A chegada das altas temperaturas e do período de férias escolares são um prato cheio para as intoxicações alimentares. Diferente do que se imagina, esse é um dos principais causadores da desidratação infantil nesta época e não as infecções por rotavírus, que costumam ter maior incidência no inverno.
A desidratação nas crianças normalmente acontece devido a episódios de diarreia, vômitos ou por excesso de calor e febre, além de também poder estar relacionada com infecções virais ou bacterianas.
Os bebês e as crianças podem ficar desidratados muito mais facilmente que os adolescentes e adultos, já que perdem mais rapidamente os fluidos corporais.
Por isso, em caso de sinais e sintomas indicativos de desidratação, é recomendado que a criança seja levada para o pediatra ou clínico geral para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento mais adequado.
Principais sintomas
Os principais sintomas de desidratação nas crianças, são:
- Afundamento da moleira do bebê;
- Olhos fundos;
- Diminuição da frequência urinária;
- Pele, boca ou língua seca;
- Lábios rachados;
- Choro sem lágrimas;
- Fraldas secas há mais de 6 horas ou com urina amarela e com cheiro forte;
- Criança com muita sede;
- Comportamento fora do habitual, irritabilidade ou apatia;
- Sonolência, cansaço excessivo ou alteração dos níveis de consciência.
Caso alguns destes sinais de desidratação no bebê ou na criança estejam presentes, o pediatra pode solicitar a realização de exames de sangue e da urina para confirmar a desidratação.
Tratamento
A desidratação é tratada com a administração de líquidos contendo eletrólitos, como sódio e cloretos. Caso a desidratação seja leve, os líquidos costumam ser administrados por via oral. Soluções especiais para reidratação oral estão disponíveis, mas nem sempre são necessárias para crianças que tiveram apenas diarreia ou vômitos leves.
O tratamento da desidratação em crianças de qualquer idade que estão vomitando é mais eficaz se a criança receber primeiro pequenas quantidades frequentes de líquidos a cada dez minutos.
A quantidade de líquido pode ser lentamente aumentada e dada a intervalos menos frequentes caso a criança consiga reter os líquidos sem vomitar. Caso a diarreia seja o único sintoma, quantidades maiores de líquidos podem ser dadas com menor frequência.
Se as crianças têm ambos os vômitos e diarreia, elas recebem pequenas, quantidades frequentes de líquidos contendo eletrólitos. Se esse tratamento aumenta a diarreia, as crianças podem precisar ser hospitalizadas para líquidos administrados pela veia (por via intravenosa).
Bebês e crianças que não conseguem tomar nenhum líquido ou que apresentem apatia e outros sinais sérios de desidratação podem precisar receber tratamento mais intensivo com líquidos e eletrólitos administrados por via intravenosa ou soluções de eletrólitos administradas através de um tubo de plástico fino (tubo nasogástrico) que é inserido através do nariz, passando pela garganta até o estômago ou intestino delgado.
Bebês
A desidratação em bebês é tratada ao incentivar o bebê a consumir líquidos que contenham eletrólitos.
O leite materno contém todos os líquidos e eletrólitos de que um bebê precisa e é o melhor tratamento quando possível. Caso um bebê não esteja sendo amamentado, soluções de reidratação orais (SRO) devem ser administradas. A SRO contém quantidade especificas de açúcares e eletrólitos.
As SRO podem ser compradas em pó que é misturado com água ou em forma líquida pré-preparada em farmácias ou supermercados sem receita médica.
A quantidade de SRO que deve ser administrada à criança em um período de 24 horas depende do peso da criança, mas deve ser, em geral, aproximadamente 100 a 165 mililitros de SRO para cada quilo de peso corporal.
Crianças mais velhas
A criança com mais de um ano de idade pode tentar tomar pequenos goles de sopas ralas, refrigerantes transparentes, gelatina ou sucos diluídos com água em metade da concentração normal, ou picolés.
Água pura, suco sem diluir ou bebidas esportivas não são a melhor opção para tratar a desidratação em nenhuma idade porque o teor de sal da água é muito baixo e porque sucos têm elevado teor de açúcar e ingredientes que casam irritação no trato digestivo.
A SRO representa uma alternativa, sobretudo se a desidratação for moderada. Se a criança conseguir tolerar o consumo de líquidos por 12 a 24 horas, ela pode voltar à dieta normal.
Principais sintomas
Os principais sintomas de desidratação nas crianças, são:
- Afundamento da moleira do bebê;
- Olhos fundos;
- Diminuição da frequência urinária;
- Pele, boca ou língua seca;
- Lábios rachados;
- Choro sem lágrimas;
- Fraldas secas há mais de 6 horas ou com urina amarela e com cheiro forte;
- Criança com muita sede;
- Comportamento fora do habitual, irritabilidade ou apatia;
- Sonolência, cansaço excessivo ou alteração dos níveis de consciência.
Caso alguns destes sinais de desidratação no bebê ou na criança estejam presentes, o pediatra pode solicitar a realização de exames de sangue e da urina para confirmar a desidratação.
Como é feito o tratamento
O tratamento da desidratação em crianças pode ser feito em casa, sendo recomendado que a hidratação tenha início com leite materno, água, água de coco, sopa, alimentos ricos em água ou sucos para evitar que a situação se agrave. Além disso, podem ser utilizados Sais para Reidratação Oral (SRO), que podem ser encontrados em farmácias, por exemplo, e que deve ser tomado pelo bebê ao longo do dia.
Caso a desidratação seja causada por vômitos ou diarreia, o médico também pode indicar a ingestão de algum medicamento antiemético, antidiarreicos e probióticos, caso haja necessidade. Em casos mais graves, o pediatra pode solicitar o internamento da criança para que seja administrado soro diretamente na veia.
Quantidade de Sais de Reidratação Oral necessários
A quantidade de Sais de Reidratação Oral necessários para a criança varia de acordo com a gravidade da desidratação, sendo indicado:
- Desidratação leve: 40-50 mL/kg de sais;
- Desidratação moderada: 60-90 mL/kg a cada 4 horas;
- Desidratação grave: 100-110 mL/kg diretamente na veia.
Independente da gravidade da desidratação é recomendada que a alimentação seja iniciada o mais breve possível.
O que fazer para reidratar a criança
Para aliviar os sintomas de desidratação no bebê e na criança e, assim, promover a sensação de bem-estar, é recomendado seguir as dicas a seguir:
- Quando há diarreia, é recomendado dar o Soro de Reidratação Oral de acordo com a recomendação do médico. Caso a criança tenha diarreia mas não encontre-se desidratada, para evitar que isso ocorra é recomendado que seja oferecido às crianças com menos de 2 anos 1/4 a 1/2 xícara de soro, enquanto que para crianças com mais de 2 anos é indicada 1 xícara de soro por cada evacuação.
- Quando houver vômitos, a reidratação deve ser iniciada com 1 colher de chá (5 mL) de soro a cada 10 minutos, em caso de bebês, e nas crianças maiores, 5 a 10 mL a cada 2 a 5 minutos. A cada 15 minutos deve-se aumentar um pouco a quantidade de soro oferecida para que a criança consiga ficar hidratada.
- É recomendado oferecer ao bebê e à criança água, água de coco, leite materno ou fórmula infantil para satisfazer a sede.
A alimentação deve iniciar 4 horas depois da reidratação oral, sendo recomendados alimentos de fácil digestão com o objetivo melhorar o trânsito intestinal.
Quando levar a criança ao pediatra
A criança deve ser levada ao pediatra ou ao pronto-socorro na presença dos seguintes sinais e sintomas:
- Cansaço excessivo, com dificuldade para acordar;
- Dor abdominal intensa;
- Vômito por mais de 24 horas;
- Fata de urina por mais de 6 horas;
- Fezes com sangue;
- Febre alta.
Esses sintomas podem ser indicativos de desidratação grave, podendo ser indicado pelo médico que a criança permaneça no hospital para que seja feita a administração de soro diretamente na veia, além de medicamentosa antiemeticos e antidiarreicos, caso seja necessário.
Referências:
- ÁLVAREZ María Luisa et al. Nutrición en pediatría . 2ª. Caracas, Venezuela: Cania, 2009. 677-735.
- MAHAN, L. Kathleen et al. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 13.ed. São Paulo: Elsevier Editora, 2013. 613-617.
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