Carrinho de Emergência: O que devo saber?

Carrinho de Emergência

O Carrinho de Emergência é um recurso essencial para o atendimento de qualidade aos pacientes que necessitam de seu suporte.

Contém medicamentos e materiais médicos padronizados para atendimento de emergências médicas. É fundamental que o mesmo seja mantido completo para garantir o atendimento emergencial dos pacientes. Após o uso do carrinho de emergência ele deve ser reposto para que sempre fique completo de acordo com a lista padrão.

Qual é o Objetivo Principal do Carrinho de Emergência?

É de assegurar que o carrinho de emergência esteja sempre pronto para uso, contendo todos os medicamentos e materiais médicos necessários e dentro do prazo de validade.

A sua existência, bem como de todo o seu material e a sua organização, são ferramentas importantes para o sucesso da abordagem de um doente grave. Nesse sentido elaboram‐se estas recomendações e propõe‐se a existência de uma determinada uniformização e a devem existir em TODAS as Salas de Emergência de TODOS os Serviços de Urgência da Rede (Despacho nº 5414/2008, de 28 de Fevereiro), bem como em todas as Unidades do Sistema de Saúde que lidam com doentes agudos ou com doenças crônicas que possam agudizar.

Responsabilidades e Competências

Podendo variar conforme cada Instituição, existem competências e responsabilidades em conferir e checar o carrinho periodicamente, conforme a Lei 5.991 de 17 de dezembro de 1979.

  • Auxiliar de farmácia: conferir data de validade e quantidade dos medicamentos e materiais médicos, realizar trocas quando necessário, dispensar os medicamentos e materiais médicos segundo a prescrição e check-list para reposição e emitir a lista atualizada de composição do carrinho de emergência com lote e validade;
  • Farmacêuticos: conferir data de validade e quantidade dos medicamentos e materiais presentes no carrinho de emergência e solicitar troca e reposição quando necessário;
  • Enfermagem: encaminhar a prescrição e check-list para a farmácia, receber e conferir os medicamentos e materiais médicos, repor e lacrar o carrinho;
  • Médico: fazer a prescrição de acordo com o que foi utilizado.

Definindo que:

O Prazo de validade

Tempo durante o qual o produto poderá ser usado, caracterizado como período de vida útil e fundamentada nos estudos de estabilidade específicos.

O Medicamento vencido

Medicamento cujo prazo de validade informado pelo fabricante está expirado.

A Emergência médica

É uma situação na qual o paciente se encontra em risco de morte iminente ou de gerar incapacidade permanente grave e, portanto, necessita de uma ação rápida. São exemplos: parada cardiorrespiratória, infarto agudo do miocárdio, edema agudo de pulmão, arritmias, acidente vascular cerebral (derrame), afogamentos, choques elétricos, entre outros.

Quais são os Recursos Necessários para conferir o Carrinho de Emergência?

  • A Prescrição médica;
  • O Check-list de materiais médicos;
  • Uma Lista de composição do carrinho de emergência com lote e validade;
  • Uma Lista de padronização de medicamentos e materiais por setor;
  • Um Formulário “Conferência do carrinho de emergência – Controle Anual de Validade de Medicamentos e Materiais”.

A Composição e a Organização de um Carrinho de Emergência

A organização dos fármacos e do material deverá ser adaptável às características do carro de cada Unidade de Saúde/ Serviço, considerando‐se sempre a facilidade de acesso rápido e com a menor probabilidade de erro.

Uma sugestão de organização poderá ser:

  • Base superior: desfibrilador/cardioversor, lanterna, estetoscópio, cilindro de O2, insuflador manual com saco/reservatório e filtro descartável, monitor multiparâmetros de transporte.
  • 1ª Gaveta: Adenosina (02ampolas), Adrenalina (20 ampolas), Atropina (05 ampolas), Água destilada(10 ampolas), Bicarbonato de sódio 8,4%(05 ampolas), Cetamina (01 frasco), Diazepan (05 ampolas), Dopamina (05 ampolas), Dobutamina (05 ampolas), Fenitoína (03 ampolas), Fentanil (03 ampolas), Fenobarbital sódico (03 ampolas), Flumazenil (02 ampolas), 10 Furosemida (05 ampolas), Gluconato de cálcio (05 ampolas), Glicose 50% (05 ampolas), Glicose 25% (05 ampolas), Heparina (02 frascos), Hidrocortisona 100mg (02 frascos), Hidrocortisona 500mg (02 frascos), Lidocaína 2% s/ vaso (02 frascos), Meperidina (06 ampolas), Metrocoplamida (04 ampolas), Midazolan (06 ampolas), Morfina (02 ampolas), Nalaxone (02 ampolas), Sulfato de Magnésio (02 ampolas), Soro fisiológico 0,9% 250 ml (02 unidades), Soro fisiológico 0,9% 500 ml (02 unidades) e Terbutalina (02 ampolas).
  • 2ª Gaveta: Agulhas 25 x 7, Agulhas 40 x 12, Jelco nº 20, Jelco nº 18, Jelco nº 22, Cateteres Subclávia nº 16, Equipo Macrogotas, Equipo Microgotas, Sonda Uretral nº 8, Sonda Uretral nº 12, Sonda Uretral nº 16, Sonda Nasogástrica nº 12, Sonda Nasogástrica nº 16, Lâmina de Bisturi, Naylon 3,0 com agulha, Scalp nº 19, Scalp nº 21, Scalp nº 23, Seringa 1 ml, Seringa 3 ml, Seringa 5 ml, Seringa 10 ml, Seringa 20 ml, Three Way e Xilocaína Geléia.
  • 3ª Gaveta: Bicarbonato de Sódio 5%; Eletrodos; Luvas Cirúrgicas nº 7,5; Luvas Cirúrgicas nº 8,0; Soro Glicosado 5% 250ml; Soro Glicosado 5% 500ml; Soro Fisiológico 0,9% 250ml; Soro Fisiológico 0,9% 500ml; Tubo nº 7,0; Tubo nº 7,5; Tubo nº 8,0;Tubo nº 8,5 e Tubo nº 9,0.
  • 4ª Gaveta: Intubação: Ambu, Cânula de Guedel, Guia de tubo, Lâmina para Laringo (Nº 2, 3 e 4), Laringoscópio, Látex, Máscara de Hudson, Óculos Protetor e Umidificador.

OBSERVAÇÃO: Lembrando que, a ordem dos materiais das gavetas podem VARIAR CONFORME CADA PROTOCOLO INSTITUCIONAL, não obedecendo exatamente esta ordem citada acima, portanto é recomendado conhecer seu carrinho de emergência antes de mais nada!

Os Cuidados de Enfermagem Importantes com o Carrinho de Emergência

  • Estar sempre organizado de forma ordenada, e toda equipe deve estar familiarizada onde esta guardado cada material;
  • Gavetas chaveadas são contra-indicadas, com exceção à guarda dos psicotrópicos;
  • Os critérios para identificação podem ser: ordem alfabética, ordem numérica crescente, padronização por cores contrastantes;
  • O excesso de materiais que dificultem a localização devem ser retirados;
  • O local onde se encontra o carro de parada deve ser de fácil acesso, não conter obstáculos que dificultem sua remoção e deslocamento;
  • Junto ao carrinho deve permanecer a tábua de reanimação;
  • Deve ser revisado diariamente e após cada uso.

Carrinho de Curativo: O que deve conter?

Carrinho de Curativo

O carrinho de curativo deve ser equipado com os produtos e equipamentos protocolados na instituição. dependendo dos tipos de curativos a serem realizados.

Material

Soluções:

  • Solução Salina Isotônica (Soro Fisiológico/SF);
  • Água oxigenada;
  • Benzina e/ou éter;
  • Substâncias especiais de curativos – papaína. alginato. etc;

Materiais diversos:

  • Álcool iodado;
  • Tintura de Benjoin Coloidal;
  • Adesol;
  • PVP-I tópico;
  • Cuba-rim;
  • Gazes em pacotinhos individualizados (cinco por pacote);
  • Fitas adesivas;
  • Tesoura para corte de fitas adesivas;
  • Ataduras;
  • Luvas de procedimentos e estéreis;
  • Hastes flexíveis com ponta de algodão (Cotonetes”, Palinetes®. marcas de mercados, etc.) esterilizadas e embaladas individualmente;
  • Compressa cirúrgica de algodão estéril;
  • Se necessário, adicionar para determinados curativos: pasta de Questran. gaze vaselinada, pomada de óxido de zinco, outras;
  • Outros materiais conforme o tipo de necessidade;
  • Saco plástico para descarte de curativo sujo.

Regras gerais

  1. Qualquer material esterilizado deverá estar identificado e datado;
  2. O carrinho de curativo tem como função acondicionar os materiais citados acima;
  3. O carrinho não deverá ser levado a enfermarias para a realização dos curativos;
  4. Materiais contaminados não devem permanecer sobre ele;
  5. Quartos e pacientes infectados deverão ter uma bandeja individualizada contendo os materiais que se fizerem necessários;
  6. A desinfecção do carrinho de curativo deverá ser feita com álcool a 70% a cada 24 horas e quando se fizer necessário. Na presença de matéria orgânica remover com água e sabão e friccionar com álcool a 70% por. pelo menos. 30 segundos;

Fitas adesivas

Deverá ter esparadrapo, fita crepe, fitas plásticas (transparentes ou não), fitas permeáveis (Micropore®. por exemplo). etc. As fitas poderão ser estéreis com exceção do esparadrapo em curativos, sempre colocar gaze estéril sob o esparadrapo.

Após 72 horas, as fitas permeáveis poderão ser colocadas diretamente sobre as feridas pequenas, se não houver sinais de infecção. Sempre utilizar a melhor opção de fita adesiva para determinado tipo de curativo.

Gaze furacinada

A gaze furacinada somente é esterilizada a uma temperatura de 121 ºC. A nitrofurazona (Furacin), não resiste a uma temperatura maior que 60°C, perdendo seu poder bactericida. Então:

  • para uma ação emoliente, utilizar gaze vaselinada estéril;
  • para uma ação bactericida, utilizar um antisséptico tópico.

Soluções utilizadas para o tratamento de feridas

Todas as soluções utilizadas para curativos, quando abertas pela primeira vez, deverão ter anotado no próprio frasco, dia, hora e nome do técnico de enfermagem que a abriu. Esse procedimento é necessário para controle rigoroso da data de validade do produto.

Solução Salina Isotônica (Soro Fisiológico, SF a 0,9%)

Utilizada para infusões EV, gástricas, intraósseas, etc: Tem por finalidade a limpeza da ferida e áreas próximas. Depois de aberto, o frasco do soro deverá permanecer com sua abertura protegida com tampa estéril e sua validade será de, no máximo, 24 horas em geladeira ou 12 horas em temperatura ambiente.

Água oxigenada

É um antisséptico com ação oxidante fugaz na presença de matéria orgânica. Remove resíduos de sangue além de ser utilizada para desbridamento químico (age no tecido de granulação). Sofre ação da luz necessitando de frasco escuro ou embalagem original. Desprezar semanalmente.

Éter

Solução solvente, não antisséptica, irritante e tóxico à pele e mucosa. Utilizado com a finalidade de retirar a cola de fitas adesivas. Não deve ser friccionado sobre a incisão cirúrgica.

Polivinilpirrolidona-iodo a 10% (1% de iodo livre) – PVP-I

Antisséptico, cuja finalidade é remover e/ou destruir ou a reprodução de possíveis microrganismos presentes na ferida e área próxima.

Possui três formas de apresentação com indicações diferentes:

  • PVP-I tintura (PVP-I; álcool) para antissepsia de pele e demarcação do campo cirúrgico;
  • PVP-I degermante (PVP-I, solução degermante) para a degermação da pele;
  • PVP-I tópico (PVP-I, água) para antissepsia de mucosa e realização de curativos. Por ser solução aquosa pode ser contaminada por gram-negativos (principalmente Pseudomonas) necessitando, portanto, de troca de solução e dos frascos (por outros estéreis), semanalmente.

Líquido de Dakin

Solução de hipoclorito de sódio a 0,5%, tamponada, utilizada (desde a Primeira Guerra Mundial) para irrigação de feridas. Por ser tóxica e menos eficiente do que se supunha inicialmente, caiu em desuso (no curativo).

Ácido acético

Antisséptico (utilizado a 2%), tem ação sobre Pseudomonas e outros bacilos gram-negativos.

Tintura de benjoim coloidal

O Benjoim é uma resina que, ao ser aplicada na pele, forma uma película protetora, sendo utilizada  para proteção das áreas próximas às feridas e ostomias.

Pomada de Questran

Composta de óleo de amêndoas, colestiramina (Questran), benjoim e bentonita, tem indicação semelhante ao Benjoin coloidal. A vitamina ”A” que compõe essa pomada, auxilia na reepitelização da  pele.

Benzina

Solvente, derivada de petróleo, utilizada com os mesmos propósitos do éter e tem os mesmos efeitos tóxicos.

 

Veja também:

https://enfermagemilustrada.com/carrinho-de-emergencia-o-que-devo-saber/

O Carrinho de Emergência

Carrinho de Emergência

É um armário indispensável,  contém os equipamentos usados por médicos e enfermeiros e técnicos de enfermagem quando acontece uma parada cardíaca. Esta é uma situação que exige procedimentos de socorro imediatos. Conforme a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a nomenclatura mais apropriada é Carrinho de Emergência.

Com base nessa necessidade, propõe-se a padronização dos carros de emergência, objetivando homogeneizar o conteúdo e quantidade de material dos carrinhos nas diferentes unidades, retirando o desnecessário e acrescentando o indispensável, de forma a agilizar o atendimento de emergência e reduzir o desperdício. Os setores em que se dever obter estes carrinhos são Unidade de Internação, Pronto Socorro, Unidade de Terapia Intensiva, Unidade Coronariana, Centro Cirúrgico, Unidade Ambulatorial, Hemodinâmica, entre outros.

A quantidade de drogas e equipamentos deve ser estipulada conforme necessidade da área e rotina institucional. Médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem devem estar preparados para atender, de forma sistematizada e padronizada, uma situação de emergência. Para que isso ocorra, o treinamento da equipe é fundamental, e todo o material necessário para esse momento deve estar disponível de forma imediata. Existe um a controvérsia de quem é a responsabilidade da conferencia do carrinho de parada, pois o profissional responsável pelas medicações do hospital é o Farmacêutico, porem o Conselho Federal de Farmácia não trata como privativo do profissional farmacêutico a conferência e reposição do Carrinho de Emergência. Contudo na maioria das Instituições Hospitalares cabe ao Enfermeiro de preferência um diarista a responsabilidade da conferência e reposição do Carrinho de Emergência, esta responsabilidade deve ser protocolada de modo que toda equipe tenha acesso a sua conferência.

O que deverá ter no carrinho?

  • Tábua de compressão torácica;
  • Desfibrilador / cardioversor;
  • Monitor;

1ª GAVETA

Medicamentos mais utilizados em situações de emergências clínicas: Os Diluidores como água destilada e soro fisiológico, e medicamentos como Atropina, Adrenalina, Aminofilina, Bicarbonato de sódio  em ampola de 10ml a 8,4%, Cloreto de potássio (KCl), diazepam, dopamina, hidantal, amiodarona, fentanil, fenobarbital, furosemida, prometazina, cedilanide, sulfato de magnésio a 50%, Hidrocortisona de 100mg e 500mg, heparina, midazolan, haldol, adalat, isordil, gluconato de cálcio, glicose hipertônica (50%), lidocaína.

2ª GAVETA

Materiais para a Intubação de Emergência: O Ressuscitador Manual (AMBU), Tubos Endotraqueais de todos os tamanhos, Lâminas e laringoscópio, fio guia, cânula de guedel de todos os tamanhos, máscara descartável, óculos de proteção individual, cadarço para a fixação do tubo, cânulas de traqueostomia de todos os tamanhos, eletrodos para a monitorização e umidificador,

3ª GAVETA

Deverá ter de todos os calibres: Agulhas, abbocaths, jelcos, sonda vesical, sonda nasoenteral e nasogástrica, fios de sutura, seringas, e também deverá conter dânulas, cateteres centrais, xilocaína gel, equipos macro ou microgotas, luvas estéreis e de procedimento, filme transparente estéril para fixação do acesso venoso, e kit de aspiração de emergência.

4ª GAVETA

Deverá ter de todos os tipos de soros: Fisiológico a 0,9%, glicosado a 5%, 10%, Ringer Lactato, Frasco de Bicarbonato a 5%, Voluven, (bolsas com ml variadas).

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