Obstruiu a Sonda Enteral! Qual é o próximo passo?

Embora a obstrução da SNE seja uma prática comum no ambiente hospitalar, destaca-se que a melhor prática é evitar a obstrução!

Lembrando que os cuidados de enfermagem com a SNE para que evite este tipo de evento incluem a lavagem com flush de água antes da administração de medicamentos, devendo ser administrado um medicamento por vez, entre cada medicamento para evitar interação medicamentosa, e após a administração.

É importante que o flush de água seja realizado com no mínimo 30ml a cada 4 horas para garantir a limpeza do sistema.

O que posso fazer, caso isso aconteça?

Em caso de desobstrução da SNE não há consenso na literatura em relação a melhor opção de tratamento, encontra-se a possibilidade de utilização de água morna a 37ºC ou em temperatura ambiente, uso de bicarbonato e enzimas pancreáticas.

A utilização de seringas menores (1, 3, 5ml) facilitam muito mais a desobstrução, porque quanto menor a seringa, maior a pressão, sendo assim, um método que com a utilização da água morna em alta pressão possa ajudar na efetividade da desobstrução da mesma.

Um outro método alternativo, sendo mais como “paliativo”, é o método de “pressão positiva/negativa” utilizando a água morna ou ar, realizando movimentos com a seringa de “puxa e empurra”, sendo um método secundário que possa ajudar, pois com este tipo de movimento, o que estiver no caminho da sonda pode sofrer um “descolamento” das paredes da sonda, e assim, podendo desobstruir a mesma.

Nenhum destes métodos funcionou, e agora?

Se caso nenhum destas alternativas resolva o problema, deve notificar o enfermeiro responsável do seu setor, onde o mesmo avaliará as condições atuais da sonda, mesmo que o enfermeiro possa também tentar estes métodos e nenhuma delas funcionarem, deve-se sacar a sonda, e passar uma nova, sendo assim, entrando aos indicadores hospitalares como uma negativa, pelas perdas de sondas totais de uma instituição.

Não use o fio guia para a desobstrução!

O uso do fio guia esta prática não é recomendada, porque poderá causar perfuração e/ou lesar a mucosa digestiva!

“Ah, mas em âmbito domiciliar, já ouvi falar que a “Coca-Cola” serve para este tipo de situação!”

Não faça o uso de Coca-Cola, pela falta de evidência científica para tal!

Os Protocolos (POPs)

É fundamental que a instituição possua um protocolo de cuidados aos pacientes submetidos a terapia enteral elaborado em parceria com a EMTN, realize treinamentos contínuos com a equipe de enfermagem, e que os profissionais realizem sua prática baseada em evidências.

Lavagem da sonda SEMPRE! Antes, durante e depois de administrar os medicamentos!

É importante ressaltar os cuidados contínuos com a manutenção destas sondas, e com as diluições dos medicamentos por via da mesma, de no mínimo 10 ml de água filtrada para cada comprimido diluído, para que evite acoplar os resíduos dos comprimidos na parede da sonda.

Também vale ressaltar que há dietas enterais que são mais fibrosas, e facilita ainda mais a obstrução da mesma.

É importante sempre os intervalos para a água, pois além da hidratação ao paciente, ajuda a manter a sonda viável.

Não esqueça que há medicamentos que não podem ser macerados, por estes motivos e outros, como a efetividade da mesma que pode perder pelo suco gástrico.

Referência:

ORIENTAÇÃO FUNDAMENTADA Nº 091/2017

 

 

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