Padrão S1Q3T3 e o TEP

O ECG é um exame simples e amplamente disponível que deve ser realizado em todo paciente suspeito, ainda que não possua sensibilidade e especificidade suficientes para afastar ou confirmar o diagnóstico de TEP.

O padrão S1Q3T3 é relativamente específico, porém, pouco sensível para o diagnóstico de tromboembolismo pulmonar. A persistência da onda S até as derivações da esquerda sugere um quadro de sobrecarga do ventrículo direito, que favorece ainda mais o diagnóstico de TEP.

A presença de um iQTc aumentado nos mostra que a duração da sístole elétrica do coração está aumentada e pode significar um sofrimento miocárdico.

Características de uma suposta TEP

A presença de dispneia súbita, taquipneia (frequência respiratória maior que 25), edema de membros inferiores e taquicardia em associação com os achados eletrocardiográficos torna mais provável o diagnóstico de tromboembolismo pulmonar (TEP).

TEP (Tromboembolismo Pulmonar) é uma emergência cardiovascular relativamente comum, acometendo 23 em 100.000 habitantes, segundo dados americanos.

É frequentemente fatal e apresenta uma taxa de mortalidade de aproximadamente 30% nos casos não tratados. TEP é um diagnóstico difícil por ter apresentações clínicas variáveis e inespecíficas.

Métodos alternativos de investigação

Outros métodos propedêuticos, com indicações específicas, orientadas pelo raciocínio clínico, podem ser solicitados, podendo se citar: D-dímero, cintilografia pulmonar, ecocardiograma, tomografia computadorizada helicoidal, ressonância magnética e arteriografia pulmonar.

Observações

  • TEP é uma doença comum e frequentemente fatal;
  • TEP tem apresentações clínicas inespecíficas e variáveis, o que torna seu diagnóstico difícil;
  • Apesar de não ser o exame de escolha para o diagnóstico, o ECG tem seu papel na investigação de TEP, por ser um exame não invasivo, de grande disponibilidade, baixo custo e por ser útil para afastar a possibilidade de infarto agudo do miocárdio.

Referências:

  1. Moffa PJ, Sanches PCR. Eletrocardiograma normal e patológico. 7 Ed. Roca, 2001.
  2. Kelley MA, Carson JL, Palevsky HI et al. Diagnosing pulmonary embolism: New facts and strategies. Ann Intern Med 1991;114:300-306
  3. http://www.uptodate.com/contents/overview-of-acute-pulmonaryembolism?source=search_result&selectedTitle=1~150
  4. http://www.uptodate.com/contents/diagnosis-of-acute-pulmonaryembolism?source=search_result&selectedTitle=3~150
  5. Diretriz de Embolia Pulmonar – http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2004/EmboliaPulmonar.pdf
  6. Feldman, José; Goldwasser, Gerson P. Eletrocardiograma: recomendações para a sua interpretação. Rev. SOCERJ;17(4):251-256, out.-dez. 2004.
  7. Diretrizes de Interpretação de Eletrocardiograma de Repouso. Arq Bras Cardiol volume 80, (suplemento II), 2003
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