e ampolas contendo bacilos e meio de cultura líquido (autocontido), que também devem ser processados juntos com o material a ser analisado, para posterior análise após finalizado o ciclo.

Referências:

  1. Orientações gerais para central de esterilização – Ministério da saúde
  2. Irradiação por feixe de elétrons – Sterigenics
  3. Quais as diretrizes básicas de esterilização e desinfecção de artigos clínicos e médico-hospitalares? – Biblioteca virtual em saúde
  4. Monitoramento dos Métodos de Esterilização
  5. Radioesterilização – Instituto de pesquisas energéticas e nucleares
  6. Irradiação por raios gama é alternativa eficiente para esterilização
  7. 9 Tipos de Esterilização de materiais: qual é o mais seguro?
  8. Manual de Biossegurança para serviços de saúde – FIOCRUZ

Sinal de Piparote

sinal de Piparote, também chamado de teste da onda líquida, é uma manobra realizada durante o exame físico do abdômen do paciente.

É realizado com o paciente deitado de costas e auxilia no diagnóstico de ascites. No exame, o examinador coloca sua mão em um dos flancos do abdômen e um dedo médio do outro lado, empurrando contra o flanco contralateral. Este movimento fará com que o líquido ascítico se mova, formando uma onda que será percebida pelo tato das digitais.

O exame será positivo para ascite quando a ascite tiver um grande volume líquido.

Mas, o que é a Ascite?

A ascite ou “barriga d’água” é o acúmulo anormal de líquido rico em proteínas no interior do abdômen, no espaço entre os tecidos que revestem o abdômen e os órgãos abdominais. A ascite não é considerada uma doença mas sim um fenômeno que está presente em várias doenças, sendo a mais comum a cirrose hepática.

A ascite não tem cura, porém, pode ser tratada com remédios diuréticos, restrição de sal na alimentação e com a não ingestão de bebidas alcoólicas, para eliminar o excesso de líquidos no abdômen.

Os líquidos que podem se acumular dentro do abdômen podem ser o plasma sanguíneo, que é o nome dado ao líquido do sangue, e a linfa, que é um líquido transparente presente em todo o corpo que faz parte da circulação das ínguas.

Referências:

  1. Ascite – estado da arte baseado em evidências. Rev Assoc Med Bras . 55. 4; 489-496, 2009
  2. UNASUS