Oncologia: Dose de Resgate

Em pacientes com câncer, a dor é um sintoma comum e que pode ser intensamente debilitante. Para controlá-la, são utilizados medicamentos analgésicos, como os opioides. A dose de resgate é uma quantidade extra de analgésico administrada quando a dor se intensifica, mesmo que o paciente esteja tomando um medicamento de base para controle contínuo da dor.

Por que a dose de resgate é importante?

Prevenção de crises de dor

Ao ter uma dose de resgate disponível, o paciente pode agir rapidamente quando a dor aumenta, evitando que ela se torne intensa e difícil de controlar.

Melhora da qualidade de vida

O controle eficaz da dor permite que o paciente tenha mais qualidade de vida, podendo realizar suas atividades diárias e interagir com seus familiares e amigos.

Como funciona a dose de resgate?

A dose de resgate é geralmente um medicamento de ação rápida, como a morfina ou o fentanil, que podem ser administrado por via oral, transdérmico, sublingual ou injetável. A dose e a frequência de uso devem ser individualizadas e prescritas por um médico.

Fatores que influenciam a dose de resgate

  • Intensidade da dor: A dose de resgate deve ser suficiente para aliviar a dor, mas sem causar efeitos colaterais excessivos.
  • Tipo de câncer: Diferentes tipos de câncer podem causar diferentes tipos de dor, o que pode exigir diferentes abordagens para o controle da dor.
  • Outros medicamentos: O uso de outros medicamentos pode interagir com os analgésicos, afetando sua eficácia e segurança.
  • Condições médicas: Condições médicas como doença renal ou hepática podem afetar a forma como o organismo metaboliza os medicamentos.

É importante ressaltar que a dose de resgate deve ser utilizada apenas quando a dor não estiver controlada pela medicação de base. O uso inadequado de analgésicos pode levar à dependência e a outros problemas de saúde.

Quais são os efeitos colaterais da dose de resgate?

Os efeitos colaterais mais comuns dos opioides incluem:

  • Sonolência
  • Náuseas
  • Vômitos
  • Constipação
  • Prurido

Cuidados de Enfermagem

A dose de resgate é uma ferramenta fundamental no manejo da dor em pacientes oncológicos, mas exige cuidados específicos por parte da equipe de enfermagem. Acompanhe as principais ações e considerações:

Antes da Administração

  • Verificar a prescrição médica: Confirmar a dose, a via de administração, o intervalo entre as doses e o medicamento prescrito.
  • Avaliar a dor do paciente: Utilizar escalas de dor adequadas para avaliar a intensidade e características da dor antes e após a administração do medicamento.
  • Monitorar sinais vitais: Verificar pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, especialmente em pacientes que utilizam opioides pela primeira vez ou em doses elevadas.
  • Orientar o paciente: Explicar ao paciente a importância da dose de resgate, como utilizá-la corretamente e quais os possíveis efeitos colaterais.

Durante a Administração

  • Preparar o medicamento: Seguir rigorosamente as normas de preparo de medicamentos, garantindo a dose correta e a via de administração indicada.
  • Administrar o medicamento: Administrar a dose de resgate conforme a prescrição médica, observando as precauções de segurança.
  • Monitorar o paciente: Observar o paciente durante a administração e nos minutos seguintes, verificando se há reações adversas.

Após a Administração

  • Avaliar a efetividade: Reavaliar a dor do paciente após 30 minutos a 1 hora da administração da dose de resgate.
  • Registrar: Registrar a hora da administração, a dose utilizada, a via de administração e a resposta do paciente.
  • Monitorar efeitos colaterais: Observar o paciente quanto ao aparecimento de efeitos colaterais como sonolência, náuseas, vômitos, constipação e prurido.
  • Comunicar ao médico: Informar ao médico sobre qualquer alteração no quadro clínico do paciente, como aumento da intensidade da dor, piora dos efeitos colaterais ou dificuldade respiratória.

Cuidados Especiais

  • Educação do paciente e familiar: É fundamental que o paciente e seus familiares sejam orientados sobre a importância de utilizar a dose de resgate de acordo com a prescrição médica, como identificar os sinais de superdosagem e a importância de comunicar qualquer alteração ao profissional de saúde.
  • Monitoramento da função respiratória: Pacientes que utilizam opioides devem ser monitorados quanto à depressão respiratória, especialmente aqueles com doenças pulmonares pré-existentes ou que utilizam outras medicações que podem deprimir a respiração.
  • Prevenção da constipação: É importante orientar o paciente sobre a importância de ingerir líquidos e fibras, praticar atividades físicas e utilizar laxantes, se necessário.

Outros cuidados importantes:

  • Avaliação da resposta ao tratamento: A dose de resgate deve ser ajustada regularmente, de acordo com a resposta do paciente.
  • Considerar outras terapias: Além da medicação, outras terapias podem ser utilizadas para auxiliar no controle da dor, como a fisioterapia, a terapia ocupacional e a acupuntura.
  • Abordagem multidisciplinar: O manejo da dor em pacientes oncológicos deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, que inclui médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais.

Ao seguir esses cuidados, a equipe de enfermagem contribui para um melhor controle da dor e uma maior qualidade de vida para os pacientes oncológicos.

Referências:

  1. SILVA, A. B.; SANTOS, C. D. Manejo da dor em pacientes oncológicos: um guia prático. Revista da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, São Paulo, v. 38, n. 2, p. 105-112, 2023.
  2. LIGA CONTRA O CÂNCER. Protocolo da dor. Disponível em: https://ligacontraocancer.com.br/wp-content/uploads/2019/03/Protocolo-da-Dor-Liga-site.pdf.
  3. PEDRO, A.; RIBEIRO DA SILVA, M.P. Manual de Rotação de Opióides. 3. ed. Portugal: Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, 2017.
  4. SILVA, A. B. Como utilizar opioides em cuidados paliativos? Artmed. Disponível em: https://artmed.com.br/artigos/como-utilizar-opioide-em-cuidados-paliativos. 

Mielograma: Saiba tudo sobre este exame!

O mielograma, também conhecido como punção aspirativa da medula óssea, é um exame que permite analisar a medula óssea, o tecido responsável pela produção das células do sangue. Através dele, é possível identificar diversas doenças que afetam a medula óssea, como leucemias, linfomas e mieloma múltiplo.

Quem coleta o material para o mielograma?

O mielograma é um procedimento médico realizado por um profissional de saúde especializado, geralmente um hematologista ou oncologista. A coleta é feita em um ambiente hospitalar ou em um centro de diagnóstico por imagem.

Como é feito o mielograma?

O procedimento consiste em uma pequena punção em um osso, geralmente o ilíaco (osso do quadril), o esterno ou a tíbia. O local da punção é anestesiado com um medicamento local, para garantir o conforto do paciente. Em seguida, o médico insere uma agulha especial para coletar uma pequena amostra da medula óssea. A coleta pode causar um leve desconforto durante e logo após o procedimento, mas a dor é geralmente tolerável.

Que tubo de amostra é utilizado?

O material coletado no mielograma é geralmente colocado em um tubo com anticoagulante (EDTA), que impede a coagulação do sangue e permite a análise das células da medula óssea. O tipo de tubo utilizado pode variar de acordo com os exames que serão realizados.

Para que exames o mielograma é indicado?

  • Diagnosticar: diversas doenças que afetam a medula óssea, como leucemias, linfomas, mieloma múltiplo, anemia aplástica, síndromes mielodisplásicas e outras.
  • Acompanhar o tratamento: avaliar a resposta ao tratamento de doenças hematológicas e monitorar a recuperação da medula óssea após quimioterapia ou radioterapia.
  • Identificar a causa de: anemia, alterações nas plaquetas ou leucócitos, e outras alterações sanguíneas.

É importante ressaltar que o mielograma é um procedimento seguro e eficaz, mas como qualquer procedimento médico, apresenta alguns riscos, como:

  • Sangramento no local da punção
  • Infecção
  • Dor
  • Reações alérgicas ao anestésico

Referências:

  1. Lavoisier: https://lavoisier.com.br/saude/mielograma
  2. Grupo Oncoclínicas: https://grupooncoclinicas.com/servicos/mielograma-biopsia-de-medula-ossea

Radiodermite

A radiodermite é uma reação da pele ao tratamento com radiação, como a radioterapia utilizada no tratamento do câncer. Essa reação ocorre devido à sensibilidade das células da pele à radiação, que pode causar danos e inflamação.

Sintomas

Os sintomas da radiodermite podem variar de pessoa para pessoa e dependem da dose de radiação, da área tratada e da sensibilidade individual. Os sintomas mais comuns incluem:

  • Vermelhidão: A pele na área tratada fica avermelhada, semelhante a uma queimadura solar.
  • Coceira: A pele pode coçar intensamente, causando desconforto.
  • Descamação: A pele pode descamar, tanto de forma seca quanto úmida, formando feridas.
  • Inchaço: A área tratada pode ficar inchada.
  • Dor: Em casos mais graves, pode haver dor intensa.
  • Perda de pelos: Os pelos na área tratada podem cair.

Graus da radiodermite

A radiodermite é classificada em graus, que indicam a gravidade da reação:

  • Grau I: Vermelhidão leve ou descamação seca da pele, que podem ser associados a prurido e quedas de pelos ou cabelos.
  • Grau II: Vermelhidão moderada e edema intenso, que pode ocasionar uma descamação úmida limitada às dobras da pele.
  • Grau III: Descamação úmida extensas em outras localizações e inchaço no local.
  • Grau IV: Ulceração, hemorragia e necrose.

Fatores de risco

Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver radiodermite, como:

  • Dose de radiação: Quanto maior a dose, maior o risco.
  • Área tratada: Áreas com pele mais fina, como o rosto, são mais suscetíveis.
  • Sensibilidade individual: Algumas pessoas são mais sensíveis à radiação do que outras.
  • Uso de outros medicamentos: Alguns medicamentos podem aumentar a sensibilidade da pele à radiação.

Tratamento

O tratamento da radiodermite varia de acordo com a gravidade dos sintomas e pode incluir:

  • Hidratantes: Para aliviar a pele seca e coceira.
  • Corticosteroides tópicos: Para reduzir a inflamação.
  • Curativos: Para proteger a pele e promover a cicatrização.
  • Antibióticos: Para prevenir infecções.
  • Analgésicos: Para aliviar a dor.

Prevenção

Embora não seja possível evitar completamente a radiodermite, algumas medidas podem ajudar a minimizar o risco, como:

  • Hidratação da pele: Manter a pele bem hidratada antes, durante e após o tratamento.
  • Proteção da pele: Evitar exposição ao sol e a produtos irritantes.
  • Comunicar os sintomas: Informar o médico sobre qualquer sintoma da radiodermite para que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível.

Cuidados de Enfermagem

Avaliação e Monitorização:

  • Histórico: Investigar a história da exposição à radiação, incluindo tipo, dose, data e duração da exposição.
  • Exame físico: Avaliar a pele quanto a vermelhidão, descamação, inchaço, ulcerações, pigmentação anormal, telangiectasias (vasos sanguíneos dilatados) e crescimento de cabelos anormais.
  • Sintomas: Monitorizar a dor, prurido, sensibilidade e outros sintomas.

Intervenções:

  • Proteção da pele:
    • Evitar exposição ao sol: Usar protetor solar com FPS alto, roupas de proteção e permanecer em ambientes com sombra.
    • Hidratação da pele: Usar hidratantes sem perfume e hipoalergênicos para manter a pele hidratada e evitar rachaduras.
    • Limpeza da pele: Limpar a pele com água morna e sabonete suave. Evitar produtos abrasivos ou irritantes.
    • Evitar calor e frio extremos: Banhos muito quentes ou frios podem agravar a radiodermite.
    • Evitar roupas apertadas: Roupas apertadas podem aumentar a irritação e a dor.
  • Alívio dos sintomas:
    • Controle da dor: Usar analgésicos orais ou tópicos para controlar a dor.
    • Controle do prurido: Usar anti-histamínicos ou cremes antipruriginosos.
    • Gerenciamento de infecções: Monitorizar a pele quanto a sinais de infecção, como vermelhidão, inchaço, dor e pus.
    • Prevenção de úlceras: Cuidados com a pele para prevenir o desenvolvimento de úlceras, incluindo proteção contra pressão, controle do atrito e manutenção da pele limpa e hidratada.
    • Promoção da cicatrização: Utilizar curativos apropriados, como compressas úmidas ou curativos hidrocoloides, para promover a cicatrização das úlceras.
  • Educação do paciente:
    • Instruções sobre cuidados com a pele: Explicar os cuidados necessários para proteger a pele e aliviar os sintomas.
    • Orientação sobre os riscos de exposição à radiação: Informar o paciente sobre os riscos de exposição à radiação e a importância de evitar a exposição adicional.
    • Identificação de recursos: Fornecer informações sobre recursos de suporte, como grupos de apoio e serviços de aconselhamento.

Referências:

  1. Maria Teresa Silva Souza, MTSS; Glenda Agra, GA. Universidade Federal de Campina Grande-Cuité/CES. CUIDADOS DE ENFERMAGEM À PESSOA COM RADIODERMITES: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 69, n. 1, p. 105-111, jan./fev. 2016.
  2. Cardozo, A. dos S., Simões, F. V., Santos, V. O., Portela, L. F., & Silva, R. C. da .. (2020). SEVERE RADIODERMATITIS AND RISK FACTORS ASSOCIATED IN HEAD AND NECK CANCER PATIENTS. Texto & Contexto – Enfermagem, 29, e20180343. https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2018-0343

Quimioterapia Branca e Vermelha: As diferenças

No universo da oncologia, a quimioterapia se destaca como um poderoso aliado no combate ao câncer. Dentro desse universo, dois termos intrigam os pacientes: quimioterapia vermelha e branca. Mas, quais as diferenças entre elas? Será que a cor define a intensidade do tratamento?

Mergulhando nas Diferenças

A distinção entre vermelha e branca reside na cor dos medicamentos utilizados, não na severidade do tratamento.

Quimioterapia Vermelha

Composta por antraciclinas, como a doxorrubicina e a epirrubicina, que possuem coloração avermelhada.

Quimioterapia Branca

Engloba diversos medicamentos sem coloração, como ciclofosfamida, taxanos, vinorelbina e gencitabina.

Características e Aplicações:

  • Quimioterapia Vermelha:
    • Aplicações: Diversos tipos de câncer, incluindo mama, estômago, pulmão, bexiga, ovário e sarcomas.
    • Efeitos Colaterais: Fadiga, náuseas, vômitos, perda de cabelo, aumento do risco de infecções e danos cardíacos.
  • Quimioterapia Branca:
    • Aplicações: Câncer de colo do útero, pulmão, mama, entre outros.
    • Efeitos Colaterais: Fadiga, náuseas, vômitos, perda de cabelo, neuropatia (dor, formigamento ou fraqueza nas mãos e pés) e diarreia.

Principais Medicamentos

Quimioterapia Vermelha:

  • Doxorrubicina (Adriamicina®)
  • Epirrubicina (Ellence®)
  • Idarubicina (Idamycin®)
  • Daunorubicina (Cerubidine®)

Quimioterapia Branca:

  • Ciclofosfamida (Endoxan®)
  • Paclitaxel (Taxol®)
  • Docetaxel (Taxotere®)
  • Vinorelbina (Navelbine®)
  • Gemcitabina (Gemzar®)

Lembrando que:

  • A escolha da quimioterapia ideal depende do tipo e estadio do câncer, da saúde geral do paciente e de outros fatores.
  • Os efeitos colaterais variam entre os indivíduos e podem ser controlados com medicações e acompanhamento médico.
  • O diálogo aberto e constante com a equipe médica é fundamental para um tratamento eficaz e seguro.

Referência:

  1. ACCamargo

Feridas Neoplásicas

Feridas neoplásicas, também conhecidas como feridas oncológicas ou tumorais, são lesões que se desenvolvem em decorrência da infiltração de células cancerígenas nas camadas da pele. Essa infiltração causa a quebra da integridade da pele, levando à formação de feridas que podem variar em tamanho, profundidade e características.

Como se formam?

A proliferação descontrolada das células cancerígenas, característica do processo de oncogênese, é a principal responsável pela formação dessas feridas. A infiltração das células malignas nas estruturas da pele causa a destruição dos tecidos saudáveis, resultando em feridas abertas e, muitas vezes, dolorosas.

Quais são as características das feridas neoplásicas?

As feridas neoplásicas apresentam características específicas que as diferenciam de outros tipos de feridas. Algumas das características mais comuns incluem:

  • Aparência: Podem ser ulceradas, vegetantes (semelhantes à couve-flor) ou apresentar uma combinação de ambos os aspectos.
  • Exsudato: Geralmente apresentam exsudato (líquido drenado da ferida) com odor fétido e coloração variável, desde amarelo claro até marrom escuro.
  • Necrose: Frequentemente há presença de tecido necrosado (morto) no leito da ferida.
  • Dor: A dor é um sintoma comum, podendo variar em intensidade de acordo com o estágio da ferida e a localização.
  • Sangramento: O sangramento também pode ocorrer, especialmente em feridas mais profundas ou com necrose.

Quais são os tipos de feridas neoplásicas?

A classificação das feridas neoplásicas pode variar, mas geralmente são divididas em estágios, considerando a profundidade da lesão, a presença de exsudato, necrose e outros fatores. Essa classificação é importante para guiar o tratamento e acompanhar a evolução da ferida.

Quais são as causas das feridas neoplásicas?

As feridas neoplásicas são consequência direta do câncer. A localização do tumor e o tipo de câncer podem influenciar o desenvolvimento e as características das feridas.

Quais são os tratamentos para feridas neoplásicas?

O tratamento das feridas neoplásicas é multidisciplinar e envolve diferentes profissionais da saúde. O objetivo principal é controlar os sintomas, promover a cicatrização, prevenir infecções e melhorar a qualidade de vida do paciente. As opções de tratamento podem incluir:

  • Desbridamento: Remoção do tecido necrosado e infectado.
  • Limpeza da ferida: Realizada com soluções antissépticas para prevenir a infecção.
  • Curativos: Utilização de curativos específicos para controlar o exsudato, proteger a ferida e promover a cicatrização.
  • Terapia medicamentosa: Uso de analgésicos para controlar a dor, antibióticos para tratar infecções e outros medicamentos conforme a necessidade.
  • Radioterapia: Utilizada para destruir as células cancerígenas e controlar o crescimento do tumor.
  • Quimioterapia: Tratamento sistêmico que utiliza medicamentos para destruir as células cancerígenas em todo o corpo.
  • Cirurgia: Em alguns casos, a cirurgia pode ser necessária para remover o tumor e os tecidos adjacentes.

Qual a importância do cuidado com feridas neoplásicas?

O cuidado adequado com feridas neoplásicas é fundamental para prevenir complicações, como infecções, sangramentos e dor intensa. Além disso, o tratamento precoce e eficaz pode contribuir para a melhora da qualidade de vida do paciente e aumentar a expectativa de vida.

Onde buscar ajuda?

Pacientes com feridas neoplásicas devem procurar atendimento médico e de enfermagem especializados em oncologia ou em feridas crônicas. A equipe multidisciplinar poderá avaliar a lesão, indicar o tratamento mais adequado e acompanhar a evolução do paciente.

Observação: Este texto tem caráter informativo e não substitui a consulta médica. Em caso de dúvidas ou suspeita de ferida neoplásica, procure um profissional de saúde.

Referências:

  1. SOBEST
  2. Conhecimento da equipe de enfermagem sobre cuidados com pacientes com feridas neoplásicas
  3. Cordeiro, J. N. B., de Lima, L. M., da Silva, T. S. N., & da Silva, T. E. A. (2023). Cuidados de enfermagem a pacientes com feridas neoplásicas mamárias . Brazilian Journal of Development, 9(6), 20410–20420. https://doi.org/10.34117/bjdv9n6-109

Quimioterapia Vs Radioterapia: As diferenças

A jornada contra o câncer exige conhecimento e compreensão dos diversos métodos de tratamento disponíveis. Entre as opções mais comuns, quimioterapia e radioterapia se destacam, mas geram dúvidas sobre suas diferenças.

Entenda as diferenças

Modo de Ação

  • Quimioterapia: Utiliza medicamentos administrados por via oral ou venosa, circulando por todo o corpo. Sua ação visa eliminar as células cancerosas, inclusive aquelas que se espalharam para outros órgãos.
  • Radioterapia: Emprega radiação ionizante para destruir as células cancerosas em uma área específica do corpo. A radiação é aplicada através de um aparelho externo ou de implantes radioativos posicionados no local do tumor.

Área de atuação:

  • Quimioterapia: Atua em todo o corpo, combatendo células cancerosas espalhadas, inclusive metástases.
  • Radioterapia: Tem ação localizada, focando na área do tumor e seus arredores, minimizando o impacto em células saudáveis.

Efeitos colaterais

  • Quimioterapia: Os efeitos variam de acordo com o medicamento utilizado, mas podem incluir náuseas, fadiga, queda de cabelo, alterações na boca e maior suscetibilidade a infecções.
  • Radioterapia: Os efeitos dependem da região irradiada e da dose aplicada. Podem causar vermelhidão na pele, cansaço, náuseas e alterações na função do órgão tratado.

Aplicação

  • Quimioterapia: Pode ser administrada em ciclos, com intervalos para recuperação. A aplicação pode ser ambulatorial ou hospitalar, variando de acordo com o medicamento e o estado de saúde do paciente.
  • Radioterapia: As sessões geralmente são diárias, de segunda a sexta-feira, com duração média de 15 a 30 minutos. O tratamento dura algumas semanas, conforme o protocolo definido pelo médico.

Combinação com outros tratamentos

  • Quimioterapia: Frequentemente combinada com cirurgia ou radioterapia para aumentar a efetividade do tratamento.
  • Radioterapia: Pode ser combinada com quimioterapia, cirurgia ou imunoterapia, dependendo do caso.

Escolha do tratamento

  • Quimioterapia: Indicada para tumores em diferentes partes do corpo, especialmente quando há metástases.
  • Radioterapia: Utilizada para tumores em locais específicos, como mama, próstata, pulmão e cérebro.

Orientação profissional

A escolha entre quimioterapia e radioterapia, ou a combinação de ambas, depende de diversos fatores, como tipo, localização e estágio do câncer, estado de saúde geral do paciente e outros tratamentos realizados.

É fundamental consultar um oncologista para:

  • Receber um diagnóstico preciso.
  • Discutir as opções de tratamento mais adequadas para o seu caso.
  • Esclarecer dúvidas e receber orientação personalizada sobre os benefícios e riscos de cada método.

Em resumo:

Característica Quimioterapia Radioterapia
Modo de ação Medicamentos Radiação ionizante
Área de atuação Corpo todo Localizada
Efeitos colaterais Náuseas, fadiga, queda de cabelo, etc. Vermelhidão na pele, cansaço, náuseas, etc.
Aplicação Ciclos com intervalos Sessões diárias
Combinação Cirurgia ou radioterapia Quimioterapia, cirurgia ou imunoterapia
Indicação Tumores com metástases Tumores em locais específicos

Cuidados de Enfermagem em Quimioterapia

Antes da quimioterapia:

  • Avaliação completa: Anamnese completa, incluindo histórico de doenças, medicamentos, alergias, hábitos, estado nutricional e psicológico.
  • Exames laboratoriais: Hemograma completo, função hepática e renal, perfil eletrolítico, função da tireoide, etc.
  • Educação do paciente: Explicar o procedimento, efeitos colaterais e medidas preventivas.
  • Preparo psicológico: Suporte emocional e orientação sobre como lidar com os efeitos da quimioterapia.
  • Orientação sobre dieta e hidratação: Recomendações alimentares para evitar náuseas e vômitos e manter uma boa hidratação.
  • Monitoramento do estado nutricional: Avaliar o peso e a ingestão alimentar para identificar possíveis problemas nutricionais.

Durante a quimioterapia:

  • Monitoramento da administração da quimioterapia: Verificar a dose, via de administração e tempo de infusão.
  • Monitorização do paciente: Monitorar sinais vitais, pressão arterial, temperatura, frequência cardíaca e respiratória, nível de consciência, sinais de reação alérgica.
  • Prevenção e controle de efeitos colaterais:
    • Náuseas e vômitos: Administração de antieméticos e medidas de apoio, como dieta leve e repouso.
    • Diarreia: Orientação sobre a dieta, administração de medicamentos antidiarreicos e medidas de higiene.
    • Constipação: Orientação sobre a dieta, administração de laxantes e medidas para estimular o trânsito intestinal.
    • Fadiga: Repouso, atividades leves e apoio psicológico.
    • Alopecia: Orientação sobre cuidados com o cabelo e peruca, e apoio psicológico.
    • Mucosite: Orientação sobre cuidados com a higiene oral, administração de analgésicos e antifúngicos.
    • Neutropenia: Monitoramento da contagem de leucócitos, isolamento de contato, medidas de higiene e cuidados com a pele.
    • Trombocitopenia: Monitoramento da contagem de plaquetas, cuidados com a pele, evitar atividades de risco, e administração de medicamentos para aumentar a contagem de plaquetas.
    • Reações de hipersensibilidade: Monitoramento contínuo do paciente, interrupção da quimioterapia e administração de medicamentos para tratar as reações.
  • Suporte emocional: Oferecer apoio psicológico e emocional ao paciente e à família.
  • Controle da dor: Administração de analgésicos de acordo com a necessidade do paciente.
  • Higiene e cuidados com a pele: Orientação sobre a higiene pessoal, cuidados com a pele seca e irritada.

Após a quimioterapia:

  • Monitorização dos efeitos colaterais: Seguir as recomendações médicas para o acompanhamento dos efeitos colaterais da quimioterapia.
  • Orientação sobre os cuidados pós-quimioterapia: Instruir o paciente sobre a dieta, hidratação, atividade física e cuidados com a pele.
  • Suporte psicológico: Oferecer apoio psicológico e emocional ao paciente e à família durante o período de recuperação.
  • Reforçar a importância do seguimento médico: Agendar consultas de acompanhamento para monitorar a recuperação do paciente.

Cuidados de Enfermagem em Radioterapia

Antes da radioterapia:

  • Avaliação completa: Anamnese completa, incluindo histórico de doenças, medicamentos, alergias, hábitos, estado nutricional e psicológico.
  • Exames laboratoriais: Hemograma completo, função hepática e renal, perfil eletrolítico, função da tireoide, etc.
  • Educação do paciente: Explicar o procedimento, efeitos colaterais e medidas preventivas.
  • Preparo psicológico: Suporte emocional e orientação sobre como lidar com os efeitos da radioterapia.
  • Marcação da área de tratamento: Marcação precisa da área a ser irradiada.
  • Orientação sobre cuidados com a pele: Instruir o paciente sobre a importância de manter a pele limpa e seca, e evitar produtos irritantes.

Durante a radioterapia:

  • Monitoramento da aplicação da radioterapia: Verificar a dose, a localização do tratamento e a duração da sessão.
  • Monitorização do paciente: Monitorar sinais vitais, pressão arterial, temperatura, frequência cardíaca e respiratória, nível de consciência, sinais de reação alérgica.
  • Prevenção e controle de efeitos colaterais:
    • Fadiga: Repouso, atividades leves e apoio psicológico.
    • Reações na pele: Cuidados com a pele, como aplicação de cremes hidratantes, evitar exposição ao sol e roupas apertadas, e monitorar a pele em busca de alterações.
    • Náuseas e vômitos: Administração de antieméticos e medidas de apoio, como dieta leve e repouso.
    • Diarreia: Orientação sobre a dieta, administração de medicamentos antidiarreicos e medidas de higiene.
    • Constipação: Orientação sobre a dieta, administração de laxantes e medidas para estimular o trânsito intestinal.
    • Pneumonite: Monitoramento da função respiratória, administrar medicamentos para controlar a inflamação pulmonar.
    • Efeitos neurológicos: Monitorar alterações neurológicas, como alterações de humor, cognição e movimentos.
  • Suporte emocional: Oferecer apoio psicológico e emocional ao paciente e à família.
  • Controle da dor: Administração de analgésicos de acordo com a necessidade do paciente.
  • Higiene e cuidados com a pele: Orientação sobre a higiene pessoal, cuidados com a pele seca e irritada, e evitar o uso de produtos irritantes na área tratada.

Após a radioterapia:

  • Monitorização dos efeitos colaterais: Seguir as recomendações médicas para o acompanhamento dos efeitos colaterais da radioterapia.
  • Orientação sobre os cuidados pós-radioterapia: Instruir o paciente sobre a dieta, hidratação, atividade física e cuidados com a pele.
  • Suporte psicológico: Oferecer apoio psicológico e emocional ao paciente e à família durante o período de recuperação.
  • Reforçar a importância do seguimento médico: Agendar consultas de acompanhamento para monitorar a recuperação do paciente.

Outras considerações:

  • Comunicação eficaz: É fundamental uma comunicação clara e empática com o paciente e a família, para explicar o tratamento, responder a perguntas, e oferecer apoio e orientação.
  • Abordagem multidisciplinar: O tratamento do câncer requer uma abordagem multidisciplinar, com a participação de médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, e outros profissionais da saúde.
  • Cuidar do bem-estar do paciente: É importante considerar o bem-estar físico, emocional e social do paciente durante todo o tratamento.

Informações adicionais:

  • Recursos para pacientes: Existem diversos recursos para pacientes com câncer, como grupos de apoio, organizações de apoio, sites com informações sobre o tratamento e outras doenças, e linhas de apoio telefônico.
  • Cuidadores: É importante oferecer suporte aos cuidadores do paciente, pois eles também podem enfrentar desafios emocionais e físicos durante o tratamento.

Referências:

  1. Hospital Albert Einstein
  2. Sociedade Brasileira de Radioterapia
  3. Instituto Oncoguia
  4. Oncoville
  5. Revista Brasileira de Cancerologia
  6. PEBMED

Osteosarcoma

Osteosarcoma é o câncer que se desenvolve nos ossos. As mesmas células que formam este câncer também são responsáveis por produzirem a matriz óssea, mas os tumores não costumam ser tão rígidos quanto os ossos.

A maior incidência deste câncer é em crianças e, principalmente, adolescentes, mas ele também pode ser diagnosticado em outras faixas etárias. Nos jovens, as áreas mais atingidas são extremidades de ossos longos, que normalmente estão em fase de crescimento.

Sintomas

Um dos sintomas mais comuns do osteosarcoma é a dor óssea. A princípio, o incômodo pode não ser constante e se agravar apenas durante a noite ou após a realização de atividades físicas.

Dores e inchaços, no entanto, também são comuns em crianças e adolescentes, que estão sempre em movimento. O importante é o paciente e seus responsáveis ficarem atentos para, caso estes sintomas não desapareçam, procurar um médico.

Em alguns casos, dependendo da localização do tumor, o próprio paciente consegue sentir o nódulo. Se o nódulo não desaparecer entre uma e duas semanas, os especialistas também recomendam uma avaliação médica.

Fraturas, por fim, também podem ser um sinal de osteosarcoma, já que o câncer enfraquece a matriz óssea. Normalmente, ao fraturar uma região próxima ao tumor, os pacientes relatam que sentiram dor no membro há meses.

Fatores de risco

O risco de osteosarcoma é maior entre crianças e adolescentes, do sexo masculino, o que pode estar ligado ao crescimento rápido dos ossos. Jovens com a doença normalmente são altos demais para sua idade.

A exposição à radiação ionizante também é um fator de risco para osteosarcoma. Os pesquisadores ainda não sabem se exames de imagem, como raio-x, podem aumentar os riscos, mas há médicos que evitam pedir esses exames a crianças.

Diagnóstico

Ao investigar desconfortos que podem estar relacionados a osteosarcoma, o médico pode pedir ao paciente exames de imagem – como raio-x, tomografia computadorizada ou ressonância magnética – para analisar as estruturas ósseas dos pacientes à procura de nódulos ou lesões suspeitas.

É difícil, porém, confirmar um diagnóstico somente a partir dos exames de imagem. É por este motivo que uma biópsia pode ser solicitada ao paciente. Ao remover parte do tecido ósseo para análise laboratorial, é possível confirmar ou não confirmar se o tumor é maligno ou benigno.

Tratamento

O osteossarcoma pode ser tratado por meio de procedimentos cirúrgicos, quimioterapia ou radioterapia. Normalmente, a quimioterapia é prescrita depois da cirurgia, por oferecer a possibilidade de diminuir os riscos de o câncer reincidir.

Há oncologistas que preferem prescrever a quimioterapia antes, para que a cirurgia seja menos invasiva. Os procedimentos cirúrgicos normalmente são agressivos. Vão da remoção de uma pequena área do tecido ósseo à realização de enxerto em torno da fratura até à amputação de algum membro, em casos mais graves.

Prevenção

Para se prevenir do osteossarcoma, os especialistas recomendam que os pacientes mantenham um peso corporal adequado e abandonem hábitos que podem enfraquecer os ossos, como o consumo de refrigerantes e o tabagismo.

Não há, porém, grandes evidências sobre o que pode realmente prevenir este câncer, já que a maior parte dos fatores de risco é incontrolável, como o crescimento rápido dos ossos de crianças e adolescentes.

Referência

  1. American Cancer Society – https://www.cancer.org/cancer/osteosarcoma/

O uso seguro da vinCRIStina

A Vincristina é a substância ativa de um medicamento antineoplásico conhecido comercialmente como Oncovin, indicado para o tratamento de vários tipos de câncer, entre eles leucemia, câncer de pulmão e de mama.

A sua ação consiste em interferir no metabolismo dos aminoácidos e impedir a divisão celular, diminuindo a probabilidade do câncer se espalhar pelo organismo.

Erros associados à administração de vincristina

O antineoplásico vincristina foi administrado por via intratecal em um paciente pediátrico em vez de metotrexato. O medicamento havia sido preparado e acondicionado em uma seringa. Apesar da rápida identificação do erro, a criança apresentou sintomas de neurotoxicidade e foi a óbito três dias depois. Como prevenir esse erro de medicação?

A administração inadvertida de vincristina por via intratecal em vez da via endovenosa é um erro com consequências geralmente fatais para o paciente e representa o evento adverso mais comum envolvendo a via de administração intratecal.

Quando administrada por via intratecal, a vincristina pode provocar deterioração neurológica progressiva e paralisia, sendo um evento doloroso e com consequências psicológicas importantes para os pacientes sobreviventes e seus familiares. Resulta, quase sempre, no óbito do paciente, em dias ou meses, devido à necrólise do sistema nervoso central.

Os poucos pacientes que sobrevivem a este tipo de erro apresentam graves sequelas neurológicas. As consequências para os profissionais da saúde envolvidos neste erro também são devastadoras.

Os perigos associados à administração equivocada de vincristina são conhecidos e documentados há mais de 45 anos. O primeiro caso relatado de administração intratecal inadvertida de vincristina ocorreu nos Estados Unidos em 1968, quando um paciente apresentou mieloencefalopatia ascendente.

Desde então, 120 novos casos semelhantes foram relatados na literatura mundial. No entanto, a incidência real deste incidente é desconhecida visto que é possível que muitos casos não tenham sido notificados por receio de punições.

Muitos casos notificados ocorreram em pacientes com leucemia ou linfoma de Hodgkin que estavam sendo tratados com vincristina por via endovenosa concomitantemente com metotrexato, citarabina e/ou glicocorticoides por via intratecal.

Além disso, frequentemente, a administração desses medicamentos, por via intravenosa e via intratecal, encontrava-se programada para o mesmo horário, favorecendo a troca da via de administração da vincristina. Por estes motivos, alertas têm sido emitidos sobre o risco deste tipo de erro.

Entre os fatores contribuintes para a administração da vincristina por via intratecal, pode-se citar: a falta de experiência com o manejo de medicamentos utilizados na terapia antineoplásica; a ausência de dupla checagem (duplo check) independente; a administração de medicamentos por via intratecal e por via endovenosa no mesmo dia, horário e local; e o preparo e dispensação da vincristina em seringa.

RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA O USO SEGURO DA VINCRISTINA

  • Manipular a vincristina diluída em cloreto de sódio 0,9% em bolsa para infusão, eliminando o risco de troca com seringas de uso intratecal.
  • Durante a manipulação da vincristina, acondicioná-la em um tipo de envase e diluí-la em um volume não compatível com a administração intratecal:
    • Para adultos: diluir a vincristina em 50 mL de cloreto de sódio 0,9%. Preparar em bolsas de 50 mL e infundir em 5-10 minutos.
    • Para crianças: diluir a vincristina em 25 mL de cloreto de sódio 0,9%. Preparar em bolsas de 50 mL e infundir em 5-10 minutos.
    • Para crianças menores de 10 anos: após avaliação do risco individual, quando a diluição da vincristina em bolsas de 50 mL não for adequada, diluir a vincristina em uma seringa com volume maior ou igual a 10 mL.
  • Neste caso, a seringa deverá ser identificada com a etiqueta de alerta sugerida abaixo e a equipe alertada para o envase em seringa.
  • Etiquetar as bolsas de infusão com preparações de vincristina com um alerta. Modelo sugerido pelo ISMP Brasil apresentado na figura abaixo:
USO SOMENTE POR VIA ENDOVENOSA
FATAL SE ADMINISTRADO POR OUTRA VIA

 

Atenção: alertas negativos, como “não utilizar por via intratecal”, nunca devem ser utilizados, uma vez que estes podem induzir ao erro por não apresentar uma mensagem direta e positiva com a conduta correta que deve ser adotada. Mensagens negativas podem ser mal interpretadas e facilmente confundidas de forma exatamente oposta ao que se pretende.

Referências:

  1. Boletim ISMP Brasil “Erros associados à administração de vinCRIStina”: https://www.ismp-brasil.org/site/boletins/
  2. International Medication Safety Network “Global Targeted Medication Safety Best Practice 2”: https://www.intmedsafe.net/

Administração de Quimioterápicos Antineoplásicos

O termo quimioterapia é utilizado na área da saúde para designar tratamento de neoplasias, porém a sua definição correta é de uma substância química, isolada ou não que tem por objetivo tratar uma patologia tumoral ou não.

Assim, denominam-se agentes quimioterápicos antineoplásicos ou citostáticos, os fármacos usados para o tratamento de neoplasias quando a cirurgia ou radioterapia não é possível ou é ineficaz e como adjuvantes para cirurgia. Elas têm como finalidade: curar, melhorar a sobrevida e/ou promover efeito paliativo.

A grande maioria dos agentes quimioterápicos antineoplásicos é de natureza tóxica e sua administração exige grande cuidado e habilidade. Cometer um erro durante o manuseio ou na administração de um desses medicamentos pode levar a efeitos tóxicos graves, não apenas para o cliente, mas também para o profissional que prepara e administra estes medicamentos.

Por essas razões, a enfermagem deve ter além de habilidades psicomotoras, o conhecimento científico sobre a ação dos agentes quimioterápicos e o preparo do cliente, bem como estar assegurado de equipamentos de proteção individual que atendam as exigências para a administração de quimioterápicos antineoplásicos.

Além disso, o enfermeiro deve ter conhecimento, à respeito da velocidade de aplicação, efeitos colaterais, toxicidade dermatológica e cuidados de enfermagem.

Competência na Instalação e Manipulação de Quimioterápicos

A administração deve ser realizada por enfermeiro, conforme definição da Resolução COFEN n. 210/1998 e n. 257/2001 (COFEN, 1998; COFEN, 2001).

CLASSIFICAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS ANTINEOPLÁSICOS

Classificação dos antineoplásicos conforme a estrutura e função em nível celular

  • Agentes alquilantes: mostarda nitrogenada e derivados (mecloretamina, ciclofosfamida, clorambucil), etilenamina, epoxidos (dibromomanitol, dibromocitrol), alquil sifonatos (bussulfan), nitrosouréias (carmustine, lomustine, streptomizicin), diaquitriazenes (dacarbazina), streptozocina, ifosfamida, melfalan, cisplatina, estramustina, melfalano, tiopeda, semustina, dacarbazina, carboplatina;
  • Agentes antimetabólicos: metotrexato, são análogos da purina (6-mercapturina, 6-tioguanina, azatioprina), análogos da pirimidina (5-flurouracil, citosin-arabinosidio);
  • Antibióticos antitumorais: antacíclicos (doxorubicina, daunublastina, epirubicina, idarubicina), bleomicina, mitomicina, mitoxotrona;
  • Plantas alcalóides: grupo da vincristina e vimblastina, paclitaxel, teniposido e etoposido;
  • Outras classificações: hidroxilréias, asparaginase;

Classificação dos antineoplásicos conforme as reações dermatológicas locais

  • Quimioterápicos vesicantes: provocam irritação severa com formação de vesículas e destruição tecidual quando extravasados;
  • Quimioterápicos irritantes: causam reação cutânea menos intensa quando extravasados (dor e queimação sem necrose tecidual ou formação de vesículas); porém, mesmo que adequadamente infundidos, podem ocasionar dor e reação inflamatória no local da punção e ao longo da veia utilizada para aplicação;
  • Quimioterápicos não vesicantes/irritantes: não causam reação cutânea quando extravasados e não provocam dor e queimação durante a administração;

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS ANTINEOPLÁSICOS

Os quimioterápicos antineoplásicos podem ser administrados pelas vias: oral, intramuscular, subcutânea, endovenosa, intrarterial, intrapleural, intravesical, intra-retal, intratecal e intraperitoneal.

Via oral

Vantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via

Desvantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via

Potenciais complicações

  • Complicações específicas de cada agente

Cuidados de enfermagem na via oral

  • Manusear os quimioterápicos com luvas de procedimentos ;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Diluir a droga em água e administrá-la logo em seguida;
  • Comunicar com o médico imediatamente, se o cliente vomitar;
  • Administrar antiemético prescrito, se presença de vômitos persistentes;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via intramuscular

Vantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via.

Desvantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via.

Potenciais complicações

  • Lipodistrofias e abcessos.

Cuidados de enfermagem na via intramuscular

  • Diluir os fármacos em pequena quantidade de diluentes;
  • Fazer anti-sepsia rigorosa no local de aplicação;
  • Administrar o quimioterápico em até 5 ml para cada aplicação em adulto e 3ml para criança;
  • Utilizar uma agulha de menor calibre;
  • Fazer rodízios dos locais de aplicação;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via arterial

Vantagens

  • Aumento da dose para tumores com diminuição dos efeitos colaterais sistêmicos

Desvantagens

  • Requer procedimento cirúrgico para colocação do cateter

Potenciais complicações

  • Sangramento e embolia

Cuidados de enfermagem na aplicação por via arterial

  • Observar posicionamento e fixação do cateter;
  • Retirar o cateter fazendo compressão por 5 minutos ou mais;
  • Fazer curativo após a retirada do cateter;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via intratecal

Vantagens

  • Maiores níveis séricos da antineoplásico no liquido cérebro-espinhal

Desvantagens

  • Requer punção lombar ou colocação cirúrgica do reservatório ou um cateter implantável para a administração da droga

Potenciais complicações

  • Cefaléia; confusão; letargia; náuseas e vômitos; convulsões

Cuidados de enfermagem na aplicação por via intratecal

  • Posicionar adequadamente o cliente em decúbito lateral, para favorecer a punção;
  • Manter o cliente em repouso pelo menos por duas horas após receber a quimioterapia para prevenir cefaleia;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via intrapleural

Vantagens

  • Esclerose da parede da pleura para prevenir a recidiva de derrame pleural

Desvantagens

  • Requer inserção do dreno de tórax

Potenciais complicações

  • Dor; infecção

Cuidados de enfermagem na aplicação por via intrapleural

  • Auxiliar o médico durante a drenagem pleural;
  • Posicionar o cliente em decúbito lateral ou sentado com o dorso livre e os braços;
  • Amparados para o médico fazer a aplicação do quimioterápico antineoplásico;
  • Ocluir o cateter ou dreno e manter a medicação no espaço intrapleural entre 20 minutos a 2 horas, conforme prescrição médica;
  • Fazer mudança de decúbito a cada 15 minutos;
  • Manipular o cateter utilizando técnica asséptica;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via intravesical

Vantagens

  • Exposição direta da superfície da bexiga à droga

Desvantagens

  • Requer inserção do cateter de Folley

Potenciais complicações

  • Infecções do trato urinário, cistite, contratura da bexiga, urgência urinária, reações alérgicas à droga

Cuidados de enfermagem na aplicação por via intravesical

  • Orientar o cliente a fazer restrição hídrica por 8 a 12 horas antes da sondagem;
  • Fazer o cateterismo vesical com sonda vesical de demora e se for retirá-la após a infusão fazer com a sonda de alívio;
  • Aplicar o quimioterápico antineoplásico;
  • Fazer mudança de decúbito de 15 em 15 minutos;
  • Orientar que a quimioterapia deverá ficar retida por maior tempo possível;
  • Drenar o quimioterápico e retirar a sonda;
  • Assegurar técnica asséptica;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via endovenosa

Vantagens

  • Efeito imediato e completa disponibilidade da medicação.

Desvantagens

  • Esclerose venosa, hiperpigmentação da pele.

Potenciais complicações

  • Infecção, flebite, formação de vesículas ou necrose quando extravasado o antineoplásico.

Cuidados de enfermagem na aplicação por via endovenosa

  • Puncionar veia calibrosa;
  • Escolher a veia periférica mais distal dos membros superiores e de maior calibre acima das áreas de flexão;
  • Fixar o dispositivo de uma maneira que facilite a visualização do local da inserção do cateter para a avaliação de extravasamento;
  • Certificar se o acesso venoso está pérvio com soro fisiológico ou água destilada antes de iniciar a quimioterapia;
  • Usar three way para facilitar na manipulação medicamentosa;
  • Administrar o quimioterápico antineoplásico em bolus, infusão rápida e lenta ou contínua, conforme prescrição médica;
  • Não administrar quimioterápicos vesicantes sob infusão contínua através de um acesso venoso periférico;
  • Interromper a infusão quando houver: edema, hiperemia, diminuição ou parada do retorno venoso e dor no local da punção;
  • Seguir protocolo da instituição em caso de extravasamento do quimioterápico;
  • Lavar a veia puncionada com SF 0,9% antes de retirar o dispositivo da punção
  • Fazer compressão local por 3 minutos após a retirada do dispositivo para evitar o refluxo do quimioterápico e sangue;
  • Observar presença de complicações locais associados à administração dos quimioterápicos por veia periférica: flebite, urticária, vasoespasmo, dor, eritema, descoloração, hiperpigmentação venosa e necrose tecidual secundária ao extravasamento;
  • Assistir e orientar o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva.

Via retal

Vantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via

Desvantagens

  • As mesmas de outra medicação administrada por essa via

Cuidados de enfermagem na aplicação por via intra retal

  • Fazer lavagem intestinal, conforme prescrição médica;
  • Aplicar o medicamento evitando extravazamento;
  • Orientar o cliente a manter o quimioterápico por maior tempo possível e mudar de decúbito sempre que possível;
  • Orientar e assistir o cliente com relação aos efeitos colaterais;
  • Fazer anotações de enfermagem descritiva;

Procedimento para administração de quimioterápicos

  • Verificar a identificação do cliente, medicamento, dose, via e tempo de administração na prescrição médica;
  • Rever o histórico de alergia à medicamentos com o cliente e no prontuário;
  • Antecipar e planejar possíveis efeitos colaterais e toxicidade sistêmica importante;
  • Rever os dados laboratoriais e outros testes adequados;
  • Escolher os equipamentos e dispositivos adequados;
  • Explicar o procedimento ao cliente e ao acompanhante;
  • Informar que os quimioterápicos são lesivos para as células normais e que as medidas de proteção usadas pela equipe minimizam sua exposição ao medicamento;
  • Administrar antieméticos ou outras medicações prescritas;
  • Administrar o quimioterápico;
  • Monitorar o cliente em intervalos programados durante todo o período de administração de medicamentos;
  • Não descartar qualquer dispositivo utilizado em qualquer procedimento na área de cuidado do cliente.

Intervenções de enfermagem frente ao tratamento com os quimioterápicos antineoplásicos

  • Avaliar cavidade oral quanto à presença de mucosites e gengivites.
  • Fazer a higienização dos dentes com cautela, nos clientes que apresentarem hemorragias gengivais.
  • Incentivar o cliente a fazer a higiene oral com escova macia ou com o dedo enrolado na gaze com soro fisiológico e solução alcalina (bicarbonato de sódio) na ausência de hemorragia.
  • Incentivar o cliente a fazer bochecho com solução de nistatina 30 minutos após a higiene oral, mantendo-a na boca por 2 minutos e deglutindo após, conforme prescrição médica.
  • Liberar a dieta após 20 minutos do bochecho com solução de nistatina.
  • Avaliar a aceitação alimentar e documentar.
  • Oferecer alimentação leve 2h antes do início da quimioterapia.
  • Evitar frituras para minimizar a possibilidade de vômitos para o cliente.
  • Administrar antiemético antes da quimioterapia, se prescrito.
  • Avaliar a eficácia do antiemético.
  • Evitar líquidos durante as refeições .
  • Estimular ingestão hídrica 2 litros/dia ou mais.
  • Evitar odores desagradáveis na enfermaria.
  • Investigar, medicar e proporcionar o conforto na ocorrência de dor.
  • Manter os lábios do cliente lubrificados.
  • Registrar o peso diariamente e fazer balança hídrico rigoroso.
  • Estimular a deambulação, quando possível.
  • Observar, comunicar e registrar presença de reações adversas.

Referências:

  1. FONSECA, S.M. et. Al. Manual de quimioterapia antineoplásica, Rio de Janeiro: Reichmann &Affonso, 2000, 164p.
  2. MILLER, D. Quimioterapia. In: Administração de medicamentos. Rio de Janeiro: Reichmann &Affonso, p. 369-82, 2002.
  3. ARCHER, E, et al. Protocolo de quimioterapia. In: Procedimentos e protocolos. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2005, 408p.
  4. ADAMI, N.P, et al. Extravasamento de drogas antineoplásicas: notificação e cuidados prestados. Rev. Brás. Cancerologia, v. 47 n. 2, p. 147-51, 2001.
  5. ROCHA, F.L.R.. MARZIALE, M.H.P.. ROBAZZI, M.L.C.C. Perigos potenciais a que estão expostos os trabalhadores de enfermagem na manipulação de quimioterápicos antineoplásicos: conhecê-los para prevení-los. Rev. Latino-am Enfermagem, v. 12, n. 3, p. 511-7, 2004.
  6. Conselho Federal de Enfermagem (COFEn). Resolução 210 de 01 de julho de 1998. Dispõe sobre a atuação dos profissionais de enfermagem que trabalham com quimioterápicos antineoplásicos. In: COFEn. Documentos Básicos de Enfermagem. São Paulo, 2001. p. 207.

Carcinoma Vs Sarcoma: As diferenças

Carcinoma e Sarcoma, ambos são cânceres, mas com origens distintas. Os sarcomas surgem nas células de tecido conjuntivo, como músculos, gorduras, vasos sanguíneos, tendões, nervos e ossos. Já os carcinomas têm origem nas células epiteliais, as quais revestem a pele e a maioria dos órgãos.

O que eles têm em comum?

Tumores do tipo sarcoma e carcinoma fazem parte do grupo de mais de 200 doenças conhecidas pelo nome genérico de câncer. Apesar de serem muito diferentes, todos os cânceres têm algo em comum: o início devido ao crescimento anormal das células.

Em uma pessoa saudável, as células crescem, se dividem e morrem de maneira ordenada. Isso ocorre periodicamente, quando envelhecem ou sofrem lesões irreparáveis. No câncer, no entanto, as células cancerosas crescem rápida e desordenadamente — e podem, inclusive, invadir outros locais, dando origem às metástases.

Além de sarcoma e carcinoma, há outras categorias de câncer. Tratam-se:

  • dos linfomas e mielomas, que surgem nas células do sistema sanguíneo;
  • da leucemia, que começa na medula óssea;
  • dos tumores neuroendócrinos, que se originam nas células neuroendócrinas, presentes no corpo todo, mas, principalmente, no trato gastrointestinal e no pulmão;
  • e dos cânceres do sistema nervoso central, que se formam nos tecidos da medula espinhal e do cérebro.

Categorias de câncer e onde se originam

Carcinomas nas células epiteliais
Sarcomas nas células de tecido conjuntivo
Linfomas nas células do sistema sanguíneo
Mielomas nas células do sistema sanguíneo
Leucemia nas células da medula óssea
Tumores neuroendócrinos nas células neuroendócrinas
Tumores do sistema nervoso central nas células da medula espinhal e do cérebro

Qual é a principal diferença entre sarcoma e carcinoma?

sarcoma é um tipo de câncer bastante raro. Ele agrupa tumores que podem surgir em tecidos conjuntivos e se subdividem em dois tipos principais: sarcomas de partes moles e sarcomas ósseos.

Os sarcomas de partes moles podem aparecer em músculos, gorduras, vasos sanguíneos, tecidos fibrosos, nervos e nos tecidos mais profundos de pele (tecidos de suporte). Na maioria dos casos, são encontrados nas pernas e braços, mas também podem ser vistos no tronco, pescoço, cabeça, retroperitônio (área em torno da cavidade abdominal) e órgãos internos.

Já os sarcomas ósseos se desenvolvem a partir dos ossos. Eles se dividem em osteossarcoma, sarcoma pleomórfico ósseo, sarcoma de Ewing, e condrossarcoma.

carcinoma, por sua vez, é mais comum. Os principais subtipos são os adenocarcinomas e os carcinomas de células escamosas.

Nesse caso, os tumores surgem no tecido epitelial, presente na pele e no revestimento de órgãos internos. A maioria dos tumores gastrointestinais, por exemplo, é classificada como carcinoma. Entre eles, os mais incidentes são como o câncer de intestino (cólon e reto), o câncer de esôfago e o câncer de estômago.

Como é feito o diagnóstico desses tipos de cânceres?

O diagnóstico do carcinoma pode ser feito em função dos sintomas ou em meio à investigação de outras patologias. No entanto, para identificar alguns tipos de carcinomas mais comuns, existem exames de rastreamento. Por exemplo:

  • Papanicolau, realizado, periodicamente, em todas as mulheres que já iniciaram a vida sexual ou tem mais de 21 anos, com o objetivo de prevenir o câncer de colo uterino;
  • mamografia, realizada periodicamente em todas as mulheres com mais de 40 anos para diagnosticar o câncer de mama;
  • colonoscopia, realizada periodicamente em homens e mulheres a partir dos 50 anos, para diagnosticar o câncer de intestino;
  • PSA (checagem dos níveis do antígeno prostático específico no sangue),realizado em homens a partir dos 50 anos, para diagnóstico do câncer de próstata.

Também existem os exames indicados, especificamente, para pacientes com risco-padrão para determinados tipos de carcinomas. Isso é definido pelo médico, com base no histórico clínico (pessoal e familiar) e avaliação de fatores de risco. Por exemplo:

  • tomografia computadorizada de pulmão, para pacientes com histórico de tabagismo, a partir dos 55 anos, para diagnosticar o câncer de pulmão;
  • dermatoscopia (exames dermatológicos), para pessoas de peles claras, mas com muitas pintas;
  • ultrassonografia de fígado, para portadores de cirrose hepática;
  • entre muitos outros.

Em relação aos sarcomas, no entanto, não existem exames de rastreamento. Caso haja sintomas, histórico familiar da doença e/ou fatores de risco associados, o oncologista pode solicitar exames de imagem e laboratoriais específicos, inclusive testes genéticos. Se confirmada a suspeita, realiza-se uma biópsia para avaliar o estágio da doença.

Métodos diagnósticos

Carcinomas Análise dos sintomas, considerando o histórico pessoal e familiar, assim como o estilo de vida, e/ou achados sugestivos em exames de rotina, em meio a outras investigações ou nos rastreamentos preventivos.
Sarcomas Análise dos sintomas, do histórico pessoal e familiar para a doença e dos fatores de risco associados, assim como dos achados em exames de imagem e laboratoriais específicos.

Qual é a melhor forma de tratar sarcoma e carcinoma?

Independentemente das diferenças entre os tipos de cânceres, cada tumor deve ser avaliado individualmente. Para isso, os oncologistas consideram, entre outros fatores:

  • o tipo de tumor;
  • o estágio no qual se encontra (nível de agressividade);
  • a localização (se permanece no local de origem ou se há metástases).

Só então é possível definir o melhor tipo de tratamento. Esse, por sua vez, pode ser:

  • cirúrgico;
  • quimioterápico;
  • radioterápico;
  • hormonioterápico;
  • imunoterápico;
  • e/ou realizado com terapia alvo.

Nessa hora, o importante é que, quanto mais difícil de tratar seja o tumor, maior seja a experiência e habilidade do oncologista no tumor em questão. No caso dos sarcomas de partes moles e ósseos, por exemplo, estudos comprovam que pacientes tratados em centros oncológicos especializados têm maiores taxas de sucesso.

Referência

  1. Fleury Jr, Luiz Fernando Fróes e Sanches Jr, José AntonioSarcomas cutâneos primários. Anais Brasileiros de Dermatologia [online]. 2006, v. 81, n. 3 [Acessado 2 Agosto 2022] , pp. 207-221. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0365-05962006000300002&gt;. Epub 24 Jul 2006. ISSN 1806-4841. https://doi.org/10.1590/S0365-05962006000300002.