Curetagem: Para que serve?

A Curetagem Uterina é um procedimento médico executado em unidade hospitalar, sob anestesia geral ou locorregional, que objetiva retirar material placentário ou endometrial da cavidade uterina por um instrumento denominado cureta.

Seu Objetivo

Limpar o útero através da remoção de restos de um aborto incompleto ou da placenta após o parto normal, ou ainda ser utilizado como exame diagnóstico, recebendo o nome de curetagem endocervical semiótica.

Desconforto

A curetagem como forma de tratamento é procedimento muito doloroso e por isso durante todo o procedimento a mulher deve estar sedada ou anestesiada para que não sinta dor ou desconforto.

No entanto, a dor ou desconforto abdominal pode surgir após o procedimento e permanecer por cerca de 5 a 7 dias, sendo recomendado tomar analgésicos, como a Dipirona ou Ibuprofeno, para aliviar os sintomas.

A Indicação do Procedimento

A curetagem uterina pode ser indicada para as seguintes situações:

  • Retirada de restos ovulares em caso de aborto;
  • Retirada de restos da placenta após o parto normal;
  • Para remover o ovo sem embrião;
  • Para remover pólipos uterinos;
  • Aborto retido ou infectado, quando os restos encontram-se ali por mais de 8 semanas;
  • Quando o embrião não se desenvolve corretamente, como na mola hidatiforme.

Antes de iniciar a curetagem o médico pode indicar o uso de um remédio chamado Misoprostol que induz a contração uterina, facilitando a retirada do seu conteúdo. Esse cuidado é especialmente indicado quando é preciso remover os restos de um  aborto com feto com mais de 12 semanas ou com mais de 16 cm.

O uso desse remédio só deve ser realizado dentro da clínica ou hospital, horas antes de iniciar a curetagem.

O procedimento

A curetagem uterina deve ser feita pelo ginecologista em uma clínica ou hospital, através da introdução de uma cureta, um instrumento cirúrgico, pela vagina para que seja feita uma raspagem das paredes do útero.

Outra forma de curetagem é a introdução de uma cânula de aspiração que é um mecanismo de vácuo, que suga todo conteúdo uterino.

Normalmente o médico opta por utilizar as duas técnicas no mesmo procedimento, começando com o vácuo inicialmente e depois faz a raspagem das paredes do útero, para retirar o conteúdo de forma mais rápida e mais segura.

Este procedimento pode ser feito sob raquianestesia ou sedação quando é usado como para limpar restos de um aborto, por exemplo.

Esta raspagem das paredes do útero pode ser feito com ou sem a dilatação prévia do canal cervical dependendo do tamanho do conteúdo que será retirado e durante todo procedimento o médico deve observar o interior do útero numa tela. Geralmente são usadas varetas com espessura cada vez maior até permitir a entrada e saída da cureta sem ferir o colo uterino e as paredes do útero.

A mulher deve ficar em observação durante algumas horas, mas nem sempre há necessidade de internamento hospitalar, à menos que ocorra alguma complicação. Após o procedimento a mulher pode ir para casa, mas não deve dirigir porque deve estar sonolenta ou com dor de cabeça devido a sedação.

Segundo estudos recentes, a curetagem é o procedimento cirúrgico mais realizado pelo Sistema Único de Saúde brasileiro.

Referências:

  1. O Estadão: Curetagem após aborto é a cirurgia mais realizada no SUS, revela estudo;
  2. Saciloto, Marcio Pedroso, et al. “Aspiração manual intrauterina no tratamento do abortamento incompleto até 12 semanas gestacionais: uma alternativa à curetagem uterina.” Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 33.10 (2011): 292-296.

 

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