A morfina apresenta diversos efeitos colaterais, e nesse ponto, convém destacar que efeito colateral é inerente à própria ação farmacológica do medicamento, uma consequência secundária ao efeito principal, o efeito esperado.
Assim, nesse caso da morfina, os efeitos colaterais dependem do mecanismo de ação, e para compreender esses efeitos, é preciso compreender o mecanismo de ação: A morfina inibe a passagem do estímulo nervoso, hiperpolarizando as membranas celulares. Isso está relacionado ao aumento da saída de potássio ou a diminuição da entrada de cálcio das terminações sinápticas e uma menor liberação de neurotransmissores excitatórios na fenda sináptica.
Como a morfina é capaz de interagir com vários tipos de receptores, e cada tipo apresenta efeitos diferenciados. Os efeitos farmacológicos da morfina, e efeitos colaterais dependem do tipo de receptor envolvido.
Assim, temos:
Receptores Opióides
a) Responsável pela maioria dos efeitos analgésicos (supraespinhal, espinhal e periférica). Responsável por alguns efeitos indesejáveis:
- Depressão respiratória;
- Constrição pupilar;
- Motilidade do TGI reduzida;
- Euforia ou Sedação;
- Dependência Física;
b) (delta) Importantes na periferia. Contribuem também para a analgesia (espinhal).
Efeitos colaterais:
- Depressão respiratória;
- Motilidade do TGI reduzida;
c) (kappa) Analgesia ao nível espinhal e periférica.
Efeitos colaterais:
- Motilidade do TGI reduzida;
- Disforia;
- Sedação;
Não contribuem para a dependência.
Ações da morfina
- Analgesia;
- Euforia (mediada por receptores µ e equilibrada pela disforia associada com a ativação de receptores k);
- Sensação poderosa de bem-estar e contentamento;
- Depressão respiratória;
- Aumento na pressão parcial de dióxido de carbono – ocorre com uma dose normal analgésica de morfina;
- Ocorre diminuição na sensibilidade do centro respiratório à PCO2;
- Os neurônios no centro respiratório bulbar não parecem estar deprimidos, quando aplicados na superfície ventral – efeito depressor sobre a respiração;
- Depressão respiratória não é acompanhada pela depressão dos centros bulbares que controlam a função cardiovascular. Ocorre com doses normais a depressão respiratória;
- Náuseas e vômitos, ocorrem em até 40% dos pacientes que fazem uso pela primeira vez de morfina;
- São transitórios e desaparecem com a administração repetida;
- Constrição Pupilar o Mediada pelo µ e k. o Pupilas puntiformes;
- Efeitos no TGI o Reduz a motilidade do TGI, resultando em constipação que pode ser severa e incômoda;
- Aumento da pressão no sistema biliar, por causa da contração da vesícula biliar e da constrição do esfíncter biliar;
- Dependência Física o Caracteriza-se por uma Síndrome de Abstinência nítida;
- Causa irritabilidade aumentada, perda de apetite e padrões comportamentais anormais – sacudidas e tremores;
- Sintomas Físicos – máximos após 2-3 dias. Desaparecem em 8-10 dias;
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